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| Melancia até hoje não entende porque a apetecibilíssima Gyselle perdeu nos acréscimos da votação para aquele tal de Rafinha na final... |
(Publicado originalmente em 6 de fevereiro de 2015...) Nada naquele jovem estudante de comunicação indicava que alguns anos depois ele se tornaria uma das figuras mais insólitas e polêmicas da história do BBB... Na foto publicada em um jornal da faculdade onde estudava em São Paulo em 1996 ele aparecia sentado em um gramado e conversava animadamente no meio de uma roda de amigos... Entretanto, no final daquele ano, o jovem deixaria a capital paulista para estudar medicina no interior de São Paulo... Onde se especializou em psiquiatria... É como médico psiquiatra que o mineiro Marcelo Arantes foi apresentado como um dos integrantes do BBB 8, que começou em 8 de janeiro de 2008... Junto com ele entraram na casa o paulista Alexandre Squaquette, a carioca Bianca Jahara, o paulista Felipe Basílio, o carioca Fernando Mesquita, a piauiense Gyselle Soares, as paulistas Juliana Góes e Jaqueline Khury, o capixaba Marcos Parmigiani, a gaúcha Natália Casassola, o paulista Rafael Carvalho, o cearense Rafael Rocha, a carioca Thalita Lippi e a brasiliense Thatiana Bione... Rafael, mais conhecido como Rafinha, era um caso a parte... Ele ficou apenas um dia no hotel onde os participantes foram hospedados antes da estreia do programa... O paulista entrou no lugar de dois participantes que haviam desistido... Primeiro o goiano Gustavo, que tinha rubéola... Depois o paulista Gregor, que não aguentou a pressão e pediu para sair – o filme “Tropa de Elite” era o sucesso do momento... Em seu livro “A Antietiqueta dos Novos Famosos”, Marcelo considera a entrada uma grande vantagem competitiva para Rafinha... “De fato, o pré-confinamento é o pior momento entre todos, e no programa em que participei, o vencedor final entrou arejado no programa por ter dormido apenas uma noite naquele hotel tenebroso, enquanto todos os outros dormiram sete”... Os demais confinados não pareciam tão pilhados para a direção, que considerou a primeira semana na casa muito modorrenta... Apesar das piruetas dos homens e dos seios cobertos de creme para barbear das mulheres... A primeira solução que Boninho tiraria de seu saco de maldades seria reeditar a polarização entre mulheres “certinhas” e mulheres “saidinhas”... O primeiro paredão opôs a “malvada” Jaque – indicada pela líder Juliana - e a “boazinha” Gyselle – votada por Fernando, Marcos, Natália – a mesma que foi preterida por Solange para entrar no BBB 4 e Thati... A modelo e artista plástica da região do Tatuapé saiu com 87% dos votos, a maior percentagem registrada em um primeiro paredão até então... Para ela, Pedro Bial citou Luis Felipe Scolari... “Não tem mais time bobo!”... O jeito foi conseguir uma colocação nos programas “Pânico” e “Legendários”... Eliminada Jaque, o grupo feminino estava convenientemente dividido... Do lado do “bem”, Gyselle e Tathi... No meio, ora recatadas, ora devassas, Juliana e Natália... Do lado do “mal”, Bianca e Thalita... Que facilitaram o serviço para as artes da edição se beijando em uma festa... Naquela época Bofinho não era tão generoso ao ponto de permitir um casal como o “ClaNessa” do BBB 14... Pelo menos deixou Bianca ser líder – e ela indicou o estudante Rafael, mais conhecido como “Galego”... Rafinha seria votado por Marcelo, Rafael e Thatiana – empatou com Gyselle, votada por Alexandre, Felipe e Juliana, e acabou emparedado no voto de minerva... O cearense acabou eliminado com 63% dos votos...
