sexta-feira, 6 de agosto de 2021

Quando o Bronze no Itaquerão Vira Ouro em Yokohama...





























A seleção do Canadá conquistou a medalha de ouro do futebol feminino dos Jogos Olímpicos ao vencer a Suécia por 3 a 2 nos pênaltis, depois de um empate em 1 a 1 no tempo normal e na prorrogação da partida realizada no Yokohama International Stadium... É o primeiro título olímpico das canadenses, que vinham de dois bronzes, nos Jogos de 2012 e 2016 – este conquistado no Fielzão, no tempo em que o estádio corinthiano ainda não era Genérico, com uma viória sobre a Seleção Brasileira por 2 a 1, a qual nós sabemos porque estivemos lá... Na região de Yokohama, onde também já estivemos, só que em 2012, quando o Timão se tornou a última equipe brasileira a vencer o Mundial de Clubes da FIFA ™, a Suécia saiu na frente aos 34 minutos da primeira etapa, quando a meio-campista Kosovare Asllani arranca pela direita em direção a área, onde lança a atacante Stina Blackstenius, que chuta de primeira, sem chance da goleira canadense Stephanie Labbé, titular no jogo que valeu o bronze em 2016, fazer a defesa... No segundo tempo, o Canadá conseguiu o empate, aos 21 minutos do segundo tempo, quatro minutos depois da entrada de Deanne Rose, que fez um dos gols da vitória sobre o Brasil cinco anos atrás, quando a experiente Christine Sinclair, 3.8, capitã da equipe, é acionada na área e derrubada pela zagueira Amanda Ilsestedt... A árbitra Anastasia Pustovoitova, da Rússia, consultado o VAR, dá o pênalti, que é cobrado pela meio-campista Jessie Fleming, no canto direto da experiente goleira sueca Hedvig Lindahl, 3.8, que não consegue segurar a bola... Ao contrário da disputa com o Brasil no Fielzão, resolvida no tempo regulamentar, a partida foi para a prorrogação e houve a necessidade de cobranças de pênaltis para definir quem ganharia a medalha de ouro, o que nunca antes aconteceu no futebol feminino olímpico... A sueca Asllani foi a primeira a cobrar, mandando a bola na trave esquerda de Labbé, 0 a 0... Fleming, é a primeira canadense a fazer a cobrança, deslocando Lindahl e chutando no canto direito do gol, 1 a 0 Canadá... A zagueira Nathalie Bjorn marca o primeiro gol da Suécia, cobrança no canto direito, que Labbé foi e não segurou, 1 a 1... A lateral-direita Lawrence, que fez a assistência dos dois gols que garantiram o terceiro lugar do Canadá em 2016, chuta fraco, a direita, e Lindahl defende, 1 a 1... A atacante sueca Olivia Schough, que entrou na prorrogação , desloca Labbé e manda a bola no canto direito do gol, 2 a 1 Suécia... A zagueira canadense Vanessa Gilles manda a bola no travessão, a direita de Lindahl, o Canadá segue perdendo por 2 a 1... A próxima cobrança é da atacante Anna Anvegard, que também foi colocada em campo na prorrogação, bola a direita de Labbé, que faz a defesa, embora o Canadá ainda esteja em desvantagem, 2 a 1... E continua após o pênalti cobrado por Adriana Leon, que entrou na segunda etapa do tempo nornal, no canto direito, defendido pela goleira da Suécia, que segue vencendo, 2 a 1...  A volante sueca Caroline Seger manda a bola por cima do travessão e o placar continua 2 a 1 para a Suécia... Deanne Rose empata para as canadenses chutando a esquerda de Lindahl, 2 a 2... A próxima sueca a cobrar é a lateral Joana Andersson, que entrou na segunda etapa do tempo normal, que bate no canto esquerdo de Labbé, que defende a bola, 2 a 2... A meio-campista canadense Julia Grosso, sem alusões aos presentes, que entrou no intervalo do tempo regulamentar, chutou rasteiro, a direita de Lindahl, que acertou o lado porém não segurou a bola – 3 a 2 Canadá, vitória e medalha de ouro para a equipe dirigida pela técnica Bev Priestman, 3.5 – sim, ela é mais nova que a capitã Sinclair, 187 gols pela seleção, 12 deles em Jogos Olímpicos... Que coisa, não...


















