sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Caminha dentro do mundo sem sair de Epcot...

Entrada tem Globo, digo, Spaceship Earth, bandeira dos Estados Unidos, fila e tema do "Troféu Imprensa"...














































O Epcot, sigla para Comunidade Experimental do Amanhã, impressiona o visitante mesmo antes de sua entrada... Ainda que a pessoa não ultrapasse os portões, certamente irá caminhar pelo terminal de ônibus do parque a caminho do Magic Kingdom ou do Hollywood Studios... Pois para esse terminal convergem todos os ônibus de excursão, os carros de “shuttle” vindos dos hotéis e os ônibus do “Disney Transport”, que fazem a ligação com os demais parques do complexo... Sendo que o monotrilho vai apenas até o Ticket And Transportation Center (estacionamento do complexo...)  e o Magic Kingdom... A estação de Epcot fica bem diante da entrada... Esperando a vez de comparecer no parque, na hora da abertura, que acontece pouco antes do horário oficial (9 horas, apenas para o Future World...), o visitante tem diante de si a bandeira dos Estados Unidos a TV Globo, digo, a grande esfera da Spaceship: Earth... De noite, a iluminação multicolorida ressalta a semelhança com as vinhetas globais nos anos 1980... Agora pela manhã, as atividades em Epcot iniciam-se ao som da mesma música que é tocada durante o Troféu Imprensa... Porque Silvio Santos, assíduo frequentador dos parques temáticos de Orlando, é o nosso Walt Disney, digo... A primeira indicação do guia da Publifolha, que é em realidade a edição brasileira de uma publicação inglesa, para os passeios de um dia, é o “Mission: Space”, no Universe of Energy...  De fato, a fila é pequena para o ambicioso simulador em 3D de uma viagem à Marte, que duraria três meses com uma hibernação no meio...O lugar é ambientado como um centro de treinamento para astronautas no ano de 2036, vide maquete da Lua na entrada, que evoca os principais marcos da Era Espacial, a começar por Yuri Gagarin, é claro...  Apesar dos visitantes mal saírem do lugar, cada cabine que imita o painel de controle de uma espaçonave possui sacos de vômito, Mister Bean... Para os que não consideram que o “Fast Pass” é para os fracos, hora de comparecer no “Test Track”, uma pista de corrida com merchan da Chevrolet incluído...  De fato, a fila é longa, mas os que esperam são entretidos por demonstrações de que como serão os automóveis do futuro e até podem projetar um modelo customizado... O som dos carros acelerando na pista pode ser ouvido da entrada de Epcot... Depois do test-drive – cuidado com o boné – há uma exposição de veículos atuais da Chevrolet... Inclusive do Impala, nome que ressoava na imaginação dos brasileiros há mais de 50 anos atrás... Tanto que a GM brasileira, apesar de ter lançado um modelo inspirado no Opel Rekord, batizou o carro de Opala, ou seja “Opel+Impala”... Hoje, o modelo nos Estados Unidos é mais usado para