segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

RC Especial Modelo 1977: Reis e Amigos Latinos Rumo a Copa da Argentina...

- Pô, bicho!!!... O helicóptero chegou justamente na hora que eu ia ver o Didi Mocó de biquíni aqui na piscina!!!... 

 























Meses antes do início da Copa do Mundo de 1978, na Argentina, a Globo reuniu futebol, latinidade e música no “Roberto Carlos Especial” apresentado no dia 24 de dezembro de 1977, com referências aos quatro países do continente americano que disputariam o torneio, Argentina, Brasil, México e Peru, com uma proposta tão internacionalizada, a atração voltou a fazer uma retrospectiva da carreira de Roberto, desta vez incluindo sua admiração por João Gilberto e a inspiração na Bossa Nova em seu começo de carreira, que acabou seguindo pelo caminho do rock, aqui representado pela homenagem a Elvis Presley, que saiu de cena em agosto daquele ano, na companhia de Erasmo Carlos, enfim homenageado em um dos lançamentos da temporada, “Amigo”... Começamos com a luminosa contagem regressiva, 9, Rivellino comemora gol na Copa de 1970, 7 (a exibição do Viva começa aqui...), Roberto Carlos entra no palco de terno rosa, 6, a torcida brasileira comemora no México, 5, Erasmo cumprimenta Roberto, que canta “Tutti-Frutti”, 4, “Brasil, Brasil!!!”, Edson (OG) dá o soco no ar em 1970, 3, Erasmo brinca com os filhos e canta “Vem Quente que Eu Estou Fervendo”, 2, ouve-se o som de um helicóptero... A aeronave pousa no terraço do Hotel Nacional, na região de São Conrado, no Rio, entra a bolinha do Hans, “Rede Globo Apresenta”, o pouso é observado na beira da piscina por Roberto, fumando cachimbo, uma cena com ares de filme do 007, não quando se lembra que naquela mesma piscina Renato Aragão desfilou de biquíni numa cena do primeiro programa dos Trapalhões, que a Globo mostrou em 7 de janeiro, entra o RC estrelado, “Roberto Carlos Especial”, o Rei, de óculos escuros, dirige-se ao helicóptero, “Um Programa de Augusto César Vannucci”, “Equipe de Criação Ronaldo Boscoli Marcos César”, excelente redator de humor, close nas pás da aeronave, “Marcos Reis, Eloy Santos”,  Roberto embarca, “Cenas da Jovem Guarda T.V. Record”, já nessa época com 50% das ações na mão de Silvio Santos, o helicóptero levanta voo, “Cenografia Federico Padilla Assistente Helio Maraes”, close no Rei, “Cenotécnico Ailton Melgaço”, a aeronave ganha altura entre os prédios de São Conrado, corta para os vendedores de bandeiras na porta do Maracanã, o helicóptero sobrevoa uma área de mata, “Figurinos, Juan C. Berardi”, teste de som do microfone no palco do show, segue o voo, agora aparecem as barraquinhas dos ambulantes do estádio, voltamos a viagem de helicóptero, “Sonoplastia Antonio Faya Milton Porto”, a parede de madeira do palco, na Concha Acústica da UERJ, perto do Maracanã, local da apresentação de Roberto, é pintada de azul com um tom sulferino, mais voo, a câmera fez um chicote da plateia ao palco, “Iluminação Waldir Leonel”, o Rei observa a paisagem da janela do helicóptero, “Arranjos José Menezes Waltel Branco”, o prmeiro é o autor do tema de “Os Trapalhões”, close no torcedor ouvindo o jogo no radinho de pilha e mordendo a língua, “Edson Frederico Ivan Paulo”, a aeronave vai pela praia, a peça do palco é carregada na cabeça, o helicóptero se aproxima do aeroporto Santos Dumont, a mesinha de centro com tampo de vidro é levada nas costas e passa perto de uma câmera no tripé, “Regência Ivan Paulo”, segue o voo, dois homens levam uma escada pelo palco, tome helicóptero, os músicos da orquestra comparecem, mais da aeronave, “Direção Musical Otávio Augusto”, a rede do Maracanã é colocada, o locutor informa, “para o jogo desta noite”, Roberto está quase chegando na Tijuca, foca no  palco, no alto um desenho abstrato em tons de azul, “Coordenação Geral Nalygia Santos”, o Rei olha de novo, as linhas do gramado do Maracanã são demarcadas, “Produção Ruy Mattos”, agora o helicóptero sobrevoa o Maracanã, “Direção de Imagem Alexandre Brás”, o piloto pergunta, “que horas começa o teu show”, Roberto responde, “na mesma hora do jogo, nove e meia, isso eu não queria perder, bicho”, já nessa época a Globo impunha seus horários para o futebol, digo, o piloto zoa,  “quer faturar sem fazer força, hein”, o Rei não se abala, “não, não, não, mas na Argentina eu vou estar, pode crer, já tá tudo preparadinho”, lembrando que algumas canções dele, como “O Progresso”, foram proibidas pelos militares de lá, o piloto olha para baixo, “olha lá o bichão”, Roberto espia , “Co-Direção e Edição Ricardo Leitão”, o cenário do show é fortemente trabalhado no papel alumínio, passa a placa, O