quarta-feira, 20 de maio de 2020

Viva é Dez (II): Com Chico Anysio, “Escolinha” vai pras cabeças... Ops!!!...

"Escolinha do Professor Raimundo" não foi primeiro programa com Chico Anysio no Viva - primazia é de "Chico Total"...































































A “Escolinha do Professor Raimundo” é o programa humorístico de Chico Anysio que alcançou o maior êxito no canal Viva, porém não foi o primeiro a ser exibido na emissora da Globosat... A primazia coube, no dia 22 de maio de 2010, a “Chico Total”, produzido em 1996, e que chegou a figurar entre os cinco programas de maior audiência do canal em julho de 2010, dois meses após sua inauguração... Vale lembrar que nessa época Chico ainda estava na ativa, participando do “Zorra Total” com seu personagem Bento Carneiro, O Vampiro Brasileiro... A “Escolinha” estreou apenas em 4 de outubro de 2010, quando o Viva acabou com a exibição diária do “Sai de Baixo” às 21 horas – supostamente porque roubava audiência da Globo – e colocou atrações variadas no horário, precedidas pelas aulas do professor Raimundo...  No primeiro programa, produzido em 1990, Mundico - apelido dado por Dona Flor (Aldine Muller), recebeu em sua sala a família do índio Supapau Açu (Jaime Filho) - um dos membros era interpretado por Alexandre Frota, o próprio - e falou o bordão "E o salário, ó..." depois de perguntar a Dona Cacilda (Cláudia Jimenez) quantos eram os homens de Átila e a aluna do "Beijinho, beijinho, pau, pau" dizer que nem sabia que ele era gay, para espanto do Seu Peru (Orlando Drummond)...  A faixa de programação até ganhou um nome próprio, “Viva Rindo”... A escolha do programa se deveu também ao fato dele ter sido exibido diariamente entre 1990 e 1995 – e depois entre março e dezembro de 2001 – o que proporcionava nada menos que 1.504 episódios para preencher a grade durante vários anos sem repetições, ou quase... A atração, criada por Haroldo Barbosa na Rádio Mayrink Veiga do Rio de Janeiro em 1952, com Chico no papel de professor, e levado para a televisão em 1957, na TV Rio, dentro do programa “Noites Cariocas”, era desde 1988 um dos quadros do programa “Chico Anysio Show”... Que saiu do ar em meados de 1990, quando a Globo decidiu suprimir a linha de shows pós-novela das oito e colocar minisséries e a novela “Araponga” para enfrentar a concorrência de “Pantanal” e “Ana Raio e Zé Trovão”, na Manchete... A “Escolinha”, porém, sobreviveu e foi deslocada para as noites de sábado, a partir de 4 de agosto... Em 29 de outubro, a exibição tornou-se diária, de segunda a sexta-feira, às 17h30... Essa é a fase mostrada pelo Viva... De sorte que Chico estava vivo para autorizar a exibição... Caso ela tivesse sido programada depois que saiu de cena, em março de 2012, poderia ficar emperrada em meio à disputa pela herança do humorista...  Se bem que... Todo o patrimônio artístico de Chico hoje está nas mãos de seu filho adotivo, André Lucas...  Que Paulo Cintura considera mais talentoso que Bruno Mazzeo, um de seus filhos de fato, mas, enfim...  Em dez anos de existência, o Viva mostrou todas as temporadas da “Escolinha do Professor Raimundo”  - a última delas, apresentada pela Globo em 2001, em 2017, quando começou um novo ciclo de exibição... Da sua maneira, pulando episódios – calcula-se que o Viva tenha mostrado 1104 dos 1305 programas gravados entre 1990 e 1995, ou seja, só nessa fase existem 201 programas inéditos no canal da Globosat...  Então é por isso que em meio às reapresentações, eventualmente aparece algum episódio “inédito”... A maioria compilações exibidas no início de ano, programas de sábado com duração maior que os episódios vespertinos ou especiais de Natal e Ano Novo  - por exemplo, o programa de 1992 em que o amigo oculto revelou a paixão de Aldemar Vigário (Lúcio Mauro Barbalho) por Galeão Cumbica (Rony Cócegas)... Ops!!!...  