quarta-feira, 1 de maio de 2024

Senna em Revistas (I): Raridade, Caras de Galisteu e Xuxa Contigo...




















Faltavam alguns dias para recebermos nosso colega de rede e fornecedor de DVDs, o Pancada, na nossa casa em São Paulo, e estávamos à procura de uma televisão de tubo para o internauta poder localizar raridades televisivas, como episódios do "Sai de Baixo" e do "Zorra Total" não exibidos pelo canal Viva, nas fitas VHS da nossa coleção pessoal... Navegando pela Internet em busca do aparelho,  encontramos no site OLX um item que nos interessou bastante, um lote de 20 revistas sobre Ayrton Senna, a maioria delas publicada na época do acidente fatal no Grande Prêmio de San Marino de Formula-1, em Ímola, no dia 1 de maio de 1994, muitas das quais adquirimos na época... Porém, uma publicação que não conseguirmos obter na ocasião chamou bastante a nossa atenção pela sua raridade,  a edição especial da revista "Caras", sem alusões ao Spectreman,  que trazia a cobertura do  velório de Ayrton na Assembleia Legislativa de São Paulo,  na região do Ibirapuera, desde a chegada do caixão no aeroporto de Cumbica e o cortejo pelas ruas da capital paulista, em cima de um  caminhão do Corpo de Bombeiros, e o enterro no Cemitério do Morumbi... A revista "Caras", publicada pela editorial Perfil da Argentina em parceria com a editora Abril, lançou duas edições especiais sobre Ayrton Senna quando o piloto saiu de cena,  sem alusões aos presentes... A primeira, com data de 3 de maio de 1994, relatava o acidente em Ímola e, ao fazer o perfil do piloto, resgatava as matérias de capa com Adriane Galisteu, na edição de 25 de março, e dela com Ayrton, em 29 de abril, exatamente a revista que estava nas bancas quando aconteceu o Grande Prêmio de San Marino... Esse especial vendeu bem, mas não tanto quanto a edição extra com data de 8 de maio, “Adeus Ayrton”, que esgotou rapidamente nas bancas e não conseguimos comprar na ocasião... Quando fomos retirar o lote com o vendedor, um bazar de igreja na região do Tatuapé, comentamos com a balconista que aquela revista facilmente poderia ser posta a venda pelo valor do lote inteiro, 120 reais, pela sua raridade, claro que, como disse ao Pancada na saída do bazar, a caminho de buscar a televisão que compramos, pelo mesmo valor, em Ermelino Matarazzo, só dissemos isso a ela porque já tínhamos concluído a compra na OLX, senão aquele bazar ia se transformar na versão brasileira de “Trato Feito”... A foto principal da capa da segunda edição especial registra o cortejo no cemitério do Morumbi, com Emerson Fittipaldi, Alan Prost e Gehard Berger em primeiro plano, no alto, junto com o logo da revista, a ex, “Xuxa, há mais de um ano sem vê-lo, hospedou-se na casa de Viviane Senna, sofreu como nunca, Apresentadora e namorada se encontram em clima constrangedor”, então é por isso que Adriane Galisteu comparece no pezinho, a esquerda, “Do círculo íntimo, Adrian Galisteu foi a única que o acompanhou a noite toda”, enquanto os pais de Ayrton figuram a direita, “Os pais, Milton e Neide, à beira do desmaio, dizem que o filho pertence a todo mundo”... Na página 3, uma foto de Ricardo Stuckert, o popular “Stuquinha”, representa “O Brasil de luto”, com a estátua da justiça na Praça dos Três Poderes e a bandeira do Brasil a meio-pau (!!!)... Em seguida, uma página dupla com “Os Irmãos”, Leonardo e Viviane no velório, a próxima mostra “A Namorada”, Adriane Galisteu chorando entre o caixão e a coroa de flores da Câmara Municipal de São Paulo, e duas crônicas, uma de Ruy Castro, “Ele era um homem”, onde chama a Fórmula-1 sem a menor cerimônia de “corrida de baratinhas”, refletindo, “o que se passa na cabeça desses pilotos para fazer com que apostem a vida para chegar na frente uns dos outros é outra coisa que talvez nem Freud ou Galvão Bueno explique”, e outra de Chico Anysio, “Assassinato Culposo”, inclusive dando o veredito, “e Ayrton tentou cancelar a prova depois de ir ao local do acidente de seu colega, um tal senhor Head disse que não e ainda ameaçou nosso campeão de uma suspensão se ele insistisse no seu propósito; Ayrton teria que correr, porque assim mandavam as necessidades  e o dinheiro que correm junto com os pilotos”, sem medo de que confundam Patrick Head, um dos fundadores da equipe Williams e projetista do carro com que Ayrton correu em Ímola, com ele próprio, que era conhecido como Cabeça – e “head” é “cabeça” em inglês, digo... A próxima página dupla é para o preparador físico de Senna, Nuno Cobra, “O treinador”, ainda não se usava o termo “personal trainner”, chorando e colocando as mãos no caixão coberto com a bandeira do Brasil, depois “O presidente”, Itamar Franco, com o capacete sobre o caixão em primeiro plano, observado por, entre outros, o deputado Gastone Righi, e o senador Eduardo Suplicy, “Hebe” ganhou uma página dupla para suas lágrimas e o terço que colocou em cima do caixão, com as cores da bandeira brasileira... Falando em verde e amarelo, a página dupla seguinte reúne “Os esportistas”, o bicampeão olímpico do salto triplo Adhemar Ferreira da Silva, o boxeador Adilson Maguila Rodrigues e o piloto Wilson Fittipaldi, alis, na página seguinte estão “Os Colegas”, Christian Fittipaldi, Raul Boesel, Rubens Barrichello e Pedro Lamy, este português, logo depois, “Os Políticos”, a esquerda, os presidenciáveis de 1994, no alto, Leonel Brizola olhando meio de lado a instância de um soldado da guarda de honra da PM, abaixo, Fernando Henrique Cardoso, ao lado o deputado estadual Edson Ferrarini, atrás, José Serra, Luis Carlos Santos e Tony Auad, entre outros, a direita, juntos, o prefeito Paulo Maluf, conversando com o deputado estadual Oswaldo Bettio, o próprio, e o governador Luiz Antônio Fleury Filho e sua esposa Ika, abaixo deles, o senador Suplicy olhando com tristeza para o capacete no caixão, ao lado do deputado federal Fábio Feldman... Chegamos a “Xuxa”, flagrada na saída do prédio onde residiam os pais de Senna, Milton e Neide, e sua irmã Viviane, na região do Pacaembu, e toda de preto, usando óculos escuros e chorando diante do capacete de Ayrton no velório, e “Fangio”, destacando uma foto autografada do pentacampeão argentino da Fórmula-1 oferecida ao brasileiro, e também a manchete de um jornal da Argentina lido pelo ex-piloto, “Se Mató Ayrton Senna”... Ops!!!...Corta para a reportagem “Sintra, a última morada, A casa que acolheria o campeão no domingo”, explicando sobre a casa portuguesa que “A mansão do amigo Braguinha era uma extensão da casa do piloto... Era lá que ele e Adriane iam se encontrar depois da prova de Ímola, para montar o ninho português”, vide casarão coberto de heras, na última das seis páginas da matéria, “uma empregada leva um dos pôsteres do ídolo para ser exibido na embaixada brasileira”, no caso em Lisboa, e não só apenas isso, “Adriane em Sintra, No solar da