SHOW DO REI ROBERTO CARLOS, o helicóptero vai chegando no campus da UERJ, “Direção Geral Augusto César Vannucci”, aplausos da plateia, as luzes do Maracanã e do palco aparecem em sequência, foca na aeronave, um plano mais aberto do estádio, mais aplausos no palco, mais refletores do estádio, outros aplausos na Concha Acústica, chicote na geral, o goleiro Leão comparece no vestiário do Maracanã, para o jogo entre a Seleção Brasileira e o Milan, realizado na noite de 12 de outubro de 1977, mesmo dia em que o presidente Geisel demitiu o Ministro do Exército, Silvio Frota, tio do Alexandre, assegurando a continuidade de sua abertura lenta, gradual e segura, e um dia antes do Timão vencer a Ponte Preta e vencer o Campeonato Paulista depois de 23 anos de espera na Pizzaria Corinthians, vide quadro de “Os Trapalhões”, Roberto se perfuma no camarim, Abel, hoje conhecido como Abel Braga, campeão do mundo com o Chapolin Colorado, técnico amado pelos tricolores e odiado pelos flamenguistas, coloca a meia no vestiário, o Rei Roberto trabalha forte no barbeador elétrico,  o Reizinho Rivellino, de cueca bege (!!!), é massageado na perna por Nocaute Jack, o próprio, Roberto fuma cachimbo enquanto repassa o roteiro do show, Toninho Baiano e Serginho Chulapa ajeitam as chuteiras, close na foto de Erasmo no camarim, Abel bate bola, Wilsinho aparece colocando a camisa da Seleção, Roberto aparece sem camisa (!!!), close no pé e nas bandagens no tornozelo, Leão pega as luvas, a camareira ajuda Roberto e colocar a camisa rosa, Zico pega pedaços de fita adesiva na parede do vestiário, close nas ajeitadas de meias, o Rei abotoa os colarinhos da camisa, close em Wilsinho e no Robertinho, roda de bobinho no vestiário, Roberto enxuga o suor sem tirar  o cachimbo, mais bobinho, o cantor se dirige ao palco, os jogadores percorrem o túnel do Maracanã, o Rei pode tomar um uísque antes da apresentação, os jogadores apenas conversam, uma última tragada no cachimbo, os jogadores seguem para o campo, o cantor entrega o cachimbo e sobe os degraus do palco, como os atletas fazem nos degraus do túnel dos vestiários, Roberto Carlos pisa no palco visto de costas, Roberto Rivellino entra no campo focalizado de frente, vem o assobio das transmissões da Rádio Globo, o Rei é aplaudido, a orquestra toca “Se Você Pensa”, há tempo de cumprimentar um dos músicos, a seleção comparece no gramado do Maracanã, solta a vinheta do Edmo Zarife, “Brasil-Sil-Sil!!!”, Roberto aplaude a plateia, olha uma câmera portátil e uma TK-45, o Milan dá o pontapé inicial do jogo, “actually”, pelo placar do Maracanã, que ainda não era eletrônico, é o reinício do jogo depois do primeiro gol, que Riva marcou com 9 minutos de partida, a Concha Acústica da UERJ à noite é vista do alto, Roberto canta “Se Você Pensa”, com os prédios do campus do Maracanã ao fundo, a plateia aplaude de pé, o Rei agradece, olha a placa do Senhor Barriga, digo, do show, Jorge Curi narra o jogo para a Rádio Globo, sem alusões a perucas presentes “a Seleção canarinho se prepara para a Copa do Mundo”, Rivelino é lançado pela direita e finaliza, abrindo o placar para a Seleção, “golaço-aço-aço!!!”, a plateia do show aplaude, taí a tal placa de novo, cabe lembrar que uma das principais vertentes das vendas internacionais da Globo nessa época não eram necessariamente as novelas, “sino” os teipes de jogos de futebol, olha a origem do Projeto Fragmentos (!!!), as partidas eram gravadas a cores regularmente numa fase que ainda se faziam novelas em preto e branco, os contratos com os clubes eram feitos por jogo, a final que tirou o Timão da fila é um excelente exemplo, os dirigentes ainda relutavam em permitir transmissões ao vivo, como aconteceu no Fla-Flu realizado em 15 de novembro de 1977, vitória do Fluzinho por 2 a 1 e o presidente do Menguinho, Márcio Braga, reclamando do calendário do futebol brasileiro, e quem tinha a oportunidade de contrabandear, quer dizer, de adquirir um videocassete doméstico, lançado nos Estados Unidos em 1976, gravava os gols exibidos pela TVE carioca e no programa “Copa Brasil”, apresentado por Léo Batista, reunidos numa famosa coletânea no YT, ou recorria ao mercado paralelo de fitas nos corredores das emissoras, devemos a todos eles a oportunidade de rever gols do futebol brasileiro desde 1977, material que talvez a Globo nem possua mais, basta ver que usaram imagens do Léo Batista de 1979 para reconstituir seu rosto apresentando o “Fantástico” em 1973, nesse ponto os ingleses tem mais sorte, as antologias começam em 1949, tornando-se anuais a partir de 1955, num tempo em que programas de TV só podiam ser gravados por meio de cinescópio...
