A exibição inclui os episódios exibidos aos sábados, sem distinção... Foi exatamente nesse dia da semana que começou a vida da “Escolinha” como programa autônomo, em 1990... Vide abertura que destacava a presença de Sérgio Mallandro, que interpretava a si mesmo, como um dos alunos... Que ficou dois anos e meio no ar, bem mais que a passagem de Sérgio pela atração, o que levou a vinheta a ser editada...  O time original de alunos contava também com Aldemar Vigário, Baltazar da Rocha (Walter D’Ávila), Dona Bela (Zezé Macedo), Bertoldo Brecha (Mário Tupinambá), Bicalho (Antônio Pedro Borges), Boneco (Lug de Paula), Cacilda, Cândida (Stella Freitas),  Eustáquio (Grande Otelo), Geraldo (Castrinho), João Bacurinho (Olney Cazarré), Joselino Barbacena (Antônio Carlos Pires), Marina da Glória (Tássia Camargo), Ptolomeu (Nizo Neto), Rolando Lero (Rogério Cardoso), Samuel Blaustein (Marcos Plonka), Sandroval Quaresma (Brandão Filho), Seu Peru (Orlando Drummond), Supapau Açu e Zé Bonitinho (Jorge Loredo)...  Cabe lembrar que o Zé Bonitinho de Loredo não era exatamente um aluno regular, ao contrário da versão defendida com maestria por Mateus Solano na “Escolinha Nova Geração”, mas sempre comparecia nos esquetes do primeiro bloco do programa, ambientados em outras dependências da escola...  Onde circulava entre os colegas docentes de Raimundo – Aldine Muller, Nick Nicola, Sandra Pêra – os funcionários – Lupe Giglioti, Milton Carneiro, Regina Chaves – e o diretor – Luis Delfino... Vide envelope com o pagamento, que nunca dava para pagar o Torquato... Novos personagens foram entrando até o final do ano, quando o programa se tornou diário – Agnaldo Peixoto (Ruban Barra), Amparito Pera (Nélia Paula), Armando Volta (David Pinheiro) - irmão de Rolando Lero, que em suas primeiras participações usava terno, só depois passando a trabalhar forte nas camisas floridas -  Catifunda (Zilda Cardoso), Célia Caridosa de Melo (Nádia Maria), Dona Clara (Nélia Paula), Flora Própolis (Márcia Brito), Galeão Cumbica, Manuela D’Além Mar (Berta Loran), Maria Bonita (Nádia Maria), Mazarito (Costinha), Nerso da Capetinga (Pedro Bismarck)... Notem que quando um personagem não agradava, o ator partia para outro tipo... Entre tantos novos alunos, muitos deles nomes consagrados, também começou a comparecer a sala de aula um professor de ginástica que Chico acreditava ter potencial humorístico – Paulo Cintura...  De fato, ele durou um pouco mais do que Agnaldo Peixoto – “Ainda vou cantar no rádio” – vivido pelo produtor musical Ruban Barra... 































Aulas do Mundico começaram em 4 de outubro de 2010 e dez anos depois ainda há 201 programas inéditos no Viva...





























































Em 1991, lá estava Paulo Cintura malhando em plena sala de aula, repetindo seu bordão “Saúde é o que interessa, o resto não tem pressa” e fazendo propaganda da candidatura de Brasília aos Jogos Olímpicos de 2000... Nessa temporada estrearam Capilé Sorriso (Tim Rescala), Gaudêncio (Ivon Curi), João Canabrava (Tom Cavalcante) – sóbrio!!! – Milha e Baunilha (Paulette e Dhu Moraes) – “Olha o arrastão!!! É o bicho, é o bicho!!!”, Salim Muchiba (João Elias), Sócrates e Patropi (Orival Pessini) - um personagem se despediu numa sexta-feira, o outro estreou no sábado...  Outros personagens deixaram a escola, como João Bacurinho – saída de cena de Olney Cazarré –  Nérso da Capetinga – divergências de Pedro Bismarck com Chico, que também deixaram Justo Veríssimo sem primeira-dama em “Estados Anysios de Chico City” – e Célia Caridosa de Melo... Cuja despedida aconteceu exatamente quando sua inspiração no mundo real, a ex-ministra da economia Zélia Cardoso de Mello, compareceu na “Escolinha”... Então é por isso que tempos depois, Bertoldo Brecha, quando Chico e Zélia se associaram, adaptou um de seus bordões, "Ele não conhece a velha!!!" (também transformado em marchinha de Carnaval, em 1992...), convertido em “Ele não conhece a Zélia!!!”