família Braga, a angústia e a espera”, confirmando que “Quando soube da notícia da morte do namorado, Adriane buscou refúgio na casa de Braguinha, lugar onde se sentiu amparada”, Braguinha no caso é Antônio Carlos de Almeida Braga, empresário do setor de seguros conhecido por ter sido o mecenas de vários esportistas brasileiros, seja com o patrocínio de suas empresas ou pessoal... Pausa para o anúncio da edição regular de Caras, cujo principal destaque é “O Casamento do Edson (OG)” e a nova namorada de um ex-ministro dos governos Costa e Silva, Médici, Figueiredo e Collor, “Jarbas Passarinho, aos 74 e com 14 netos, reencontra a paixão com Armênia, de só 35 anos”, não confundir com a Armênia do “prédio na chon”, digo, na página seguinte, a capa do especial anterior, logo depois “Os últimos momentos de Senna”, ao volante da Williams em Ímola, e conversando com Gehard Berger e Niki Lauda, e na sequência, “Crash!!!, O Choque de Williams e Prost”, flagrando o chefe de equipe e o piloto francês no momento do acidente de Senna, que aparece em uma reprodução de TV no pé da página, apesar da expressão transtornada de Frank Williams, favor não confundir a cena com o filme “Crash – Estranhos Prazeres”, lançado por David Cronenberg em 1996... Em “O Fatídico Acidente”, fotos dos paramédicos retirando o piloto da Williams após o acidente na curva Tamburello para ser enviado de helicóptero ao hospital em Bolonha, e da retirada do carro do local, é possível notar que um dos paramédicos leva um pano verde para cobrir a cabeça de Senna, porém dá perceber a testa de Ayrton, com um rasgo vermelho na testa, provavelmente feito pela barra da suspensão que perfurou o capacete no momento do impacto com o muro, o texto registra que Bernie Ecclestone, o “manager” da Fórmula-1, chegou a dizer a Leonardo Senna que seu irmão estava morto, porém voltou atrás e falou que Ayrton tinha sofrido um traumatismo craniano... A matéria “Onde a vida acabou, Senna chegou ao hospital em estado de coma irreversível”, sobre o comparecimento do piloto ao hospital Maggiore, em Bolonha, esclarece que “autópsia revelou que o piloto sofreu morte cerebral logo após o impacto do acidente”, conforme atestado pelos legistas Michelle Romanelli e Pierludovico Ricci, restando apenas o “Adeus em Bolonha, Em frente ao Instituto Médico Legal, centenas de fãs deram o último adeus ao campeão” e “O Dia seguinte no mundo todo, Em vários países, milhares de fãs anônimos levaram sua homenagem ao ídolo”, depositando flores nos gradis de Ímola, na frente da sede da Williams no Reino Unido e na Mc Laren pilotada por Ayrton em exposição no Japão... Algo até modesto perto das imagens impressionantes da reportagem seguinte, “O Amargo Regresso de Um Grande Herói, Cenas Comoventes, ansiosamente esperado por seu povo, o ídolo Ayrton Senna volta para ser, desta vez para sempre, do Brasil”, numa página dupla, o avião de Varig chegando no aeroporto de Cumbica, vindo de Paris, onde o corpo foi transferido ao vir de Bolonha, na próxima, o carro do corpo de bombeiros visto de cima, percorrendo as ruas de São Paulo, a seguir, figuras pouco comuns em uma revista devotada ao chamado jornalismo de celebridades, pessoas do povo chorando ao ver o cortejo fúnebre, mulheres sozinhas, abraçadas com amigas, segurando a bandeira do Brasil, com a mão no peito, carregando  o cachorríneo nos braços, a outra página dupla tem uma garota desmaiada, carregada por um policial, outra chorando, e uma frase de Leonel Brizola, “a comoção causada pela morte de Ayrton Senna é muito diferente das de Getúlio Vargas e Tancredo Neves, Ayrton era e é uma unanimidade nacional, contra ele nunca houve nada ou ninguém”... Uma foto em página dupla dos helicópteros que acompanham o cortejo e a multidão em terra ilustram a frase do escritor Antônio Torres, “Imploramos aos céus uma boa notícia, urgentemente, chega de fracasso, Brasil”, o choro dos populares prossegue, a idosa com bandeira do Brasil, o porteiro que leva as mãos ao rosto, a garota que segura uma rosa, a jovem que segura uma bandeira verde e amarela com o distintivo da CBF, centenas de pessoas ocupam os dois lados da Avenida Prestes Maia, na região do Anhangabaú, e lotam o viaduto Santa Efigênia, onde colocaram uma bandeira do Chile e uma faixa preta com o sobrenome Silva, papeis picados chovem dos prédios próximos, na página dupla, a esquerda, duas garotas de cara pintada choram, uma abraça a outra, a mulher de meia-idade segurando a bandeira do Brasil lamenta a direita... O cortejo atravessa a Avenida 23 de Maio, já próximo do Parque do Ibirapuera e da Assembleia Legislativa, a pista sentido bairro está tomada pela população, no sentido centro, vários Caio Vitória e alguns monoblocos Mercedes Benz O362 param para acompanhar a movimentação do lado oposto, coroas de flores se acumulam do lado de fora da Assembleia, junto com uma cartolina com um recorte da capa da edição extra anterior de “Caras”, outras são colocadas ao redor do caixão, no saguão, mais uma página dupla registra o pranto popular nas grades da Assembleia, de homens e mulheres, com ou sem lenço, segurando a bandeira ou não, até da garota com uma cobra na camiseta, um raríssimo momento em que a revista não focalizou apenas os ricos e famosos...O corpo do piloto é o assunto da matéria de página dupla “Uma máquina com o coração quente”, “Força, potência, precisão, Senna trabalhou seu corpo para entrar no cockpit como se fosse um complemento de máquina que iria conduzir e percebeu que de nada adiantava um carro veloz se sua outra máquina não deslanchasse”, as imagens de “Stuquinha” são closes das mãos, dos pés e da parte de trás da cabeça com o famoso “mullet”, na página seguinte, “O capacete dele, Um modelo sempre exclusivo”, a famosa pintura amarela com faixas em verde e azul, “o capacete tinha o traço de Sid Mosca, amigo de Senna desde os tempos das corridas de kart, quando o tricampeão fez a primeira encomenda”, e que não só apenas virou personagem dos quadrinhos do Senninha, como foi peça importante no desenrolar do velório... Em “O seu colégio”, “Na escola da Zona Norte de São Paulo em que o futuro ídolo estudou, os alunos expressam seu sentimento em centenas de cartazes”, no caso, o Colégio Santana, mais dois textos, “Circo Suicida”, do sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, o próprio, e “Pequeno e Grande”, do escritor Josué Montello, outra página dupla, “Dor à distância”, com Alain Prost e Bernie Ecclestone no aeroporto, comprando passagem para comparecer no Brasil, enquanto Raí e Ricardo Gomes, jogadores do Paris-Saint Germain, vide pontapé inicial no amistoso com a Seleção Brasileira, que levou Senna a ser lembrado na conquista do tetra nos Estados Unidos, em julho, liam sobre o acidente no jornal “L’Equipe”... “Sua última volta” mostra o caixão chegando à Assembleia Legislativa, observado