Reis da Jovem Guarda e do Futebol cantaram juntos hino contra o terraplanismo, "Meu Mundo é Uma Bola"...


































Em seguida às fortes emoções dos reis do futebol e do Rei da Jovem Guarda, isso porque “Emoções” surgiria apenas em 1981, entra a plácida imagem da barca Neves, sem alusões aos presentes, fazendo a travessia entre Rio e Niteroi pela Baía da Guanabara, quase o início do projeto "Emoções em Alto Mar", enquanto Roberto recorda do alto de seu boné do Milton Nascimento, sem esquecer do cachimbo, “é, começou aqui, quem sabe nesta mesma barca, eu saída de Niteroi cheio de esperança, foi em 1958, a barca era uma festa só, Brasil campeão do mundo, naquele dia eu tome champanhe francês na boate que eu trabalhava, o OK, lógico que foi um freguês que me ofereceu, né, bicho, porque naquela época a grana tava muito corta”, as imagens do Rei só observando as barcas preenchem a lacuna de imagens da Copa de 1958, a transmissão telecinada da televisão da Suécia dos 5 a 2 no Brasil na seleção local só apareceria aqui anos depois... Enquanto isso, de volta a Concha Acústica, Roberto canta “As Curvas da Estrada de Santos”, fechando com a imagem do palco visto do alto, Jorge Curi, o irmão do Ivon, como lembrou o Doutor Renato na escolinha da SUAT frequentada pelo Guto, narra as investidas do Milan no ataque, a bola recuperada e o contra-ataque de Dirceu, não o Borboleta, o passe a Zico, a arrancada e o chute em cima do goleiro Albertosi, o próprio, da final de 1970, de novo na UERJ, o Rei vai de “Amada Amante”, foca nos geraldinos, Curi comenta, “jogando contra o mais digno futebol europeu, a Seleção Brasileira nem sempre conseguiu sucesso, mas venceu fácil pela contagem de 3 a 0”, os italianos atacam, “a defesa brasileira resistindo muito bem, os senhores observam, a jogada bem preparada e a nossa garantia, Leão, um preparo físico extraordinário, o maior goleiro brasileiro” – a gente deixa por Tobias, o goleiro corinthiano na final do Paulista... O Rei interpreta “Como Vai Você”, olha as luzes acesas nos prédios da UERJ, o Milan volta ao ataque, fala, Jorge, “campeões em 1958 e 1962 com treinamento sério, a perfeição em 1970, e buscamos para 1978 a filosofia do trabalho absolutamente certo”, Cascão, corre aqui que estão falando do papi Cláudio Coutinho, Roberto puxa as palmas da plateia para cantar “Quero Que Vá Tudo Pro Inferno”, música que nessa época estava em todas, aplausos, corta para aquela casa modesta, provavelmente em Niteroi, onde uma voz feminina, quem sabe da Lady Laura, pede para Roberto acordar e ir cantar na boate, não faltando o agasalho para o Rei não se resfriar, e lá está o cantor na barca, continuando a pensar no passado, “pouca gente sacava a Bossa Nova, João, eu era amarrado no João”, e começa a cantar uma composição de João Gilberto, “Desafinado”, “eu queria ser como o João, cantar como o João, mas era uma barra, né, bicho, uma cidade grande paca, às vezes eu tinha medo, medo ou saudade, eu não me lembro bem, talvez os dois”, e Roberto só observa o “skyline” dos prédios da região central do Rio de Janeiro... Imagens em sépia mostram o gol de Garrincha contra o Chile na Copa do Mundo de 1962, no Estádio Nacional de Santiago, transmissão e teipes a cargo do Tele Sistema Mexicano, o antecessor da Televisa, o escanteio cobrado por Amarildo e o cabeceio certeiro, tanto quanto a bola de sinuca que o mesmo Garrincha coloca na caçapa, merecendo o elogio de Roberto, tendo ao fundo o pôster do time campeão de 1958, “boa, Mané Garrincha, nessa você usou a cabeça”, o camisa 7, todo de rosa, trabalha forte com o taco, “manja só que efeito”, tanto no bilhar quanto no jogo com a Espanha em 1962, as fintas para chegar a linha de fundo e cruzar para Amarildo, que substituía o lesionado Edson (OG) cabecear e marcar, Garrincha encaçapa mais uma bola, Roberto segura a bolinha e comenta, “a gente quando via esse cara jogar, pensava que futebol era a coisa mais simples do mundo, esse cara deixou a bola desse tamanhinho”, o Rei chega bem perto da caçapa após outro acerto do ex-camisa 7 do Timão, “assim você acaba com o jogo, Mané, eu posso jogar”, depois de dar sua tacada, Garrincha comenta, “taí um cara legal, sou seu fã há muito tempo”, observa a mesa pensando na próxima jogada, “é, essa tá difícil”, Roberto acreditou que botou ele em sinuca, Mané ri amarelo, “é, a vida às vezes põe em sinuca, mas eu saio dela”, como o “Deus de pernas