segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Fazendo uma Pontinha em Valdisnei Hollywood Studios...

Até o outdoor em Hollywood Boulevard lembra o desenho em que o Pato Donald caça autógrafos...









































A entrada do parque Disney Hollywood Studios é a primeira que se vê na estrada de acesso ao complexo Walt Disney World... No entanto, a norma é inflexível... Todos os ônibus de “shuttle” que trazem visitantes aos parques devem desembarcar seus passageiros no terminal localizado na entrada do Epcot e quem quiser comparecer ao Hollywood Studios precisa pegar um dos ônibus da Disney Transport... Demora mais alguns minutos para se conhecer os abrigos em estilo art-deco, típico da Califórnia dos anos 1930 e 1940, que servem de amostra do estilo arquitetônico do prédios do Hollywood Boulevard, logo após a entrada, vagamente parecida com a da antiga Sociedade Paulista de Trote, na região da Vila Maria, em São Paulo... Quem caminha por entre a reprodução de posto de gasolina e dos estabelecimentos comerciais mais ilustres da Hollywood clássica, sente-se como naquele desenho em que o Pato Donald é um caçador de autógrafos... Que é anunciado num outdoor da própria Hollywood Boulevard... Tanto ali quanto em Sunset Boulevard, as construções abrigam diversas lojas, como aquela do Planet Hollywood em que o Terminator está lado a lado com os Power Rangers rosa e amarelo, sem medo de blasfemar com o tokusatsu, e a vendedora de vermelho é mais interessante ainda... Na rua, animadores fazem "screen tests" com as crianças que passam... No final da via há uma garagem e estação de bondes da Pacific Electric Car Co, espectadores do filme “Uma Cilada para Roger Rabbit” entenderão... Porém, para decepção do Doutor Kenji, a garagem é um restaurante, a estação é um posto de venda de “fast pass” – ingressos com hora marcada, sem filas – e não há nenhuma reprodução de bonde... No guia da Publifolha, a primeira indicação para visita de um dia é a Twilight Zone Tower of Terror... No final da Hollywood Boulevard, vira-se à direita na Sunset Boulevard , onde vendem laranjas da Flórida – por que não do Brasil??? -  e bananas Chiquita, nada a ver com a filha cantada no musical dos Trapalhões com Caetano Veloso... O grande edifício na cor rosa do Hollywood Hotel lembra imediatamente a Casa de Cultura Mário Quintana, em Porto Alegre... Que era um hotel, o Majestic, o mais luxuoso da capital gaúcha, segundo o Bairrista... Aqui o guia recomenda a aquisição prévia de um fast pass... O que aquele jovem casal de brasileiros – carioca, pelo sotaque – não o fez...  Felizmente, a fila está na medida certa para se apreciar a ambientação de época do hotel sem entediar-se com a espera... O texto do brinquedo é apresentado como um episódio da série “Além da Imaginação” – no original, “The Twilight Zone” – numa sala que poderia ser o consultório do Doutor Chapatin... Na noite do Halloween de 1939, um raio atingiu o hotel, vitimando cinco hóspedes que passaram a assombrar o local porque não seguiram o conselho do agente de viagens, que sugeriu um hotel mais caro, digo... Os visitantes seguem até as caldeiras no subsolo, onde embarcam no elevador para uma viagem cheia de altos e baixos... Apesar da pessoa ir sentada e presa ao cinto de segurança da cabine, é inevitável saltar do assento quando o elevador desce a toda a velocidade... O jeito é segurar-se em quem está ao lado... Na saída, além de uma máquina de troco especialmente posicionada ao lado do equipamento que faz medalhinhas, um funcionário no papel de gerente canta uma música melosa segurando um boneco do Stich e até a campainha do hotel pode ser comprada na loja de souvenirs para a Dona Neves pedir por serviço, serviço!!!... Ao lado da Tower of Terror está a “Rock n’Roller Coaster Starring Aerosmith”...Uma montanha-russa ao som da citada banda de rock... Para quem sentiu emoções fortes no elevador do Hollywood Hotel e agradeceu aos céus de não ter ficado preso na cabine, dá para passar direto... Até porque as curvas da atração são do Steve Tyler, não da Liv Tyler... Ops!!!... O Sunset Boulevard também conta com o “Beauty and The Beast – Live Stage”, no lado oposto aos restaurantes, para quem ainda acha que a Bela são duas horas de mulher, enquanto a Fera não vai além dos cinco minutos de macho...












