quarta-feira, 28 de julho de 2021

Jolanda Pedalou em Deodoro e Ganhou Ouro em Izu...


























A ciclista suíça Jolanda Neff venceu a prova cross-country do Mountain Bike e conquistou no Izu MTB Course a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio, dividindo o pódio com as compatriotas Sina Frei, prata, e Linda Indergand, bronze... A disputa foi uma das poucas nos Jogos a permitirem o comparecimento de público, devido ao fato da pista estar localizada a cerca de 150 quilômetros da capital japonesa, na península de Izu, ao sul do monte Fuji... Exclusivamente residentes no Japão, cumprindo a determinação do Comitê Organizador, que em março vetou a entrada de torcedores estrangeiros nos país para assistir aos Jogos... Na verdade, quando adquirimos os ingressos para o que seria a nossa ida ao arquipélago japonês para ver as competições, o Mountain Bike feminino era um dos eventos que não conseguimos entradas... Uma situação que nos deixou frustrados, porque era uma das provas que acompanhamos “in loco” durante os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, no Parque Radical da região de Deodoro, uma antiga área de treinamento militar adaptada para a competição...  Os desdobramentos da pandemia de covid-19 impediram-nos de viajar até a Ásia e nos obrigou a acompanhar os resultados da prova pela internet, sendo que no site Olympics.Com, do Comitê Olímpico Internacional (COI), estão disponíveis informações sobre todas as competidoras, inclusive sua participação na modalidade em outras edições dos Jogos... Então é por isso que descobrimos que tanto Jolanda Neff quanto Linda Indergand compareceram na pista de Deodoro, ficando em sexto e oitavo lugares na prova... Ao resgatarmos o relato que nosso colega de rede e fornecedor Pancada fez da disputa, recordamos que Linda, ganhadora do bronze no Japão, liderou as duas primeiras voltas da prova, perdendo a liderança na terceira volta para a medalhista de ouro, a sueca Jenny Rissveds... Jolanda acompanhou o pelotão que seguia a Líder na primeira e segunda voltas, e na quarta volta, enquanto Linda perdia posições, ela isolou-se no terceiro lugar... Na quinta volta, a penúltima do circuito, Jolanda e Linda passaram na sexta e na oitava posições, que manteriam no final da prova... Jolanda não teve problemas para confirmar seu posto, no entanto Linda disputou até a linha de chegada o sétimo lugar com a estadunidense Lea Davidson e a ucraniana Yana Belomoyna, terminando em oitavo – posição de Yana neste ano... Na página do Olympics.Com também verificamos que as três ciclistas que subiram ao pódio no Rio de Janeiro competiram no Japão, embora tenham ficado longe das medalhas... Jenny Rissveds, que em Deodoro começou a prova no grupo que perseguia Linda, assumiu a liderança na terceira volta e a reconquistou na volta final, pedalando para o ouro, em Izu ficou em 14º lugar... A polonesa Maja Włoszczowska – prouncia-se Maia, como o sobrenome do ex-presidente da Câmara dos Deputados do Brasil, lembra o Pancada – que tomou o primeiro lugar de Jenny na quarta volta, perdendo a posição na volta seguinte e a retomando no início da volta final, mas finalizando a disputa em segundo, no Japão ficou na 18ª posição... A canadense Catharina Pendrel, que nas três primeiras voltas, emparelhou com a homônima Katerine Nash, da República Tcheca, no sexto lugar, estava em terceiro na volta seguinte, seguida pela compatriota Emilly Batty, posição que confirmou no fim da prova, faturando com dois segundos de vantagem sobre Emilly o bronze em 2016, terminou em 20º lugar em 2021... Para surpresa do Pancada, a mexicana Daniela Campuzano, para quem torceu durante a prova no Rio de Janeiro, compareceu ao Japão e alcançou a 16ª posição, exatamente a mesma que obteve no Brasil cinco anos antes... Que coisa, não???...



