pelo prefeito Paulo Maluf, apesar de Ayrton ter colaborado com a prefeitura petista de Luiza Erundina na reforma do autódromo de Interlagos, o piloto era considerado direitista, "O Pai” tem duas fotos de Milton Senna chegando no cemitério do Morumbi, amparado por uma muleta e dois seguranças, as bandeiras do Brasil se agitam em página dupla em “Patriotismo, paixão e fé, Ayrton Senna é símbolo nacional”, “A Mãe” tem o choro de Neide Senna, registrado por Stuquinha e Orlando Brito, além de um pequeno depoimento, “senti que o povo perdeu alguém de sua própria família”... Em “Os Símbolos”, “A Cruz e a bandeira, tão venerados por Ayrton, marcam o adeus do solitário carapintada e do grupo no monumento”, um vestido de capacete e macacão de piloto, os jovens em cima da cruz de uma escultura que representa a chegada dos portugueses ao Brasil, na região do Ibirapuera, “Ídolos e Amigos” traz uma foto de Ed Viggiani feita no Cemitério do Morumbi, com Alain Prost, Emerson Fittipaldi, Gehard Berger e Rubens Barrichello ladeando o caixão, e o depoimento de Prost, “quando nos reconciliamos, Senna me disse que eu estava fazendo falta na Fórmula-1, ele não teve culpa no acidente, foi prejudicado pelas novas regras”, e uma imagem das coroas de flores ilustra o texto do cineasta Silvio Tendler, “Inventário de cicatrizes, Pequeno Panteon da Memória Nacional”, colocando Senna ao lado de outras personalidades brasileiras que “foram maiores que a vida”... “O enterro” mostra uma foto aérea do cemitério do Morumbi, no momento em que a sepultura era preparada para receber o caixão com o corpo de Ayrton, com os presentes em um círculo delimitado por fuzileiros navais, e a revista termina com uma arte de Elifas Andreatto, “A Deus Senna”, uma bandeira do Brasil dentro de uma lágrima... A primeira edição especial de “Caras” sobre Ayrton Senna, com data de 4 de maio de 1994, tinha como foto principal de capa a imagem do piloto de braços erguidos, acenando no pódio, recortada e colocada num fundo negro, o título era simplesmente “Ayrton Senna 1960 1994”, e a chamada informava sobre o conteúdo da edição, “Documento para você guardar, 100 páginas, 120 fotos, Imagens e depoimentos inéditos”, no alto da capa, ao lado do logo da revista, a imagem do momento do acidente em Ímola, reprodução de TV, com uma tarja preta no canto direito, “Especial”, na parte de baixo, duas fotos de Senna na fazenda de Tatuí, interior de São Paulo, do fotógrafo Gianni Giansanti, da agência Sygma, o piloto fazendo a barba e provando uma colherada do sorvete de máquina preparado pela mãe, Neide... O texto da seção “Foco” na página 3, com o oportuno título de “Privilégio”, explica em detalhes o que os leitores lerão na revista, “Com o freio assustador que o destino impôs à carreira do tricampeão Ayrton Senna da Silva (34), cabe a CARAS o desconcertante privilégio de apresentar seus leitores os dois últimos, mais extensos e mais íntimos depoimentos concedidos pelo grande ídolo internacional. Na primeira dessas entrevistas, Ayrton abriu a alma como nunca fizera antes. Foi estampada na última edição da revista CARAS 25, ainda nas bancas no momento do fatal acidente sofrido por ele no autódromo de Ímola, na ltália. O mesmo texto volta a ser reproduzido integralmente nesta edição extra. Semanas antes, por sinal, a namorada e companheira do corredor, Adriane Galisteu (21), fora capa de CARAS, na edição 20. Suas memoráveis confidências sobre a paixão que unia o casal são igualmente reproduzidas na íntegra, páginas adiante. No segundo e último dos depoimentos com que Ayrton brindou os leitores da revista, o piloto discorreu detalhadamente sobre a dificílima  arte de ser o líder no complexo, exigente e implacável mundo da Fórmula 1. Programada para aparecer na edição rotineira desta semana, a entrevista publicada em primeira mão neste número especial. Mesmo doloroso, o privilégio de apresentar a mais atualizada e exclusiva cobertura do notável personagem, é motivo de orgulho para CARAS. Evidencia a seriedade, a dedicação e o afinco empregados em missão o mais relevante na vida das celebridades que são alvo de justa e geral admiração, respeito ou interesse - exatamente como Ayrton”... Lançada em novembro de 1993, a versão brasileira da revista “Caras” da Argentina priorizava o registro fotográfico, normalmente em ensaios produzidos e imagens posadas, praticando o jornalismo de celebridades, porém sem perder o factual de vista... Isso explica a divisão da última entrevista em duas partes, primeiro a vida particular da celebridade, ou seja, o relacionamento de Senna com Galisteu... As impressões do piloto sobre seu ofício ficaram para a edição seguinte, Ayrton vinha de dois abandonos nas primeiras corridas da temporada de Fórmula-1, quando normalmente as equipes ainda estão ajustando os carros, visando que atinjam o melhor de seu desempenho na chamada “temporada europeia”, que concentrava a maior parte e as mais importantes provas do campeonato... Assim, havia a expectativa de que em Ímola, a Williams finalmente se acertasse com as mudanças no regulamento no que diz respeito a construção dos carros, em especial no que diz respeito a direção e a suspensão, levando Senna a reagir e alcançar Michael Schumacher, que com a Benetton havia vencido as duas primeiras provas da temporada... Isso tornaria a parte sobre Fórmula-1 da entrevista mais “quente”, no entanto, uma sequência de acidentes, com a Jordan de Rubens Barrichello na sexta, a Simtek de Roland Ratzenberger no sábado, e com o próprio Senna no domingo, deram uma dimensão diferente a reportagem... A entrevista a Mara Zilavello aparece na página seguinte, com a foto de Ayrton se barbeando, “Ayrton inédito, As últimas imagens e seu último depoimento”... Embora as perguntas abordem as opiniões de Ayrton sobre a pilotagem, as fotos de Giansanti ilustram o cotidiano de Ayrton na fazenda Dois Lagos, na região de Tatuí, tomando café com o sobrinho Bruno, futuro piloto, ensinando o “hobby” do aeromodelismo a ele e sua irmã Bianca, provando o sorvete que a mãe acabou de fazer na máquina e erguendo os braços na piscina... A realidade se impõe na matéria de Sérgio Assumpção, “A curva final do tricampeão, Ele encontrou a morte como líder do Grande Prêmio de San Marino, brigando pela vitória como sempre fez, a F1 perdeu o seu mais ousado piloto”, a página dupla é ilustrada por uma foto de Ayrton no “cockpit” da Williams, pouco antes da largada, e uma reprodução de TV do acidente na curva Tamburello, apontada em uma ilustração do circuito de Ímola na página seguinte, onde a legenda informa, “o carro de Senna no momento da batida, no ponto indicado no gráfico, demoraram 17 minutos para leva-lo ao hospital”- na transmissão da corrida pela Globo, Reginaldo Leme falou em 20 minutos... Na página seguinte, duas fotos do atendimento a Senna, a primeira quando ele havia