quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Valdisnei ia construir parque temático em Brasília!!!...

Quase Valdisnei organizou o movimento, orientou o Carnaval e inaugurou o monumento no Planalto Central do País...














































A Valdisneilândia da Califórnia foi inaugurada em 1955 e imediatamente tornou-se um estrondoso sucesso de público...  No entanto, Valdisnei , seus criativos e executivos logo detectaram que o parque temático não atraía um segmento relevante do público estadunidense, mas com um excelente potencial de expansão a ser explorado... A população da Costa Leste dos Estados Unidos... A prioridade era erguer o novo parque nessa região... A princípio, pensou-se no estado de Nova York, porém as condições climáticas não eram favoráveis... Posteriormente, Valdisnei decidiu-se pela região central da Flórida, com clima mais propício, distante o suficiente das regiões costeiras do Estado, as quais não ofereceriam concorrência... Antes da escolha definitiva, porém, vários locais foram cogitados... Niagara Falls, Monterey (Califórnia), Kansas City e...  Brasília!!!...  Está ali, na página 696 da biografia Valdisnei – O Triunfo da Imaginação Americana, de Neal Gabler... “Valdisnei está interessado e pode ir pessoalmente no Brasil se a coisa toda parecer promissora, disse um executivo de Valdisnei aos colaboradores”...  Embora o livro não se estenda sobre o assunto, naquela época Valdisnei era muito assediado por empreendedores imobiliários interessados em construir parques para valorizar seus imóveis...  É possível que grandes proprietários que adquiriram terras na região de Brasília na esteira da construção da nova capital  tenham feito a oferta... Ou o próprio governo federal... Se bem que... A burocracia envolvida na instalação do parque desinteressou Valdisnei, e o presidente Juscelino Kubitschek não abria mão da arrecadação de impostos...  Copa do Mundo começou assim... O fato é que a ideia não foi para a frente, pois Valdisnei fez valer sua convicção de que a Flórida, desde que fossem criados novos municípios na área do parque para eliminar entraves burocráticos, era o lugar não necessariamente para um parque, mas para seu sonhado Protótipo Experimental de Comunidade do Amanhã, mais conhecido como Epcot... Que nos planos originais de Valdisnei seria uma cidade do futuro, com os mais avançados conceitos urbanísticos... Um pouco como a recém-construída Brasília... Então é por isso que houve o interesse, digo...  Quanto ao Epcot atual, possui atrações futuristas, vide monotrilho, porém não é um lugar de moradia... Restaram os edifícios dos países, que na ideia original da cidade do futuro, seriam um centro comercial... Parques Valdisnei fora dos Estados Unidos, só em Tóquio, e isso em 1983, muito depois do criador do Mickey entrar no Bolão Pé-na-Cova...  Da parte dos brasilienses, o interesse existe até hoje... Em julho deste ano, durante uma reunião em que a Fecomércio local anunciou a criação de uma Câmara Especial de Articulação de Projetos Estruturantes, Jânio Rodrigues, da empresa TH Engenharia, informou que desde 2013 já realizou três reuniões com Chris Howe, responsável pela expansão internacional do grupo Valdisnei, para discutir a instalação de um parque temático no Distrito Federal... Que pode ser também um Six Flags, outra franquia estadunidense de parques...  De fato, naquele mesmo ano, numa visita oficial do então governador Agnelo Queiroz aos Estados Unidos, comentou-se que o parque poderia ser construído com financiamento estadunidense... Gastou demais no Mané Garrincha, deu nisso... Sem contar que Xangai passou na frente...  Não custa lembrar que na década de 1960, o comediante José Vasconcelos, inspirado na Valdisneilândia, quis construir na região de Guarulhos a Vasconcelândia – em terreno hoje pertencente à Panco - sem sucesso... Uma dúvida permanece... Num lugar que é quase como a cidade onde o Pateta mora, o personagem brasileiro de Valdisnei continuaria a ser chamado de “José Carioca”???...
















