segunda-feira, 25 de setembro de 2017

JBlog Ano 15: Os Dias Eram Realmente Assim...

- Realmente, "Seu" Jango... Você não quer levar um folheto "Um Dia na Vida do Brasilino" para as crianças???...










































































Ao invés de conhecer a história do Brasil por meio de edulcoradas encenações televisivas – ainda que contem com Sophie Charlotte no elenco – o seu Bloquinho Virtual sempre preferiu dar voz a quem sabe porque esteve lá...  Realmente, a ditadura militar foi um dos períodos mais tenebrosos da história do Brasil, em nada justificando a popularidade de uma figura como Jair Bolsonaro ou os insistentes pedidos de intervenção...  Nosso docente de estatística esteve na linha de frente do combate ao autoritarismo, desde os tempos que em que era apenas um estudante na região de Santos...  Alis, ainda que haja controvérsias quanto à data do início do movimento militar – 31 de março ou 1º de abril – e alguns desinformados chamem aquilo de “revolução” ou “intervenção militar”, ele sempre deixou claro que realmente o Congresso não votou o impedimento de João Goulart, mas pressionado pelos militares, o presidente do parlamento, Auro Moura Andrade, decretou que a presidência da república estava vaga, mesmo com o presidente ainda no Brasil... Essa trajetória realmente impressionante na defesa das liberdades democráticas foi resgatada pelo seu Bloquinho Virtual em 2014, quando o golpe militar completava 50 anos... Para que realmente nunca mais aconteça, professor... E há quem prefira o livro do José Serra...








No dia 31 de março de1964 aconteceu o golpe militar que derrubou o presidente João Goulart... Bom, nesse ponto há controvérsias, pois muitos internautas apontam que aquilo que seus artífices chamavam de “revolução redentora”, na verdade aconteceu realmente no dia 1º de abril, professor... O fato é que o golpe desferido contra o Brasil em 1964 dói até hoje, pois ele só agravou os problemas econômicos e sociais que os golpistas alegavam querer resolver com sua ação... Isso sem contar a repressão e a censura... Uma realidade vivida de perto por aquele engajado estudante que durante a campanha eleitoral de 1962 distribuía panfletos com o texto “Um dia na vida do Brasilino”, escrito pelo “sócio” da deputada Ivete Vargas, do PTB de Jango... Realmente, nosso futuro professor era nacionalista, posicionando-se contra o imperialismo estadunidense –jamais ouvia o Repórter Esso, o primeiro a dar as últimas – e em defesa das reformas de base propostas por João Goulart... Tanto que aceitou emprestar um dinheiro, ganho com a venda de amendoins no Urbano Caldeira e no Ulrico Mursa em dias de jogos do Peixinho e da Burra Santista, para um jovem líder estudantil comparecer ao Comício da Central do Brasil, em 13 de março de 1964... Sob a condição de que o beneficiário do empréstimo utilizasse os ônibus do Expresso Brasileiro para viajar ao Rio... O que foi aceito pelo presidente da UNE na época, José Serra... Que nunca pagou o dinheiro que devia... Quando os militares iniciaram a ofensiva golpista em Minas Gerais, nosso docente, ainda um simples aluno de um colégio estadual em Santos, pensou em se juntar à Cadeia da Legalidade que o deputado federal pelo Rio de Janeiro, Leonel Brizola, iria organizar para defender a permanência de Jango no poder, da mesma forma que fez em 1961, reunindo emissoras de rádio desde o Rio Grande do Sul, onde era governador, para garantir a posse de Goulart, depois da renúncia de Jânio Quadros... O problema é que ele emprestou seu radinho de pilha com capa de couro, igual ao que Milton Neves tinha em Muzambinho, para um soldado que se chamava Anselmo... Ou seria um cabo... O fato é que ele nunca mais viu o rádio e não pode impedir a deposição de Jango... Restou a resistência ao governo militar que se iniciava, por meio da militância no movimento estudantil... Onde dividia a liderança com José Dirceu... Não sem profundas discussões sobre os rumos que a oposição ao regime ditatorial deveria tomar... Dirceu preferia maçã, fruta que na época não era produzida no Brasil, o que aumentava a remessa de divisas do país para o exterior... Realmente, era melhor consumir banana, o legítimo produto nacional, cuja exploração deveria ser exclusiva dos brasileiros... Banana que ele foi comprar no Pão de Açúcar da Maria Antonia em meio a feroz batalha entre estudantes de direita e de esquerda que aconteceu em 1968 naquela rua da região da Consolação... Era um pedido do professor Fernando Henrique Cardoso, grande teórico da dependência econômica brasileira, que deu o dinheiro sob a condição que trouxesse o troco... Dinheiro que quase não foi entregue, pois nosso futuro estatístico estava bem ao lado de José Guimarães, estudante secundarista assassinado na “Batalha da Maria Antônia”... Ser solidário na luta acabou se tornando uma grande gelada, pois sua disposição em ir comprar pão, leite e mortadela para os estudantes do Congesso da UNE realizado clandestinamente em Ibiúna, também em 1968, fez com que a Polícia prendesse todos os participantes do evento... Jogar giz no governador Abreu Sodré na Praça da Sé reivindicando a criação de telecursos na TV Cultura, adquirida do governo estadual junto aos Diários Associados, teve seu preço... Torcer por “Disparada” e não por “A Banda” no Festival da Record de 1966, também... Jamais ele teria a ideia do Chico Buarque de convencer os jurados a declararem as duas canções vencedoras... Eram deles as vaias que se ouviam no teatro, ali perto da faixa, “Abaixo a Ditadura, o povo realmente no poder”... Até na gravação da "Família Trapo", lá estava ele vaiando o Golias e o Zeloni...




































