sexta-feira, 4 de outubro de 2019

É Flórida: De Cumbica a Kissimmee...

Na solidão do Terminal 3 de Cumbica, uma padiola espera ansiosamente para ser trazida logo...













































(Publicado originalmente em 28 de novembro de 2016...) O ônibus do Airport Bus Service saiu da estação Tatuapé do Metrô às 6h01, um minuto antes do previsto... Estava cheio, é o pico da manhã, e mesmo a frequência de carros de 15 em 15 minutos não é suficiente para atender toda a demanda, vide fila para o carro seguinte, tão grande quanto a do que está para sair... O que só demonstra a necessidade da conclusão das obras da linha 13-Jade da CPTM, cujo ponto final será em frente ao Terminal 1 do Aeroporto Internacional Governador André Franco Montoro, na região de Cumbica, em Guarulhos... A  maioria dos passageiros desce no Terminal 2... Quando o ônibus chega ao terminal situado em frente ao terminal 3, às 6h36, já está cheio... O check-in, feito no balcão F, indicado por uma imensa placa amarela com a letra, não demora, às 6h59 já está concluído, com poltrona marcada e bagagem despachada... Há uma recomendação de chegar com quatro horas de antecedência da partida em voos internacionais, e nesse caso o voo JJ 8086 da LATAM, com destino a Orlando, tem saída prevista para às 10h30... No portão 319, salvo mudanças de última hora... A passagem pela alfândega também é ligeira e às 7h10 você está liberado para não comprar um pacotão de Reeses © por 30 dólares ou uma lata de Oreo © por 20 dólares no free-shop... É um longo caminho até o portão 319... Algumas esteiras rolantes agilizam o roteiro, que exibe lanchonetes e restaurantes fechados, e saguões vazios, exceto diante de alguns portões onde acontecem embarques... O jeito é sentar e esperar, ainda bem que a GRU Airport, administradora do aeroporto, oferece uma hora de wi-fi e todo o tempo do mundo para carregar o notebook e o celular nas tomadas junto aos bancos...  Alguma emoção acontece às 8h40, quando é anunciado a mudança do embarque para o portão 310... Isso quer dizer que os passageiros entrarão na avioneta pelo solo, conduzidos por um ônibus de pista... É o que sucede-se a partir das 9h20, quando formam-se duas grandes filas para o embarque... Uma com as prioridades da companhia e a outra com os demais passageiros... Que são conduzidos à aeronave pelos Busscar Urbanuss Pluss adquiridos pela Infraero, o último lote antes da concessão de Cumbica... Mal a viagem começou e já proporciona um momento inesquecível... Inclusive para a criança que já levanta voo com seu aviãozinho de brinquedo, tal qual um pequeno Galeão Cumbica... A garotada comparece forte, Orlando e seus parques temáticos, se a conta fecha, são um programa familiar... Alguns passageiros vestem a camisa da Porcaria, a equipe acabou de ganhar o título brasileiro...  O embarque é concluído às 10h15, quando são dados os primeiros avisos do comandante Diniz, auxiliado pelos co-pilotos Amaro e Daniel, e a chefe das comissárias de bordo Silvia Okimoto... Novamente sobrou para os proprietários de Samsung Galaxy ©... O embarque é encerrado às 10h15, quando as comissárias distribuem os formulários da imigração dos Estados Unidos... Um para o internauta Chico Melancia, Michelle, do cabelo curtinho...  Apesar a avioneta ter começado a movimentar-se às 10h26, com a exibição dos avisos de segurança nos monitores à frente dos assentos, ela só ganhou os ares às 10h47... Cinco minutos depois já enfrentava turbulência, sendo que a previsão é de 8 horas e 23 minutos de voo... O lugar escolhido, mesmo diante de duas janelas, tem a visão prejudicada pela asa direita e sua respectiva turbina... E depois, é recomendado que as janelas fiquem fechadas, para amenizar o calor que vem do lado de fora e potencializar o ar-condicionado da cabine... Depois de 45 minutos de partida, começa o serviço de bordo do Silvio Luiz, que é interrompido durante quatro minutos devido à turbulência... Então Michelle, de mãos delicadas e ágeis, pergunta ao Chico... Ravioli com frango ou Carne com purê???... Bebida???... Não tem Malzbier, serve vinho???... Feita a refeição, um chocolate de cortesia...













