quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Todas as Copas (1934): Itália Fascista Entra Duro na Tcheca...

Apesar de toda a torcida amiga, gol de Leônidas não impediu a desclassificação brasileira em seu primeiro jogo...










































(Ou como está escrito naquela faixa da torcida do Celtic, "Follow Your Leader"...) A Copa do Mundo de 1934 aconteceu na Itália... Que na época era uma monarquia, com a chefia do Estado cabendo ao Rei Vitor Emanuel II... E a chefia do governo, que é o mais importante, a cargo de Benito Mussolini... Um ex-socialista que se tornara a principal liderança do fascismo... Ao trazer o segundo Mundial para o país que comandava, Mussolini não exigia menos do que o título ao presidente da federação italiana, general Giorgio Vaccaro (membro do partido fascista e muito ligado a Lazio, vide bandeirões em Roma...), do técnico Vittorio Pozzo (que se intitulava "O General", Assaf...) e dos jogadores da seleção italiana... A Suécia tentou sediar o Mundial, mas desistiu alegando problemas financeiros... A dificuldade de deslocamento por navio que tanto restringiu a participação dos europeus na Copa de 1930 serviu de justificativa para os campeões uruguaios não comparecerem a competição de 1934... Se houvesse uma linha de ônibus direto para a Itália, quem sabe, internauta Chico Melancia, eles estariam no torneio... O primeiro em que houve disputa de Eliminatórias... Até mesmo a anfitriã Itália teve que garantir sua vaga vencendo a Grécia por 4 a 0... O Brasil não precisou jogar, pois o Peru desistiu... Melhor assim, já que a situação do futebol brasileiro era caótica... Novas... A crise econômica de 1929 tinha levado a lona os clubes tradicionais de elite... Que sustentavam o amadorismo, apesar de fazerem pagamentos por debaixo do pano aos atletas... Ao mesmo tempo, com o advento do fascismo na Itália, o calcio havia se profissionalizado, e começou a atrair descendentes de italianos para jogar na Europa... Aqueles que eram chamados de “oriundi”, PVC... A começar pelo Uruguai e Argentina, que profissionalizaram seu futebol primeiro... E começaram por sua vez a atrair jogadores brasileiros... Finalmente, o profissionalismo foi implantado no Brasil, em 1933... Só que a entidade filiada à Fifa era a CBD, amadora, enquanto o regime profissional estava a cargo da FBF, Gil Ferreira... Para que o Brasil pudesse jogar a Copa do Mundo, a CBD foi obrigada a pagar para os jogadores profissionais atuarem por uma seleção amadora... Que coisa, não... A maioria desses atletas foram alocados no Foguinho... Segundo consta, os argentinos tiveram um problema similar... E também foram ajudados pela desistência do Chile nas Eliminatórias... Os brasileiros viajaram para o país da bota com uma recomendação expressa do presidente Getúlio Vargas – muito antes do Estado Novo – de que fizessem bonito em um país que se renovava com o fascismo... Ops!!!...  













Seleção do Egito foi a primeira equipe de uma nação africana a fazer aquilo tudo... SEM PARAR MEU AMOR na Copa...










