...  Nesse ano aconteceu também a participação especial dos Trapalhões, vide 25 anos do grupo, que por ter sido em um programa regular, foi exibida pelo Viva... Ao contrário da aula especial em que atores das novelas globais encarnaram os alunos, conhecido como “Escolão” -  exibido na maratona de 25 anos e que teve apenas alguns trechos mostrados em “Os Trapalhões”... De onde vocês acham que Bruno Mazzeo e Marcius Melhem tiraram a ideia de chamar Evandro Mesquita para fazer o Armando Volta???...  Ao verem o Ney Preguiça de Ney Latorraca, também perceberam que não era uma boa resgatar o Paulo Cintura...  Ops!!!... Em 1992, Capilé - que no ano anterior apareceu em um quadro como primo do Seu Bicalho - conhecido por rir muito de suas piadas pouco engraçadas, seria promovido a professor de música, ministrando várias aulas nos primeiros blocos do programa... Em compensação, Dona Flor foi rebaixada de professora a aluna, mas sempre com a proteção do diretor... Atanagildo, que era inspetor de alunos, torna-se assistente do professor, numa sábia decisão, digo... Ingressaram na classe Batista (Eliezer Mota), Bebeto (Eri Johnson), Bil Bebes (Geraldo Alves), Brasilino Roxo (Benvindo Siqueira),Capitulina Novela (Cláudia Mauro), Celso Piquete (Antônio Pedro Borges), Dona Cora (Nélia Paula),  Doroféia Ienéck (Nádia Maria), Eugênio Leonardo (César Macedo),  Gardênia Alves (Fafy Siqueira, acompanhada do segurança Paquito, vivido por Ted Boy Marino, o próprio...), Mandala (Marina Miranda), Márcia Suplício (Nádia Maria), Maria Jacinto Pena (Rosane Gofman), Seu José dos Campos (Jaime Filho) e Seu Tomé (Castrinho)... Batista desbancou rapidamente Armando Volta e Rolando Lero do posto de maior puxa-saco do professor... Mandala, sempre pronta a denunciar o racismo, destruía as certezas do professor sobre o Brasil ser uma democracia racial... Além do "cosplay" de Gil Gomes, que sempre tinha um apelido para os colegas de classe, Geraldo Alves trabalhava forte com suas imitações na primeira parte da atração, inclusive as de Gugu Liberato e Chaves – este em dois programas, afora citações durante as aulas, Ptolomeu, confirmando que Chico era fã de Chespirito...  O sindicalista Celso Piquete servia de pretexto para Chico dar suas alfinetadas sobre os posicionamentos políticos de Antônio Pedro Borges... Capitulina Novela surgiu como “fan service”, sempre que ouvia o nome de Tarcísio Meira, arrancava a roupa e desfilava sua lingerie da De Millus ®... Rotina cômica considerada imprópria para o horário vespertino, o que fez a personagem ser renomeada como Capitu, tornando-se a apagadora oficial da lousa e substituindo Marina da Glória como alvo dos pitacos de Ptolomeu – e Nizo Neto exercitava a arte da piada interna com a própria “sócia”, Márcia Brito, quer dizer, Flora Própolis...  Maria Jacinto Pena surgiu no vácuo da rivalidade criada entre seu Gaudêncio “macho-cho” e Seu Peru, sempre querendo levar o colega para a irmandade - e levando Baltazar da Rocha às lágrimas... Na turma de 1993, matriculam-se Candinho Cansado (Iran Lima), Dona Babá (Fafy Siqueira), Irina Maura (Cristina Nunes), Magro do Bonfa (André Damasceno), Maninha Marrom (Grace Gianoukas),  Mao Laluno (Castrinho), Maria da Recessão Colares (Nádia Maria) – “Não interessa!!!” - Maurício das Dores (Carvalhinho), Meirinha (Karla Karenina), Pablo Maratona (Júlio Levy) – “Total confiança, total confiança!!!” - Pedro Pedreira (Francisco Milani), Rui Barbosa Sá Silva (José Vasconcelos), Santinha Pureza (Nádia Carvalho) – “Eu gostio!!!” – Seu Aranha (André Lucas) – que começou como bicheiro e em 2001 se tornou policial – Simplício Carneiro (Roberto Roney) - que costumava ser comparado por Chico a sua sobrinha Cininha de Paula, que dirigia o programa - Seu Tabajara da Silva (Paulo Silvino), Zé do Bicho (Nelson Tatá Alexandre)...  