segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

De metrô e trem ligeiro até o estádio dos astecas...

Logo na saída da estação do trem ligeiro é possível ter uma vista panorâmica do palco da final das Copas de 1970 e 1986...



























































Antes de se despedir, depois de oito dias percorrendo 2.630 quilômetros em oito Estados mexicanos, o guia turístico deu a indicação para comparecer ao Estádio Azteca de metrô... Da estação Insurgentes, a mais próxima do hotel, cuja cúpula podia ser vista da janela do oitavo andar, era preciso pegar o trem da Linha 1 para Pantitlan (a passagem custa cinco pesos – R$ 1,25 – paga com bilhete avulso ou com o cartão do Metrobús, comprado na parada do BRT situada acima do estação de metrô...) e depois de quatro estações, descer em Pino Suárez e fazer a “correspondencia” para a Linha 2... Dali são nove estações até o final da linha, na estação Tasqueña, na região sul da capital mexicana...  Onde é feita a transferência para o “tren ligero”... Depois de mais oito estações, chega-se ao Estádio Azteca... Em Insurgentes, o trem fabricado pela CAF, com suas paredes internas azuis e uma escadinha vermelha para emergências está bem cheio para um domingo à tarde... A viagem é toda feita em túnel...  Em Pino Suárez, depois de atravessar um longo mezanino, com lojas, vendedores ambulantes, a réplica de um templo indígena e a vitrine vazia de uma exposição sobre os 30 anos do terremoto de 1985, está a plataforma da Linha 2, com acesso por escada...  O trem, construído em parceria pela CAF e pela Bombardir, mais novo e de interior branco, com interligação entre os carros, também está cheio... Cada estação do metrô é identificada com um pictograma, um símbolo que a distingue das demais... A estação Xola, por exemplo, é representada por uma palmeira... Que lembra o Verdinho, e também o meme do Cebolinha dançando ao som do tema do Dragon Ball, o CHOLA MAIS... A estação Tasqueña, no final da linha, chama a atenção pelos grandes painéis decorativos feitos com cacos de cerâmicas e suas escadas fixas – nesta e na maior parte das estações do metrô da Cidade do México, escadas rolantes são raridade, situação similar à do Rio de Janeiro e a de Santiago do Chile... A maior surpresa da viagem até o Estádio Azteca é o “Tren Ligero”, que vai de Tasqueña a Xochimilco... Com passagem paga à parte – 3 pesos, cerca de R$ 0,75 – e com trens de dois carros, novos (vide anúncio do administração da capital mexicana...), feitos pela Bombardier... Lembra um pouco o pré-metrô que circulava na linha 2 do Rio de Janeiro... Segue pela superfície, sem viadutos, em via segregada...  Também segue cheio, inclusive com passageiros sentados no chão... Finalmente chega a estação Estádio Azteca... O acesso é feito por uma rampa, que começa em uma bilheteria desativada... Em sua frente, um forte cheiro de urina... Atrás, um casal namorando... Um grupo de torcedores do “América, América, Rá, Rá, Rá” descem a rampa fazendo um brinde com cerveja... Nem dão muita atenção para o grande estádio que tem à sua frente...









































Como o horário de visitação havia terminado, os registros se detiveram no portão do estádio...













































O Estádio Azteca, também conhecido como “O Colosso de Santa Úrsula” foi inaugurado em 29 de maio de 1966, com a partida entre o “América, América, Rá, Rá, Rá” e o Torino, da Itália, que terminou empatado em 2 a 2... Sendo que o primeiro gol foi marcado por um brasileiro, Arlindo dos Santos... Projetado pelos arquitetos Pedro Ramírez Vasquez e Rafael Mijares Alcacérreca, o Azteca pertence ao grupo Televisa, assim como o “América, América, Rá, Rá, Rá”, adquirido por Emílio Azcárraga Milmo, pai do atual presidente da Televisa, Emílio Azcárraga Jean, em 1959, equipe que manda seus jogos no estádio... A propósito, Vazquez também criou o logotipo da Televisa, aquele que o SBT sempre corta das exibições do “Chaves”...  A loja oficial do clube fica à esquerda de uma das entradas do estádio, onde uma grande placa saúda a todos os visitantes com um “Bienvenidos”... O estabelecimento, com segurança reforçada proibindo fotografias e revistando sacolas na saída, conta com diversos itens alusivos ao “América, América, Rá, Rá, Rá”, inclusive camisetas comemorativas da participação da equipe no Mundial de Clubes da Fifa ™... Quem considerar os preços muito altos, pode recorrer aos produtos vendidos no camelódromo em frente ao estádio...  Ali bem perto da famosa escultura com um grande círculo vermelho, que representa o sol... Chegando bem perto dos portões,  é possível dar uma espiada no lado de dentro e reparar que o sol também está presente no chão sob as arquibancadas...  Entre o camelódromo e os portões, dois garotos e um cachorro aproveitam para jogar futebol americano (será que fizeram calistenia???...) e outros meninos andam de skate... À direita do portão, estão as bilheterias... O Estádio Azteca, que atualmente tem capacidade para 105 mil espectadores, já recebeu duas finais de Copa do Mundo – Brasil 4 X Itália 1, em 1970, com Fernando Solera enlouquecido ao narrar o gol de Carlos Alberto, e Argentina 3 X Alemanha 2, em 1986, quando outro Fernando – o Vannucci – só pode desejar melhor sorte para o Brasil em 1990, digo... Ao todo, o Azteca sediou 19 jogos nos dois Mundiais, entre os quais Itália 4 – Alemanha 3, em 1970, considerado “O Jogo do Século” (apitado por Arturo Yamazaky, o próprio...), Argentina 2 – Inglaterra 0, aquele em que Maradona brindou o “honesto” Peter Shilton com um gol de mão... Também recebeu a final do torneio olímpico de futebol, em  1978, a decisão do torneio de futebol dos Jogos Panamericanos de 1975 – Brasil e México dividiram o ouro – a finalíssima do Mundial Sub-20 em 1983 – o Brasil venceu a Argentina por 1 a 0 – a decisão da Copa das Confederações de 1999 – o México derrotou o Brasil por 4 a 3 – a final do Mundial Sub-17 em 2011 – os mexicanos venceram o Uruguai por 2 a 0, além de decisões da Concacaf Gold Cup, da Copa Libertadores – Cruz Azul e Boca Juniors, em 2001 – da Copa Sulamericana – “América, América, Ra, Ra, Ra” e Arsenal de Sarandi, em 2007... O Azteca também serviu de cenário para o primeiro filme protagonizado por Roberto Gómez Bolaños, “El Chanfle”, de 1979, onde Roberto Gómez Bolaños interpretava um modesto membro da comissão técnica do “América, América, Rá, Rá, Rá” que sonhava em ver o filho que ia nascer se tornar um craque da equipe... O velório de Chespirito, em 2014, também foi realizado no estádio...  O que faz com que o Quico tenha razão ao falar para o professor Girafales que a principal atividade dos astecas era o futebol, digo... 






