A coincidência no desempenho da ciclista mexicana em Deodoro e Izu levou o Pancada a resgatar as imagens feitas em 2016 e compará-las com os registros feitos pelos fotógrafos de imprensa na região de Izu... No Rio de Janeiro, a pista possuía 4.850 metros de extensão, vide aclives e declives, com as ciclistas cumprindo seis voltas e descendo até perto da entrada do Parque Radical, atravessando uma pista com obstáculos naturais e artificiais, voltando a subir pela “favela” – imitações de casas usadas no tempo em que os militares treinavam no local... Na subida, as atletas alcançavam uma colina com os anéis olímpicos e desciam novamente, subindo outra vez para alcançar a linha de chegada... Um percurso feito em campo aberto, com algumas poucas árvores, um pouco mais de vegetação rasteira e muita terra batida, que devido ao tempo nublado, ameaçando chuve, durante a competição, correu um sério risco de se transformar num lamaçal onde ciclistas e espectadores ficaram completamente encharcados... Em Izu, a prova contaria a princípio com sete voltas de 4.100 metros, em meio a uma floresta, onde logo no início as competidoras enfrentaram as pedras do passo Amagi, as árvores do Joren, seguiram por uma trilha formada por um par de troncos paralelos chamados de “Hashis” , passaram pela curva Sakura Drop, subiram o Wasabi, sem alusões aos presentes, para comparecer na trilha Odoriko, também sem referências aos presentes, cumpriram um trecho cheio de curvas, que reproduz o formato da península de Izu e atravessaram o jardim Karensansui para voltar ao ponto de partida...  No Japão, a aproximação do tufão Nepartek trouxe chuvas que encheram de lama a pista na noite anterior a competição, ao contrário da prova masculina, disputada com a pista seca... Alis, um acidente com o holandês Mathieu Van Der Poel na disputa dos homens levou a mudanças no percurso na parte do jardim de pedras, com a colocação de uma rampa em declive, reduzindo o percurso de 4.100 para 3.850 metros...  Os entendidos em ciclismo apontavam como favoritas da prova, além da campeã mundial, a francesa Pauline Ferrand Prevot, que não completou a prova no Rio, e da medalhista de ouro em 2016, a sueca Jenny Rissveds, a francesa Loana Leconte e a australiana Rebeca Mc Connell... Em Izu, conforme o relato feito pela Associated Press e pelo site Ciclying News, Jolanda assumiu a liderança logo na primeira volta, quando a bicicleta de Pauline caiu ao entrar “em uma descida curta e rápida seguida por uma subida de paralelepípedos”... Já no final da primeira volta, Jolanda colocou 19 segundos de vantagem sobre a britânica Evie Richards – sétima colocada na prova – as compatriotas Sina e Linda e a francesa Loana...  A suíça não perdeu mais o primeiro lugar, terminando com um minuto de vantagem sobre as outras concorrentes, enquanto a francesa terminava na décima posição... Pauline chegou a esboçar uma reação na segunda volta, alcançando as suíças e ultrapassando as duas na volta seguinte, porém voltou a perder posições na subida de Wasabi, que de acordo com o Guia do Espectador da prova, “como o próprio nome diz, é uma escalada difícil que faz suas pernas queimarem”... A francesa caiu para a sétima posição, atrás de Loana, que terminou em sexto lugar, após liderar a volta de apresentação, seguida por Jenny e a própria Pauline, Evie e a holandesa Anne Tauber, todas a dois minutos de distância de Jolanda... Pauline cruzou a linha de chegada na décima posição, logo a frente de Anne, a sueca terminou em 14º lugar devido a um furo no pneu de sua bicicleta, enquanto Rebeca ficou apenas com a 28ª colocação...  Depois do trio suíço, a húngara Kata Blanka Vas, de 19 anos,  vice-campeã mundial de Mountain Bike na categoria sub-23, ficou em quarto lugar, e segundo os entendidos, poderia ganhar medalha caso a corrida fosse um pouco mais longa... A holandesa Anne Terpstra, 15ª colocada no Brasil, chegou na quinta posição no Japão... Uma ciclista que teve uma grande torcida no Rio, a eslovena Tanja Zakelj, ficou em 21º lugar, logo atrás da polonesa Maja, outra que reuniu um grande número de apoiadores em território brasileiro... Alis, o Brasil, que no Rio teve Raiza Goulão em 19º lugar, foi representado em Izu por Jaqueline Mourão, 4.5, disputando sua sétima edição dos Jogos – três de Verão e quatro de Inverno, que ficou na 35ª posição, com uma volta de vantagem sobre Michelle Vorster, da Namíbia – 26ª colocada em 2016 – e da japonesa Miho Imai, as três últimas ciclistas a cruzar a linha de chegada – a austríaca Laura Stigger, de 21 anos, abandonou a prova na última volta... Além de marcar a despedida de Jaqueline das competições esportivas, a prova também proporcionou um reencontro com Daniela, que foi ouro no Pan de Lima, no Peru, em 2019, quando a brasileira ganhou a medalha de bronze... Uma excelente compensação pelo fato do Pancada não ter conseguido reencontrar-se com a mexicana, não que ele pretendesse comparecer no Japão, mas, enfim...

