O embarque para Orlando aconteceu no solo, conduzido pelos Busscar Urbanuss Pluss da GRU Airport...












































Entre as opções de filmes disponíveis na tela à frente da poltrona, na categoria clássicos, está o filme “Os Irmãos Cara de Pau”... No original em inglês, “The Blues Brothers”... Joliet Jake e Elwood Blues são tudo aquilo que Leandro Hassum e  Marcius Melhem gostariam de ser... Tanto que Hassum partiu para a cirurgia bariátrica ao perceber que não conseguiria igualar a performance cômica que consagrou mundialmente o gênio de Poá, Paul Belushi, digo... O anúncio feito pela Record na exibição do final de 2005 é, ainda hoje, extremamente pertinente... “A melhor comédia musical de todos os tempos”... Com um pequeno detalhe... Os números musicais, que costumam dar um caráter de porre a boa parte das fitas do gênero, estão concentrados do meio para o final do filme, quando já está consolidada a “storyline” – Jake e Elwood, músicos e eventualmente foras da lei,  decidem renuir sua antiga banda de blues para fazer um show visando arrecadar recursos para salvar o orfanato onde viveram na infância – e a perseguição automobilística só aumenta a expectativa pelo final... Alis, na época em que o filme foi lançado, em 1980, filmes de correria entre carros, quase sempre com a polícia no meio para tirar graça do desafio às autoridades, estavam na moda... Até serve como crítica à mentalidade perdulária dos Estados Unidos pré-crise do petróleo... Haja Dodges e dublês para tantas colisões e capotamentos... Nesse particular, a sequência do Bluesmobilie, um antigo carro de polícia adquirido em leilão, perseguido pelos homens  da lei dentro de um shopping center é muito mais memorável do que as tantas explosões dos filme de ação atuais... O internauta Chico Melancia destaca a atuação da Princesa Leia, quer dizer, de Carrie Fischer, como a ex-noiva de Jake, que faz de tudo para mata-lo depois de ser abandonada no altar...  No que diz respeito ao roteiro, é o tipo do coadjuvante bem-sacado... No aspecto estético, é uma beleza atraente, ainda  que não muito exuberante e jovial... Georgiana Góes do “Tá No Ar” é uma versão melhorada, Pancada...  O Mestre deixa pela participação de John Candy como informante da polícia, um Mestre que merece ser sempre lembrado... A parte preferida do internauta Pedro Henrique – Ray Charles, John Lee Hooker e o guitarrista Murphy à parte - é quando a banda acompanha Cab Callaway em “Minnie The Moocher”...  Número que inspirou o comercial pioneiro do “Abuseuse” da C&A... Que tinha até dois sujeitos na plateia que imitavam os “Hermanos Cara Dura”, como a dupla é conhecida em espanhol, enquanto Sebastian dançava no palco... Sem contar a piada interna dos diretores que fazem pontinha, como o próprio responsável pelo filme, John Landis, Frank Oz e Steven Spielberg, este com o importante papel de receber o dinheiro dos impostos atrasados do orfanato enquanto uma multidão de policiais, forças especiais, bombeiros e militares invade o prédio da prefeitura de Chicago, enquanto se ouve “Garota de Ipanema” no elevador... A música nem é creditada no final, depois que a banda é encarcerada e faz uma apresentação exclusiva de “Jailhouse Rock”... Que “Os Caras de Pau” até fizeram, mas em outras bases... Se fossem fazer um filme, que copiassem os Mestres, “Tô Ryca” não tinha Samanta Schmutz e Katiuscia Canoro kibando a história de uma antiga comédia de Richard Prior, “Chuva de Milhões”???... Até a parte da eleição, Marcelo Adnet à parte, estava no roteiro... Ainda faltam quatro horas para Orlando, e essa é a grande preocupação da outra passageira no bloco 21... Havia três passageiros ali, mas o áudio de um deles não funcionava e ele foi remanejado... Mais espaço para colocar o travesseiro, a manta e a bagagem de mão, que não coube no bagageiro acima dos assentos... Um deles até abriu-se sozinho logo depois do final do embarque, com a avioneta em movimento... O bloco 21 também fica em frente ao banheiro, cujo movimento aumenta depois das refeições, digo...