Então é por isso que programa ganhou uma nova abertura, em animação, substituindo o retrato de classe da vinheta anterior, já bem desatualizado...  Sem Bil Bebes depois da saída de cena de Geraldo Alves, vitimado por acidente de carro, o primeiro bloco da “Escolinha” – “acabou primeira parte, pula pro subunda” - virou o local das imitações de Roberto Carlos e Cauby Peixoto feitas por Fafy Siqueira e Eliezer Mota, Tom Cavalcante se desdobrando como Xupãozinho e Xopotó - e Bela e Eugênio fazendo "cover" de Sandy e Júnior - as paródias de “Radical Chic” - Radical Choca, em que Zezé Macedo era a protagonista e Tom fazia a apresentadora Maria Pinga, “cosplay” de Maria Paula – e da novela “Mulheres de Aveia” – “Colheres de Aveia”, com Tom Cavalcante se alternando entre Rute e Raquel – as transmissões da rádio PR Raimundo, as edições do “Jornal do Raimundo” – em que Fernando Wellington e Liane Maia escrachavam William Bonner e Fátima Bernardes – esquetes passados na casa do Seu Boneco na região de Caxias e na redação da “Folha do Raimundo”, consultas psiquiatras do Doutor Pirajá... Inicialmente diários, os quadros passaram a ser exibidos aos sábados... Nos moldes da “semi-relação” entre Gaudêncio e Peru surgiu o estranho casal Paulo Cintura e Brasilino Roxo, vide bordão “Senta, Paulinho!!!”... A temporada foi a mais prolífica em piadas internas... A pressão da crítica devido a piadas impróprias para a faixa vespertina fez com que surgisse a famosa lista de alunos que deixariam a escolinha no final do ano... (Numa aula, o professor explicou ao Seu Boneco: “Há uma lista, que será feita uma pesquisa e os dez últimos da lista serão reprovados, passarão para outro professor, um professor que não vai pro ar...  Então os dez últimos darão lugar a dez novos que entrarão... A pesquisa é brasileira, é geral, do Oiapoque ao Chuí... Não, é uma coisa ampla, a gente tem que trabalhar com a maior democracia... Por exemplo, o seu Eugênio, que é uma pessoa que todo mundo gosta, todo mundo gosta tanto que não quer nem ver mais perto”... No dia anterior, Seu Aranha entrou na brincadeira e disse que Apolinho divulgou a lista na Rádio Globo:  sétimo colocado, Mao Laluno, sexto, Armando Volta, quinto, Galeão Cumbica, quarto, Eugênio, terceiro, Salim Muchiba, segundo, Seu Boneco, e em primeiro, Dona Babá... O professor não deixou por menos e falou de rumores de que os dez virariam doze...) Piadas infames eram atribuídas sempre a Mário Tupinambá, o que não raro levava Bertoldo Brecha a ser retirado da sala de aula – Eugênio e Mao Laluno também, por seus chistes infelizes... Francisco Milani passou a ser o alvo de pitacos políticos de Chico durante as participações de Pedro Pedreira... Cristina Nunes, por ser filha de Max Nunes... As histórias de Maranguape contadas por Aldemar Vigário sempre evocavam a figura de Dona Júlia em Belém do Pará, terra natal de Lúcio Mauro... Cujos questionamentos políticos, ao serem respondidos pelo professor, deram margem ao bordão “Então é por isso”, inclusive no caso de Jair Biroliro...  