sexta-feira, 1 de setembro de 2017

JBlog Ano 15: Discutindo o Desmonte do Fielzão...

Surpreendeu os debatedores na Bienal do Livro de 2014 o fato da obra bilionária do Fielzão estar incompleta...
























































O mês de setembro marca os 15 anos de atividade do Seu Bloquinho Virtual... Para comemorar a data, durante todo o mês iremos publicar algumas das postagens mais importantes da história do vlog... Em especial no período em que a página esteve abrigada no Blogger Brasil, que encerrou seus serviços em 30 de junho de 2015... Como hoje é o aniversário do Timão, resgatamos o post “Debatendo o desmonte do Fielzão”, publicado originalmente em 29 de agosto de 2014... Com as imagens originais do post, que muito antes da reeleição de Dilma e do impeachment, discute o legado da Copa do Mundo da Fifa ™ na região de Itaquera...




Na noite de quinta-feira, jornalistas e pesquisadores se reuniram no Salão de Ideias da Bienal do Livro, na região do Anhembi, para tentar definir qual foi o legado da Copa do Mundo da Fifa ™... Juca Kfouri, esse “turco com apelido de português” (como diziam os antigos leitores da revista “Placar”...) apontou a prisão dos cambistas internacionais e a ideia de que o governo, ao realizar grandes eventos esportivos, deve ouvir a população, seja para decidir pela sua realização ou, em caso de aprovação, durante todo o planejamento... Paulo Vinícius Coelho, também conhecido como Policloreto de Vinila (PVC), afirmou que o importante é ter projeto, especialmente nas cidades onde a construção de grandes estádios é considerada uma ereção de elefantes brancos... Ops!!!... “Cuiabá tá bonita... É outra cidade”... O pesquisador Antônio Lassance, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, ligado ao governo federal , disse que o dinheiro gasto com a Copa do Mundo – inclusive o emprestado pelo BNDES, o qual acredita que será devidamente pago – é um valor muito pequeno diante do que o governo paga a cada aumento da taxa de juros oficial, Manteguinha que o diga... Também fez críticas questionáveis ao movimento “Não Vai Ter Copa” ao se queixar do “veneno”, do “boicote”, do “escracho” e da “violência” que estariam associados aos protestos... Talvez ele não tivesse a mesma opinião se tivesse acompanhado a palestra anterior do Salão de Ideias... “A violência como herança no Brasil contemporâneo”... Em algum ponto teriam lembrado da repressão aos protestos e das “prisões preventivas” de ativistas... Lassance também exibiu um vídeo em que os mineiros chilenos que ficaram presos no subsolo apoiavam a seleção de seu país na Copa de 2014, para dar... A entender que a ideia que o governo federal faz do futebol é de um veículo de ascensão social e de afirmação das classes menos favorecidas... Tipo votar na Dilma... “A imagem do Brasil não deveria sair da obra de Nélson Rodrigues, mas dos escritos do irmão dele, Mário Filho”... Depois não entendem porque a Marina Silva disparou nas pesquisas de intenção de voto... Por fim, o jornalista escocês Andrew Jennings, o polêmico autor dos livros “Jogo Sujo” e “Um jogo cada vez mais sujo” pediu duas coisas muito simples durante a palestra e também nas dedicatórias dos livros que autografou... Limpem a CBF... “Clean up CBF”... Façam Joseph Blatter acompanhar Ray Whelan na prisão de Bangu – depois da rima... Não é fácil acabar com a corrupção no futebol brasileiro, reconheceu PVC, inclusive no que diz respeito ao trabalho jornalístico... Sim, uma palestra deste tipo há dez anos atrás certamente teria a presença de Jorge Kajuru... Hoje injustamente desacreditado e duramente relegado ao ostracismo... Quem sabe Soninha “Francini” também... Jennings citou as investigações da CPI da CBF-Nike e seu condutor, Aldo Rebelo... A mesma pessoa que comandou o Ministério dos Esportes durante a Copa do Mundo... Cujo partido controla o Ministério há 12 anos... Aliado de outro partido que consegue reunir na mesma chapa para a Câmara dos Deputados, um militante histórico que sofreu nas mãos do regime militar tão defendido por José Maria Marin, Adriano Diogo, e dois representantes do “status quo” do futebol brasileiro, Vicente Cândido – que deve se tornar presidente da Federação Paulista de Futebol quando Marco Polo Del Nero assumir a CBF - e Andrés Sanchez... Mesmo assim, Jennings ainda considera que as ameaças da Fifa não são obstáculo para uma intervenção oficial na CBF... Difícil é contornar o artigo 217 da Constituição Federal, verdadeiro salvo-conduto para a entidade... O próprio governo deixou para os advogados do BSFC acharem brechas na lei... Algo que a CBF se preveniu ao abrir mão de verbas governamentais, que poderiam ser uma excelente oportunidade de fiscalização e controle, João Havelange...



























