sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Sobre a Obra Literária de Larissa Manoela...

Quem é Friedich Hayek perto de uma autora que é campeã absoluta de vendas nas livrarias brasileiras???...







































































Então comemoraram no Facebook ©o fato do livro “Os Erros Fatais do Socialismo”, de Friedrich Hayek, estar em primeiro lugar na lista dos mais vendidos... Escrito em 1989, por um economista liberal da escola austríaca, o livro é uma peça datada de propaganda ideológica típica da época da Guerra Fria, que opunha o capitalismo dos Estados Unidos ao socialismo da União Soviética... A escola austríaca é aquela que tem como fundador Ludwig Von Mises, antes considerado uma figura de menor importância dentro do pensamento econômico, porém alçado a condição de oráculo por estudiosos e centros de pesquisa conservadores pela crítica que fazia ao marxismo... Basta notar, como no mapa divulgado nas redes sociais nesta semana, que os países que mais pesquisam na internet sobre Mises são o Brasil e a Venezuela... Ops!!!...  No território brasileiro, a falta de consistência às críticas ao governo e às políticas do PT fez com que os grupos de direita que começaram a surgir após os protestos de junho de 2013 abraçassem a empoeirada retórica anti-comunista com que os Estados Unidos inundam os países sob sua esfera de influência entre o fim da Segunda Guerra Mundial e a queda do Muro de Berlim... Assim, começaram a beber da fonte de economistas liberais e principalmente anti-estatistas – sem contar a influência decisiva de Olavo de Carvalho, que já juntava PT e PSDB no mesmo saco de gatos bem antes da vitória dos Luis Inácio em 2002 – e saíram a rotular toda e qualquer defesa de políticas publicas e direitos sociais de “cumunismo”... Não importa que as teorias de Marx sejam bem diferentes dos governos do chamado “socialismo real”, ou que socialismo e comunismo sejam conceitos completamente distintos, ou que o Maduro tenha sido eleito democraticamente (esse não ajuda muito, mas, enfim...), ou ainda que o nazismo nada tenha a ver com a esquerda... O próprio Hitler disse que colocou “socialismo” no nome do seu  partido para atrair trabalhadores menos atentos na Alemanha da década de 1920!!!... Toda intervenção do estado na economia ou na própria vida dos cidadãos – e isso inclui educação, saúde e segurança – é “cumunismo” e precisa ser varrido do Brasil... Então é por isso que o livro de Hayek faz tanto sucesso... Por isso e pela propaganda que o líder do MBL, Kim Kataguiri, o “Chefinho Xixi-nas-Calças” faz na web...  Porém, quem pode, além de Kim e da editora do livro (o nome “Faro Editorial” já diz tudo...), alardear a popularidade de Hayek ou de Mises quando o verdadeiro fenômeno de vendas nas livrarias é a jovem atriz Larissa Manoela???... Sim, a Maria Joaquina da versão do SBT da novela “Carrossel” e protagonista do remake brasileiro de “Cúmplices de Um Resgate” tem muito mais alcance entre os brasileiros do que qualquer um dos economistas da escola austríaca... Para entender o motivo, basta ler “O Diário de Larissa Manoela”, publicado no ano passado, ou “O Mundo de Larissa Manoela”, lançado neste ano... Muito mais do que duas obras a mais na longa lista de obras que buscam seu lugar no mercado aproveitando a popularidade entre crianças e adolescentes de astros da televisão, da música e da internet, os livros oferecem muito mais conteúdo do que a explicação confusa de Mises para a semelhança entre o nazismo e o marxismo (há coisas piores, claro, como dizer que o marxismo é o liberalismo de Adam Smith acrescido de ódio, ou que Marx e Hitler se inspiraram em Saint-Simon, um socialista utópico...) ou a arenga de Hayek contra os regimes socialistas da região do Leste Europeu... 

