Os figurinos extravagantes de Maninha Marrom geravam queixas sobre os gastos excessivos da produção... Com Santinha Pureza dançando a meia canha sempre que manifestava seu gosto por apanhar do “sócio” Valadão Pureza, tornou-se frequente o professor cantar de improviso com seus alunos – sem contar o comparecimento de Tom Jobim, o próprio, reconhecendo o amigo Antônio Pedro e acendendo charuto com Catifunda... A piada final era sempre dele, Baltazar da Rocha, um fenômeno sexual... Na temporada de 1994, entraram Amâncio (João Carlos dos Reis) – um “cover” de Mazzaropi -Andorinha (Agildo Ribeiro), Antero de Camões (Jaime Filho), Antonio Casado (Edu Martini),  Cacique Toco Pequeno (Castrinho), Candinha (Heloísa Perissé), Carlão Aguiar (Fernando Wellington), Carlos Carreta (Roberto Guilherme), Clarinha (Liane Maia),  Dadinha (Sheila Matos) – que já comparecia a algumas aulas para avisar ao “sócio” Candinho do seu trabalho forte com outros homens - Dirceu Borboleta (Emiliano Queiroz), Dona Angélica (Liane Maia), Dona Branca (Dhu Moraes), Dona Bolota (Selma Lopes) – mãe do Seu Boneco, vista anteriormente nos quadros ambientados na região de Caxias - Fátima Ferrari (Débora Fontes), Laércio Guedes (Jaime Filho), Maria Menina (Dhu Moraes), Nuno Mato (Marcelo Caridad),  Olímpio Urbano (Paulo Silvino), Pedro Vaz Calminho (Luiz Carlos Tourinho), Raquel Ainsberg (Berta Loran),Seu Ourinho (Castrinho), Tereza Mercantil da Lavoura de Minas Gerais (Totia Meireles), Toniquinho (Ed Wall), Zé Bento (João Elias), e Zé Modesto (João Neto)...  Também aconteceram os retornos de Célia Caridosa e Nérso da Capitinga... Os quadros do primeiro bloco perderam espaço, com o programa começando em sala de aula... Mesmo em ocasiões especiais, caso do lançamento do clipe da música do Seu Boneco sobre a Copa do Mundo, ou o comparecimento dos tetracampeões Bebeto e Romário...  O fato de Roberto Guilherme ter vindo do extinto programa dos Trapalhões era pretexto para os chistes internos de Chico, assim como a performance de Jaime Filho no papel do português Eça de Camões  - “Volta pro índio!!!”... Dirceu Borboleta era o personagem de “O Bem Amado”, que já tinha frequentado a aula no especial exibido no “Criança Esperança” de 1992, no qual os alunos eram personagens de novelas...  Bem como Andorinha era o tipo que Agildo Ribeiro viveu em “O Planeta dos Homens”... Tereza Mercantil da Lavoura de Minas Gerais era ninguém menos que Totia Meireles, a própria, vide “Terezinha... Uhu!!!”... No ano de 1995 aconteceu o fim da exibição diária, em abril – em seu lugar entrou “Palhação” – e o programa de sábado à noite passou para o domingo à tarde – até agosto, quando o programa chegou ao fim... Houve tempo para Colé fazer o Waldemar Motta, Regina Chaves passar de secretária a aluna com a Dona Sinésia, Fafy Siqueira fazer Humberto Carlos, André Matos ser o novo Pedro Bó do Pantaleão, Roberto Roney defender o Bragança e Nádia Maria imitar Luiza Erundina com Lutia Carabina... Em 2001, lá estavam Francisco Milani, Rogério Cardoso e Orlando Drummond defendendo Pedro Pedreira, Rolando Lero e Seu Peru... Acompanhados de novos colegas de classe, André Mattos,  Heloísa Perissé e Maurício Manfrini, ou melhor, Seu Fininho, Tati e Paulinho Gogó... Também estavam lá Glória Portela, Marcelo Caridad e João Cláudio Moreno, como Darcy, Tarik Adula e Seu Tiquinho... Não podemos nos esquecer de Alcione Mazzeo, mãe de Bruno, que voltou a ser a Maria Angélica, “crush” do Bozó, agora interessada em fazer Seu Peru leva-la para sua vida...  Encerrada a temporada, que seria a última do programa, Chico Anysio voltou a vestir o guarda-pó do professor Raimundo nos especiais “Chico e Amigos”, de 2009 e 2011, onde contracenou consigo mesmo, numa classe composta por seus respectivos personagens...  Chico saiu de cena em 2012, e no final daquele ano, Carlos Henrique Schroder assumiu... A direção geral da Globo, com grande interesse em reformular a programação da emissora...  