táxi... O público do Brasil deixa pelas miniaturas de Camaro amarelo – aqui não conhecem a música do Munhoz e Mariano – ou as camisas do Manchester United vendidas na loja do Test Track, sempre na saída do brinquedo... Na lojinha do “Mission: Space” tem até pedras, digo, aerólitos... É hora de seguir a direita e chegar a Imagination, para cumprir a “Journey into Imagination With Figment”... Sendo que Figment é um dragãozinho que só existe na imaginação do cientista-chefe do laboratório... Ao longo do passeio, o simpático animal estimula os sentidos dos visitantes, inclusive com emanações fétidas de gambá... Na sequência, o guia sugere o “Innoventions”... Mas aí o brasileiro que não tirou foto com a Margarida na entrada do parque descobriu que ali mesmo em Future World existe o “Disney’s Character Spot”... Um local onde é possível fazer fotos com o Mickey, o Pateta e a Minnie... Também com o robô de “Operação Big Hero” e a Tristeza de “Divertidamente”... Entretanto, a maior identificação de quem vem do Brasil é mesmo com o Pateta... Na fila, são exibidos desenhos clássicos da Disney... Pato Donald no “Museu de Maravilhas Modernas”... Aquele em que a cadeira de barbeiro automática engraxa a cara e penteia o popozão do Donald... Quem manda não usar calças???... Mickey indo ao baile e esquecendo os ingressos, que Pluto vai levar, enquanto seu dono fica mais esfarrapado que o Caro Colega... Pateta, o pacato cidadão que transforma-se em um motorista endemoniado... “Motor Mania” com certeza é baseado em fatos reais... Todo brasileiro vê aprende a dirigir vendo esse desenho...  Depois da emoção de reencontrar o Pateta – mais brasileiro que o José Carioca, digo – o visitante se vê diante do lugar mais fascinante de Epcot... Uma fileira de tomadas avulsas para recarregar o celular... Mas rápido, pois o guia da Dorling Kindersley e da Publifolha sugere a ida à “Spaceship: Earth” – um passeio pela evolução científica e tecnológica da humanidade dentro da grande esfera, merchan da Siemens à parte, vide cientista de “Black Power” – e ao  “Turtle Talk With Crush”, em “The Seas With Nemo And Friends”... Sem medo de passar pelo “Monotrilho Piso Baixo”... A espera pelo papo com a tartaruga de “Procurando Nemo” acontece em um aquário... As crianças ficam fascinadas com as arraias e as águas vivas são muito maiores que as do Aquário do Rio de Janeiro... No “Turtle Talk”, uma versão em 3D de Crush interage com a garotada amiga, que fica sentada no chão, em frente ao telão... Divertido, assim como o passeio do “The Seas”, onde é possível encontrar o tubarão da “Turma do Didi”, Pancada... “Ellen’s Energy Adventure”???... Só para os fãs da Xuxa, quer dizer dizer, da Ellen De Generes, que estrela o audiovisual sobre as fontes de energia do mundo... Os autores do guia esperam que o visitante de um dia tenha cumprido todo esse percurso até 11 horas, que é quando abre o World Showcase... Ah, tá...













