sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Do Terminal Rodoviário Tietê a Rodoviária Novo Rio...

Sexta à noite, filas nas bilheterias do Tietê mostram que comprar passagem antes foi uma excelente ideia...


























































A viagem dos nossos colegas de rede para o Rio de Janeiro começou no Terminal Rodoviário Tietê, em São Paulo... Marcar encontro no bloqueio da estação Burra-Tietê, ainda mais às 23h30, é algo inimaginável de se fazer no Rio de Janeiro... Só a possibilidade de chegar pelo Metrô – e o internauta Chico Melancia se dá ao luxo de vir de ônibus, utilizando a linha 2104-10, Terminal Parque Dom Pedro II / Metrô Santana, descendo na Avenida Cruzeiro do Sul – e de estar na rodoviária após descer uma rampa renderia assunto para uma lista com mais de 30 itens no Buzzfeed...  Logo no final da rampa, à direita de quem chega, temos a famosa revistaria e livraria, hoje sob administração da Buk’s... Ali, o Doutor Kenji, pode se inteirar das novidades no setor literário... Tanto que adquiriu para ler na viagem as biografias de Andressa Urach, “Morri Para Viver”, e Rafael (P)Ilha, “As Pedras do Meu Caminho”... Esta escrita por ninguém menos que Sônia Caixão, quer dizer, Sônia Abrão...  Melancia precisava fazer seu costumeiro teste das instalações sanitárias do terminal... Devido ao fato de estarmos em um final de semana prolongado, a rodoviária estava completamente lotada... Passando a placa indicativa da inauguração – foi Maluf que fez – os bancos dos mezaninos estavam todos ocupados um pouco antes dos internautas chegarem... Mais adiante, os grandes saguões onde se localizam as bilheterias abrigavam imensas filas... Inclusive os das empresas que operam linhas para o Rio de Janeiro, reunidas lado a lado, herança dos tempos da antiga Ponte Rodoviária... Menos no caso da Kaissara – antiga Itapemirim, cuja entrada na rota motivou a criação da Ponte na década de 1980 – que tem as passagens mais baratas, mas poucos horários na madrugada, com todos os lugares vendidos com antecedência... Nossos companheiros de web adquiriram seus bilhetes por antecipação, na quarta-feira, mas no guichê do Expresso Brasileiro... A passagem é encabeçada pelo endereço da empresa, em Mogi-Guaçu, um indicativo de que a empresa foi comprada pelo grurpo da Cristália, Nasser e Santa Cruz... A empresa oferece uma série de carros extras, por isso a fila maior que a do guichê do Expresso do Sul, nome pelo qual a Cometa passou a oferecer a viagem para o Rio de Janeiro depois de ser adquirida pelo grupo da 1001...  Essa os internautas encararam na volta, mas isso contaremos mais adiante... Retornando ao mezanino, perto da meia-noite não havia mais fila para os banheiros... Gratuitos e reformados, como constatou Chico, que sempre vai no reservado, não só por lembrar ônibus recolhendo para a garagem, mas  também para não ficar inibido nos mictórios... Vai que estão gravando aquela câmera escondida em que o Ivo Holanda observa a micção do pessoal... Feito o serviço, é preciso descer até o térreo para embarcar na plataforma 77... Habitualmente usada para desembarque, estava escalada para as partidas dos ônibus extras do Expresso Brasileiro... Todos eram Marcopolo G7, porém alguns eram da Samavisa, ação que Melancia denominou de “PAESE Rodoviário”... No meio da bagunça em que se realizavam os embarques, com carros adiantados e atrasados, o doutor aproveitava para registrar os veículos... Não é sempre que a empresa responsável pela administração do terminal proporciona uma brecha dessas para fotografias, Vanessa Bárbara... Kenji também reparou que na fila do ônibus tinha a companhia de um animado grupo de jovens estadunidenses, negras, loiras, ruivas e asiáticas... Pena que estava com tanto sono que sequer pode exercitar o seu inglês durante a viagem... Na parada no Clube dos 500, em Guaratinguetá, junto com todos os ônibus do Expresso Brasileiro que saíram de São Paulo entre 23h55 e 00h55, nossos colegas de rede fizeram duas constatações estarrecedoras... Ainda existem torcedores do Guarani de Campinas... E o folheto da Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos ainda anunciava o show de Cristiano Araújo...

























Na muvuca do sábado de manhã na Novo Rio foi difícil o doutor Kenji encontrar um mapa...


























