Agora, o parque ter estação e garagem de bondes e nenhum bonde exposto é meio estranho, não...













































Começa a chover e surge um bom pretexto para ignorar as indicações do guia da Publifolha, que sempre coloca primeiro as atrações mais “punk” e com mais filas para os passeios de um dia pelos parques... Na direção oposta do Sunset Boulevard, junto ao Lago Echo, temos o Hollywood & Vine e o  Prime-Time Café, que evoca as séries televisivas estadunidenses das décadas de 1950 e 1960... É o que dizem, pois para ser introduzido em ambos os dois estabelecimentos, é preciso fazer uma reserva... Especialmente no caso do jantar no Hollywood & Vine em que o  Pateta recebe os convidados vestido de Papai Noel... Para apreciar o lago não é preciso reservas, basta olhar... Em suas margens há um dinossauro – na verdade, uma dinossaura, Gertie, protagonista de um dos primeiros desenhos animados da história... Também se encontra ancorado um navio... Que cita um filme da Metro de 1931, “Min & Bill”, chamado no Brasil de “Lírio do Lodo”, sobre uma dona de pousada que cuida da filha de uma... PIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII... e se apaixona por um pescador beberrão...  Vale lembrar que a Disney abriu o parque em 1989 numa parceria com a Metro Goldwin-Meyer, por isso a presença do navio...  Apesar do melodrama, o romance deve ter dado certo, pois hoje o “Min & Bill’s Dockside Diner” vende lanches aos visitantes do parque, inclusive um cachorro-quente com uma salsicha pra lá de avantajada, meu caro Charlie...  Alis, por falar em coisas avantajadas, vai começar um desfile de stormtroopers em Hollywood Boulevard... Os funcionários do parque tratam de fazer um cordão de isolamento para as tropas passarem... Nenhum dos solados inspira mais temor do que o cinto da “cast member” Mackenzie... Que apesar de ter um rosto miúdo e delicado, além de longos cabelos ligeiramente ondulados, tem um olhar mais fulminante que o das armas dos soldados... É mais seguro ir na direção do Hyperion, onde acontece o “Frozen Sing Along Celebration”... Uma grande fila, onde uma mãe brasileira atenciosa limpa o rosto lambuzado de sorvete da filha com as toalhas de papel cedidas pela avó, enquanto o pai agacha para fotografar a menina com seu celular, mas um teatro maior ainda... Mesmo que a “piece de resistance” do show sejam clipes das músicas do filme “Frozen” exibidas em um telão, a criançada comparece em peso... Ainda que não deem muita importância aos intérpretes que traduzem para a linguagem de sinais as falas dos participantes do espetáculo, ambos os dois são uma atração à parte, já que incluem em sua tradução as reações de quem está no palco... O final apoteótico é com a própria Elsa cantando “Let It Go” ao mesmo tempo em que começa a nevar na plateia... Certo, é espuma de sabão, mas a epifania está garantida para aumentar as vendas da lojinha com todos os produtos Frozen possíveis e imagináveis na saída do show... Não no caso daquele boneco da Elsa cuja saia gira e brilha ao mesmo tempo, que não foi comprado pela mãe que fazia a maior cara de eleitora do Trump... Faltou apenas o “meet and greet” com o boneco de neve Olaf, que seria a grande chance da garotada encontrar seu maior amiguinho e conseguir um “Olaf Gosta”, quer dizer, um autógrafo... Pois muitas crianças comparecem aos parques da Disney vestidos de princesas – e no caso do Hollywood Studios, de guerreiros Jedi, logo vocês entenderão a razão... Indo pela Comissary Lane, há os restaurantes Sci-Fi Dine-In Theater e ABC Comissary, este com um luxuoso interior e referências constantes aos programas da rede de televisão ABC... Que é do mesmo grupo da Disney... Assim, sobram menções a “Grey’s Anatomy”, “Dancing With The Stars”, “Shark Tank”, a interminável novela “General Hospital”, “Good Morning America”, “SBT Brasil com Carlos Nascimento e Rachel Sherazade”, digo, “ABC World News Tonight com David Muir”... Porque o logo do SBT é quase igual ao da ABC, digo... No Sci-Fi Dine In um pequeno jedi treina com seu sabre de luz – depois que a Disney adquiriu a franquia “Star Wars”, o parque ganhou várias atrações alusivas à saga – e ao final da Comissary Lane está a área dos Muppets... Dominada pela figura do Teixeirinha, quer dizer, de Caco, o Sapo... A cara do batráquio está em cartazes de procurado e até na pichação que anuncia o Muppet Vision 3-D, principal atração do local...  Miss Piggy aparece vestida de Estátua da Liberdade no meio de uma fonte... Gonzo cansou do jornalismo e agora comanda os sanitários do “Gonzo’s Royal Flush”... No Muppet Stuff há uma reprodução do Malex onde os bonecos moraram logo que se mudaram para Nova York e o rato Rizzo agora tem sua própria pizzaria... Lembraram até do Animal (macho!!!...) e do Bunsen Orvalho, mas onde estão Waldorf e Statler, os pilares do “Muppet Show”???... 