Conseguimos todas essas informações pela internet, pois mesmo que pudéssemos comparecer ao Japão, não tínhamos ingresso para a final olímpica do futebol feminino, em Yokohama, apenas para a melhor partida do torneio, a decisão do bronze, que aconteceu na quinta-feira em Kashima, com vitória dos Estados Unidos sobre a Austrália por 4 a 3... Uma situação completamente diferente da que vivemos em 2016, quando seguimos todas as partidas do futebol realizadas no Fielzão,  o que inclui quatro partidas do time canadense... A estreia contra a Austrália, vitória por 2 a 0, gols de Janine Beckie, com 17 segundos de jogo – na final olímpica do Japão, ela entrou no segundo tempo –e Sinclair, aos 34 minutos da etapa final... A vitória sobre o Zimbabue, por 3 a 1, que classificou as canadenses para o mata-mata, no qual Beckie mais uma vez abriu o placar, com 7 minutos de jogo, assistência de Sinclair, que 12 minutos depois marcou de pênalti, após falta da goleira Chido Szingarai em Matheson, e Beckie de novo aos 35 da primeira etapa, afora os gols anulados de Matheson e da própria Sinclair e a comemoração da torcida brasileira quando Mavis Chirandu fez o gol de honra do Zimbabue, com 41 minutos do segundo tempo... Mais uma vitória, nas quartas-de-final, contra a França, por 1 a 0, gol de Sophie Schmidt, que recebeu dos torcedores presentes no Fielzão – os que não seguravam a faixa de FORA TEMER, Dilma Roussef ainda não havia sido julgada pelo Senado – o apelido de Xuxa, vide “Olê, olê, olê, olá, Xuxá, Xuxá”, sendo que Maria da Graça nessa ocasião já estava na Record... A invencibilidade no estádio corinthiano se manteve na decisão do bronze, contra o Brasil, dirigido pelo hoje saudoso Osvaldo Alvarez, o Vadão,  graças a vitória por 2 a 1, gols de Rose, aos 25 minutos da primeira etapa, vide Lawrence disparando pela direita desde a defesa até fazer o cruzamento na linha de fundo e Sinclair, aos 7 minutos do segundo tempo, em outra jogada de Lawrence pela direita, com Bia dando alguma esperança ao Brasil aos 33 minutos, porém ao final da partida, a medalha ficou para as candenses... No Japão, o Canadá estreou com um empate em 1 a 1 sobre as japonesas, no Sapporo Dome, Sinclair abriu o placar com 6 minutos de partida e Mana Iwabuchi empatando para os anfitriões dos Jogos aos 39 minutos do segundo tempo... A cidade de Sapporo, localizada a 800 quilômetros de Tóquio, foi o cenário da primeira vitória canadense, 2 a 1 sobre o Chile, com dois gols de Beckie, aos 39 minutos da primeira etapa e aos 2 da segunda, com a meio-campista chilena Karen Araya descontando com 12 minutos da etapa final... O Canadá finalizou a primeira fase em Kashima, empatando com o Reino Unido em 1 a 1, Leon abriu o placar aos 10 minutos do segundo tempo, e Nichelle Prince marcou um gol contra aos 40 minutos... Classificadas para as quartas-de-final, as canadenses enfrentaram o Brasil em Miyagi... Esse era o jogo que gostaríamos de ter visto no Japão, na decisão do bronze, de preferência com as brasileiras devolvendo a derrota imposta pelo Canadá no Fielzão cinco anos atrás... Depois do empate em 0 a 0  no tempo normal e na prorrogação, o jogo foi para os pênaltis e o Brasil perdeu por 4 a 3, vide meme mostrando que a goleira Labbé foi no mesmo canto em todas as cobranças – o que não se repetiu na disputa do ouro... Com as brasileiras eliminadas, o Canadá retornou a Kashima para enfrentar os Estados Unidos, e venceram o vizinho por 1 a 0, com um gol de Jessie Fleming, de pênalti, aos 29 minutos do segundo tempo... A decisão do ouro estava marcada para a quinta-feira, no Tokyo Stadium, também conhecido como Ajinomoto Stadium, na região de Chofu, próxima ao Parque Musashino, local do tiro com arco, com acesso pela estação Tobitakyu, da Linha Keio (KO 20), parada ferroviária situada a 18 quilômetros de Shinjuku, onde chegaríamos pela Linha Oedo do Toei Metro lá de nosso hotel na região de Asakusa... No entanto, devido ao forte calor na capital japonesa, a partida foi transferida para esta sexta-feira, e teve seu local mudado para Yokohama... Alteração facilitada pelo fato das partidas serem realizadas sem o comparecimento de público por razões de pandemia, e dessa forma o triunfo canadense aconteceu num local icônico para brasileiros – o futebol masculino também terá essa chance no sábado, contra Espanha – e corinthianos, só faltou Michael Kyle cantando o “O, Canada”... Ops!!!...
