Falem o que quiser, mas o brasileiro sente-se em casa quando vê o Pateta em Orlando...












































Duas horas antes do pouso é servido um lanche – sanduíche de queijo, peito de peru e berinjela, que Melancia só aceita para poder interagir mais uma vez com Michelle – e a avioneta pousa em Orlando às 15h59... Apesar de continuar em movimento até 16h07... O desembarque acontece em um “finger” de aspecto antiquado – parecia um Tupperware © - e um longo corredor que conduz até a imigração... Aqui, você não pode fumar o celular, fazer ligações com câmera fotográfica e muito menos fotografar com o cigarro... A longa fila é organizada por funcionários terceirizados, vestindo um colete dourado bem cafona, um deles bordou nas costas “Ambassador”... Enquanto os visitantes esperam, os monitores de televisão exibem um vídeo em que o próprio presidente Barack Obama saúda os que comparecem aos Estados Unidos... Donald Trump talvez não o faça, ou diga... “Vão embora!!!”... Todo o recinto é acarpetado, e há uma linha vermelha onde é preciso esperar a vez de ser chamado... “Twenty-One!!!”... O funcionário da imigração, um senhor de semblante sério, confere o passaporte, anota algo no formulário da alfândega, registra as impressões digitais – o polegar esquerdo não ia de jeito nenhum – e por fim carimba o passaporte... Ainda não acabou, é preciso pegar as bagagens na esteira... São três... Duas estão funcionando naquele setor, uma para o voo que veio de São Paulo e outra da avioneta procedente de Londres... Há várias malas ao lado da esteira ainda não reclamadas... A vigilância ainda trabalha forte, seja da imigração ou dos seguranças terceirizados... As bagagens vem de baixo, uma garota negra, magra e ligeira, pega as malas e coloca na esteira... Resolvida a questão da bagagem, um banheiro coloca-se à frente... Lembra do Homer Simpson olhando o vaso sanitário na Austrália, com um dispositivo que faz a água da descarga escoar como nos Estados Unidos???... “Doce terra da liberdade”... Mais uma fila, para entregar o formulário da alfândega... “Any food in your bagage???”, pergunta o jovem agente da imigração... Não... Na sequência, uma funcionária negra arranha o espanhol para apontar a saída... Subindo a escada rolante... Enfim, Orlando... Direto para a estação do monotrilho, que faz o embarque e o desembarque dentro de uma canaleta metálica, decorada com luzes natalinas... Não há bancos, mas há um espacinho para sentar em frente ao vidro frontal do carro, de onde é possível ver o Terminal 1 do Aeroporto Internacional de Orlando – o desembarque aconteceu no Terminal 2... A viagem dura dois minutos, mas é fascinante... Dentro do Terminal 1, surge a pergunta... É um aeroporto dentro de um hotel ou um hotel dentro de um aeroporto???... No grande saguão, a bandeira dos Estados Unidos e a árvore de Natal... Lojas delimitam o território dos grandes parques temáticos da região... Vai uma foto com o Pateta aí???... Seguindo na direção do “Ground Transportation”, no nível 1 – o saguão é no nível 3 – chegamos ao terminal de ônibus... Tanto os da empresa Lynx, que faz o serviço urbano em Orlando – com suporte para bicicletas na frente - quanto das muitas empresas de “shuttle” que levam os visitantes até os parques e os hotéis... Sem nos esquecermos do veículo que conduz os funcionários do aeroporto e os táxis... Um dos serviços de “shuttle”, o da Mears, recomendado pelo guia editado pela “Folha de S.Paulo”, leva até o hotel por 33 dólares... A placa indica que o motorista da van Ford, José Sanchez, “aprecia gratificações”... A paisagem desabitada, tipo Rodoanel de São Paulo, logo dá lugar a condomínios residenciais, e logo a lojas de “GIFTS” – camisetas Disney a 5 dólares – e restaurantes, inclusive os de fast-food... A viagem dura 50 minutos, já que fez escala em outros dois hotéis, e enfim alcança seu destino, na região de Kissimmee... Um hotel pertencente a uma grande rede, mas o típico estabelecimento de beira de estrada, tão comum nas rodovias estadunidenses, vide o consagrado filme “Férias Frustradas”... Não falta nem a Bíblia no criado-mudo, Tony... Apresentado aos horários do café da manhã e do ônibus de conexão para os parques temáticos, além da senha do wi-fi, o quarto é um mundo a ser explorado... É preciso descobrir onde estão as tomadas para colocar os adaptadores e carregar celular e notebook... Para quê duas camas, se há apenas uma pessoa no quarto???... Na parte das camas, só há abajures, três, um com tomada... O lavabo tem ferro de passar, máquina de café e baldinho de gelo, não necessariamente nessa ordem... Um pesado armário de madeira guarda uma televisão e a lista telefônica local... À sua esquerda, o cofre, e à direita, uma mesa ... Aos poucos, percebe-se que a temperatura mínima do ar-condicionado – 60 graus Fahrenheit – é a ideal... 











Visitantes são recebidos em Orlando são recebidos por ônibus com porta-bicicletas do sistema municipal...

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