No show da Frozen, até os intérpretes de linguagem de sinais trabalham forte junto ao palco...












































De volta ao centro do parque, onde figura a reprodução do Chinese Theater de Los Angeles, lugar do “Great Movie Ride”, um passeio pela história do cinema, temos à direita o Animation Courtyard...  Para o brasileiro com camisa do Bacalhau que passa por ali, as opções são o Star Wars Launch Bay, o Voyage Of The Little Mermaid – para os fãs da “Petena Sereia” – e o “Disney Junior – Live on Stage!!!”... Com direito a tirar fotos com os personagens dos desenhos do canal... O mais famoso deles é o Pluto, aquele filho da Pluta... Apesar de estarmos em um parque da Disney, as funcionárias que organizam a fila para as fotos e autógrafos – então é por isso que as lojas vendem livros de autógrafos – foram selecionadas de acordo com os critérios estéticos estabelecidos por Robert Crumb, entendedores entenderão... Mais à direita está a exposição “One man’s dream”, sobre a vida e a obra de Valdisnei... Desde a infância na pequena Marceline, no Missouri, onde também nasceu... Até a famosa apresentação do Epcot, em 1966, retratada em uma reprodução do estúdio em que o próprio Valdisnei revelou ao mundo e aos investidores o parque que pretendia construir no centro da Flórida, na região de Orlando...  Está ali a mesa de animação, o escritório, as “Alice Commedies”,  o começo do estrondoso sucesso e licenciamento do Mickey, a realização de “Branca de Neve e os Sete Anões” – ao contrário do Brasil, onde Dunga (Dopey) era o anão mais popular até assumir a Seleção Brasileira, aqui quem domina as camisetas e canecas é o Zangado (Grumpy) – a câmera multiplano, “Pinóquio”, “Dumbo”, “Fantasia”, “A Canção do Sul”, o irmão Roy cuidando para a conta fechar, a construção da Disneylândia da Califórnia, a entrada na televisão, “Clube do Mickey” – jogue “Annette Funicello” no Google e entenda o que foi esse clube no imaginário estadunidense, já que os brasileiros conhecem mais a versão de 1977, que passava no SBT – “Zorro”, "Vinte Mil Léguas Submarinas", pessoas reais e animações juntos em “Mary Poppins”, a música do “Domingo no Parque” na Feira Mundial de Nova York em 1964... Alis, nessa mesma exibição, a Disney trouxe uma revelação assombrosa para o pavilhão do Estado de Illinois... Abraham Lincoln era um robô animatrônico!!!... O engenho cibernético está lá, com o rosto do presidente que aboliu a escravidão dos Estados Unidos – nisso, o androide demonstrou ter mais sentimentos do que muita gente de carne e osso – e sem roupa, revelando suas entranhas repletas de engrenagens e rolamentos metálicos...  Será que ainda dá tempo de ver o show de dublês na área do Indiana Jones???... Infelizmente não, pois a última apresentação acontece às 18 horas e o “shuttle” passa em Epcot 19h10... O jeito é ver o tanque de guerra e o caminhão das tropas nazistas estacionado ao lado da loja que vende o famoso chapéu de couro do arqueólogo Henry Jones Junior por 56 dólares, afora impostos... Do lado de fora, acontece um recrutamento de aprendizes de Jedi, já que a mistura de franquias está por toda a parte no parque... Agora resta ir embora maravilhando-se com as luzes do crepúsculo nos prédios do Hollywood Boulevard... Até o momento em que uma brasileira de câmera fotográfica na mão começa a berrar com seus familiares... “Assim a foto sai cortada!!!”... Calma, brasileira!!!... A noite americana no terminal de ônibus é coisa de cinema, digo...













Exposição sobre Walt Disney tem a assustadora revelação de que Abraham Lincoln era um robô animatrônico...

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