sido retirado do carro e recebia os primeiros cuidados dos paramédicos e a segunda num momento anterior, quando eles tentavam tirar o capacete do piloto, mais adiante, a imagem da Williams depois da remoção de Ayrton, repleta de papeis ao redor, possivelmente manchados de sangue - uma poça é visível numa tomada aérea do carro, durante a transmissão da Globo, instantes antes de remoção do piloto, com o restante do carro sendo levada pelo guincho, e um depoimento de Michael Schumacher, "Na volta anterior ao acidente, percebi quando o carro de Ayrton Senna bateu a traseira no chão e quase saiu da pista. A Williams realmente estava nervosa naquele ponto do circuito. Não tive emoção nesta vitória", e em “Lesões Cerebrais Fatais”, a foto de Ayrton sendo levado para o helicóptero que o conduziria ao hospital Maggiore, com a legenda, “os médicos chegaram a Bolonha com Senna já em coma, o piloto lutou quatro horas pela vida e morreu depois de sofrer várias paradas cardíacas”... Na sessão “O nosso Ayrton Senna, as repercussões imediatas do acidente, “Conforto para a mãe, Fãs manifestam apoio na rua”, no prédio onde Neide morava na região do Pacaembu, “Frank Williams só telefona, Dono da equipe evita hospital”, até porque caso fosse constatada a morte na pista, ele poderia ser preso, “Rubinho Barrichello, O choro do sobrevivente”, no telefone com o braço engessado, em uma imagem da TV Globo, “Herói até nos quadrinhos, Campeão vestiu o personagem”, a revista “Senninha” havia sido lançada meses antes pela editora Abril, “suas aventuras jamais terminarão”, “O luto de Telê, técnico afinal fala”, o treinador do Tricolorzinho não dava entrevistas antes das partidas, e  “Piquet esquece o passado, Elogio ao talento do piloto”, opinando a respeito, “acho que o problema foi a quebra da suspensão traseira”... Em “Um Toque de Classe”, Senna cumprimenta o capitão da Seleção Brasileira, Raí, no gramado do estádio Parc des Princes, antes de dar o pontapé inicial simbólico ao amistoso com o Paris Saint-Germain (reforçado com jogadores do Bordeaux), em 20 de abril de 1994, partida que acompanhou das tribunas, “fazendo um visível esforço para não dormir durante o jogo, acabou saindo mais cedo, antes de do apito final, sem esperança de gol”, até porque o jogo terminou empatado em 0 a 0, “antes de Ímola vou descansar na quinta do meu amigo Braga e me sentir outro”, e não só apenas isso, “desta vez a Adriane vai ver a prova pela tevê, depois, aí sim vamos comemorar”... Falando em Adriane Galisteu, a próxima matéria é a reprodução da reportagem de capa sobre Ayrton e ela, com data de 29 de abril de 1994, ilustrada com uma foto dos dois numa piscina, com o título, “Mulheres, namoro, casamento, filhos, Ayrton Senna fala de amor”, antecedida por um depoimento da jornalista que falou com Senna,  “A última entrevista dele”, dividindo espaço com chamadas sobre Roberto Carlos, “Um  tom religioso envolveu a festa íntima e sua atuação no palco, O Rei Roberto Carlos comemora o seu 53º aniversário trabalhando no Recife”, e a esposa de Renato Aragão, “Lilian, a nova esposa de Renato Aragão, tem 29 anos a menos e 15 cm a mais” (!!!)... Mara Zilavello começa seu relato com um bastidor importante, “fiquei meia hora numa padaria ao lado do escritório de Ayrton Senna em São Paulo, esperando o minuto exato de subir para o encontro”, ou seja, a entrevista, realizada em 22 de março de 1994, aconteceu na região de Santana, e outra impressão da repórter chama a atenção, “para cada pergunta que não fosse sobre Fórmula-1 ele se recostava na poltrona, passava as duas mãos no rosto e demorava quase meio minuto para começar a responder”... A  matéria “Ayrton Senna na intimidade do amor” tem 15 fotos, todas feitas por Giansanti, um ensaio feito para atender a demanda das publicações europeias, Adriane Galisteu só não aparece em uma delas, nela, Senna aparece segurando um peixe que acabou de fisgar no lado da fazenda, nas demais, Ayrton e Adriane estão abraçados no alpendre, embarcando no helicóptero, andando de “buggy”, cavalgando e cuidando dos cavalos no estábulo, no “jet-ski”, na beira da piscina, pescando e devolvendo os peixes para o lago, abraçados na sede da fazenda e na beira do lago, tudo acompanhado por 25 perguntas sobre sua vida pessoal, a parte sobre automobilismo tem 11...  As imagens do fotógrafo da Sigma são a base da matéria seguinte, “Sua Fazenda”, a começar por uma imagem aérea, seguida por Ayrton no chiqueiro com os porcos (!!!), observado por Adriane, “acompanhava atentamente as diversas criações, até mesmo o tratamento dado aos porcos, embora não fosse um grande apreciador de carne suína”, a pista de kart, um chuveirada depois de andar no jet-ski, a piscina vista do alto... Outras fotos de Gianni estão em “Seus hobbies”, Ayrton polindo sua moto Ducati, jogando sinuca com o pai, levando seu aeromodelo para o píer do lago, onde também esquiou, e conferindo a caixa de ferramentas ao lado de um kart na pista da fazenda...  Na sequência, a matéria de capa com Adriane Galisteu,  publicada na edição de 25 de março, na semana do Grande Prêmio do Brasil de Fórmula-1, que abria a temporada de 1994, “Meu amor Ayrton Senna, Adriane Galisteu, a primeira-dama da Fórmula-1”, adiantando algumas das declarações mais importantes, “Estou muito bem amada, Admiro a Xuxa mas não a temo, Ayrton é muito cauteloso, Meu carro foi seu maior presente, Se tiver que terminar, tudo bem”, ao lado de notícias sobre os presidenciáveis de 1994, “Fernando Henrique leva a mulher a Nova Iorque e se prepara para uma campanha espinhosa, Segunda lua-de-mel, antes da campanha presidencial”, “Brizola, aos 72, vive amor à primeira vista, Exclusivo: socióloga do PMDB diz o que sente pelo governador”... Claro que também há o registro da reportagem em seus bastidores, feito pela própria autora, Cynthia de Almeida, “A última entrevista dela”, “não sei quantas horas, ao todo, conversei com Adriane Galisteu, a bela modelo que, no último ano, foi a companheira de Ayrton Senna. Quase um mês se passou desde o primeiro contato até o ponto final da minha entrevista. Foram várias tardes de conversa ao telefone (era ela quem guardava ○ celular brasileiro dele), almoços regados a refrigerante (ela não bebe), todo um dia para a sessão de fotos no litoral norte paulista (ela adora praia). Foi, sobretudo, um encontro sem pressa (ela pensa muito antes de pronunciar cada palavra, como Ayrton fazia) e, o mais importante para um jornalista, a chance única de observar melhor o lado carne e osso de alguém que convivia com uma lenda, com variação de humor, manias, segredos”... Na foto de capa, Galisteu aparece coberta por um lençol, nas páginas de abertura da reportagem “Adriane Galisteu, As Melhores Curvas de Senna”, ela aparece sentada numa cadeira de praia, falando ao celular, a maioria das fotos da matéria mostram ela de biquíni, na areia, como num ensaio de moda praia, a entrevista relata o início do namoro com Senna, “há exatamente um ano, a modelo paulista Adriane Galisteu, então com 19 anos, cabeleira dourada, olhos verdes, herdados do avô húngaro, chegou ao autódromo de Interlagos, em São Paulo, para cumprir um contrato com a multinacional Shell. Bonezinho e macacão, a garota trabalhou durante o Grande Prêmio Brasil de 1993 no camarote vip da empresa e, ao final da corrida, esbarrou em um convite para comemorar a vitória de Ayrton Senna (33) em uma festa na boate Limelight. Depois daquela noite, o tricampeão virou Beco, apelido carinhoso de infância adotado pela namorada. E a vida de Adriane deu uma guinada tão vertiginosa quanto as manobras praticadas a 300 quilômetros por hora”...  