Compareceram 16 seleções – 12 europeias – que se enfrentaram no sistema de eliminatória simples, mais conhecido como mata-mata, do jeito que Olavo Gosta... Sem os ingleses, “inventores” do esporte, as oitavas-de-final confirmaram o domínio que os países do Mediterrâneo e da Europa Central exerciam na época, vide “A História do Futebol – Um Jogo Mágico”... A anfitriã Itália, reforçada com argentinos naturalizados – e na reserva, o brasileiro e ex-corinthiano Filó, que jogava na “BraziLazio” e era conhecido pelo sobrenome materno, Guarisi – venceu os Estados Unidos - que se classificaram para a Copa três dias antes do torneio, pois não havia disputado as Eliminatórias - por 7 a 1, em Roma... A Áustria, que seria chamada de “Wunderteam”, venceu a França por 3 a 2 na prorrogação, depois de empatar em 1 a 1 no tempo normal... Sendo que o autor do primeiro gol da equipe de Hugo Meisl em Turim foi Matias Sindelar, o popular “Homem de Papel”... Mas olha o pezinho... A Tchecoslováquia virou o jogo com a Romênia e venceu por 2 a 1 em Trieste... O gol da vitória foi marcado por Nejedly, que seria o artilheiro da Copa... A Hungria venceu por 4 a 2 o Egito, considerada a primeira seleção africana a participar de uma Copa do Mundo... Não pelo internauta Pedro Henrique... Primeiro, o Egito era um protetorado inglês na época – e se classificou para o Mundial vencendo outra nação nas mesmas condições - a Palestina... Segundo, eles nem fazem parte da África... Tampouco o Marrocos, que jogou a Copa de 1970... Ou seja, o primeiro país africano a jogar numa Copa foi o Zaire, em 1974... Pelo critério do Pedrinho, evidentemente... Que nem leva em conta o gol anulado de Fawzi, que seria o terceiro do Egito (e do jogador também...), quando os húngaros venciam por 3 a 2 em Nápoles... A Suiça fez 3 a 2 na Holanda, com dois gols de Kielholz, que seguia o exemplo do Mestre e jogava de óculos... A Suécia eliminou a Argentina vencendo por 3 a 2 em Bolonha... A Alemanha, já nazista, fez 5 a 2 na Bélgica em Florença... E o Brasil... Esgotado pela viagem de navio, o time do técnico Luis Vinhais viu a Espanha fazer 3 a 0 em 28 minutos de bola rolando em Gênova, onde nasceu... Cristóvão Colombo... Gols de Iaragorri - de pênalti - e dois de Langara... Leônidas da Silva descontaria na etapa final (9/2o), mas os brasileiros ficaram por aí no que seria a pior campanha do país em Copas do Mundo... E o Bambi (naquele tempo ainda da Floresta) Valdemar de Brito perde um pênalti, Ricardo Zamora... O internauta Pedro Henrique prefere se lembrar dele como o descobridor do Edson, entende???... João Saldanha estava na França e tentou ver essa partida, mas não ficou sabendo da data do jogo porque o jornal francês que consultou – “L’ Auto” – só falava em automobilismo e ciclismo... Quando conseguiu comparecer na Itália, os jornais locais já anunciavam, bem ao lado das fotos de Mussolini, o jogo “da equipe fascista conta o time comunista da Espanha republicana”... Ops!!!... 













E se Giuseppe Meazza desmaiou contra a seleção espanhola, imagine quando encarar a tcheca... Ops!!!...










































A Itália precisou de duas partidas para vencer os espanhóis em Florença, pelas quartas-de-final... No primeiro jogo, empate em 1 a 1, no tempo normal e na prorrogação... Como não havia decisão por pênaltis, foi marcado um novo jogo... Vencido pela “Azzurra” por 1 a 0, gol de Giuseppe Meazza, no qual Zamora foi literalmente empurrado com bola e tudo para dentro das redes... Os adversários dos italianos seriam os austríacos, que fizeram 2 a 1 na Hungria, em Bolonha... A outra semifinal reuniu a Alemanha, que venceu a Suécia por 2 a 1 em Milão, e a Tchecoslováquia, que fez 3 a 2 na Suiça... Com Nejedly (37/2o) desempatando o jogo.. A Itália conseguiu uma vitória simples sobre a Áustria, gol de Guaita, em Milão... A Tchecoslováquia venceu a Alemanha por 3 a 1, com o implacável Nejedly fazendo três gols em Roma... Alemães e austríacos fizeram a primeira decisão do terceiro lugar da história das Copas... O time tedesco venceu por 3 a 2 o país que anexaria quatro anos depois... Que teve de jogar com camisas do Nápoli... O Estádio do Partido Nacional Fascista, em Roma, foi o cenário da decisão entre Itália e Tchecoslováquia... Inclusive com a torcida de Mussolini... Os tchecos abriram o placar com Puc (31/2o)... O argentino Raimondo Orsi (36/2o) empatou... Na prorrogação, Schiavo marcou o gol do título... Não era hábito dos capitães da equipe erguerem a taça, mas se fosse, o gesto caberia a um goleiro, seja qual fosse o vencedor... Ou Giampero Combi, da Itália, ou Frantizek Planicka, da Tchecoslováquia... 














Enquanto Vittorio Pozzo era carregado pelos campeões, torcerdor italiano se empolgou e segurou no mastro... Ops de novo!!!..

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