Inclusive no humor, onde Marcius Melhem se associou a Marcelo Adnet para criar o “Tem Que Dar”, que estreou em 2014... Dando ao Pedrão de “Os Caras de Pau” – que saiu do ar logo após a entrada de Schroder, em 2013 – um poder quase absoluto sobre os programas humorísticos da casa... Exercitado com a transformação do “Zorra Total” em “Zorra”, em 2015, e um projeto inicialmente concebido para o canal Viva, em parceria com Bruno Mazzeo – um “remake” da “Escolinha do Professor Raimundo”... Que estreou em 23 de novembro de 2015, com Mazzeo, que foi redator da “Escolinha” de 1990, no papel de professor Raimundo, originalmente a cargo de seu pai, Chico Anysio  - Melhem ocupou o posto de outro filho de Chico, Lug de Paula, como Seu Boneco... Por se tratar a princípio de uma homenagem, os personagens foram atribuídos a novos atores, cômicos ou não, que trabalharam forte no estudo dos tipos para interpretação... Algo não tão evidente no caso de Rodrigo Santanna fazendo o Batista, mas muito claro no que diz respeito a Marcos Caruso e Seu Peru, além de Mateus Solano e Zé Bonitinho... O que pode ter desagradado Paulo Cintura, mas garantiu uma boa receptividade do público... Tanto que a temporada de cinco episódios do Viva – acrescida de mais dois inéditos – estreou na Globo no dia 13 de dezembro daquele mesmo ano, aos domingos... A partir de então, convencionou-se estrear as temporadas primeiro no canal da Globosat – em setembro de 2016, agosto de 2017, setembro de 2018 e julho de 2019 – para posterior apresentação em televisão aberta – em outubro de 2016, novembro de 2017, novembro de 2018 e julho de 2019... Sendo que em maio do ano passado o Viva começou a pautar um “esquenta” com a exibição das temporadas anteriores precedendo a estreia dos novos episódios – que mudou o horário de “Os Trapalhões” das 20 para as 19 horas, assim permanecendo até o programa sair do ar – e em dezembro a Globo criou vergonha na cara e tirou a reprise de “Sai de Baixo” nos sábados, substituindo-a pela nova fase da “Escolinha”... Que deveria dar lugar ao “Toma Lá Dá Cá” no último dia 9 de maio, porém a emissora, em cima da hora, decidiu, ressuscitar a “Sessão de Sábado”... Em 2017, Melhem tentou repetir a fórmula da nova geração da “Escolinha” com “Os Trapalhões” – “remake” feito por novos atores, com previsão de três temporadas – que foi bem aceito na passagem pelo Viva, em julho, mas fracassou miseravelmente na exibição da Globo, aos domingos, entre setembro e novembro... Colocar os novatos, mesmo com gente ligada ao humor, como Lucas Veloso e Gui Santana, contracenando com os próprios Renato Aragão e Dedé Santana, muitas vezes reeditando quadros do programa clássico, trouxe a eles uma desvantagem enorme para encarar o público de televisão aberta, entre os quais há muitos fãs não militantes dos Trapalhões, menos fanáticos, mas igualmente passionais...  Tanto que um dos dez episódios da primeira temporada, reservado para exibição na Globo, permanece inédito até hoje e a produção de mais duas temporadas - foi cancelada... Assim, ficamos sem as novas versões do "trapaclipe" de "Terezinha" e dos quadros do Ananias e do Véio...  Em março deste ano, Melhem foi absolvido pelo Comitê de Ética da Globo da acusação de assédio moral e plágio feita por Dani Calabresa, publicada em dezembro no jornal “O Dia” e que envolvia também as atrizes Maria Clara Gueiros e Renata Castro Barbosa – que negaram de imediato o assédio...  Ao mesmo tempo, o ator deixou a liderança dos projetos de humor da emissora, alegando motivos pessoais - a cirurgia de uma filha nos Estados Unidos - e pediu uma licença de quatro meses... O “Fora de Hora”, programa para o qual Dani chegou a ser escalada para a apresentação, mas desistiu por divergências com Melhem na fase de elaboração do projeto, saiu do ar devido a pandemia de covid-19, que limitou as gravações nos Estúdios Globo...























Programa "Chico City" mostrado em 2016 resgatou participação de Rogério Cardoso como versão brasileira do Grande Gazoo...































