O texto também descreve um momento embaraçoso durante a entrevista, “na última vez que foram ao cinema, em São Paulo, Senna agrediu um repórter que o abordou para perguntar se a modelo Marcela Praddo estava mesmo grávida dele. Durante a entrevista a CARAS, um exemplo do tipo de assédio sofrido por Adriane interrompeu seu almoço com a repórter. O seu telefone celular tocou e o interlocutor, que se identificou apenas como ‘Jorge’, disse para a garota se cuidar, pois alguém estava a fim de armar um flagrante comprometedor e ‘melar’ seu romance. ‘Que tipo de flagrante eles esperam armar: eu saindo com o Leozinho, que é o irmão dele??? Ou com minha mãe??? Não devo nada a ninguém, mas esse tipo de intromissão incomoda"... Uma situação semelhante teria acontecido às vésperas do Grande Prêmio de Ímola, como Ernesto Rodrigues relata no livro “Ayrton, o Herói Revelado”, quando os dois combinaram o encontro em Sintra após a corrida, “o assunto daquela conversa séria para a qual Senna ditou instruções tão detalhadas era conhecido por pouquíssimas pessoas. De acordo com Braguinha, eram gravações de conversas feitas no telefone do apartamento de Ayrton em São Paulo. Entre as conversas gravadas, uma era entre Adriane e o antigo namorado. O conteúdo dessa gravação estava em Ímola. Tinha sido levado por Leonardo, que havia recebido uma cópia e a mostrou a Ayrton no início da noite de sábado, Além de Ayrton e  Leonardo,  tinham conhecimento da fita, pelo menos Braguinha e Galvão Bueno tinham conhecimento da fita. De acordo com Braguinha, o dialogo de Adriane com o ex-namorado era entremeado por provocações não muito sutis dele, dizendo que ‘era melhor de ama do que Ayrton’. A gravação foi mostrada a Ayrton no quarto dele, no hotel Castello. A conversa foi muito difícil para os irmãos. Mas Senna e Leonardo foram juntos para o autódromo no dia seguinte”... Quando aconteceu o acidente de Senna, Xuxa foi a São Paulo encontrar com os pais de Ayrton, Adriane Galisteu pode comparecer ao velório, porém teve de sair quando Xuxa chegou, a mídia deu mais espaço à apresentadora que a modelo, por ser bem mais conhecida que ela, e no caso particular da Globo, por ser sua contratada, o maior destaque a Galisteu veio de “Caras”, por seu material exclusivo, tanto que o livro “O Caminho das Borboletas”, em que Adriane fala sobre o romance com Ayrton, foi lançado com o selo da revista, e os familiares de Senna não deram entrevista para o autor de “Ayrton O Herói Revelado”... O especial prossegue com matérias sobre “Joana II, A lancha do ídolo”, ancorada na região de Angra dos Reis, “O Seu Paraíso em Angra”, fotos de Gladstone Campos do condomínio Portogallo, “O avião do piloto”, um jatinho 125/800, da British Aerospace”, Senna na escada da avioneta, “Um escritório elegante, Cinco andares de muito luxo em São Paulo”, insistimos, na região de Santana, vide mesa de trabalho de Ayrton, onde fez a entrevista para “Caras”, “As suas vitórias”, 41 vezes no alto do pódio, “Os acidentes na carreira”, dez, contando com o de Ímola, “O Espírito Brincalhão”, Senna dando um banhaço de mangueira nos ocupantes de seu iate, em fotos de Cristina Hirtsch, “O álbum de família do menino Ayrton”, com fotos de infância no capô de um Fusca, na escola, com um kart ao lado de um FNM JK, num jipinho de brinquedo, competindo no kart, ao lado do pai... “Os amores do bom rapaz” tem fotos de Ayrton com Xuxa e Lilian Vasconcelos de Souza, com quem foi casado por seis meses, citando também Virgínia Nowicki, Marjorie Andrade, Cristine Ferraciu, Monique Evans (que negou, “apenas tivemos um flerte”), Carol Alt, Katrine (que casou-se com Nelson Piquet), Elle Mc Pherson, Marcella Praddo – faltou a Cindy Crawford, digo... “O empresário, planos para o futuro” mostra fotos de Luizinho Coruja com Ayrton posando ao lado de uma “station wagon” da Audi, marca da qual se tornou o distribuidor no Brasil, via Senna Representações Ltda, uma página é dedicada para “O irmão Leonardo”, outra para “A paz de Senna e Prost”, sobre as declarações que Ayrton deu a televisão francesa antes da largada em Ímola, uma página dupla sobre “Sua Fé”, focada no abalo da perda de seu empresário,  Armando Botelho,  ilustrada por uma foto de Ayrton pensativo no “cockpit” da Mc Laren, e na última página da revista, a mesma foto da capa, em sua versão original, tirada no alto do pódio do Grande Prêmio dos Estados Unidos, disputado em Phoenix, no Arizona, com uma garrafa de champanhe Moet et Chandon aos seus pés, segurando o boné com uma das mãos e acenando com a outra, a imagem sem o fundo, na capa, evoca um crucifixo, certamente o motivo de sua escolha, ao invés da imagem da contracapa, Ayrton com o macacão da Williams, segurando o capacete e usando indispensável boné do Banco Nacional, digo... Em junho de 1994, “Caras” lançou mais uma edição especial sobre Ayrton, um “Superposter homenagem”, com o título “Ayrton Senna, Uma Emocionante Despedida de Juan Manuel Fangio”, no caso, um depoimento do pentacampeão argentino da Fórmula-1, na verdade um trecho das declarações de Fangio publicadas na edição extra sobre os funerais de Ayrton,  ilustrado por uma foto de Senna jogando o boné do pódio para a torcida após a vitória no Grande Prêmio do Brasil de 1993, “ele não era de ter medo e penso que, se tinha dúvidas antes da corrida de Ímola, era porque via que tecnicamente seu carro não estava a altura da Benetton de Schumacher e, por isso, seria obrigado a se arriscar demais, são coisas que ninguém pode saber e que Senna levou consigo”, concluindo, “sua morte foi um grande golpe, nunca a morte de um colega me afetou tanto”... O pôster em si é a mesma foto que ilustra a capa da primeira edição extra sobre o piloto, aquela que lembra uma crucificação (!!!), agora de corpo inteiro, e com uma bandeira do Brasil ao fundo,“Ayrton Senna 1960 1994”, alis, a revista vinha com um brinde, “Grátis!!! A Camiseta do Ídolo”, que é justamente a reprodução da capa daquela revista, e que não fazia parte do lote que adquirimos na Olx, uma pena, porque ela ia ficar perfeita no Pancada, digo...
