- Realmente, Zé Dirceu... Será que a gente consegue estacionar perto do Pão de Açúcar da Maria Antônia???...






















































O próprio Brasilino teve de se adaptar aos tempos difíceis da ditadura, se tornando o mascote da Fábrica de Móveis Brasil... Ainda assim, o carnê de mercadorias da loja tinha um importante papel de resistência contra o Baú da Felicidade de Silvio Santos, esse capacho lambe-botas dos militares... A repressão ao movimento estudantil obrigou o nosso futuro professor a entrar para a guerrilha... Onde conheceu a mineira Dilma Rousseff... A organização de que fazia parte tinha três grandes planos... Primeiro, explodir o estádio do Morumbi, construído com dinheiro público pelo governador Laudo Natel – o mesmo que não quis abrir uma conta para o nosso futuro docente no Bradesco... Segundo, roubar o cofre mantido na sede do Timão pelo presidente Vadih Helou, um apoiador contumaz dos generais-presidentes, que continha o dinheiro supostamente destinado à construção de um grande estádio para o clube... Terceiro, sequestrar o Edson (OG), que além de ser um garoto-propaganda oficioso do regime militar, ainda dizia que o brasileiro não sabia votar, por isso achava bom não ter eleições diretas para presidente e governador... Mas aí, o amor pelo Peixinho falou mais alto... Como alternativa, sugeriu um golpe no militar que atuava como interventor no time da Vila Belmiro, fazendo ele vender a preço de banana metade do time para uma imaginaria equipe marroquina... Sendo que o time não jogava a Libertadores por sugestão dele, como protesto pelas ditaduras sul-americanas... Sugeriu ainda usar um caminhão de gás para atropelar o dono da Ultragás, um conhecido financiador dos órgãos repressivos... E que negou a venda de um simples terno na Ultralar pela falta de fiador... A estratégia incluía uma música para encobrir a ação, sendo a origem do famoso tema musical utilizado hoje em dia na venda de botijões... Nos tempos de guerrilha, nosso matemático conheceu José Genoínio... Uma convivência breve, interrompida por uma divergência de fundo ideológico... Genoínio preferia comprar uma casa financiada pelo BNH no Jardim Rizzo... Ele decidiu adquirir uma residência no Jardim Bonfiglioli, apesar das prestações abusivas do financiamento habitacional do governo... Com o brutal esmagamento da guerrilha, o jeito foi seguir a carreira acadêmica e docente – com um período no exílio, sempre levando calote do Aloysio Nunes e do Cristóvam Buarque - sem se esquecer da luta pelos direitos dos professores... Assim, a onda grevista iniciada em 1978 levou nosso professor até a região do ABC, para dividir a liderança do movimento com o metalúrgico Luis Inácio... Que passou a ser chamado de Lula porque quando alguém perguntava pelo “Barba”, os dois respondiam... Um questão dífcil para quem ostenta uma vistosa barba desde os 13 anos de idade... As lutas por melhores salários e a redemocratização do país levaram os dois para a prisão no DOPS de Romeu Tuma, na companhia de sindicalistas como José Maria de Almeida, Mestre... Todos mobilizados em uma greve de fome que comoveu o país, e não foi quebrada nem quando Tuma resolveu mandar o Tuminha comprar pacotes de biscoitos Mirage ®, “O Pacotão”... Naqueles tempos em que o presidente João Figueireido era adepto do “prendo e arrebento”, os detentos não quiseram receber bolachas... Ops!!!... Discordando do governador paulista da época, Paulo Maluf, o qual afirmou que as professoras eram mal-casadas, partiu para a briga na Freguesia do Ó, e se posicionou contra a saída da Rodoviária de São Paulo da Praça Júlio Prestes... O fato do local ter as mesmas pastilhas do prédio da “Folha” ressaltava que ele deveria ser preservado como um símbolo da resistência democrática, muito mais do que o Ulysses Guimarães enfrentando os cachorros da polícia... Dureza mesmo era ser cabo eleitoral do Quércia em 1974, trabalhando ao lado de Roque Citadini, ou ser convidado para passar umas “férias” na Rua Tutoia... Nem tinha hotel lá...






