A liberação do comparecimento de torcedores e a ausência de lugares marcados para o público são a principal semelhança entre as imagens registradas na região de Deodoro nos Jogos de 2016  e as fotos dos espectadores da prova na região de Izu divulgadas na internet e nas redes sociais... Da mesma forma que no Brasil, há cinco anos atrás, o público no Japão apontou seus celulares para a linha de chegada quando as competidoras se aproximavam para completar a última volta da prova, não tentado cumprimentar a vencedora, como fizeram com Jenny em 2016, vide pandemia... Outra semelhança é o acesso, feito por trem e ônibus, em Deodoro pela estação Vila Militar da Supervia e o BRT Transolímpica, seguido de um quilômetro de caminhada pela Estrada de Gericinó, com direito a passar por baixo da Avenida Brasil (oi oi oi...), e na região de Izu, pelos trens que paravam na estação Ito da Linha Ito da Japan Railwayse e linha Izu Kyuko, mais 35 minutos de “shutlle bus”, que os portadores de ingresso precisavam reservar pelo app, ou na estação Shuzenji da Izuhakone Railway, mais 15 minutos no “shuttle”...  Entre as diferenças, está a paisagem brasileira, mais árida – no Japão, as ciclistas chegaram a percorrer campos com flores – e a presença no local de competição japonês, cuja capacidade oficial era de 11.500 espectadores, de crianças trajando os tradicionais uniformes escolares do país... Também não havia estrangeiros, que agitaram a torcida nos barrancos do Parque Radical de Deorodo... Em 2016, as maiores torcidas eram a da polonesa Maya e da eslovena Tanja, facilmente reconhecíveis pelas bandeiras de seus países, com menção honrosa para os apoiadores de Daniela, liderados pela mãe e pela irmã da ciclista, vestindo camisetas azuis, e suas “manitas” mexicanas, vide “Daniela, Daniela, Rá, Rá, Rá!!!”... Sendo que estes e outros itens que produzem sons, como cornetas e tambores, estavam proibidos pela organização no Japão, até como forma de prevenção da covid-19, vide indicação de “No Noisemakers”... Cantar e repetir refrões também foi vedado ao público, que apenas poderia bater palmas, ao contrário dos poloneses em 2016, que gritaram “Maya!!! Maya!!! Maya!!!” o tempo todo...  No Rio, também havia aficionados alemães, canadenses, franceses, tchecos e até de países que não tinham nenhum representante na prova, como o Chile... Naturalmente, havia suíças e suíços, sempre com a bandeira nas costas, dois deles usando camisetas com o Instagram ® de Jolanda Neff... Desde a Central do Brasil, esperando trem para a estação Vila Militar da Supervia, os estadunidenses do TEAM CHLOE apostavam suas fichas em Chloe Woodruff, que terminou em 14º lugar... Neste ano os Estados Unidos foram representados por Haley Batten, que ficou na nona posição, superando a francesa Pauline, Kate Courtney, 15ª colocada, logo a frente da mexicana Daniela, e a 31ª classificada, Erin Huck... Não, Pancada, ela não é parente do Luciano e não tem nada a ver com essa história dele substituir o Faustão aos domingos... Ô, loco, meu!!!...  As suíças que competiram em Izu usavam uniformes vermelhos, no Rio, Jolanda e Linda usavam trajes brancos, conforme as fotos feitas na ocasião pelo fotógrafo do Pancada... Duas fotos tiradas em sequência mostram Jolanda completando a prova, vista de frente e de costas, momento em que recbeu o aplauso de um dos membros da organização... O tempo abafado e o esforço para terminar a corrida se fizeram sentir na forma de suor, que encharcou todo seu uniforme e deixou visível o top preto que usava por baixo da malha... Daniela, que usou verde em 2016, competiu de branco em 2021, o que pode ser visto numa foto em que a mexicana recebe uma borrifada de água para aliviar o calor durante a prova... Jolanda, Sina e Linda subiram ao pódio usando máscaras, como forma de prevenção a covid-19, sendo que cinco anos atrás os jogos do Rio já tinham seus protocolos de distanciamento social, quando ainda ... Por exemplo, nenhum torcedor conseguiu chegar perto das medalhistas, para decepção da torcida polonesa, que mal conseguia enxergar Maya e sua medalha de prata, além de falar muito quando alguém entrava em seu campo de visão... Fazer uma “selfie” com a campeã olímpica estava fora de cogitação, pois Jenny limitou-se a abraçar seu treinador, enquanto Catharina, a ganhadora do bronze, posava para os fotógrafos de imprensa fazendo o tradicional gesto de morder a medalha... Neste ano, sem torcedores estrangeiros, ninguém se lembrou de homenagear a vencedora da prova cantando aquele clássico do cancioneiro latino-americano, Yolanda... Ops!!!...





































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