tortas”, nas palavras de Jorge Curi no “jogo mais combatido da Seleção em 1962”, contra a Furia, apelido da seleção espanhola que caiu em desuso depois da vitória na Copa de 2010, substituído por “La Roja”, mais um cruzamento na linha de fundo e outro gol de cabeça de Amarildo, garantindo a vitória da Seleção por 2 a 1, bola vermelha na caçapa, não que fosse a intenção dos roteiristas do programa, porém a associação entre a vitória do Brasil na Copa de 1958 e o surgimento da Bossa Nova, João Gilberto lançou “Chega de Saudade” em 1959, em tempo de ditadura militar, é a nossa versão da nostalgia dos primeiros tempos do rock nos Estados Unidos, “Rock Around The Clock” apareceu em 1955, para compensar a derrota estadunidense no Vietnã, consumada pela queda de Saigon, em 1975, isso e a novela “Estúpido Cupido”, do qual restaram apenas fragmentos que entrarão no projeto, sem contar que Moacyr Franco lançou “Balada No 7” em 1970, relembrando os feitos de Garrincha quando se aproximava do fim da carreira... Agora a seleção é outra, Roberto Carlos escala “os cobras da MPB”, “Hamilton Pereira, o Broa, no trompete, José Araújo, o Zé Bodega, no sax tenor, Edmundo Maciel, Ed Maciel, no trombone, Geraldo Moreira na flauta, José Pinto, o Formiga, no trompete, Zé Menezes, na guitarra, Lincoln Olivetti no oberheim, Isidoro Lugano, o Bolão, sax tenor, Eduardo Assad no piano elétrico, Wilson das Neves na bateria, Gabriel no baixo”, faltou só Robson Jorge, parceiro de Olivetti na composição de “hits” do pop brasileiro dos anos 1980, trabalho forte onde rivalizavam com Sullivan e Massadas, o instrumento do músico é um sintetizador produzido nos Estados Unidos, feita a releitura da homenagem aos músicos do especial de 1976, o Rei canta músicas “de alguns craques compositores dessa mesma MPB, e nessa seleção eu acho que fico no banco, pode crer”, seguem-se criações de terceiros, como “Wave”, de Tom Jobim, “Asa Branca”, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, Marina Elali, corre aqui, “Ponteio”, de Capinam e Edu Lobo, que venceu o Festival da Record em 1967, derrotando inclusive a canção de Roberto, “Maria, Carnaval e Cinzas”, “Cinema Olympia”, de Caetano Veloso, mais conhecida pela gravação de Elis Regina, “Travessia”, de Milton Nascimento, o próprio, de boné e tudo, digo... A gaita toca “Meu Pequeno Cachoeiro”, trazendo imagens de Cachoeiro do Itapemirim, “meu Cachoeiro cabia inteiro nos meus olhos”, foca no interior de uma casa antiga, mesa e porta do banheiro, a voz que lembra Lady Laura diz, “anda, Roberto, sai desse banheiro, já está na hora de você ir para a escola”, a cidade e a estação de trem (a citação possível do acidente na infância...), o banco da praça, o menino no alpendre, crianças na margem do rio, homem levando gaiola, retratos em tom azulado do pequeno Zunguinha e do jovem Roberto, “é isso aí, Cachoeiro era um grande recreio, um parque de diversões sem luxo, havia o sabiá, a noite, e o verde, como tinha verde e dava pra gente brincar, eu pensava que todo mundo fosse parente, na missa, na praça, todos se falavam, saudade, ah, isso eu só aprendi aqui no Rio, lá, saudade era outra coisa, valia no máximo uma namoradinha”, de volta a concha acústica, a nostalgia continua,“a Jovem Guarda já vai longe, mas Erasmo Carlos e eu pensamos em fazer uma música sobre aquele tempo, ou pelo menos falando da saudade daquele tempo”, então é por isso que ele canta “Jovens Tardes de Domingo”, lançamento de 1977, muito antes de Marlene Mattos conceber o programa preferido do Pancada, “Jovens Tardes”, Wanessa Camargo, corre aqui, Roberto aparece com Wanderléa e Erasmo em cenas do filme “O Diamante Cor de Rosa”, cantando logo depois “Festa de Arromba”, enquanto briga com Erasmo no filme, faz o Lobo Mau no “Show do Dia 7”, Erasmo joga flores para a plateia na década de 1960, o Rei vai de “Parei na Contramão”, aparece no carrão do especial de 1975, Erasmo barbudo, também em “O Diamante Cor-de-Rosa”, Roberto na sequência de fotos em preto e branco, José Lewgoy trabalhando forte como vilão no filme, Roberto se prepara para desembarcar na Praça 15 com a Neves, a barca, a barca, “os anos 1960, taí uma época que eu não esqueço, a Copa do Mundo do Brasil, e é uma brasa, mora, ah, a minha Jovem Guarda”, instrumental de “O Calhambeque”, vocal de “Mexerico da Candinha"... 





















Em ritmo de "Toca Raul", Roberto Carlos iniciou onda de excursões para as ruínas de Macchu Picchu, no Peru...



