- Realmente, Luis Inácio... Um de nós vai ter que tirar a barba, senão vai dar a maior confusão com os peões...

































































A Anistia – muito pouco ampla, geral e irrestrita para quem passou várias temporadas do Presídio Tiradentes sem poder dar um pulinho no Teatro Franco Zampari para ver as gravações do “Viola, Minha Viola” - e a volta do pluripartidarismo fez com que nosso professor colasse o adesivo “oPTei” em sua sofrida Marajó... A barba fazia com que sempre fosse confundido com o irmão do Betinho, o Henfil... Ou seria porque também compareceu na China antes da Coca-Cola???... Diante da crise econômica e do desemprego, era dele a voz que se levantava nas ruas durante os protestos de 1983... Claro, Aldo Rebelo foi apontando como a liderança do movimento, mas ele nunca usou barba... Sem contar que é do nosso estatístico aquela frase dita no Chapolin... “Dá exatamente no mesmo o Quase-Nada e o Delfim”... Sem se esquecer de sua cidade, defendeu a volta das eleições para prefeito em Santos – tanto quanto pelo retorno das eleições diretas para presidente, onde ninguém podia chamar pelo Magrão, pois ele e o Sócrates (OG) atendiam... Uma vez reconquistado o direito dos santistas elegerem o prefeito, apoiou Telma de Souza contra Rubens Lara e Osvaldo Justo – o vencedor do pleito realizado em 1984... Apesar das afinidades com o Doutor Sócrates (OG), nosso docente não nutria muitas simpatias pela Democracia Corinthiana, a qual considerava um movimento superestimado... Como estatístico, preferia os números expressivos da administração de Milton Teixeira na presidência do Peixinho... Sem contar quando era chamado de Rodolfo Rodriguez, em alusão ao goleiro uruguaio contratado pela equipe da Baixada... A democracia finalmente retornaria com a eleição de Tancredo Neves, embora ele tenha apoiado a decisão do PT de não comparecer ao Colégio Eleitoral por entender que aquele tal de Sarney era a maior fria... E quem vendeu cafezinho e bolo para todas aquelas pessoas que ficaram na porta do hospital, esperando pela recuperação de Tancredo... Alis, segundo consta, Aecinho Neves pendurou a conta várias vezes e jamais pagou... Não tem ideia de a quantas anda o preço da farinha... Ops!!!... 














































- Realmente, Osmar Santos!!!... Onde é que estão o Serginho Chulapa, o Gilberto Sorriso e o Rodolfo Rodriguez???...

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