A conquista da medalha de ouro pelas canadenses em Yokohama nos levou a resgatar as imagens da entrega e da comemoração pelo bronze no Fielzão em 2016...  Naquela oportunidade, conseguimos ficar no setor Oeste, com uma excelente visão do campo e do banco de reservas do Canadá, dirigido então pelo técnico Argel Fucks ©, quer dizer, Jason Herdman... Também pudemos acompanhar de perto a arrancada de Lawrence no lance do primeiro gol e o lançamento para Sinclair no segundo, os esforços das brasileiras para reagir na partida e até o duelo particular entre as capitãs das duas seleções, Marta e Sinclair... Ao contrário dos jogos no Japão, em que o Canadá atuou em quatro cidades diferentes, no Brasil o Fielzão havia sido a casa das canadenses, palco de quatro das seis partidas que disputaram nos Jogos Olímpicos... Então é por isso que o presidente da Concacaf, Victor Montagliani, que é canadense, compareceu pessoalmente ao Fielzão, aproveitando para conversar com diversos dirigentes, inclusive o então responsável pelo futebol feminino na CBF, Marco Aurélio Cunha, que tinha sido contra a construção do estádio, enquanto sua filha fazia os registros para as redes sociais do pai dirigente com as jogadoras e comissão técnica... Quando soou o apito final na região de Itaquera, as jogadoras no banco de reservas do Canadá correram para cumprimentar suas colegas que estavam em campo para comemorar a medalha de bronze, inclusive a goleira Labbé... Em Yokohama,as titulares, que ficaram no meio do campo durante as cobranças de pênaltis, começaram a correria logo após o gol de Julia Grosso, numa cena com bastante semelhança em relação ao pique de cinco anos antes... Quando a presença de público, mesmo chateado com a derrota da Seleção Brasileira, serviu de motivo para uma volta olímpica, na qual a capitã Sinclair, num gesto de humildade, vinha no final da fila...  O Fielzão estava quase vazio quando as canadenses subiram ao pódio montado por homens vestidos de carteiros – felizmente ninguém sugeriu a privatização dos correios – para receber as medalhas de bronze e uma reprodução em escala do logotipo dos Jogos do Rio... Todas vestidas com o agasalho da equipe, que também foi usado para a clássica foto do grupo abocanhando as medalhas... E entre o Itaquerão e o Yokohama International Stadium, a comparação das imagens demonstra que Sinclair teve a mesma atitude reverente com a honraria que recebeu, porque tanto o bronze quando o ouro ela sequer abriu a boca, apenas aproximou a medalha dos lábios... A ausência de público no Japão – e da equipe do Brasil – limitou a cobertura da mídia televisiva, que no Fielzão contava com repórteres da Globo/Sportv e da Record TV, e impediu a tietagem dos torcedores... Os quais, estimulados pelas muitas “selfies” feitas por Beckie, quase a “social media” da equipe, começaram a pedir que as jogadoras mostrassem as medalhas para fazerem fotos... Ou, como no caso de Rose, simplesmente jogarem o celular para que a própria alteta fizesse a “selfie”... Também não houve disputa entre torcedoras e membros da organização pelas chuteiras de Sophie Schmidt, também pelo fato dela não fazer parte da equipe que ganhou o ouro no Japão... Assim, não foi necessário discutir quem ficaria com cada um dos pés do calçado, ou mesmo com a bolsa em que estavam as chuteiras, uma cena até interessante para quem acompanha de perto, e que não pode fazer o mesmo este ano... Pois é, não...




























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