A Rodoviária Novo Rio já é cinquentinha... Inagurada no quarto centenário do Rio de Janeiro, em 1965, ela passou na última década por uma reforma que tentou deixa-la mais prática para o embarque e desembarque de passageiros, embora ela continue a parecer acanhada aos usuários... A localização é razoável para os ônibus rodoviários, na Zona Portuária, entre o demolido Elevado da Perimetral e a Avenida Brasil (Oi, Oi, Oi... Oi, Oi, Oi...), a principal via de acesso à capital fluminense... Para o passageiro, porém... Feita em uma época anterior a implantação do Metrô, a rodoviária não conta com nenhuma estação nas proximidades... Há apenas um terminal de ônibus urbano, chamado Padre Henrique Otte, cuja cobertura lembra mais a de uma antiga fábrica... Assim, é muito comum os usuários do terminal comparecem de carro ou de táxi, o que transforma a Avenida Francisco Bicalho e a Via Binário do Porto num casos rodoviário... Dentro da rodoviária, a situação é a mesma... Ao passar pela porta da plataforma, os internautas mal conseguem se locomover no saguão lotado na manhã do sábado... Conseguir um mapa da cidade também é uma tarefa complicada... Com dificuldade, Kenji se locomove no meio da multidão, tentando encontrar o estande de informações... Que fica escondido embaixo de uma escada, atrás dos guichês das empresas de táxi... Conseguido o mapa, Melancia lembra que é preciso comprar a passagem de volta... Lentamente os internautas chegam até a escada rolante para o mezanino, onde estão as bilheterias... Mesmo depois da subida, é preciso subir uma rampa para chegar aos guichês... Um espaço amplo, porém um pouco claustrofóbico devido ao pé-direito baixo... Mais uma vez a Kaissara oferece uma combinação de poucos horários e baixa disponibilidade de lugares para o feriado de 7 de setembro... Entre as filas do Expresso Brasileiro e do Expresso do Sul, Kenji opta pela menor delas, a do Expresso do Sul... Chico pede uma passagem para segunda-feira, às 22h20, impressionado com a jovialidade da bilheteira que, vestida de rodomoça da Cometa,  aparentava ter uns 35 anos... O doutor, no entanto, reparou que ela era bem mais velha, mas quem disse que o Melancia liga para esses detalhes???... Comprada sua passagem, a preocupação agora era tomar um cafezinho... Descida a rampa, Chico avistou uma lanchonete e combinou com o Kenji que ia adquirir seu café, se o preço não fosse muito abusivo, enquanto o doutor procurava uma mesa para sentarem...  Conseguiram cumprir as duas tarefas... O cafezinho custou R$ 2,50, porém era bem fraquinho, preparação tipicamente carioca... Colocando açúcar à maneira do Chapolin, Melancia conseguiu tomar sua xícara, apesar de ter mais café no pires... Mas esse ele não tomaria, nem que ele fosse um gato... Tomado o café, depois de uma rápida olha da plataforma vista do andar superior da rodoviária, os internautas saíram para tomar um táxi... Escapando dos motoristas que ofereciam seus serviços... Diz a lenda que Silvio Santos, ao ouvir o preço sugerido para uma corrida até a Lapa, imediatamente disse ao taxista... “Vou mijar!!!”... E foi embora para o ponto oficial com mais um bordão criado para seus programas... Se é que o Silvio viaja de ônibus...

























Bagunça enfrentada pelos internautas na Novo Rio se repetiu na chegada para à viagem de volta na segunda...


























































O retorno à Rodoviária Novo Rio para a viagem de volta não foi fácil... Os internautas tiveram que esperar pacientemente dentro do táxi na congestionada Avenida Francisco Bicalho... O Doutor Kenji queria comprar um jornal carioca para levar de recordação, o que levou nossos colegas de rede novamente ao mezanino do terminal... Completamente lotado, especialmente junto às estações de tomadas para carregar celulares... Também havia muita gente na praça de alimentação e em frente à revistaria, também da Buk’s... Que não vende o jornal “Meia Hora”... O doutor teve de levar o “Extra”... Comprado o jornal, nossos companheiros de web desceram até a entrada da plataforma 63... Difícil de encontrar, apesar da empresa que administra o terminal ser a mesma de São Paulo... Uma vez achada, ainda há tempo do Melancia invejar o casal que se beija apaixonadamente  na plataforma do lado... A saída do ônibus da Expresso do Sul – também um G7 – acontece 22h25, cinco minutos depois da hora marcada na passagem... Duas horas depois, acontece a parada, em Itatiaia... Lugar mítico, em que foram fotografados muitos GM Coach, Morubixaba, Turbo-Jumbo, Dinossauros e Flechas da Cometa nos tempos em que a empresa dos Maschioli era administrada por João Havelange... Época em que Jerry Lewis estava no apogeu... Hoje, contracena com Leandro Hassum em “Até que a sorte nos separe 2”... Filme em que Chico se apetece com Camila Morgado e sua cara de morta-viva... Melhor, só o espetinho de frango e o enroladinho de salsicha servidos no posto... Atrás...  A chegada no Terminal Rodoviário Tietê acontece às 4 horas da manhã de terça-feira, 8 de setembro, vinte minutos antes do previsto... Embora o Metrô já estivesse em funcionamento, as plataformas estavam completamente vazia... Bem como os saguões das bilheterias e os mezaninos... Razão para se fazer mais fotos do terminal vazio, até porque o pessoal da administração também parece ter desaparecido... De imediato vem a lembrança da antiga estação rodoviária de São Paulo, na Praça Júlio Prestes... Na internet costumam ser compartilhadas fotos em que as pastilhas nas paredes – iguais às do prédio da “Folha de S.Paulo”, uma vez que são edifícios feitos pelos mesmos construtores – e a cobertura de acrílico colorido despertam nostalgia... Ao mesmo tempo em que ocultam a falta de funcionalidade do antigo terminal... E pensar que o governador Maluf chegou a entregar a coordenação das obras da rodoviária do Tietê a um dos homens que ergueu a construção na Júlio Prestes... O qual simplesmente começou a quebrar as plataformas que os ônibus estacionavam a 45 graus, apenas pelo fato de considerar que o sistema de “sua” rodoviária, onde os veículos estacionavam um atrás do outro, era mais prático... E não era, tanto que Maluf o demitiu antes da inauguração do prédio na estação Tietê do Metrô em 1982, Vanessa Bárbara... Mais de trinta anos depois, o grande terminal em concreto aparente, de pé-direito alto e com portas separando o saguão do térreo das plataformas, ainda dá conta do recado... Só o fato de se poder pegar um táxi dentro da própria rodoviária, mesmo que o fiscal não esteja por perto, demonstra que o local cumpre sua missão...



























Não foi fácil,  vide carregador cochilando, mas nossos colegas de rede chegaram no Tietê terça de madrugada... 

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