Test Track com merchan da Chevrolet é excelente, mas a fila atesta a alta demanda...












































O World Showcase é um parque à parte em Epcot... Lugar perfeito para quem não curte os agitos dos brinquedos mais radicais... Aqui é preciso levar a sério os conselhos dos guias de viagem e reservar mais de um dia para percorrer as representações de onze países em torno de um lago com passeio de barco incluído... Entrando à esquerda pela World Showcase Plaza, há a área do México, dominada por uma pirâmide asteca... “Don’t climbing”, diz o aviso colocado em seus degraus, para a alegria do Tufão, que passou longe das pirâmides originais em Teotihuacan... Em seu interior, há uma exposição de arte pré-colombiana e indígena e a “Plaza de Los Amigos”, com lojas de produtos típicos, mas nada do Chaves – vide sombreiros e “catrinas” similares às das fábricas de cerâmica de Dolores Hidalgo – e o restaurante San Angel Inn... Mesmo nome de um dos estúdios da Televisa... A ambientação da praça lembra aqui e ali os centros históricos de Queretaro, Guanajuato, Zacatecas e a parte do hospício em Guadalajara  - Pancada manja muito do México, Daniela... Ali está a entrada do “Gran Fiesta Tour Starring The Three Caballeros”, colocada recentemente em Epcot depois de mais de 30 anos na Tokyo Disneyland... Estrelado pelos protagonistas dos filmes “Alô Amigos” e “Você já foi à Bahia???”... Pato Donald –há mais de 70 anos atrás, o nome Donald era sinônimo de boa vizinhança com a América Latinha – Panchito e José Carioca... Os brasileiros não se conformam de ver o “nosso” personagem da Disney sendo chamado assim, tão formalmente... Também ficam injuriados ao ver que conseguem encher o tanque por 25 dólares, embora tenham ficado indiferentes à entrega do Pré-Sal... Pior seria se achassem que o brasileiro fala espanhol e rebatizassem o personagem de “Pepe Carioca”... O passeio evoca as pirâmides astecas, o lago de Xochimilco, a Cidade do México – desde quando ambulantes vendem sombreiros em frente ao Palácio de Belas Artes??? – as fiestas, o “Dia de Los Muertos”, as praias de Acapulco... No final, Donald, Panchito e José Carioca cantam a música dos “The Three Caballeros”, uma versão de “Jalisco Querido”, que o pessoal de Guadalajara não saiba... Do lado de fora, um Pato Donald de sombreiro e poncho faz fotos com os visitantes... Esse Donald adora mexicanos... Já que estamos no México, lá vem o mariachi... O pavilhão seguinte é o da Noruega, cuja principal atração é o encontro com Elsa e Anna, as protagonistas de “Frozen”... A fila serpenteia na casa de madeira, no melhor estilo dos parques da Disney... Na sala onde está Elsa, paradoxalmente faz calor, isso porque normalmente a espera das atrações é sempre bastante ventilada... Que coisa, não... Na parte da China, um grande portal e um jardim com ponte está a frente do grande pavilhão onde é exibido o audiovisual “Reflections of China”... O espaço serve principalmente para a propaganda da Shangai Disneyland... Então é por isso que há tão poucos chineses nos parques... E também por isso que não fazem uma Disneylândia no Brasil... O Parque Olímpico da Barra seria o local perfeito... Se bem que... O Rio agora é Universal... Ops!!!...  Dá para tirar fotos com a Mulan, mas no final da tarde ela já havia ido embora... Depois de uma lanchonete e uma loja que evocam  vagamente a África – a criançada trabalha forte nos tambores e no velho caminhão de Coca-Cola – está a região da Alemanha... Um artesão em vidro trabalha à maneira do inventor português do Faustão (“Tá pegando fogo, bicho!!!”...) enquanto trens em miniatura percorrem uma cidade também em escala reduzida... Quem quiser encher a cara de cerveja pode comparecer na Oktoberfest... Para os abstêmios, nada a ver com a religião, há a loja de doces e uma grande variedade de camisas Adidas © de clubes e da seleção alemã, para ninguém esquecer do 7 a 1, digo... Antes do próximo país, tem a foto com Branca de Neve, olha a fila... A Itália vem logo depois, com a Praça de São Marcos – realmente não, pois é uma réplica – e gôndolas na beira do lago... As principais atrações do setor italiano são gastronômicas – Via Napoli Ristorante e Pizzeria, Tutto Italia, Tutto Gusto Wine Cellar, tudo ali ao redor da miniatura da Fontana Di Trevi... Em horários programados, há apresentações do mímico Sérgio, que comparece com sua gôndola e faz acrobacias com bolas de futebol... Se fosse goleiro, seria chamado de Buffon, com certeza... Ops!!!...













Brasileiros não entendem porque "nosso" personagem da Disney é chamado de "José Carioca...













