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| Foto com camisa do Ríver de Teresina fez o Mestre pensar que a piauiense Gyselle Soares era parente - e trans... Ops!!!... |
Outra inovação introduzida pela produção era o Big Fone... Atendido justamente por Galego antes do paredão em que saiu da casa... Que levaria a mais uma novidade, o paredão triplo... Azar da estudante Gyselle, que só escaparia se vencesse a prova do líder, o que não aconteceu... A liderança foi da produtora de moda Bianca para a atriz Talita... Também, em plena prova de resistência, Alexandre, Marcos e Thati resolveram jogar “zero ou um” para decidir o vencedor - no caso o paulista... Quem aguentou 15 horas poderia muito mais esperar mais um pouco... Pior foi ter que ouvir um tremendo sermão de Pedro Bial no dia seguinte sobre a natureza das provas de resistência... Thalita herdou a liderança e indicou justamente Alexandre... Para completar o paredão, Thati, votada por Bianca, Marcelo e Rafinha... O modelo de Limeira saiu com 45% dos votos, deixando Juliana na saudade... O Carnaval se aproximava, e enquanto Gyselle visitava o barracão do Salgueiro, Bofinho bateu palmas para Thalita dançar... A filha da atriz Nádia Lippi, que se orgulhava de dizer que a mãe fez filmes com os Trapalhões, acabou votada por Juliana, Marcelo, Natália e Rafinha... Sua amiga Bianca atendeu o Big Fone e a acompanhou no paredão... Por fim, a líder Gyselle indicou Fernando... A direção recorreu a Fernando Pessoa no dia da eliminação para ressaltar sua faceta “fingidora” – e também aos pedidos para sair no melhor estilo Capitão Nascimento... Enquanto Thalita saía na terça-feira gorda com 65% dos votos – depois de um bate-boca com Marcelo no domingo de Carnaval - a direção preparava o conflito seguinte... Fernando acabou inserido em um triângulo amoroso com sua sócia, a insaciável Natália, e o tranquilo Rafinha... E principalmente se tornava vítima da “psicologia de confronto” de Marcelo – vide Doutora Percy do “Toma Lá Dá Cá”... A estratégia é descrita pelo próprio médico em seu livro... “No meu caso, desenvolvi um personagem de laboratório, aparentemente sem controle às vistas de outros confinados, capaz de dizer tudo a todos, da boca-pra-fora, da forma mais direta, impulsiva e segura possível, com o nobre (?) fim de criar uma situação extrema que conseguisse abalar cada um de meus concorrentes”... Se Marcelo era um personagem, ele aproveitou um blog disponibilizado pela produção para transformar os demais confinados nos participantes de um conto baseado em fatos reais... Fernando se tornou “Omar Motta”... Natália era “Vera Pramil”, nome de um medicamento, e também pelas investidas em Rafinha, batizado como “Armando Senna e Pinto”, devido a sua excitação constante... Thati virou “Marta Prassapa” em alusão à visita da amiga Thessa – que ganharia o nome de “Camila Buzza” - que deixou a atriz, professora e jogadora de futebol completamente histérica... Duas semanas depois da visita de Thessa, Marcelo criticou Thati, dizendo que agia como se estivesse representando... A discussão incomodou Thati de tal forma que ela confessou ser bissexual para Juliana, Marcos e Rafinha... O sócio de Thati, o estudante Marcos, era “Cascatinha Sorriso”, que usava um saco de risadas na boca e acabaria trabalhando no rádio – referência à “Rádio Pinel”, brincadeira que fazia com Felipe, chamado de “Agostinho de Gentileza”... Duas participantes ganharam apelidos inspirados em Nelson Rodrigues... Juliana se tornou “Dorotéia de Costas” e Gyselle se converteu em “Clessy Virgínia”, vide Madame Clessy de “Vestido de Noiva”... Detalhe importante... Clessy tinha como pretendente o próprio Marcelo, que se denominava “Gregório Rodrigues de Lyra Souto”... Não que a direção não tivesse seus arroubos de criatividade... Enquanto Bianca – indicada por Thati, que assumiu... A liderança depois da vitória na famosa prova de resistência que durou 15 horas, feito raro entre mulheres no BBB - era eliminada com 60% dos votos, a direção dedicava a Juliana e Tathi os clipes “A Noviça Rebelde” e “A Iluminada”... A jornalista e modelo de Santos (onde nasceu...) era apresentada como a legítima santinha do pau oco, ainda que sem o talento para a dissimulação de Gyselle... Thati acabou retratada como a criança birrenta que domina todos ao seu redor chorando e gritando... Como fez ao ver Thessa, trazida para a casa um dia depois da saída de Bianca... A oitava edição do “reality-show” teve de enfrentar sérios problemas de audiência... Não os próprios, apesar da progressiva queda nos índices do Ibope, temporariamente contornada pelo BBB 7... Na época as novelas da Record conquistavam expressivas audiências na faixa noturna, com temas que iam da violência nos morros cariocas ao universo dos seres mutantes... As tramas conseguiam superar até a audiência das transmissões de futebol nas quartas-feiras... Assim, sem a menor cerimônia, os participantes do BBB se tornaram a principal atração do “Show do Intervalo”... O futebol costumava ser um assunto não comentado na casa... O confinamento não permitia acompanhar os jogos... Uma das poucas exceções aconteceu durante a Copa do Mundo de 2002, quando eram realizadas votações para definir se os participantes do BBB2 poderiam ver as partidas da Seleção Brasileira... Camisas de clubes não eram permitidas devido a presença dos patrocinadores... Tudo isso mudou e agora os participantes podiam revelar seus times de coração em uma festa temática e até mesmo reclamar de um gol perdido de Alex Mineiro do Verdinho contra o Rio Claro, como fez Thati...