O sucesso da “Escolinha do Professor Raimundo” e de seu “remake” contrasta com a trajetória discreta de outros programas de Chico Anysio no Viva... “Chico Total” foi o primeiro, mas por ter sido produzido numa única temporada, em 1996 – no início do ano seguinte, Chico sofreu um acidente na piscina de sua casa, onde fraturou o maxilar e ficou com paralisia facial, afastando-se da Globo por dois anos – a atração saturou muito depressa e saiu do ar em 2016... Sendo que quatro programas dos 51 exibidos originalmente permanecem inéditos no canal... “Chico Total” foi resgatado este mês, numa das “Maratonas de Humor” aos domingos, em comemoração aos dez anos do Viva... Que também pautou outros humorísticos que tiveram vida curta no canal, como "TV Pirata" e "Casseta e Planeta Urgente"...  Em um esquema não muito diferente da homenagem a Zacarias, em março – uma seleção aleatória de programas... Na qual se nota o “stand-up” com que Chico sempre abria os trabalhos – com textos inéditos, #sqn, como aquele em que relata seu nascimento - e os esquetes distribuídos nos blocos “Vapt-Vupt”, “Chico City”, “Chico Anysio Show”, “O Mundo é das Mulheres” , “Boteco do Fumaça” e “Café Bola Branca” – esse pula, Bruno Mazzeo... O elenco contava com veteranos – Jorge Cherques, Milton Carneiro, Orlando Drummond – e novatos – Alexandra Richter, Heloísa Perissé, Mônica Martelli... Ah, sim, Ingrid Guimarães também, como atestam as incontáveis reprises de “Viver do Riso” aos sábados... O retorno de Chico à Globo aconteceu em 1999, com a exibição de 16 dos 25 episódios gravados de “O Belo e as Feras” – que o Viva apresentou uma única vez, em 2013... Também em uma temporada de 16 episódios, mas mostrando alguns programas inéditos na Globo...  Em julho de 2016, entrou no ar nas noites de quarta-feira o “Zorra Total”, que em 1999 e 2000 contou com o retorno da “Escolinha do Professor Raimundo”, com personagens da  versão anterior – Dona Bela, Nérso da Capetinga, Seu Peru – e novos – Dona Neném, Rosinha, Teresuda, a cargo de Heloísa Perissé, Viviane Araújo e Elaine Mickely... Era preciso trabalhar forte no “fan service” porque esse era um dos atrativos da “Escolinha do Barulho”, que estreou na Record com parte do elenco da atração global...  O “Zorra Total” era um “programa ônibus”, dirigido por Maurício Sherman, destinado a atropelar a dobradinha “Programa do Ratinho-Ô Coitado” nas noites de quinta-feira em  março de 1999... O ônibus vinha lotado – com Agildo Ribeiro, Cláudia Gimenez, Denise Fraga, Renato Aragão, entre outros – e até com passageiros que ficaram de fora – Dercy Gonçalves...  O veículo só encontrou seu caminho quanto foi transferido para os sábados globais, em maio daquele mesmo ano, onde permanece até hoje, agora com o nome de “Zorra”, embora pareça com o “Porta dos Fundos”, Marcius Melhem, digo... Além da “Escolinha”, Chico compareceu no “Zorra Total” com Alberto Roberto, Azambuja e o motorista Frota Passos Dias Aguiar – esse pula, também... Em janeiro do ano passado, o Viva começou a exibir o “Zorra Total” diariamente, no período da tarde – o horário noturno foi reservado para os programas de 2012 em diante - e a exibição, parada nos episódios do ano 2000, finalmente avançou, estando atualmente no final da temporada de 2008... Antes portanto do retorno de Chico, com Alberto Roberto, Bento Carneiro e Justo Veríssimo, acontecido em 2009...  No mês de setembro, o Viva mostrou sete episódios de “Chico City” produzidos pela Globo na década de 1970 – o mais antigo deles, de 1973, foi disponibilizado apenas na internet, por ser gravado em preto-e-branco... Ainda assim, o primeiro programa exibido pelo canal da Globosat, de 1975 – o da nevasca na cidade governada por Walfrido Canavieira, irmão do professor Raimundo, já lançado em DVD – era a atração mais antiga apresentada pelo Viva, inclusive novelas, até o mês passado, quando foi ao ar o primeiro Roberto Carlos Especial, de 1974... O terceiro programa foi o especial em homenagem a Manoel de Nóbrega, de 1977, que acabou sendo o piloto da versão global da “Praça da Alegria”, criada pelo pai de Carlos Alberto de Nóbrega no rádio, em 1956... Quadros exaustivamente reprisados pelo “Vidio Xô” à parte, o programa teve cortada a participação de Ronald Golias como Pacífico... Devido à disponibilidade em arquivo, apenas mais quatro programas foram exibidos – com destaque para o sequestro do Coalhada e a aparição de um marciano que era o Grande Gazoo de “Os Flintstones” encarnado por Rogério Cardoso...   