Embora o esporte não fosse o foco da publicação, a revista “Contigo”, diante da repercussão televisiva da saída de cena do piloto, realizou uma intensa cobertura da despedida de Ayrton Senna... Na edição de 10 de maio de 1994, a revista anunciava no alto capa “A vida e a glória do maior piloto de todos os tempos”, “E mais: um pôster do campeão”, uma foto de Senna dando um banhaço de champanhe no pódio, “O ídolo que o Brasil jamais vai esquecer”... No entanto, quem dominava a capa de “Contigo” naquela semana era Xuxa Meneghel, a própria, “Xuxa chora a morte de seu grande amor”, garantindo, “Ayrton Senna foi o único com que ela quis se casar”, e lá no pezinho da capa, “A dor de Adriane Galisteu”, “O adeus final, Um país em desespero”, pois é, não é... O especial sobre Ayrton começava com a dor da Rainha dos Baixinhos, “Xuxa em lágrimas: Não acredito no que aconteceu”, desde que foi avisada pelo telefone por Marlene Mattos, a própria, ela que quando foi pedir Senna em casamento, ignorando rumores de relacionamentos com Carlos Menem (!!!) e John-John Kennedy, ele optou pelo acabou-se tudo... Ainda assim, ela não compareceu a gravação de um comercial do Papa-Tudo (!!!), forçando também o adiamento do show em Curitiba que iria ao ar no último capítulo da novela “Sonho Meu” para se encontrar com Viviane Senna... A vida de Senna é abordada na matéria “Das Pistas para a Eternidade”, não deixando de abordar questões polêmicas, “Marcella Praddo: Uma filha e um mistério”, “A maldição de Ímola” – em janeiro de 1994, a revista publicou a previsão da vidente paulistana Maria de Lourdes Grégio, “quando abri o baralho, senti até um calafrio, vi um acidente que colocava a vida dele em risco” – “Os Últimos Momentos” – reprodução de TV - “Adriane Galisteu: solidão e dor” – novamente no pé da página, que coisa, não... O alto da página foi reservado a Galisteu apenas na matéria sobre o velório e o cortejo fúnebre, “Adeus, campeão”, “Inconsolável, Adriane Galisteu não conteve as lágrimas no velório”... Houve tempo ainda de falar sobre a religiosidade do piloto, “Um homem perto de Deus”, também pelo fato da irmã ser nora de um pastor da igreja que frequentava, a Renascer em Cristo, e registrar as frases contundentes de José Wilker, “o que aconteceu não foi uma fatalidade, foi um assassinato”, esta dita durante o "Domingão do Faustão", e principalmente de Rubens Barrichello, “Queria voltar ao passado e alertá-lo sobre a curva”... Pancada aproveitou para dar uma olhada no restante da revista, observando a Alex de “Palhação”, quer dizer, Camila Pitanga em um desfile de modas, “Panelaço em plena passarela”, apesar da foto, por algum motivo, mostrar ela “dis costas” (!!!), Luis Fernando Guimarães e seu cachorríneo encontrando Susana Vieira na região do aeroporto de Congonhas, a revista garante que o “lulu”, “pelo visto, se apaixonou pela doce Susana" -agora vai... Nosso colega de rede lamentou o destino da jovem Marilda, quer dizer, de Lisa, em “A Viagem”, “Saco de Pancadas, Por ter abandonado Alexandre, Lisa leva uns bofetões de Diná”, se empolgou com o “Triângulo a Beira-Mar” da novela “Tropicaliente”, “Vitor Fasano e Herson Capri lutam pelo amor de Silvia Pfeiffer na nova atração das seis”, se for que nem a dona Paula, o Roberto e González em “Palhação”, segundo ele será excelente... Na coluna de Regina Rito, apesar da foto de Virgínia “Cavendishi” deitada de bruços num sofá, que o fez lembrar de sua atuação com Maria Padilha em “A Grande Família”, o internauta deixou pelo pedido de Copélia, quer dizer, Arlete Salles, que gostaria de ver na televisão programas como o “Teatrinho Trol” – com um “L” só, porque com dois, a internet está cheia... Ops!!!... As notícias sobre o SBT interessaram bastante nosso humorista e fornecedor de DVDs, “Éramos Seis: SBT adia estreia e homenageia Senna, Irene Ravache leu texto lembrando do piloto morto dia 1º de maio”, e principalmente, “Golias ganha presente em A Praça é Nossa, Humorista é surpreendido com novo contrato no SBT”, resultado dos 40 anos de “vida em comum” com Carlos Alberto de Nóbrega, “nem o Gordo e o Magro ficaram tanto tempo juntos”, assegurava Cazalbé, uma convivência iniciada na Rádio Nacional de São Paulo em 1954, quando Golias era “O Caçador” e Carlos Alberto o “Águia Negra”, mas Pancada deixa pelo Pacífico, já na televisão, em 1956... Então é por isso que nosso colega de rede correu para a coluna de Sônia Abrão, onde soube que o “stress” obrigou Ivo Morganti, apresentador do “Aqui Agora”, a “maneirar no ritmo de trabalho”, que Marcos Caruso sentou separado de Jussara Freire na apresentação do elenco de “Éramos Seis” no programa de Hebe Camargo, indicando que acabou-se tudo entre os dois e a própria Hebe apresentou Flávia Monteiro a seu filho Marcelo, pensando em casar ele com a futura Carolina da versão de 1997 de “Chiquititas”, que coisa, não... Falando em casamento, Pancada apreciou muito a reportagem “Recife, 30/04/1994, O gol mais feliz do Edson (OG), A cerimônia do casamento do atleta do século com a psicóloga Assíria parou a capital pernambucana”, também, com o pernil assado que serviram na festa, digo, e tinha muito a dizer sobre a matéria “Críticos elegem: As pernas mais bonitas da telinha”, onde concordou com a escolha de Marilda, quer dizer, de Andréa Beltrão por Paulão da Regulagem, quer dizer, Leão Lobo... Também ficou contente em rever o Rei Star de “Palhação”, em “Espírito obsessor – A vingança que vem do além, A história de Alexandre, de A Viagem, é um fenômeno explicado pelo espiritismo, que estuda as entidades sem luz”, descobriu por meio da coluna de Otávio Mesquita que os diretores do “Programa Silvo Santos”, quando queriam falar com Senor, gravavam fitas cassete que o patrão ouvia no toca-fitas de seu Lincoln Continental, e adorou ser introduzido