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Apesar de ser chamado de “Diário”, o primeiro livro de Larissa Manoela é mais uma biografia narrada em primeira pessoa... Sua contemporânea Maisa Silva, em “Sinceramente Maisa” – outra leitura altamente recomendável por sua profundidade e alcance filosófico – para conduzir a própria história, lançou mão de um diálogo dela consigo própria quando era a “menina-monstro”, digo, uma criança-prodígio que puxava o cabelo do Silvio Santos, e no futuro, quando se imagina uma atriz de cinema de fama internacional... Larissa, por sua vez, usa depoimentos dos pais, Dona Silvana e Seu Gilberto, introduzidos por seus respectivos “emoticons”, como se fosse uma rede social qualquer... A pequena Larissa adorava brincar com seus quatro amigos imaginários – Sariklim, Kimbiklin, Bengon e Dengon – e também de bancar a dona de agência de modelos, inventando comerciais para suas bonecas atuarem... Era fã de “Rebelde”, em especial de Dulce Maria, quer dizer, de Roberta Pardo... Aos quatro anos de idade, em sua cidade, Guarapuava, na região Sul do Paraná, foi descoberta em um supermercado por uma olheira, que indicou aos pais que a inscrevessem em um concurso de modelos... O qual venceu, indo para uma nova seleção, em Joinville, onde seria uma das cinco escolhidas para integrar o casting da agencia... O pai já desconfiava que ela levava jeito para a coisa, pois sabia de cor o texto do comercial das Antenas Century com Lima Duarte – ela não é do tempo no anúncio da Plasmatic, aquele do “É só apertar o botão”, Mestre... Assim, superando o medo que tinha de Serginho Groisman (!!!), que tantas vezes recebeu Dulce Maria no “Altas Horas”, começou a fazer comerciais no Rio e em São Paulo... Tempos difíceis, vide pensão na região da Cidade Adhemar... Depois de uma participação na série “Mothern”, do GNT, Larissa conseguiu chegar à Globo, após vários testes frustrados, para viver a pequena Dalva de Oliveira na minissérie “Dalva e Herivelto”... Conseguiu o papel porque cantava e tinha os dentes tortos – dois aspectos importantes da infância humilde da cantora de “Bandeira Branca”... Também superou outras cinco mil crianças para subir ao palco no musical “A Noviça Rebelde”... Entretanto, o grande salto artístico de atriz viria quando se tornou mais uma das paixões de Selton Mello ao participar do filme “O Palhaço” – que não foi o primeiro, pois lembra que antes havia feito “Essa maldita vontade de ser pássaro”... Não que Selton tenha declarado publicamente sua paixão por Larissa no “Altas Horas” – olha o Serginho aí de novo, digo – mas deu a ela o apelido de “Fofilda”... O SBT apareceu na vida da atriz em um teste para a novela “Corações Feridos”, de Íris Abravanel... Sendo que a autora e “sócia” de Silvio Santos, apreciadora dos “cacos” falados por ela em cena, começou a escrever mais falas para sua personagem... Mais do que isso, “Corações Feridos” seria a única novela em que Larissa entrou no elenco por meio de um teste... Vide escalação para o papel de Maria Joaquina em “Carrossel”... A atriz não era loira naquele tempo... Como fazer o papel que consagrou Ludwika Paleta no México???... Desafio aceito, Larissa soube dar o tom de maldade ideal ao personagem – seu sonho é interpretar uma grande vilã numa novela – e, vivendo uma garota esnobe, foi o contraponto ideal ao humilde Cirilo, com o qual Jean Paulo Campos demonstrou porque era o maior achado da produção da novela, internauta Pedro Henrique... Não que o brasileiro tenha percebido na história o quanto é racista na vida real, mas, enfim... Apesar da personagem ser “do mal”, seu visual também conquistou o público... Poupada de fazer “Chiquititas” – mas não dos filmes de “Carrossel” e da série “Patrulha Salvadora” - Larissa foi direto para as gêmeas protagonistas de “Cúmplices de Um Resgate”... Um laboratório que incluiu não só apenas a versão mexicana da trama como também Rute e Raquel de “Mulheres de Areia” e os gêmeos de Mateus Solano em “Viver a Vida”... Contada a sua história, a atriz trava um diálogo mais próximo com seu público, ao falar de animais – vide paixão por cachorros, pavor a pombos, a vaca que ganhou de presente de fazendeiros de Minas, após uma presença VIP na região de Machado e a queda do cavalo durante uma gravação – das cólicas que indicam a chegada da adolescência, questionando os leitores se príncipe encantado existe, citando os namoros, João Guilherme, a festa de 15 anos...  Alis, precisamos ver o filme “Meus Quinze Anos”, nem que seja em DVD, Pancada... O livro termina com “Minhas Listas Preferidas”, onde enumera seus favoritos entre músicas brasileiras (inclusive Emicida e Tiê, que coisa, não...) e estrangeiras, ídolos (Justin Bieber com Selton Mello, Maísa deixava pelo Taylor Lautner...), acessórios,  gatos (João Guilherme no final...), filmes (“O Palhaço” encabeça a lista...), apps e marcas... Aqui, só coisas de primeira linha, Chanel, Gucci, Dior, Swarovski, etc...  A própria Larissa hoje se transformou em uma marca – vide logotipo com seu nome na capa do livro – sem se esquecer de poupar para investir em imóveis, que considera um excelente investimento... Inclusive na região de Orlando, digo... Enfim, uma explicação sobre acumulação capitalista e fetiche da mercadoria que a escola austríaca jamais vai fornecer...





































