segunda-feira, 13 de abril de 2020

Que o BBB19 Não Se Repita: Breve Dualismo...

15 de janeiro: Rodrigo e Vinícius vencem primeira prova, resultado é revisto, Danrley e Gustavo ficam com imunidade...











































(Publicado originalmente em 8 de abril de 2019...) A marca desta temporada do BBB é a cautela... Houve quatro motivos principais para disposição de não errar e o apelo insistente ao convencional da direção, não necessariamente ligadas ao momento político do país... 1 – Mudanças na hierarquia da Globo:  em novembro, Mariano Boni de Mathis, egresso da área de Jornalismo, assumiu o comando dos programas de entretenimento diários,  função que era de Bofinho, diretor de núcleo do “reality”,  desde setembro de 2014... Bofinho passou a ser diretor de gênero, coordenando, além dos “realities”, os musicais e os programas de entretenimento semanais – antes supervisionados por Ricardo Waddington...  Em anos anteriores, alterações do mesmo tipo afetaram profundamente o “reality”... Em setembro de 2012, a direção-geral da Globo foi entregue a Carlos Henrique Schroeder (sem alusões aos presentes...), também vindo da área jornalística, o que levou a profundas mudanças em vários setores... Na área de humor, por exemplo, acabaram com “Aventuras do Didi”, “Os Caras de Pau”, “A Grande Família” e criaram o “Tem Que Dar”, além da reformulação do “Zorra Total”, que virou “Zorra”... No caso do reality, a 13ª e 14ª temporada foram de “revisão de literatura”... Então é por isso que aconteceram duas vitórias femininas seguidas, algo que nunca havia ocorrido na história da atração... Em setembro de 2014, aconteceu uma redistribuição de funções no setor de entretenimento... Silvio de Abreu tornou-se o responsável pelas novelas, Guel Arraes pelas séries, Ricardo Waddington pelos programas de entretenimento semanais e Bofinho pelos “realities” e programas de entretenimento diários... Fato refletido na 15ª e 16ª temporadas do programa, que foram de “refundação” – e na 17ª, estreou um novo apresentador...  2 – Atropelos na largada:  na primeira semana da temporada passada, houve problemas com os competidores de entrada diferenciada e um episódio de preconceito... Ana Clara e Ayrton Lima chegaram a ser advertidos em confessionário pelas manifestações de afeto na casa... A reprimenda encorajou Ana Clara a envolver-se com Breno Simões e a partir de então o “reality” passou a ser a história de como a direção impediu Ana Clara de se transformar na nova Emilly Araújo – e ela deu o troco na prova de resistência que durou 43 horas, que quase frustrou os planos da produção... Logo na primeira semana de confinamento, a atração teve problemas com uma concorrente de voz estridente que fez uma declaração preconceituosa... Ana Paula Costa, mais conhecida como “Bruxinha”, durante uma brincadeira, chamou Mahmoud Baydoun, homossexual assumido, de “veado”... Embora a fala tenha sido altamente comprometedora, ficou a impressão de que Mahmoud sairia antes de Ana Paula... A direção não deixou de aproveitar o episódio para consolidar a divisão de grupos na casa, porém deixou claro que ficou mais embaraçada com a reação dele do que com a ofensa dela... Mahmoud só não saiu na segunda semana porque a “fanbase” de Ana Clara tinha interesse em eliminar Jacqueline Grohalski, a qual havia se aproximado de Breno, quando este sentiu-se inibido pela presença do pai de Ana Clara, e a própria Jacqueline adotou uma postura agressiva quando se viu no paeredão, e nesse momento, o medo do surgimento de uma outra Ana Paula Renault falou mais alto... Só por isso Mahmoud se salvou, embora não tenha sobrevivido duas semanas à eliminação de Ana Paula, causada mais por um erro estratégico de seu grupo (Diego não convenceu Breno e Lucas a votarem em Kaysar, o que tiraria Ana Paula do paredão e levaria a eliminação de Paula, que iniciou um relacionamento com Breno, num confronto direto com a família Lima...) do que pela rejeição causada pela ofensa... Quem não queria uma Ana Paula Renault não tinha interesse em um novo Jean Willys... 