Entra vinheta de intervalo, voltamos com a câmera  indo da vista noturna do estádio, com Jorge Curi narrando um golaço-aço-aço, a do show na UERJ, “um dia eu também conquistei meu Mundial, foi na Itália, no Festival de San Remo”, e vamos de “Canzone per Te”, com imagens da apresentação de 1968 como bônus, só faltou a foto de Roberto de bigode, imitando a fase psicodélica dos Bealtes, abraçado no compositor da música premiada, Sérgio Endrigo... Imagens do Maracanã lotado com Edson (OG) em campo pelo Peixinho no Urbano Caldeira são a deixa para introduzir mais um boleiro especialmente convidado, que caminha com Roberto Carlos entre um gramado com palmeiras na beira da praia, não podemos esquecer que o Rei do futebol sequer sabia do Mundial da Porcaria, Fredinho, “puxa, Edson (OG), mas como foi difícil te encontrar, eu liguei pra Nova Iorque, você tava na Itália, liguei pra Itália você tava na França, liguei até pro Japão, disseram que você tinha saído”, o pai do Edinho ri, “poxa, porque não ligou pra minha casa”, Roberto responde, “eu liguei pra sua casa, acontece que a Rose falou que desde que você deixou o futebol para se dedicar a família, nunca mais ela te viu”, o futuro pai de Celeste e Joshua ri de novo, “não, não é verdade, são uns compromissos que eu tinha assumido antes de ter deixado o futebol, eu estou cumprindo agora, entende, eu estava lá”, Roberto observa, “nós começamos mais ou menos na mesma época”, Edson (OG) repete, “é, nós começamos mais ou menos na mesma época”, acrescentando, “você já reparou que a vida de jogador de futebol e cantor é muito parecida, a gente precisa estar preparado, a gente precisa de muito treino”, Roberto concorda, “é, é mais ou menos igual, muito ensaio, né, bicho”, o pai da Sandra que ainda não conhecia a filha conclui, “para chegar no gol”, Roberto emenda, “ou no sucesso”, Edson (OG) despediu-se do futebol em 1º de outubro de 1977, no jogo em que disse “love,love,love” e o Cosmos venceu a Peixaria por 2 a 1”, partida que a TVS Rio adquiriu os direitos e transmitiu para o Brasil com a TV Tupi, a Lei do Divórcio foi promulgada em 26 de dezembro desse ano e o Rei do Futebol separou-se de Rose, sua primeira mulher, em 1978... Jorge Curi narra um gol do Edson (OG) no Verdinho, bola passada por Zito, arrancada e o chute na linha da pequena área, mais um gol, agora aproveitando o rebote dado pelo goleiro, voltando a conversa dos Reis, diz Roberto, “sabe, Edson (OG), o que eu mais admiro em você é que você sempre botou o coração em tudo o que fez na vida”, Edson (OG) faz graça, “também não é vantagem, né, Roberto, quem nasce em Três Corações, fica com quatro”, segue-se um gol no Cosmos de Nova Iorque, narra Curi, “Edson (OG) já havia conquistado o mundo, mas os Estados Unidos eram indiferentes ao futebol, aí chegou Edson (OG) jogando pelo Cosmos”, o camisa 10 faz o gol, hoje os Estados Unidos sediram a Copa do Mundo em 1994 e preparam-se para receber a de 2026, com Canadá e México... Na areia da praia, com um cachorro ao lado da dupla, Roberto elogia, “no campo você sempre teve um comportamento exemplar, sabe como é, aquela delicadeza, aquela lealdade”, Edson percebe uma certa ironia na voz de seu interlocutor, “não, não é bem assim, o que eu fiz mesmo foi retribuir a bondade a altura, entende”, o que é ilustrado por cenas do jogo entre Brasil e Portugal, “irmãos fora de campo”, na Copa de 1966, Curi relata, “Vicente caça Edson (OG), a primeira, a segunda, vai ficando sem Edson (OG), outra pancada no Rei do Futebol, levanta-se, tenta o domínio da bola, a quarta seguida, e Edson fora da Copa de 66 na Inglatera”, retornando a areia, Roberto faz o Carlos Drummond de Andrade, “e agora, Edson”, que responde, “você sabe que eu sou gamadão em música e gosto de música, entende, pra você ver, até a torcida por exemplo, quando grita o gol, ela grita GOOOOOLLLL”, inclusive na partida contra a antiga Tchecoslováquia na Copa de 1970, “isso é música, né, Roberto”, a dupla saca o banquinho e o vilão para cantar uma música de autoria de Edson Arantes do Nascimento (OG) e Sérgio Mendes, “Meu Mundo é Uma Bola”, ilustrada com cenas do jogador em ação na conquista do tricampeonato no México, mais especificamente o gol de falta contra a Romênia, Rivellino deixando a bola para ele chutar, imagens em película, pois o Mundial de 1970 foi transmitido em preto-e-branco, em 1974 a Embratel forneceu VTs coloridos das partidas às emissoras brasileiras, a Globo sofreu um grande incêndio em 1976 e em 1979, quando a emissora fez a retrospectiva da década de 1970, precisou adquirir vídeos dos jogos nos Estados Unidos com a ABC, porque as fitas com as narrações originais tinham sido apagadas, sobre o compositor Edson (OG), "Cidade Grande" (Abre a Porteira), parceria