A construção mais imponente do World Showcase é o pavilhão “The American Adventure”, em uma posição central às margens do lago... Um grande casarão de tijolos aparentes na fachada, no estilo do século XVIII... No imenso saguão, sob a cúpula, os visitantes ouvem os Trovadores Urbanos, digo, cantores com roupas de época interpretando canções natalinas... Nada que não tenha sido executado exaustivamente no sistema de som dos parques do complexo... Num canto, uma exposição sobre a escravidão no país... O espetáculo vai começar e o público chega ao teatro por meio de escadas rolantes em uma ala decorada com bandeiras históricas dos Estados Unidos... O gigantesco teatro é decorado com estátuas que representam os valores característicos dos estadunidenses... Vide “Espírito de Individualismo”... O show lembra o do “Hall of Presidents” do Magic Kingdom, só que sem os presidentes... A exceção aqui é Ted Roosevelt, no papel de explorador... Apresentam o espetáculo Benjamin Franklin e Mark Twain, quer dizer, os seus robôs animatrônicos... O patriotismo transborda desde a chegada do Mayflower com os primeiros colonos até o 11 de setembro e os mais suscetíveis até acreditam que podem conseguir um “green card” para fazer parte dessa grande festa musical nacionalista... Na saída, o Liberty Inn é uma lanchonete decorada com as bandeiras das 13 colônias que deram origem aos Estados Unidos... Vide bandeira da Georgia, com sua cobra e o slogan “Don’t Tread on Me”... A lojinha vende chapéus dos soldados da Revolução Americana, fotos com autógrafos de presidentes – os de Ronald Reagan e dos dois George Bush, nem que pagassem para a gente – e reproduções do manuscrito original da constituição dos Estados Unidos... Uma lei valiosa – 3,45 dólares, fora os impostos... É preciso recuperar-se rapidamente, pois o pavilhão seguinte é o do Japão, com uma imensa filial da loja de departamentos Mitsukoshi... Que é um mundo à parte, pois tem de tudo... Pokemon, Hello Kitty, Mário, Naruto, Dragon Ball, One Piece, Doraemon, Chiriro, quimonos, produtos alimentícios, bonsai, ikebana, sumiê... Demonstradores revelam como são feitos os colares de pérolas, digo, como é feito o cultivo de pérolas... Com 18 dólares, você pode até ficar com uma delas... Depois de tudo, ainda há uma exposição sobre a cultura Kawaii, da qual uma das derivações é o gênero musical J-Pop... Tudo surgiu daí... Cosplay, Otaku, Izuki-Chan, Salary Man... Do lado de fora, além do jardim em estilo japonês, uma reprodução do templo de Nara abriga as apresentações de tambores taikô que tanto agradam o público ocidental... O Marrocos traz uma reprodução da mesquita de Marraquexe e uma medina com um “souk” muito bem abastecido, que conta com tudo aquilo que a Jade precisa, desde água de rosas até massa para falafel... Com tempo, é possível fazer uma tatuagem de hena...  Logo adiante está a França, com sua reprodução de uma rua de Paris (vide “Torre Eiffel” ao fundo...) e um Papai Noel severo, no estilo francês, com um corte de cabelo claramente inspirado em Donald Trump... Quem quer um Bom Velhinho mais bonachão deve ir na área dos Estados Unidos... Um acrobata equilibra-se sobre cadeiras enquanto artistas fazem caricaturas e desenhos de sombrinhas... Nas lojas, vinhos, perfumes Givenchy e sorvetes... Reservas para os restaurantes???... Não, ouve como resposta a atendente sorridente... Direto para o Reino Unido, onde a caixa de correio lembra que o Mister Bean está ali dentro e as cabines telefônicas evocam o Doctor Who... As lojas vendem camisetas de bandas de rock inglesas, e não apenas dos Beatles – o que eles berraram??? – e dos Rolling Stones... Há Led Zepellin, Pink Floyd e até Queen... No que diz respeito a vestuário, até o Monty Phyton é representado... O boneco do guarda inglês lembra que o Mister Bean não tinha celular para fazer selfie... Na parte externa, apresentações de rock – toca Amy Winehouse!!! – e música celta, vide garota com o tambor... Também é a ocasião de pedir autógrafos, conforme o horário, para Alice ou Mary Poppins, tirando o chapéu e beijando a mão mesmo que a pessoa esteja mais para limpador de chaminé e não consiga dizer “supercalifragilistspiricalidos”... Há ainda o “fish and chips” como opção alimentar, vide loiras atendentes de olhos verdes... A volta ao mundo fecha com o Canadá, em que um grande castelo está lado a lado com um posto comercial em madeira rodeado de totens indígenas e o “Zé da Mina Abandonada”... Há até uma cascata, mas ninguém pode tomar banho nela, internauta Chico Melancia... A mina é o local do audiovisual “O’Canadá”... Não necessariamente a interpretação de Michael Kyle para o hino do país, pois quem conduz o filme é o ator Martin Short... Nesse ponto, o dia está acabando e depois das fotos deslumbrantes do crepúsculo no lado da World Showcase - e um tipicamente brasileiro flagrante da Bela sem entrar na fila - o visitante corre para o terminal de ônibus antes que a carruagem vire abóbora, quer dizer, o “shuttle” do hotel compareça... No terminal, ainda é tempo de cantar música brasileira – os estadunidenses que passam não entendem nada, e só prestam atenção em “Feira da Fruta”, isso porque o tema do Batman foi cantado em seguida, imaginamos o que Leandro e Leonardo passaram quando compareceram a Epcot para gravar um especial da Globo em 1992 – e comprar um refrigerante na máquina... Não que seja uma opção barata –no lugar em questão, uma garrafinha custa 3,50 dólares – mas a satisfação de trocar uma nota de 5 dólares por 20 moedas de “quarters” na máquina de troco e ver a máquina de refrigerante pegando a bebida é um alento depois de um dia inteiro de andanças...  Volta ao mundo é pouco... 












No World Showcase, tem-se a oportunidade de fazer uma foto com o Donald que gosta de mexicanos...

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