A grande esfera da Spaceship: Earth do Epcot poderia ter sido o Memorial JK - e vice-versa...














































Mais do que uma biografia, “Valdisnei – O Triunfo da Imaginação Americana” revela um grande esforço do autor em demonstrar que Valdisnei moldou o imaginário estadunidense e, em muitos casos, o criou... E que apesar de ser um homem assumidamente conservador no que diz respeito à política, seus desenhos animados e filmes traziam ideias que podem ser consideradas revolucionárias... Um deles, a iconoclastia... Então é por isso que lançaram o livro para colorir do Donald Trump... Ou seria uma demonstração de anti-intelectualismo???... Para demonstrar que trabalhou forte na pesquisa para o livro, o autor no prefácio derruba um dos maiores mitos em torno de Valdisnei... Que seu corpo teria sido congelado por meio de um processo de criogenia e preservação para voltar a vida conforme avançasse a ciência... Na verdade, Valdisnei foi cremado, e suas cinzas só encontraram um local para repousar quase um ano depois de ter rendido 35 pontos no Bolão Pé-Na-Cova, junto com um de seus genros...  No Aeroporto Internacional de Orlando, cidade a qual trouxe fama mundial com seus parques temáticos – embora não tenha visto nenhum deles concluídos, tendo em vista que o Magic Kingdom abriu em 1971, o Epcot em 1982, o Hollywood Studios em 1989 e o Animal Kingdom em 1998 – um brochura do livro era vendida por 23 dólares, fora impostos... Deixa quieto, vai levar peso no avião, essa obra já foi lançada no Brasil... Exatamente, uma edição de capa dura... Que custa apenas 129 reais!!!...  Mesmo com o dólar a 3,50 reais, livro sairia por 80 reais caso fosse comprado nos Estados Unidos pelo preço equivalente ao da edição brasileira... Sobraria grana suficiente para comprar uma agenda do Paulo Coelho ou ainda o citado livro de colorir do Trump... Ops!!!... Quem não ficar preso a esses detalhes financeiros, lerá como Mickey Mouse, criado depois que o Coelho Osvaldo foi “grilado” por seu distribuidor, desbancou o Gato Félix no final dos anos 1920 com uma personalidade que misturava a comicidade de Charlie Chaplin com o espírito aventureiro dos personagens de Douglas Fairbanks... Depois, já na década de 1930, o Pato Donald toma a dianteira com seu jeito malvado e irritadiço – “um pato meio bicha”, como definiu um chefe de torcida do Foguinho carioca, que não aceitava o personagem como mascote de seu clube, conforme proposto pelo cartunista argentino Molas, no “Jornal dos Sports”, sendo que o Popeye de Molas e o Urubu do Henfil convivem harmoniosamente na sede do Menguinho na Gávea – comparado pelo próprio Valdisnei a um auxiliar do presidente Roosevelt...  Uma greve em seu estúdio em 1941 diminui o interesse de Disney pela animação, que chegara ao ápice com “Branca de Neve e os Sete Anões”, que ganhou oito Oscars em 1937 – um normal e sete em miniatura, entregues por Shirley Temple, a Maísa Silva de sua época, então é por isso que seu popozão fica lado a lado com o do Pato Donald no desenho do caçador de autógrafos...  A situação piora com o final da Segunda Guerra Mundial e do lucrativo filão dos filmes de propaganda de guerra – vide “A Face do Fuhrer”, Donald - e treinamento militar... Valdisnei reage fazendo trenzinho – miniaturas no quintal de sua casa – e depois construindo um parque temático, vide atrações patrocinadas pela Monsanto, projeto que abriu as portas para uma altamente bem-sucedida carreira televisiva, vide “Clube do Mickey” com Anette Funicello... Inaugurada a Valdisneilândia da Califórnia, a nova meta, depois da assombrosa exibição do robô de Lincoln na Feira Mundial de Nova York, em 1964, e o lançamento do filme “Mary Poppins” – em que a mistura de animação e ação real era muito mais convincente do que nos antigos filmes da série da Alice na fase pré-Mickey, na década de 1920 – era a construção da “Cidade do Amanhã”, com todo o monotrilho e “people-mover” que fosse necessário, no coração da Flórida... E que seria totalmente coberta e climatizada, apesar do clima favorável da região... Porém, conforme já vimos, Valdisnei não viveu para ver a realização de seu sonho, e a própria execução da ideia foi bem diferente... No entanto, a idealização dos Estados Unidos presente em seus parques permanece cada vez que os visitantes fazem trenzinho... Nas locomotivas a vapor batizadas de “Walt” e “Lillian” – a “sócia” que observou que a popularidade de seu marido na América do Sul era maior do que nos Estados Unidos – da estrada de ferro do Magic Kingdom... 