Depois do Mundial de 2014, setor preferido do internauta Chico Melancia - arquibancadas provisórias - foram desmontadas...


























































Falar da Copa do Mundo da Fifa ™ é falar do Fielzão...  Um espectador da palestra disse que incomodava a ele o “visual de Shopping Iguatemi” do estádio corinthiano...  Talvez ele pense como Jonas Marra, que não se apetece com o Shopping Metrô Itaquera e até hoje não conseguiu encontrar o Fielzão...  Que tem outros problemas mais sérios...  Os quais aparecem até mesmo em uma comparação com o recinto do Salão de Ideias...  Primeiro, o preço do ingresso para a palestra... R$ 0,00...  Muito mesmo que a entrada mais barata para o Fielzão...  Mesmo as cortesias oferecidas pelo Timão custam, devido a impostos e outros encargos, R$ 35 por cabeça, pagos pelo próprio clube...  A entrada no Salão de Ideias dá direito a um aparelho de tradução simultânea... Nada mais justo, porque Jennings falou em inglês e o SESC, entidade que organiza o evento, é sustentada basicamente por um desconto compulsório nos salários dos empregados do setor de comércio e serviços e pelas mensalidades dos associados...  A visibilidade da plateia era um caso à parte... Não havia risco da pessoa se levantar e obstruir a visão das pessoas sentadas duas fileiras atrás, como aconteceu com a gente no Fielzão durante a Copa...  Mas aí algum internauta pode reclamar... O Salão de Ideias acontece dentro da Bienal do Livro, cuja entrada é paga...  Acontece que além do ingresso mais caro custar R$ 14 – nos finais de semana – há uma serie de descontos e gratuidades... Com a possibilidade de pagamento com cartão de débito e de crédito...  Que não existe na bilheteria do Fielzão, onde o ingresso mais barato custa R$ 25 – meia-entrada no setor Norte  - com pagamento exclusivamente a dinheiro... Sendo que seus proprietários se veem desobrigados de oferecer gratuidades, pois o estádio não é municipal, ainda que construído em um terreno cedido pela Prefeitura...  Ao menos não há no estádio corinthiano, em muito devido ao Fiel Torcedor,  muito elogiado pelo PVC (Ops!!!...), as imensas filas da Bienal do Livro – de 30 a 40 minutos de espera – registradas no último final de semana...  No entanto, há transporte gratuito desde a estação Burra-Tietê do Metrô até o Anhembi, local da Bienal...  Ao passo que o Fielzão teve de ser beneficiado com uma controvertida extensão do horário de funcionamento dos trens do Metrô e da CPTM... O próprio PVC lembrou que a torcida que vai ao Pacaembu nunca teve essa moleza...






















Fora dos dias de jogos, um pujante comercio informal florescia nos gradis que cercam o estádio na região de Itaquera...
























































O Timão teve pressa em tirar os sinais da presença da Copa do Mundo da Fifa ™ do Fielzão...  Talvez para não deixar evidente que a construção do estádio só se tornou possível devido ao Mundial... Ou que o clube terá que pagar por isso... Não deixa de ser estranho os gastos com a obra terem superado o valor de R$ 1 bilhão e o clube afirmar que o estádio ainda está incompleto... O que fica evidente ao se descobrir que a inundação do vestiário da Croácia depois do jogo com o Brasil aconteceu porque as banheiras não estavam ligadas à  rede de esgotos... De qualquer forma, o desmonte das arquibancadas provisórias, principal acréscimo para a Copa do Mundo, segue em ritmo acelerado...  A desmontagem é mais lenta no setor Norte, provavelmente devido à instabilidade do solo... Causa de um dos acidentes acontecidos naquele mesmo local... O outro aconteceu durante a montagem  da estrutura provisória... O curioso é que os primeiros desenhos do estádio – como o que foi divulgado na capa do “Diário de São Paulo” de 6 de novembro de 2010 – mostram que os dois  setores onde foram montadas as arquibancadas provisórias seriam feitas em concreto, integrados ao restante da construção, cujo custo total seria de R$ 600 milhões...  O ritmo da desmontagem pode ser melhor percebido fora dos dias de jogos, quando é possível contorna-lo e o observá-lo através dos gradis posicionados atrás do setor Sul...  Onde os vendedores de camisetas expõem livremente os seus produtos, sem serem incomodados por ninguém... Inclusive uma peça onde o Seu Madruga aparece com a camisa do Timão...  Um privilégio que não se tem quando há jogo, já que é formado um cordão de isolamento entre as estações Timão-Itaquera e Artur Alvim do Metrô...  Até mesmo um vendedor de lanches pode usar do marco da Sabesp para anunciar seus preços...  O internauta Chico Melancia, quando esteve no local antes da Copa, questionou o que seria feito no terreno do lado oposto da via que passa por trás do Fielzão... Agora, uma placa indica que ali deverá ser construído um Centro Empresarial...  O que explicaria o projeto do clube de fazer dois  Centros de Convenções dentro do estádio... Alis, por falar em vazios, há uma grande área ao lado do estádio, que abrigou as instalações de hospitalidade durante o Mundial...  Aquelas, dos ingressos vendidos pela Match, Andrew Jennings...  Como ela não está cercada, presume-se que ela não pertença ao clube, ao contrário da área em frente a entrada do setor Leste...  Serve como estacionamento... Ou poderia ser um ponto de encontro da torcida... Vide a entrada da Bienal, cujo espaço acarpetado serviu de local de descanso para centenas de visitantes extenuados – os que não encontraram espaço nos cantos dos estandes...  Numa cena que lembra a reunião de desabrigados por enchentes ou furacões em escolas ou ginásios de esportes...















































De uma forma ou de outra. a infra-estrutura fornecida pelo poder público era aproveitada no entorno do estádio...

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