nos bastidores do “Vídio Xô” apresentado por Miguel Falabella, porque “o que vale é o improviso, o sucesso do programa preferido pelos telemaníacos está numa equipe jovem que trabalha unida, em clima de muita informalidade”, afora os registros da famosa agenda do Rixa, “27 cenas com acidentes de carro, 43 com ataques cardíacos, 9 com espirros”... Melhor que isso, só ver na matéria dos “filhos da fama”, a pequena Cléo, então com 11 anos de idade, ao lado de sua mãe, Glória Pires, entendendo que o papi fica para o Dia dos Pais, mas que poderiam ter chamado o Joselino Barbacena, digo o avô de Cleo, Antônio Carlos Pires, assim como a matéria sobre Cid Moreira, “Entre a Bíblia e o jornalismo”, fez lembrar que o professor Raimundo sempre dizia que o Seu José dos Campos era filho dele... Por falar na “Escolinha”, Pancada nem ligou para Susana Vieira se acabando na vitamina E, “A Eterna Fonte da Juventude”, que Márcia Piovesan, muito antes da Sônia Abrão, fez uma pontinha em “Éramos Seis”, “Fui figurante por um dia”, e tampouco quis saber da “Dieta dos 13 dias – O regime que fez Hebe emagrecer 6 quilos”, muito menos que Lineuzinho, quer dizer, Marco Nanini, gravou um comercial de máquina de lavar roupas junto com Ney Latorraca, “Irma Vap lava roupa na TV, Os atores levam para um comercial de lavadora a consagrada troca de figurinos de seu maior sucesso do teatro”... Nosso colega de rede ficou indignado, quase um Gil do Vigor, com a carta da leitora Elizete Vieira dos Santos, de São Paulo, “Quero protestar contra a overdose de Chico Anysio na TV... Ver o humorista todas as tardes durante a semanas e nas noites de sábado é demais”, Pancada não se conformou, partiu para cima do basculho na base da cachorrada, ela tem o direito de criticar quem quiser, mas o Cabeça não... Ops!!!... 














Na edição seguinte de “Contigo”, de 17 de maio de 1994, Senna estava novamente na capa, “Médium vê Ayrton Senna no além”, e não só apenas isso, “Místicos explicam missão espiritual e a dor de todo o Brasil”... “Chico Xavier envia mensagem para os pais e a namorada”... A principal matéria sobre o piloto seguia nessa linha, “Médium vê o piloto no além, A espírita Guiomar Albanese, seguidora de Chico Xavier, garante que o tricampeão morreu sem sentir dor e fez uma ‘passagem tranquila’ para  o outro plano”, trazendo a mensagem de Chico Xavier, que teve uma repercussão importante, “Adriane Galisteu se emociona com o primeiro contato”, com espaço ainda para um mapa astral da astróloga cármica Dulce Regina, “Missão espiritual explica comoção do Brasil”, isso porque Ayrton frequentava a Renascer em Cristo, digo... Outro documento importante está na matéria “A certidão de nascimento da filha de Marcella Prado, Funcionária do cartório revelas as circunstâncias em que Victoria foi registrada, no Rio de Janeiro”, pela mãe, com seu nome de batismo, Edilane de Barros Gonçalves, e sem mencionar na certidão o suposto pai, Ayrton... Um desdobramento da questão vinha na página seguinte, “Tricampeão fez fortuna no Brasil e Europa, Ainda em segredo, a partilha dos bens vai decidir quem fica com a imensa fortuna de Senna”, estimada em 30 milhões de dólares, a qual deveria ficar com os pais e irmãos, e quem sabe, com a pequena Vitória... Até porque “Ex-namorada é rejeitada pela família do ídolo, Depois de tragédia em Ímola Adriane viu seu sonho de felicidade desmoronar e sentiu a diferença dos parentes do namorado”, porque “Xuxa foi o centro das atenções”, mesmo a revista, na edição anterior, deu muito mais destaque a Rainha dos Baixinhos do que a Galisteu...  Em sua coluna, Otávio Mesquita não cita Galisteu, porém recorre a Jô Soares para dizer que a repetição da cena do acidente “incomodou muita gente” e o ídolo não pode sair de cena em paz, admitindo que torceu muito para acreditar nas “palavras de esperança” de Galvão Bueno ainda durante a transmissão em Ímola - vide menção do locutor ao movimento da cabeça do piloto quando o carro parou depois da batida na Tamburello - e, ao comentar sobre o velório de Senna, criticar “Os Políticos Ridículos” – o que pegou uma senha destinada aos familiares e os que derrubaram as trepadeiras na entrada do velório – “O Repórter Insensível” – que tentava entrevistar Emerson Fittipaldi, que estava aos prantos, e perguntou se era possível que Ayrton estivesse drogado na corrida – aproveitando para registrar que o pai de Rubens Barrichello foi indagado por Frank Williams se o filho Rubinho poderia substituir Senna, o que Rubão negou, “brilhantemente , por respeito e receio de futuras cobranças”... O jeito é Pancada escrever para os “Fãs-Clubes ao Redor do Mundo”, para saber se querem alguma corrida que gravou na homenagem feita pela Sportv em 2014, enquanto ele tenta entender a matéria “Unidos pelo Fla”, um flagrante de Camila Pitanga e Léo Jaime no Maracanã, porque ele cantou mas ela se conteve porque “estádio de futebol não é o lugar mais propício pra mexer a cintura”, nosso colega de rede sabe que o problema real é que a Alex do Palhação torce para o Bacalhau... Mas o que esperar de uma revista que publica uma foto de Lilian Witte Fibe com os braços na cintura e a chama de “açucareiro global”, mesmo que em outra imagem ela esteja ao lado do dono da editora, Robert Civita, no lançamento da primeira publicação em CD-Rom da empresa, nada menos que o “Almanaque Abril”, a fonte de pesquisas escolares mais consultada antes da internet... Resta ao nosso humorista descobrir o que vai acontecer com Alex em “Fera Ferida”, “Teresinha casa com Wotan”, no caso,  Norton Nascimento, sem a aprovação do seu Peru, pois foi “contrariando as regras da irmandade” (!!!), vibrar com o triângulo amoroso de “A Viagem”, “Cidinha e Fátima disputam Tibério”, Nair Bello, Lolita Rodrigues e Ary Fontoura, também com o “Doce Reencontro” da