3 – Palavras de ordem no palco: a primeira eliminada da temporada, a cientista política Helcimara Telles, gritou “Fora Temer” tão logo deixou a casa... O fato irritou profundamente a direção, que aproveitou a eliminação de Nayara, uma jornalista negra e engajada, desgastada por uma intriga menor sobrevalorizada nas edições,  para fazer Tiago Leifert  dizer aos concorrentes que “representatividade não importa”... Numa votação no confessionário, Marcos Aurélio Viegas mandou um “salve” para William Waack – demitido da Globo após o vídeo de uma declaração racista ser divulgado (mesmo que muita gente tenha dito que não havia nada de mais, tentando desqualificar quem trouxe a público a gravação...) – e ao ser eliminado, lembrou do caso Amarildo na conversa com o apresentador... A vencedora da temporada, Gleici Damasceno, ao saber das notícias de fora do confinamento, gritou no palco “Luis Inácio Livre”, isso depois de todo o esforço para esconder sua politização, a partir do momento em que reforçaram a aposta de oferecer uma alterantiva de protagonismo jovem a Ana Clara... 4 – Resposta à concorrência:  Na primeira metade desta década, “A Fazenda”, o “reality” com o formato mais parecido com o da atração global, teve uma sequência de três mulheres vencedoras – sem contar a extemporânea “Fazenda de Verão”, ganha por uma mulher, a qual mantinha um relacionamento homossexual no confinamento... Mais uma razão para as duas vencedoras “fora da curva” da “revisão de literatura” da  13ª e 14ª temporadas – esta última, uma bissexual que se relaciou com outra mulher na casa... Em 2015, enquanto o programa global passava pela refundação, “A Fazenda” teve um hiato –e quando voltou, dois anos depois,  apostou na experiência de cinco ex-concorrentes do BBB, três deles finalistas...  Ano passado, o “reality” da Record foi vencido por Rafael (P)Ilha, uma repetição da primeira edição, em 2009, ganha pelo nome mais polêmico do confinamento, no caso, Dado Dolabella... Em 2016, o “Masterchef” da Band, que apesar de ter um formato diferente, compete com o BBB nas redes sociais, começou a iniciar suas temporadas regulares em março, coincidindo com a reta final da atração da Globo e com o dia das eliminações, às terças-feiras... Não por acaso, o final do BBB nos últimos três anos foi mais agitado do que o começo e o meio da temporada, numa inversão da tendência habitual... Em 2017, a Record lançou o “Dancing Brasil”, apresentado por Xuxa Meneghel e exibido às segundas-feiras... Neste ano, a Band transferiu o “Masterchef” para os domingos e estreou “O Aprendiz” nas segundas... Então é por isso que o “joguinho da discórdia” das segundas-feiras ganhou tanta importância... Neste item também está incluída a baixa audiência da novela “O Sétimo Guardião”, fato que além de legar uma audiência menor ao programa, levou a trama a não ser citada pelo “reality”, ao contrário de “O Outro Lado do Paraíso” – vide paralelo traçado entre a história e o jogo – e mesmo de “A Força do Querer” – associada a Emilly Araújo no BBB 17...



