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| Antes do comparecer na novela "A Favorita", Dodi pediu uma receita de Dramin para o Doutor Marcelo... |
De volta ao jogo do BBB, Fernando saiu com 62% dos votos... Além das diferenças com Marcelo e Rafinha, a proximidade com Thalita e Bianca – que Marcelo apelidou em seu conto de “Angelina Farrah” e “Miss Black Simpson”, também pesava contra ele... Nessas alturas, a saída de sua “sócia” Natália parecia encaminhada, porém Bofinho resolveu encaminhar o jogo na direção de Marcelo, Thati e Rafinha, principalmente devido ao sucesso do paulista junto ao público feminino... O médico mineiro ocupou por duas semanas seguidas a liderança... Em ambas as duas ocasiões indicou Natália para ir ao paredão... Assim, o esforço em se aproximar da estudante gaúcha posteriormente não funcionaria... Marcelo não fez o eliminado nenhuma das vezes... Seu desafeto Fernando foi votado por Gyselle, Juliana, Marcos e Thati... Seu amigo Felipe também receberia os mesmos votos – e sairia com 44% dos votos, na disputa com Natália e Thati, que indicou no Big Fone para referendo de Marcelo... Para o paulistano, o prêmio de consolação seria um par de luvas se seu xará ilustre do futebol, o goleiro Felipe, do Timão, internauta Pedro Henrique... Que iria disputar a Série B do Brasileirão naquele ano... No paredão entre Juliana – indicada pelo líder Rafinha e eliminada com 50% dos votos – Marcelo – indicado por Marcos no Big Fone, sendo que o capixaba estava ressentido com a ríspida discussão entre o mineiro, então líder, e a brasiliense, em que ele disse saber um segredo dela, supostamente relacionamentos com outras mulheres – e Gyselle – votada pela casa - Pedro Bial, com a voz empostada, anunciou solenemente ao público qual era o jogo que se desenrolava diante das câmeras... “O grande conflito desta edição do BBB é entre Marcelo e Rafinha, mas foi deslocado de Rafinha para Tatiana”... Tal declaração era um sinal claro de que o BBB 8 não empolgava... E de quebra, com a saída de Marcelo no paredão seguinte – eliminado com 71% dos votos – após a indicação da líder Thati - concorrendo com o próprio Rafinha – perderia totalmente o fôlego depois de queimar cartuchos com uma “final antecipada”... Rafinha só esperaria a final para ser consagrado campeão... Da mesma forma que Diego Alemão no BBB 7, ele fisgou o público feminino jovem e com poucas semanas de confinamento, também já era capa da revista “Capricho”... No entanto, ele não lutava por seu amor, até porque não teve nenhum grande romance na casa... Era uma versão roqueira do outsider encarnado antes por Kleber Bambam e Rodrigo Caubói... Ao Bofinho, restou fazer o que ele mais sabia... Blefar... Não seria com ambígua Juliana, já eliminada, a voluntariosa Thati, nem mesmo com a ninfomaníaca Natália... O nome a ser exaltado era Gyselle... A combinação perfeita de sensualidade e ingenuidade... Ainda que o Doutor Marcelo soubesse demais sobre a piauiense... Ou como disse depois do paredão... “O que eles vão dizer quando souberem o que você fazia na França?...” A essa altura, o comparecimento de Gyselle em ensaios sensuais e na versão francesa de “Ilha da Sedução” – programa que no Brasil foi um completo fiasco no SBT – já era bem conhecido dos internautas... Sem Marcelo para lembrar de seu passado, a piauiense seria turbinada por três paredões seguidos... Primeiro eliminando Thati (70% dos votos), em um paredão que repetiu exaustivamente as cenas das brigas com Marcelo... Depois Marcos (54% dos votos), que começou a ser insistentemente acusado de falta de competitividade por Pedro Bial, e perderia a liderança para Natália ao cometer uma irregularidade na prova do líder, um desafio de resistência que durou 12 horas... Por fim Natália (54% dos votos), que se tornara uma figura opaca no jogo depois da saída de Fernando... Mesmo assim, deixou a melhor das impressões em Pedro Bial... “Você mergulhou! E não foi só na piscina, mergulhou no caldeirão afetivo. Tanta gente se apaixonou pelo seu sorriso, tanta gente chorou quando você chorava”... Na final, com Gyselle e Rafinha, Bofinho chamou seu programa de “A Fantástica Fábrica de Sonhos e Ilusões”, como a dizer que tinha um sadismo comparável ao de Willy Wonka... Enquanto Pitty se apresentava - e Rafinha é músico - o diretor distribuía prêmios imaginários aos participantes – nenhum para os casais da casa... A votação terminou e os dois finalistas estavam rigorosamente empatados... A direção precisou receber votos por mais cinco minutos... Por fim, Rafinha venceu com 50,15% de 75 milhões de votos... Se a Gyselle fosse travesti, quem sabe a história seria outra, Mestre... Essa foi a primeira vez que a produção admitiu que os votos por telefone tinham mais peso do que os da internet... Rafinha saiu da casa e só conseguia dizer ao apresentador... “Eu tô rico! Eu tô rico!”... Apesar do prêmio ser de somente um milhão de reais, Bofinho... O diretor não abre mão de suas convicções, apesar de ter sondado a possibilidade de fazer um BBB com famosos fazendo a atriz Deborah Secco pernoitar na casa... Só que o diretor logo mostraria que seu modelo consolidado em sete anos de exibição ainda tinha muito a oferecer... Sobre o Doutor Marcelo, logo após sair da casa, bateu boca com Ana Maria Braga no “Mais Você”... Chegou a escrever sobre o BBB para o jornal “Extra”, porém voltou a clinicar...
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| Pedrinho não se importava em receber o castigo do Monstro, desde que ficasse perto da picadura de Felipinho... Ops!!!... |
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