com Jair Rodrigues, seria lançada apenas e tão somente em 1981... Terminada a canção, volta o gol contra a Tchecoslováquia, desde o lançamento longo de Gérson, Edson (OG) visto do alto ergue os braços, aparecem imagens de infância, com Garrincha, comemorando gols e embalando os filhos, Roberto conclui, “Edson Arantes do Nascimento (OG), pra quem o show jamais termina, ele apenas troca de palco, o mundo continua a ser sua plateia, Edson (OG), mais do que um jogador, um símbolo, mais que um símbolo, um exemplo, mais que um exemplo, um homem”, finalizando com o coro “Edson (OG), Edson (OG), Edson (OG)”, falando em homens exemplares, quando o Viva exibiu o especial pela primeira vez, em abril de 2021, os dois Reis tinham acabado de tomar a primeira dose da vacina contra a covid-19... Com a palavra, o cantor e compositor mexicano Armando Manzanero, num cenário com faixas listradas ziguezagueando como na antiga vinheta do "Campeões de Bilheteria", “o ano de 1970 no México foi uma loucura, depois de ver Edson (OG), cantei 'Esta tarde vi llover, vi gente correr, e no estabas tu', Roberto comenta, “realmente, professor, os mexicanos foram muito legais com os brasileiros”, Manzanero está de acordo, “desde 1970, Brasil e México, somos irmãos, ainda mais que agora vamos a Argentina, vamos ver como vai ser”, o Rei responde em espanhol, “per supuesto, no te preocupes, hombre, yo se todas tuas canciones”, Armando diz em português, “também, Roberto, porque eu também canto canções de você”, o mexicano ao piano e o brasileiro ao microfone interpretam “It’s Impossible”, música de Manzanero, letra de Sid Wayne,  mais conhecida pela versão gravada por Perry "Papa Loves Mambo" Como, em seguida, Armando e Roberto cantam “Proposta” em espanhol,  Jorge Curi reaparece narrando o gol de Edson (OG) na final de 1970, esse em VT, lançamento de Everaldo para Tostão pela esquerda, bola mandada para lateral, Tostão cobra, Rivelino lança na área e Edson (OG) cabeceira para o gol, e Roberto canta “Esta Tarde Vi Llover”, de Manzanero, em espanhol, lançada em disco somente em 1979, mesmo ano em que “Amigo” foi usada para receber o Papa João Paulo II no México, marcando o fim de uma divergência entre o governo do país e a igreja católica que vinha desde a separação entre Estado e Igreja na reforma de Benito Juarez em 1859, também um sinal da popularidade de Roberto entre os mexicanos, vide vídeos da ClaroTV... O abraço de Armando e Roberto puxa outra vinheta de intervalo, Curi encerra a transmissão do jogo no Maracanã e Roberto Carlos canta “O Progresso” na Concha Acústica da UERJ, depois dos aplausos, o Rei declara, “eu sempre quis ter um milhão de amigos, mas para chegar a tanto, naturalmente eu tinha que começar por um, meu parceiro, meu irmão, meu amigo primeiro, Erasmo Carlos”, focalizado na plateia e aplaudido tão efusivamente que se levanta para saudar o público, “quando nós nos conhecemos, descobrimos que éramos amarrados nas mesmas coisas, vidrados no mesmo som e no mesmo cara, um cara que enchia estádios e botava todo mundo de pé no mundo inteiro, esse cara se chamava Elvis Presley”...Em um cenário com o retrato do rosto de Elvis, um desenho meio andrógino, ladeado por dois globos de discoteca, Erasmo e Roberto comparecem usando o figurino “faraó” de Elvis, na falta de topete, camisa bem aberta mostrando os pelos do peito (!!!), o amigo de preto, o Rei de branco, músicos, piano e bateria acompanhando, Roberto canta “Tutti-Frutti”, sem a mesma extensão vocal de Elvis, Erasmo vai de “Long Tall Sally”, o Rei brasileiro vem com “Hound Dog”, tentando o timbre do Rei estadunidense, seu amigo de fé e irmão camarada ataca de “Blue Suede Shoes”, Roberto acerta a mão com “Love Me Tender”, essa o ritmo casa mais com a voz, a dupla fecha com “Tutti-Frutti”, primeiro em levada romântica, depois no ritmo conhecido...  Agora Roberto está no palco em um estúdio, “aquele começo me marcou muito e tudo que eu sou eu devo a ele, por isso que levou tantos anos pra fazer uma música, ou melhor, pra fazer uma letra que falasse da minha gratidão, da minha admiração que eu tenho por ele, essa música se chama O Amigo, o amigo de fé, e foi feita pra você, Erasmo Carlos”, novamente focalizado, agora dentro do estúdio, na sequências imagens de Erasmo com a esposa e brincando com os filhos, o VT amarelado pelo tempo , assim estreia uma das canções obrigatórias nos especiais do Rei, lançada no disco de 1977, terminando com um emocionado abraço da dupla, três décadas antes da torcida corinthiana pegar a melodia da introdução da música e criar o “Não Para, Não Para, Não Para”... Ao fim do abraço, mais um intervalo, regressando a UERJ, Roberto Carlos avisa, “Caetano Veloso não podia faltar na minha seleção de craques”,  e vai de “Quem Cochicha o