Numa tarde de domingo sem futebol, o entorno do estádio servia para os passeios dos casais...

















































Depois das bilheterias, seguindo por uma rua transversal, passando pelo portão 2, chega-se ao portão 1... As visitas guiadas ao estádio custam 80 pesos (R$ 20)... Porém, se encerram às 13 horas – e já passava das 15 horas de um domingo ensolarado na capital mexicana... Só resta mesmo fazer algumas fotos do estádio do portão, gentileza do guarda na portaria... Quem seria o futebolista que vivia descendo a lenha  homenageado naquela “estalta”???... Do outro lado da rua, há um loja de conveniência da rede 7 Eleven – sem banheiro... Enquanto uma Kombi de lotação – assim como no Rio de Janeiro, elas ainda servem ao transporte público – passa, vinda do viaduto – é hora de iniciar o caminho de volta para a estação do “tren ligero”... Na via paralela à linha passam vários micro-ônibus e vans, de diferentes marcas e estados de conservação, mas sempre na cor de verde, rumo a Xochimilco... Numa delas, o chamador vai no estribo da porta, chamando passageiros... Em frente ao Azteca, a garotada amiga continua a andar de skate...  A subida da rampa é a última chance para fazer fotos do estádio – e também do camelódromo... Uma placa indica que o “Servicio de Transportes Electricos” do “Departamiento del Distrito Federal” inaugurou a estação em agosto de 1986... Mas a estação foi reformada recentemente, como demonstra a cobertura das plataformas e os painéis publicitários anunciando Big Cola...  O trem para Tasqueña vai um pouco menos cheio do que na ida e dá até para registrar o interior vazio do carro... Ao lado da estação Tasqueña há um grande terminal de ônibus, repleto de micros e bancas de camelôs... O banheiro da estação é pago – 5 pesos... No metrô, um adesivo colado em uma placa de sinalização lembra que “Nos faltam 43!!!”, em menção aos estudantes desaparecidos... O trem para Cuatro Camiños chega e a viagem é animada por uma apresentação de mágica...  Desta vez o ponto final é a estação Belas Artes, repleta de vitrines com esculturas maias e astecas... Se é que o Doutor Kenji vai reparar depois que descobrir que os trens da Cidade do México também rodam com pneus???... Ou que a estação tem um “Cibercentro”, espécie de “Acessa SP”... Duas crianças descansam deitadas em frente a um painel que retrata um ritual asteca... Um homem se encosta na bancada onde está uma escultura...  Na saída do Metrô, vendedores de tacos e salgadinhos de milho... Um dos acessos da estação Belas Artes, perto do palácio com o mesmo nome, é uma réplica das entradas tradicionais do metrô de Paris...  Ali, bem em frente ao Teatro Hidalgo, onde está em cartaz a peça “La Jaula de Las Locas”... Ops!!!... Onde há mais comida de rua... Entre o palácio e o teatro, uma parada da linha de ônibus que percorre a região central da Capital Mexicana... Agora, obra de arte mesmo são os trólebus na avenida transversal...  E aquela Brasília vinho estacionada ao lado do palácio... Se fosse branca, então, Senhor Barriga...





























Por entre as grades da entrada, nota-se a imagem de uma espécie de sol no chão diante do Azteca...

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