Qual economista da escola austríaca pode ostentar a marca de 400 mil exemplares vendidos no Brasil???...


























































Depois de vencer mais de 400 mil exemplares de seu “Diário”, a jovem atriz resolveu dobrar a aposta com “O Mundo de Larissa Manoela”... Obra que trabalha forte no acabamento, uma vez que é toda em papel cuchê...  Os pais, que eram simples ícones no primeiro livro, agora aparecem em carne, osso e make... Após sugerir aos leitores uma discussão sobre seus estilos de princesa preferidos – clássica ou moleca??? – aproveitando a festa de debutantes que protagonizou em “Meus Quinze Anos” (precisamos desse DVD, Pancada, digo...), Larissa conta sobre suas idas aos parques temáticos de Orlando e a Nova York...  Os cariocas mais bairristas talvez fiquem melindrados ao ler que “O famoso Castelo da Cinderela é tipo o Cristo Redentor no Rio de Janeiro”... Dizer que o Disney Hollywood Studios é mais legal “porque sai do padrão Disney e vai para um lado mais radical, mais adrenalina, minha cara”, pode render muita polêmica, se a pessoa compareceu e não ficou na fila da montanha-russa do Aerosmith... Agora, faz sentido dizer que “o Epcot é um parque que parece mais conceitual” e que “há muitos senhores e senhoras que vão lá pelos restaurantes”... As avaliações sobre os parques da Universal, o Sea World e o Busch Gardens são pertinentes, feitas com a segurança de quem não foi para Orlando fazendo carnê em dez prestações dando o nome de outra pessoa... Ops!!!... Em seguida, Larissa constata que já tem 16 anos e apetece o Mestre e o internauta Chico Melancia, cabelos loiros e “olhos de zumbi” à parte... Alis, é bem capaz de Melancia deixar pela Dona Silvana depois de ler o trecho do livro sobre “Amor de Mãe”... Assim, Chico nem irá dar bola para as polêmicas envolvendo sócios, silicone, enfim... Com o Mestre, a relação é mais formal, como pessoa ilustre, o Selo Olavo Gosta é um atestado de sucesso...  A atriz conta sobre sua rotina de trabalho, que ama se cuidar – declara inclusive, e que o Melancia não saiba, que “eu gosto muito mais de mim loira do que morena” – menciona o que leva na bolsa, vide carteirinha do plano de saúde, fala da avó, do cachorro que virou seu afilhado, do seu maior fã – Matheus, não o Mestre – de sua madrinha, dos estudos – retomando a discussão sobre cola que Maisa faz em seu livro – das coisas boas da vida, dos amigos, que podem ser também do sexo masculino... Tudo ilustrado por fotos de Larissa de cabelos longos e de shortinho, no auge da adolescência, Chico... Cabe ressaltar também sua repulsa ao “bullying” e ao preconceito, inclusive o que era retratado em “Carrossel”, internauta Pedro Henrique...  No final, depois de confessar que adoraria ter um irmão adotado – mais detalhes, provavelmente em um próximo livro – a atriz faz uma lista de suas frases favoritas... E isso inclui o Salmo 23, Gandhi, Carlos Drummond de Andrade, Neymar (OG) – “Enquanto houve 1% de chance, teremos 99% de fé” e “O Pequeno Príncipe”... “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”... Já vai longe o tempo que a obra de Saint-Exupery era ironizada por ser a leitura obrigatória das misses – prática abolida por Donald Trump quando assumiu a organização do Miss Universo... Hoje, a história do pequeno habitante do planetinha B612 é um sinal de presença de conteúdo nas ideias de seu leitor... Bem mais do que “Os Erros Fatais do Socialismo”... Ops!!!...



































Loiras não apetecem o internauta Chico Melancia, porém nesse caso ele abrirá uma merecida exceção...

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