quarta-feira, 14 de março de 2018

Todas as Copas (1930): Uruguai, primeiro anfitrião e campeão...

Fotos em 'petro-e-bancro" no Estádio Centenário não permitem identificar o vermelho do segundo uniforme do Uruguai...












































(Publicado originalmente em 31 de janeiro de 2014...) O seu Bloquinho Virtual começa a contar a história das Copas do Mundo... A partir da primeira, realizada no Uruguai... Vencida pelos donos da casa... Olavo Gostaria de ter vivido naquele tempo... Mesmo que a seleção Celeste ainda não usasse seu famoso segundo uniforme vermelho da Puma... Empresa que só seria fundada depois da Segunda Guerra Mundial... Em 1930 a Grande Depressão mal tinha acabado de acontecer... A ideia de realizar uma competição envolvendo as seleções de todos os países do mundo era contemporânea da fundação da Fifa, em 1904...Ganharia impulso com a eleição do francês Jules Rimet para a presidência da entidade... No entanto, os dirigentes máximos do futebol mundial deixaram pelos Jogos Olímpicos entre 1920 e 1928... Oportunidade não desperdiçada pelo Uruguai, que conquistou a medalha de ouro nos jogos de Paris em 1924 e de Amsterdam em 1928... Os argentinos, não querendo ficar para trás, aproveitaram para consagrar o gol de escanteio vencendo o Uruguai em um amistoso depois dos Jogos de 1924... Que passaria a ser conhecido como “Gol Olímpico”, José Ferreira Neto (OG)... Naqueles tempos ainda não se conhecia o valor de um escanteio curto, Mestre... Enquanto os Jogos Olímpicos eram realizados na Europa, tudo bem... Porém, a competição de 1932 aconteceria em Los Angeles, nos Estados Unidos... Que tinha até um futebol expressivo, mas concentrado nas comunidades de imigrantes da Costa Leste... A Fifa então decidiu organizar seu próprio Campeonato Mundial em um Congresso realizado em 1928... A princípio em 1929, mas depois transferido para 1930... O Uruguai se dispôs a organizar o torneio em 1929... Estava comemorando o centenário de sua independência do Brasil, do qual tinha feito parte com o nome de Província Cisplatina... E construiria um grande estádio, a poprósito batizado de Centenário... Com as tribunas Colombes e Amsterdam, aludindo aos locais das conquistas olímpicas da década de 1920... Aquele mesmo que o Mestre compareceu... Não na final, mas numa viagem que fez ao Uruguai, alguns anos atrás... Ele não compareceu em Montevidéu apenas para adquirir o doce de leite da Conaprole ®... Alis, toda a Copa foi disputada em apenas três estádios, Centenário, Parque Central e Pocitos... Que diferença, hein, Dilma... Não houve Eliminatórias e todas as seleções que quisessem participar poderiam se escrever... Entre os países americanos o esquema funcionou, pois nove nações se dispuseram a participar... O problema foi entre os europeus... Os ingleses, considerados os inventores do esporte, foram convidados e não aceitaram... Além da viagem até a América do Sul ser feita apenas de navio, a crise econômica de 1929 limitou as possibilidades financeiras dos países... Tanto que além da França de Jules Rimet, compareceram apenas três países que eram monarquias na época, Bélgica, Iugoslávia e Romênia... Devidamente financiadas por seus generosos monarcas... Belgas, franceses e romenos vieram no mesmo navio... Ao qual também se juntou o Brasil, numa escala no porto do Rio de Janeiro... Aí começaram os problemas... Sim, o futebol estava mais do que consolidado no país... O selecionado brasileiro já havia conquistado dois títulos sul-americanos em 1919 e 1922, o Bacalhau democratizara a presença dos amigos do internauta Pedro Henrique nas equipes cariocas em 1923, Timão e Porcaria (na época, Palestra Itália) agitavam a rivalidade em terras paulistas e o Paulistano – o Bambi ainda não existia – causara boa impressão em uma excursão a Europa em 1925... Mas a briga entre as federações paulista e carioca – o Rio ainda era a capital federal, e o poder político da nação ainda estava nas mãos de São Paulo – fez com que o time brasileiro contasse apenas com jogadores dos times do Rio... Inclusive o São Cristóvão, que surpreendentemente conquistara o título carioca de 1926, Assaf... Apenas um atleta paulista compareceu ao Mundial... Araken Patuska (OG), que fazia parte do Paulistano que foi à Europa em 1925 – é dele o livro “Os Reis do Futebol”, que descreve a excursão – e na ocasião jogava no Peixinho, porém brigado com a diretoria peixeira... O que por si só era um bom motivo para o Mestre apostar no sucesso brasileiro no Mundial... Só que não!!!...