Dona Paula com o pescador Ramiro em “Tropicaliente”, que o Gonzalez não sair, de quebra só observando “Vitor de olho em Açucena”, a Juli do Palhação e Selton Mello muito antes da Juliette... Alis, qual não foi a surpresa do nosso fornecedor de DVDs ao descobrir na matéria “Estadunidenses elegem os mais bonitos do mundo” que uma das escolhidas era a Juliette, quase três décadas antes de entrar no BBB, mesmo tendo apenas cinco anos de idade (!!!), como podem ver, deu trabalho para explicar que a Juliette em questão é  a atriz francesa Juliette Binoche, que também não inspirou o nome da campeã do BBB21, esse veio da princesa Juliette, personagem de Cláudia Abreu na novela “Que Rei Sou Eu”... A qual já estava confirmada para viver a Alice de “Pátria Minha”, uma garota virgem de 17 anos, embora a atriz já tivesse 23 e Pancada estivesse mais preocupado com o desempenho escolar de Wagner Santisteban na novela “Éramos Seis”, “Alfredo repete de ano” ou com a decisão tomada pela Capitu da “Escolinha do Professor Raimundo”, “César Grande e Cláudia Mauro se casam”, com Eduardo Galvão fazendo um show de imitações na festa e o comparecimento de Chico Anysio, Lug de Paula e Nizo Neto, todos como ele interessado em saber quem vai apagar o quadro a partir de agora... Ops!!!... Melhor consultar a coluna de Sônia Abrão para descobrir que Hebe Camargo prefere deixar o celular carregando em casa, que Tony Ramos vai ser capa de livro – a terceira edição de “Memória da Telenovela Brasileira” – que “Gil Gomes pede ajuda a gnomos” – os da sala de Roberto Losan na Rádio Capital – “Fábio Júnior é doido por TV” – com ele na telinha, então, aí ninguém segura -  e torcer pela separação de Fernanda Torres e Gerald Thomas, de olho na futura Vani... Ops de novo!!!... Alis, outra colunista, Regina Rito, deu a ele uma excelente dica de teatro, a peça “A Mulher Alheia”, com Milton Carneiro, o próprio, o Atnagildo da “Escolinha do Professor Raimundo”, comemorando cinco décadas de carreira, um outro espetáculo também chamou sua atenção, “Ciúme”, estrelada pela filha de Marília Pera e Nelson Motta, só que ele descobriu não ser a Danielle da Padaria, quer dizer, Nina Morena, mas a irmã dela, Esperança Pera Motta... Agora, importante mesmo é a matéria “Manchete contrata filho de Fernando Henrique”, afinal, ele quer saber se Paulo Henrique Cardoso estaria interessado em vender as fitas VHS que se esparramam por sua mesa de trabalho na foto que ilustra a matéria, sobre seu começo como diretor para produções independentes da emissora, calculando que ocuparam mais da metade da grade de programação da Manchete... Não rolando o negócio, Pancada deixa por saber “As Artimanhas da Sedução” da Vera do Palhação, quer dizer, de Giovanna Gold, concordar com “O Charme de Ser Vilão” de Rei Star, ops, Guilherme Fontes, descobrir “Como ter olhos lindos” como os de Bruna Lombardi, discutir sobre o “Silicone: Herói ou Vilão”, conforme proposto pela coluna de Herbert Gauss Júnior, saudar Carlos Moreno porque “Garoto-Bombril faz 16 anos na TV” e pedir “Uma outra chance para viver” com Íris Abravanel, a própria... Sem contar que ele está de acordo com Charlie Harper, “Charlie Sheen aprova show particular”, e com a Georgiana Goes fazendo a princesa Leia, ou melhor, Carrie Fisher, “Em guerra com os homens”, fazendo “lobby” junto a Rubens Ewald Filho, um dos autores de “Éramos Seis”, porque “Angélica pode ganhar personagem em novela”, muito antes do Bofinho ter feito dela a fada Bela, protagonista da novelinha “Caça Talentos”, mas já consciente de que, caso não tivesse sorte, o plano B era Leão Lobo... Ops!!!... Falando em sorte e azar, depois de absorver a sabedoria de Joelmir Beting na seção de frases, “Quem não deve não tem”, foi atrás da “Proteção dos artistas Sexta-Feira 13”, recorrendo a Santinha, digo, Nair Bello, “carrego Jesus Cristo, medalha de Iansã e patuás, e antes de começar um trabalho, sempre ponho no sutiã três preguinhos tortos, usados no cenário”, tanto é que que Pancada vai fazer igualzinho na próxima gravação de “Os Lunáticos”, só falta arrumar um sutiã... Ops de novo!!!... A revista “Contigo” também publicou um pôster do piloto, “Ayrton Senna O Eterno Campeão”, com data de 8 de maio de 1994,  sem esquecer de colocar na capa “As Lágrimas de Xuxa”, o pranto de Adriane Galisteu ficou para a contracapa, num flagrante feito no cemitério do Morumbi, “companheira até o fim”, até porque ela deixou a Assembleia Legislativa quando da chegada de Xuxa, que aparece com os familiares do piloto ao lado do caixão... Abrindo o pôster, um texto com a biografia do piloto, “Ayrton, o herói das pistas”, ilustrada com fotos de infância e adolescência, e uma no “cockpit da Williams”, acima da frase dita por Ayrton, “Quando você não está feliz, é preciso ser forte para mudar, o fraco não vai a lugar algum”, “Momentos Inesquecíveis”, inclusive o início no kart, com oito anos de idade, a primeira vitória na Fórmula 1, com a Lotus, e no Grande Prêmio do Brasil, em 1991, com a Mc Laren, outra frase do piloto, “Não sei dirigir de outra maneira que não seja arriscada, quando tiver de ultrapassar, vou ultrapassar mesmo”, e um “Retrato 3X4” onde confirmamos que a música preferida de Senna era “Canção da América”, de Milton Nascimento, então é por isso que ela foi incluída no disco “Tributo a um Campeão”, da Som Livre, que ele torce para o Timão, e descobrimos que ele colecionava as garrafas de champanhe das corridas que comparecia no pódio e livros, “só de Fórmula-1”... Por fim, o pôster propriamente dito é uma foto de Ayrton estourando champanhe no pódio, após mais uma vitória, acompanhada de uma nova frase de sua autoria, “Não fosse Deus, eu não teria conseguido tudo o que consegui”...










































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