"A Fábrica Adoidada do Mickey Mouse" seria um laboratório para as novas leis trabalhistas de Michel Temer...














































Os parques do complexo de Valdisnei não são exatamente a melhor opção para quem  viaja tendo em mente adquirir livros... Mas como a ordem das lojas existentes nos parques é de faturar, Raul Gil, há uma opção literária excelente e bastante em conta, no caso localizada na The Mouse Gear de Epcot... Trata-se do livro “Disney Trivia From The Vault”... O preço é de apenas 9,99 dólares, pagos para a venezuelana de Mérida que atendia a freguesa que se queixava dos enfeites de Natal que comprou...  Escrito por Dave Smith, arquivista-chefe dos arquivos de Valdisnei, a partir das repostas feitas a questões mandadas pelos leitores da revista do Disney Channel... Para deixar de lado o aspecto “oficial” da obra, o livro promete “Segredos Revelados e Perguntas Respondidas”...  Claro que algumas questões são específicas do contexto estadunidense, como atrações dos parques, programas de televisão e revistas em quadrinhos... “Ask Dave” até menciona que a Itália é um dos países mais prolíficos em termos de gibis dos personagens de Valdisnei... Mas daí a dizer que por intermédio dos editores italianos das revistas a família Civita conseguiu os direitos de publicação dos quadrinhos na América do Sul é pedir demais, Carlos Maranhão... Até porque a primeira revista lançada por Victor Civita na Abril não foi “O Pato Donald”, mas “Raio Vermelho”, tradução de um “fumetti” italiano, fato apontado por Gonçalo Júnior no livro “A Guerra dos Gibis” e depois confirmado na biografia de Richard Civita... Assim ninguém vai ler que na década de 1970 a revista mais vendida no Brasil era “Tio Patinhas”, então é por isso que o País está assim hoje, cheio de gente que se acha dona do dinheiro, digo... O leitor que for versado em inglês irá descobrir porque Gladstone Gander, aqui chamado de Gastão, o primo sortudo do Donald, apareceu tão pouco em desenhos (apenas em “Duck Tales”...) e qual foi a primeira vez das sobrinhas de Daisy Duck, ou seja, da Margarida, April, May and June... Mais conhecidas como Lalá, Lelé e Lili... Até porque o livro não registra a febre causada pela primeira versão do álbum de figurinhas “Galeria Valdisnei”, em 1975... No caso dos programas de televisão, o Youtube © dá uma forcinha, como no caso de “The Mouse Factory”, de 1972, aqui chamado de “A Fábrica Adoidada do Mickey Mouse” e exibido no “Globo Cor Especial” – a cópia global teria sido queimada pelo incêndio de 1976... Que era uma compilação de desenhos, em cada episódio um tema diferente, entremeadas por esquetes com bonecos dos personagens e um convidado especial, que atuava como apresentador... Que poderia ser Anette Funicello, Don Knotts, Kurt Russell... A abertura sempre mostrava os personagens de Valdisnei batendo ponto, de marmita na mão, uma possível inspiração para a reforma trabalhista do atual governo brasileiro, digo... O “Clube do Mickey” de 1977 é aquele exibido pela TV Tupi e depois pelo SBT... Vide chapeuzinhos distribuídos por Silvio Santos no “Domingo no Parque”, o qual, como já dissemos, foi copiado pelo “It’s a Small World” do Valdisneiworld... Agora, perguntar quem faz a voz do Tio Patinhas em “Ducktales” não faz sentido para os brasileiros, acostumados com a dublagem do saudoso Antonio Patiño – o mesmo que dublava Bruce Kane no “Chico Anysio Show”...  Alis, como o tema musical da nova versão de “Ducktales” será o mesmo da série de 1986 – que o SBT estreou como fizeram os estadunidenses em 1988, mostrando num só dia a saga dos Sóis Dourados no "Programa Silvio Santos" – chama o Luis Ricardo!!!...













No cofre dos arquivos de Valdisnei não está Silvio Santos estreando Duck Tales em seu programa, em 1988...

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