18 de janeiro: proibição de dormir fora dos quartos provoca "tour" do ronco e dá origem a rivalidade Camarote X Gaiola....











































A cautela da direção refletiu na formatação da temporada, especialmente de três modos:  1 – A montagem do grupo seguiu a “storyline” principal da “Era Leifert”, o choque de gerações:  o mote surgiu por caso, na sequência da expulsão de Ana Paula Renault, no BBB 16, quando a principal temática da temporada passou a ser a rivalidade latente entre a campeã Munik Nunes e a vice-campeã Maria Cláudia Macedo, duas adolescentes de 19 anos... A direção enxergou nesse conflito, junto com a mudança de apresentador, depois de redefinir os esquemas de protagonismo e antagonismo, a chance de rejuvenescer a atração e conquistar o público “millenial” das redes sociais... Muito se comenta que o número de concorrentes negros, cinco (Danrley, Elana, Gabriela, Rízia e Rodrigo), seria o indutor de conflitos, mas cabe lembrar que na temporada anterior eram quatro (Gleici, Nayara, Paula e Viegas...), demonstrando que o foco principal era no “gap” entre as idades dos concorrentes... Assim, o protagonismo e o antagonismo seria potencializado pelos competidores com menos de 25 anos – ou seja, entre Danrley e Rízia... Lembrando que nos inícios de temporada, os extremos da pirâmide etária sempre estão entre os alvos preferenciais de indicações e votações, ou seja, eles já são um indutor habitual de conflitos... Claro que nesse grupo, além dos protagonistas – Danrley e Hariany, por serem os mais jovens da casa, e Elana, por ter o perfil mais próximo ao de Gleici, adulta jovem, independente, do Norte/Nordeste, com a vantagem para a direção de ser menos politizada – haveria a coadjuvante (Rízia...), a antagonista (Isabella...) e a “bucha de canhão” (Hana)... Notem a maioria feminina desse núcleo, o que fez de Danrley a grande novidade da temporada – um “millenial” masculino – o que já se tornou um atrativo de público e o alçou ao posto de protagonista, assim como aconteceu com Elana quando surgiu a rivalidade latente com Isabella na primeira prova de resistência, com reflexos no resultado do superparedão, e Hariany ao comparecer aos três primeiros paredões... 2 – Não houve entrada diferenciada de competidores:  nas últimas quatro temporadas, coube aos concorrentes que entraram na casa pelo voto do público serem “coelhos de prova”, detonando conflitos no jogo... Em 2017 e 2018, esse papel coube a jogadora mais nova... Depois dos problemas decorrentes da participação de Emilly Araújo – não foi com alegria que a produção expulsou Marcos Harter, havia uma pressão decorrente do caso José Mayer, e parte do público não entendeu a questão do relacionamento abusivo, atribuindo a agressão de Marcos ás provocações de Emilly – a Globo imaginou que colocar Ana Clara com seu pai, Ayrton Lima, seria suficiente para os contratempos de Emilly não se repetirem, mas a estranheza causada pela afetividade entre os dois levou a novas dores de cabeça... Sem entrada diferenciada e com uma temporada mais longa devido às incertezas na área de dramaturgia da emissora, optou-se por um início com 18 confinados – no ano anterior, eram 16 e os Lima, que contavam como um único jogador – com o cuidado de colocar mais opções de protagonismo, em acordo com o entrecho principal do conflito de gerações...  Desde a temporada de 2014, que teve o número recorde de 20 competidores (em substituição à Casa de Vidro, aposentada em definitivo no ano anterior...),  o número de concorrentes sempre girou em torno de 15... Então é por isso que as desistências e expulsões começaram a ter mais peso nos rumos do jogo, digo... 3 – Na primeira semana não haveria um paredão convencional:  parte dos problemas na primeira semana da temporada passada veio do fato de que o Líder pode fazer duas indicações ao paredão, uma delas logo após vencer a prova... E coincidentemente, Mahmoud escolheu Ana Paula... Essa indicação, assim como a ida de Jacqueline ao paredão como consequência da segunda prova do Líder, gerou divisões e aumentou tensões, o que era previsível, mas em um nível acima do esperado... Para evitar contratempos, a direção optou por fazer um superparedão, com todos os concorrentes que não estivessem imunes, do tipo “vote para ficar”, ou seja, um “paredão do bem”,  onde a impressão inicial do público teria mais peso do que as primeiras desavenças no confinamento, além do que já é esperado em um primeiro paredão... Isso depois exigiu alguns malabarismos da direção, pois os próprios jogadores não consideraram o superparedão uma eliminação de verdade, obrigando o apresentador a concordar com esse argumento quando levantado como justificativa de voto... Para não perder de vista os conflitos que surgem nos primeiros dias na casa, a produção pautou duas provas valendo imunidade – que faz dos vencedores potenciais alvos de votos, o que aconteceu com Gustavo, e mais adiante, com Danrley, vencedores da disputa no primeiro dia, a qual teve o resultado revisado – uma delas de resistência – que fez de Paula um alvo – e uma votação na casa para decidir quem iria ao Quarto dos Sete Desafios – o que a um só tempo alavancou o protagonismo de Hariany, ao mostrar que estava acuada e isolada na casa, e consolidou o vínculo com Paula, fundamental para o jogo – cujo prêmio, ou castigo, caso os desafios não fossem cumpridos, era o veto da participação na prova do Líder, o qual no ano anterior, trouxe graves complicações para Mahmoud, ao preço de definir a divisão de grupos na casa...


















27 de janeiro: Líder Hana argumenta que não indicou Tereza por "sororidade", o que revoltou direção do "reality"...











