Rabo Espicha”, também chamada de “Muito Romântico”, outro lançamento do álbum do ano, que o próprio Caetano gravou no disco “Muito”, de 1978, mais uma vez a câmera vai do show ao estádio, o locutor da Rádio Globo narra um chute de Roberto Rivellino defendido pelo goleiro do Milan, a plateia de Roberto Carlos aplaude, o Rei lê uma crônica de Cláudio Mello e Souza, ilustrada por imagens de Riva em campo no México em 1970 e em sua casa, “parece ter no pé sinistro engodo do alçapão e o feitiço de um ninho, é nele que a bola pousa, quase inquieta, arfando um voo concluído, armando um voo novo como quem inventa um espaço novo, controlada, a bola perde sua vocação de pássaro, torna-se fera engaiolada a espera de aprender com o pé que a domina alçar em salto de mulher felina, ou então, é pura presa, é voo em ovo, e de repente não é mais contida nem precavida, explode em liberdade e traça seu próprio caminho, é pedra de atiradeira em seu voo de passarinho”, olha o gol no Milan de novo... O texto fala do jogador e de seu “hobby”, a criação de pássaros, como demonstram as gaiolas do jardim da residência do Reizinho do Parque, que trocou o Timão pelo Fluzinho em 1975, o apelido “Curió" não é apenas pelo bigode, Roberto era passarinheiro de participar de concursos de canto, “eu tenho muita saudade dele, bicho, a expressão Seleção canarinho morreu com ele”, Roberto observa, “falou Canarinho, falou com você, há muito tempo que cê tá nessa, né”, Roberto, o outro, responde, “há muito tempo que eu me amarro em pássaros”, Roberto insiste, “você se amarra mesmo é num curió”, o outro Roberto explica, “não só, xará, não só em curió, mas como em azulão, já criei muito canário, sabe, xará, eu preferia ganhar um passarinho do que o bicho de um jogo comum, não”, indo cuidar das gaiolas, enquanto o Rei resolve falar de futebol, “sabe, Rivellino, eu não estou muito preocupado com os alçapões argentinos, o que você acha”, o Reizinho responde, “sabe, xará, passarinho canta melhor na casa do vizinho, e nós, com muito trabalho, com muita disposição, vamos trazer o caneco pra cá”, Roberto acreditou, “se Deus quiser, muitos brasileiros estarão lá fazendo aquela corrente”... Eis então que surge um distintivo meio desbotado do River Plate no estádio Monumental de Nuñez, que é apresentado numa narração em “off”, “com capacidade aumentada para 85 mil espectadores, palco da cena final da Copa do Mundo de 1978”, corta para a saída da estação do “Subte”, o metrô da capital argentina, na Praça de Maio, de onde sai um homem careca, de óculos, camisa social de manga curta, carregando uma pasta executiva, que muda a direção da caminhada e provoca uma revoada de pombos, o narrador afirma que os argentinos acreditam que o Brasil não está entre os quatro finalistas da Copa, “eles temem mais a Holanda e a Alemanha, isso é muito bom para o Brasil”, o homem se aproxima da câmera e dispara, “sem Garrincha e sem Pelé, não passará, para mim Argentina, segundo Holanda, terceiro Alemanha, e quarto Brasil”, faz sentido, foi quase isso, dos países latinos enfocados no especial, o México de uniforme da Levi's não passou da primeira fase, o Peru surpreendeu e avançou no torneio, porém caiu no mesmo grupo de Argentina e Brasil, que disputou e venceu a decisão do terceiro lugar com a Itália, depois de ficar de fora da final pelo saldo de gols, venceu a Polônia por 3 a 1 e os anfitriões golearam o Peru por 6 a 0, gerando toda a controvérsia sobre a manipulação do resultado, e a Argentina foi campeã fazendo 3 a 1 na Holanda, sem Maradona, um garoto de 17 anos que o técnico César Menotti, não o do Fabiano, não quis convocar, digo... A bordo de um táxi, Roberto Carlos arrisca umas palavras em espanhol, “estoy aqui para rever mi Buenos Aires querido, para homenagear um amigo, para saber las cosas de la Copa”, o motorista (um ator, que lembra vagamente o Jardel Filho, que saiu de cena quando gravava a novela "Sol de Verão", hoje no Projeto Fragmentos da Globoplay...), diz que a Argentina está preparando um fenômeno e certamente será campeã, porém gostaria de ver o Brasil levando o título, ele concorda com que os brasileiros pensam do futebol argentino, “a luta é com loucura”, há muitas coisas porque lutam os portenhos, foca na Igreja Nossa Senhora do Pilar, de qualquer forma, o chofer se sente honrado em conduzir Roberto Carlos, mais um careca na praça apostando no título de Brasil e Argentina, o motorista de ônibus, que lembra Messi vagamente, crava a Argentina, o homem na frente do teatro Colón reclama que não há dinâmica nem preparação física adequada, como no Brasil, preferindo favoritar Alemanha e Itália, a mulher de chapéu mal sabia da realização da Copa... O táxi passa por entre os ônibus bicudinhos da Mercedes na região da Catedral de Buenos Aires, Papa