Negativo, essas mulheres vieram entregar flores aos jogadores, não lavar os seus uniformes sujos depois do final da partida...












































A Copa começou com dois jogos simultâneos, no dia 13 de julho de 1930... Tanto que por muito tempo se considerou que o primeiro gol de todas as Copas tivesse sido marcado pelo estadunidense Bart Mc Ghee – na verdade, um escocês – no jogo com a Bélgica, vencido pelos Estados Unidos por 3 a 0... Depois a Fifa estebeleceu que o artilheiro pioneiro foi o francês Lucien Laurent, o popular “Lulu”na partida com o México, vitória da França por 4 a 1... Nada a ver com a Dona Lulu, internauta Chico Melancia... A França já utilizava seu tradicional uniforme “bleu”, muito antes da fundação da Adidas na Alemanha... O Brasil estreou contra a Iugoslávia, no Parque Central, em 14 de julho... Sem transmissões diretas de rádio, o público brasileiro sabia do resultado dos jogos passando pelas sedes das redações dos jornais, que atualizavam o placar afixado na entrada das publicações conforme iam chegando os telegramas do Uruguai... Esperava-se muito de Fausto, do Bacalhau, chamado de “A Maravilha Negra”, internauta Pedro Henrique... No entanto, os iugoslavos venceram por 2 a 1, gols de Tirnanic aos (21/1o) e Bek (30/1o)... Para o Brasil, marcou João Coelho Neto, o popular Preguinho, do Pó-de-Arroz carioca (17/2o)... A eliminação do Brasil seria decretada com a vitória dos iugoslavos sobre a Bolívia por 4 a 0... Só restou ao time do técnico Píndaro de Carvalho – Olavo Gosta de um Píndaro - cumprir tabela e vencer os bolivianos pelo mesmo placar... Dois gols de Preguinho e dois de Moderato, do Menguinho... E um pênalti defendido pelo goleiro Veloso – o outro, o outro, do Pó-de-Arroz... E vencer os amistosos jogados com franceses, iugoslavos e estadunidenses, que passaram pelo Brasil na volta para a Europa e jogaram no estádio das Laranjeiras... A participação brasileira também se daria da arbitragem, com as atuações de Gilberto Rego... Que apitou o final do jogo entre Argentina e França – 1 a 0 para os argentinos, gol de Luisito Monti – seis minutos antes do final do tempo regulamentar... Sendo obrigado a voltar atrás depois das reclamações dos franceses... As semifinais reuniram os vencedores dos quatro grupos... A Argentina venceu por 6 a 1 os Estados Unidos –que venceram os jogos contra Bélgica e Paraguai na primeira fase por 3 a 0 – sendo que os estadunidenses só fizeram o gol de honra um minuto antes do final do tempo regulamentar... O Uruguai também fez 6 a 1 na Iugoslávia, mas de virada... O único ressentimento do Mestre com a primeira Copa do Mundo é o fato de não ter sido realizada a decisão do terceiro lugar... A Iugoslávia teria desistido da decisão do terceiro lugar em protesto contra o juiz brasileiro... A terceira colocação foi atribuída aos Estados Unidos pelo saldo de gols... 














Falta de uma simples letra "U" prejudicou a homenagem da seleção da Bolívia aos anfitriões do primeiro mundial...












































A final aconteceu em 30 de julho... 90.000 pessoas compareceram ao Estádio Centenário... Uruguaios e todos os argentinos que conseguiram atravessar o Rio da Prata e depois adquirirem o ingresso... A Argentina queria jogar a decisão com uma bola produzida no seu país... Diante da mesma demanda da parte do Uruguai, decidiu-se que em cada tempo uma bola de procdência diferente seria utilizada... Não custa lembrar que a Adidas ® não existia, internauta Chico Melancia... O árbitro belga John Langenus, que compareceu à decisão vestindo uma elegante “juppe-culote”, pediu um seguro de vida para apitar a partida... Dez mil policiais fazendo a segurança não eram suficientes... Dentro de campo, os uruguaios abriram o placar com com Pablo Dorado (12/1o)... Os argentinos viraram o jogo ainda na etapa inicial, com Carlos Peucelle (20/1o) e Guillermo Stábile (37/1o)... A bola argentina ajudou... No segundo tempo, os uruguaios reagem com Pedro Cea (12/2o), e Santos Iriarte (23/2o)... A vitória foi consolidada no penúltimo minuto de jogo, com o gol de Hector Castro, também conhecido como “El Manco”... Pois não tinha a mão direita... Pelo menos Langenus não apitou mão na bola do atleta... O capitão José Nasazzi recebeu a taça feita pelo escultor Abel Lafleur, que ainda não se chamava Jules Rimet e não tinha sido roubada e derretida para vender o ouro... O internauta Pedro Henrique era só elogios ao seu amigo, o meio-campista Leandro Andrade... Um herói nacional do Uruguai... Esse sim poderia ser chamado de “Deus”, e não o Lugano... Só faltou jogar no Bambi... Que segundo o internauta Chico Melancia, não existia nessa época, apesar de já haver o Bambi da Floresta... Andrade só atuou em equipes locais... Nacional, Peñarol, Wanderers e Bella Vista... Ah, sim... Campeão e país-sede, o Uruguai não reclamou da infra-estrutura... 













Na primeira Seleção Brasileira que participou da primeira Copa, o massagista era promissor para o Pedrinho...

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