Em 2017, quando se completaram cinco anos da saída de cena de Chico, o Viva trabalhou forte nas homenagens... Em março, reprisou o “Chico City” que homenageou a “Praça da Alegria” – mais uma vez sem o quadro com Ronald Golias – e posteriormente estreou dois programas protagonizados por ele... No mês de abril, entrou no ar “Estados Anysios de Chico City”, de 1991... Ano em que o humorista era o homem forte do humor na Globo, posição análoga a ocupada por Marcius Melhem na última década... “TV Pirata” saiu do ar, a “Escolinha do Professor Raimundo” era apresentada diariamente e Chico ainda era o supervisor de “Os Trapalhões”... A ideia do programa era retomar o “Chico City”, mas com uma proposta mais ambiciosa... Um país independente, local de uma sátira afiada à politica brasileira no governo de Fernando Collor de Mello, vide abertura que o próprio presidente tirava a máscara e se revelava mais um personagem de Chico...  Depois de cinco programas, no entanto, o público não sacou as sacadas políticas e sentiu falta dos personagens clássicos –Justo Veríssimo na presidência do país não era o bastante – e Chico foi obrigado a retomar os esquetes tradicionais – Bozó, Jovem, Santelmo – e criar novos personagens – tipos inesquecíveis como o músico Bonfá, o mendigo João Ninguém da Silva (“Tá pensando que é alguém???”...) e o cantor “country” Kenny Rocha, vide música da vaca... Ops!!!...  Em setembro, o canal começou a exibir o “Chico Anysio Show” de 1988 nos sábados à noite, em que os quadros com os diversos tipos encarnados pelo humorista, inclusive a “Escolinha do Professor Raimundo” eram intercalados por esquetes ambientados nos bastidores do programa... A temporada era promissora, pois devido à saída de Jô Soares para o SBT, Chico trouxe para sua atração o elenco do “Viva o Gordo”, o que incluía Brandão Filho, Francisco Milani, Paulo Silvino, Rogério Cardoso e Walter D’Ávila, entre outros... Sem contar que o humorista iniciava sua guerra particular contra o pessoal do “Humor Novo”, leia-se “TV Pirata”... Logo na estreia, o humorista ironiza o presidente da Embratur na época, João Dória Junior, com um quadro onde Neide Taubaté entrevista “Joana Dória Filha”, interpretada por Arlete Salles, que propunha um “tour” pela seca do Nordeste... O programa, que assim como “Os Trapalhões” já vinha sendo mostrado na Globo Portugal, saiu do ar em dezembro, com 13 programas exibidos (na Europa, a exibição alcançou a temporada de 1989...) depois de um episódio com a participação especial de Clodovil (nem mesmo Susana Vieira contracenando com Bozó empolgou o público, digo...) sendo substituído por uma maratona de “Os Trapalhões”... Que por sua vez deram lugar à exibição de filmes do grupo, agora realizada nas madrugadas do final de semana... Faixa de horário que é o “limbo” do canal,  uma lixeira onde tudo é despejado, reprises de especiais, séries da GNT e da Multishow (vide a improvável “Bicicleta e Melancia”, uma “trollagem” com “Palhação” com atores que passaram pela série...), “realities” estrangeiros (como predomínio da “Supernanny” Jo Frost e assemelhadas, a famosa faixa “Baba da Babá”...) e, atualmente, novelas turcas que estão ali porque nem passa pela cabeça da Globo exibi-las na emissora aberta... O Viva atualmente passa a “Escolinha” clássica em dois horários – 11h e 19h30 – a  exibição encontra-se hoje na temporada de 1993 -  e a “Nova Geração”  às 20 horas, de segunda à sexta... Paulo Cintura, que depois da “Escolinha” fez a “Escolinha do Barulho” na Record e, anos depois, fez mais barulho ainda nos protestos de 2013, tornou-se um Bozista convicto,  a ponto de ignorar o isolamento social e posar para fotos ao lado do presidente Jair Biroliro... Então é por isso que Bruno Mazzeo lamentou a ideia que o pai teve em 1990... Ops!!!... 






















"Estados Anysios de Chico City" passou em 2017, mesmo ano que o Viva mostrou (e cancelou...) "Chico Anysio Show" de 1988...


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