O anúncio dos 18 concorrentes desencadeou uma nova série de fatores que determinaram os rumos do jogo... 1 – Exclusões precoces de competidores:  Antes do início do confinamento, Fábio foi excluído do grupo de jogadores devido a um contrato publicitário, não permitido pelas normas do programa... No início da segunda semana, Vanderson deixou a casa um dia após o superparedão, sob o pretexto do depoimento que concedeu à polícia na investigação de denúncias de assédio e abuso sexual... Em ambos os dois casos, a decisão da produção foi de não substituir os competidores excluídos, o que não é feito com o jogo em andamento desde a 13ª temporada, bem como não há substituições após o anúncio dos concorrentes desde 2015... Houve alguns competidores excluídos na fase do confinamento no hotel, como as gêmeas Bravo em 2017, também devido a um contrato publicitário, e a própria Isabella em 2018, que deixou o hotel depois de quatro dias e deu lugar a Jéssica Mueller... Não substituir é uma opção cautelosa, para não desarranjar demais a montagem do grupo – ainda que no caso de Vanderson, a troca de votos com Paula indicasse uma rivalidade latente – porém, como a essência do programa é o ódio, quer dizer, eliminar todo mundo para deixar apenas os finalistas – duas exclusões significam que o assunto do jogo fatalmente acabaria dois paredões antes da final... É a metáfora do carro de corrida... Quando ele larga com menos combustível  - no caso, menos concorrentes, logo, menos conflitos em potencial - a tendência é que ele ande mais rápido e dispare na frente – ou seja, a disputa entre grupos teria de ser antecipada – tendo que parar no boxe para reabastecer – isto é,  quando essa disputa se esgotasse pela saída de antagonistas – e retornando a pista conduzindo o carro de forma conservadora, para cruzar a linha de chegada – quer dizer, optando pelo protagonismo que não estava associado ao conflito de grupos, e descartando o que era ligado a ele... Ou seja, a sorte de Danrley e Elana estava lançada antes mesmo de sua atuação no jogo... 2 – Revisão do resultado da primeira prova:  realizada no primeiro dia de confinamento, em duplas, a disputa teve a vitória da dupla formada por Rodrigo e Vinícius... Coincidentemente, os dois concorrentes masculinos  mais velhos da casa (40 anos), que na lógica do “choque de gerações” são sempre alvos naturais de indicações e votações... Embora não houvesse paredão convencional na primeira semana, o condicionamento do público faria com que ambos dois corressem maior risco de eliminação... Deixá-los imunes poderia comprometer a condução do jogo, ao passo que a mudança de resultado da prova sempre lança suspeitas de má-fé sobre o vencedor destituído... Além do mais, os segundos colocados da disputa – Danrley e Gustavo – de posse da imunidade, detonariam conflitos mais imediatos na casa... Mais do que fazer justiça, a decisão pela revisão era conveniente para a direção...  3 – “Tour” do Ronco:  episódio que definiu a disputa entre grupos na casa, pois como a querela envolveu a ocupação dos quartos, consolidou os grupos chamados pela direção de Camarote e Gaiola, acrescentando um toque de luta de classes ao conflito, prática rotineira na história do “reality”... Evitou o descarte imediato de Rodrigo - em contrapartida, abriu caminho para a saída de Vinícius... A maneira com que as partes envolvidas conduziram o episódio acirrou a divisão... Instigada por Tereza (a mulher mais velha, que em geral tem ambições de ser uma liderança no grupo...), Isabella propôs uma discussão sobre o assunto, contando que Rodrigo seria voto vencido, o que não aconteceu... Rodrigo, para evitar ser estigmatizado, ignorou a sugestão do revezamento de camas e decidiu ficar acordado durante a noite... Aqui, as regras do confinamento, que proíbem os concorrentes de dormirem fora dos quartos, deram um impulso decisivo para criar uma situação de vitimização... Resultado: na votação do superparedão, Rodrigo foi o segundo mais votado para ficar, e os cinco concorrentes negros foram os mais votados – Elana na frente, por ter a pele mais clara – seguidos por Hana, que era mais próxima ao grupo... A postura de Rodrigo, que evitou a briga em cena aberta, agradou a direção, não só porque evitou cenas lamentáveis, mas também por não colocar explicitamente a questão racial em discussão... Ao mesmo, caso houvesse alguma pretensão de Rodrigo ser uma liderança na casa – pelas afinidades dos primeiros dias, essas posições foram ocupadas por Carolina, Gabriela, Gustavo e Tereza – ela se desfez naquele momento... O episódio inclusive influenciou sua atitude diante das provocações de Paula e depois no posicionamento diante do jogo... 4 – Justificativa da Indicação de Hana:  Ao ser a primeira Líder, Hana consolidou a disputa entre Camarote e Gaiola, sendo ela filiada ao segundo grupo, indicando a principal liderança do primeiro, Gustavo...  Como consequência desse gesto, Hana se indispôs com Hariany e Paula – por não convidá-las para o quarto após a estadia no Quarto dos Sete Desafios, e porque Paula não queria que Gustavo fosse escolhido - virou alvo do Camarote (atraindo para si a célebre “maldição da primeira liderança”...)  - e criou um problema para a direção ao justificar o voto... Antes de vencer a prova do Líder, Hana teve um desentendimento com Tereza numa festa – a “tour” da champanha – o que justificaria uma provável escolha e facilitaria a vida da direção... Tereza foi mostrada como uma “porra louca” nos primeiros dias, o que ao lado de sua idade e das aspirações de liderança na casa a tornariam uma concorrente de fácil descarte – mais ainda em um paredão com uma das protagonistas da temporada, Hariany, e seu principal apoio, Paula... Não há dúvida que a indicação de Gustavo é uma manobra estratégica brilhante, cortar a cabeça do grupo, algo interessante para direção, desejosa de acelerar conflitos... No entanto, Hana justificou seu voto dizendo que não votaria em Tereza por “sororidade” – aos olhos da produção, um palavrão imperdoável... Hana tinha ido muito além do papel de “bucha de canhão” a que estava destinada, vide “tour” do ovo no pão integral, instigada pelo apresentador na estreia, mais ainda ao se relacionar com Alan –as cenas de edredom não foram exibidas no programa da Globo... Quem não queria outra Emilly ou outra Ana Clara, não permitiria uma Hana que fosse além de coadjuvar Hariany e Paula... Estava decretada a saída de Hana, que serviria como sinalização de que a representatividade continuava não importando e lacrar não daria lucro, manteria a briga Camarote X Gaiola em ritmo acelerado e ainda reforçaria a posição do segundo grupo, efeito similar a eliminação de João Maurício no BBB12, que consolidou a Praia na disputa com a Selva... E Paula herdou de Hana a característica de quebrar a Internet,  o que lhe deu viés de confirmação...  5 – Cinco votos em Paula: Uma das principais estratégias do Camarote, leia-se de Gustavo, era conquistar novas adesões para seu grupo... Funcionou logo de início com Carolina – vide voto em Hana no quarto dos Sete Desafios – e Tereza – até ser descartada na “tour” do leva-e-traz, que começou como uma tentativa de trazer Rízia para o Camarote... Nesse contexto, atrair Hariany e Paula, que se afastaram de Hana e por isso mantinham certa distância da Gaiola – apesar da afinidade de Hariany com Danrley e Elana fazer com que Paula não os visse como alvos em potencial - era essencial...  É preciso dizer que o isolamento interessava a direção, ao reforçar a posição de Hariany como protagonista que precisa de proteção...  A manobra teve o DNA de Carolina, fiel ao estilo “Peixinho nada com a corrente”... Com bom trânsito em toda a casa, percebeu que a liderança da Gaiola era exercida por Gabriela, vide recuo de Rodrigo após a “tour” do Ronco, e ela já havia votado em Paula para o quarto dos Sete Desafios (Alan também...), e que ela teria os votos de Rízia e Rodrigo, mas não os de Danrley e Elana, a essa altura já imersos nas rivalidades com Diego e Isabella... Assim, engrossou a votação em Paula, calculando que ela afastaria-se de vez da Gaiola e correria para o Camarote... O problema é que a reação de Paula a votação foi exaltada demais, potencializando sua estratégia de provocações insistentes (manifestada fora do contexto racial, por exemplo, em cutucadas dirigidas a Alan, considerando-o imaturo, e Maycon, dizendo que não o achava bonito, algo que feriu sua vaidade...), uma reedição do mote da “patricinha justiceira” que impulsionou Ana Paula Renault, e não era desejado de imediato pela direção, embora para reforçar a posição de Hariany, Paula já recebera viés de confirmação às suas provocações, por meio da omissão de declarações preconceituosas, também escondidas para não dar um viés “lacrador” a Gaiola... Sem o viés, Paula fatalmente receberia o rótulo de vilã – não carismática – o que mais uma vez não faria bem a Hariany e tiraria uma alternativa de condução do jogo ao fim da disputa entre grupos... Isso também explica a sequência de lideranças de Danrley e Elana, que agiram no jogo pautados pelas rivalidades com Diego, Maycon (poucos entenderam que o fato de ter se declarado vilão em um Joguinho da Discórdia era uma cutucada em Maycon...) e Isabella, evitando que as razões de Gabriela – indignada com as provocações preconceituosas de Maycon (que a chamou de “extremista”) e Paula (entre outros episódios, a “tour” da negra linda...) – tivessem mais peso no jogo... Quanto a Rodrigo, a postura de buscar uma trégua com Paula após a votação, por meio de Hariany, era tudo o que a direção esperava, uma solução conciliatória, dentro do mito da democracia racial no Brasil...  No entanto, a questão do racismo voltaria com uma declaração de Maycon e os comentários de Paula, virando caso de polícia... Isso a Globo não queria de forma alguma, novamente sendo cautelosa,  e muito menos que isso influísse no jogo... O inquérito policial foi o medidor de combustível indicando que o carro teria de parar nos boxes (Continua)...


















28 de janeiro: Rodrigo pensou que contornaria ira vingativa de Paula com diálogo, mas estava completamente enganado...

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