Francisco, corre aqui, Roberto pede, “me gostaria mucho de conocer a casa de um amigo, la casa onde vivo, la calle, los lugares onde tuvo tantas emociones e tantas inspiraciones, si, gostaria de conocer la casa de Gardel”, o motorista se empolga, “Carlos Gardel, Papito, aqui dissemos que Carlos Gardel é Papito”, Ana Clara, corre aqui, “é a melhor coisa que temos no país, depois do Boca Juniors”, aqui não é levado em conta que Carlos Gardel teria nascido em Tucuarembó, no Uruguai, ou em Toulouse, na França, “há coisas que são fenomenais na vida, escutar Gardel, como cantava, era uma loucura escutá-lo, de qualquer forma, Carlito é único, Roberto Carlos é único”, foca na placa da casa de Gardel, o Rei explica, “aqui morou a história da música portenha, porque aqui morou Gardel, também Carlos, sua voz atravessou ares, mares, cordilheiras, ficou viva, viva entre nós, na nossa América, esta é a Boca de Gardel, o cantador de todo um povo, da dor de cotovelo ao modo latino, latino e nosso”, close no acordeon, e lá vai Roberto cantar, terno de risca de giz e flor vermelha na lapela, “El Dia Que Me Queiras” no Caminito, de noite, para evitar o fluxo de turistas brasileiros e a confusão na Bombonera, e mesmo assim tinha gente olhando pelas janelas coloridas das casas idem, para caracterizar melhor a Boca, só faltou o ônibus da Linha 29... Ops!!!...  Da Argentina ao Peru, ao redor da Igreja da Companhia de Jesus, em Cuzco, em cuja fachada picharam “PC do P”, camponeses de poncho e chapéu, se benzendo, carregando seus filhos e comendo milho, em meio a caminhada de um menino em trajes típicos e tradicionais (seria o Segundinho???...), “passa mais um ano, e mais um ano virá que a latinidade, estaremos reunidos, em cores e bandeiras, em torno da mesma mesa, vivendo a mesma festa, o grande bloco sulamericano, desfilando entre alas e cordões de uma América única e própria, uma América de risos e riquezas repartidas, num só Carnaval”, toca a flautinha, Roberto Carlos canta “El Humahuaqueño”, composta pelo argentino Edmundo Zaldivar em 1941, e que entrou na discografia do cantor em 1975, o menino passa por feiras de rua e esculturas incas em ouro e Rei comparece nas ruínas de Macchu Picchu para cantar “América América”, de César Roldão Vieira, com o poncho azul celeste destacando o famoso medalhão, e lá vem o menino peruano de novo, sim, em 1977, tanto Brasil quanto Argentina e Peru eram governados por militares, a diferença é que os generais argentinos e peruanos estatizaram as emissoras de televisão, aqui as emissoras continuaram nas mãos da iniciativa privada, que sofria com a censura nas novelas, que também vigiava os noticiários, não que a linha editorial fosse tão contestadora assim, mas, enfim... A excursão do Rei  termina com a vinheta de intervalo, de volta ao palco tijucano, a mensagem de Roberto, “nesta noite, vamos erguer a taça e brindar 1978, e unir nossos pensamentos num grito de amor, que Deus abençoe, ame e proteja a todos”, cantando então “Eu Quero Apenas”, intercaladas com cenas familiares de Erasmo Carlos, Roberto com Edson (OG) e Garrincha, Rivellino cuidando de seus passarinhos, o gol de Clodoaldo (OG) contra o Uruguai em 1970, jogada que Rivelino começou no campo de defesa e a bola passando por Edson (OG), pelo próprio Corró (OG) e Tostão antes do lançamento e da finalização, depois da festa dos jogadores e da torcida no estádio Jalisco em Gudalajara pelo gol, entram imagens da entrada em campo da equipe corinthiana no Morumbi no jogo do título paulista, faz sentido, num especial que é quase uma resenha de boleiros, um dos principais acontecimentos futebolísticos do ano não poderia ficar de fora, ainda mais depois da campanha, "Timão Campeão, A Globo Garante", a apresentação termina com o Rei pedindo para a plateia cantar... Entra o "Estamos Apresentando" com Erasmo e o instrumental de Amigo, na volta. sobem os créditos, com a reprise da contagem regressiva, “Rede Globo Apresentou Roberto Carlos Especial”, a Seleção em campo e o Rei no palco, “Telecine Daniel Souza”, Roberto nas barcas querendo ser João Gilberto, bolas na rede e na caçapa de Garrincha, “Divisão de Esportes Téti Alfonso”, “Participação Especial Atores Argentinos Marcos Zucker Walter Subrié Alfredo Zemma” – o taxista risonho (era comediante...), o carequinha do metrô (creditaram o nome com erro, é Walter Soubrié...) e o pessimista do Teatro Colón (fez a versão argentina de Pérola Negra em 1994...) - a bolinha da Globo encerra o programa obstruindo a visão do gol de Amarildo contra a Espanha em 1962, que coisa, não...



















































Melhor cena teve os jogadores entrando em campo para acabar com 23 anos de espera na Pizzaria Corinthians... 


Nenhum comentário:

Postar um comentário