sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Nada será como antes no Salão do Itaquerão, digo...

Um dos carros mais importantes do Salão dicou do lado de fora... O Busscar El Buss 340 do transporte gratuito...


























































As atrações do Salão Internacional do Automóvel de São Paulo começam logo na saída do transporte gratuito para o evento, na região da estação Jabaquara do Metrô... Se tiver sorte, visitante pode comparecer no São Paulo Expo Exhibition & Convention Center, antes chamado de Centro de Exposições Imigrantes, em um ônibus Busscar El Buss 340 da Ipojucatur, a transportadora oficial do evento... Um veículo histórico, pois desde que a encarroçadora teve falência decretada em 2012, viajar em um veículo de sua fabricação tornou-se uma oportunidade única... Ainda mais porque o Salão do Automóvel paulistano não expõe mais ônibus, como acontecia nas décadas de 1960 e 1970... Dentro do ônibus dá até para encontrar um brinde para o visitante boné avulso da Caixa Econômica Federal... A viagem até o São Paulo Expo, no quilômetro 1,5 da Rodovia dos Imigrantes, é rápida, com um pouco de trânsito na chegada, já que muitos visitantes aproveitam as facilidades de estacionamento do complexo e compareceram ao salão de automóvel, digo... As formas arrojadas do recinto de exposições imediatamente lembram as instalações utilizadas nos Jogos do Rio de Janeiro... Ou o Itaquerão, estádio corinthiano que recebeu a Copa do Mundo em 2014 e partidas do futebol olímpico neste ano... O preço dos ingressos, entre R$ 40 e R$ 300, estão à altura da exuberância do espaço expositivo... Mesmo que uma entrada adquirida na internet por R$ 77 reais – R$ 7 reais da taxa de conveniência – esteja mais em conta que a maior parte dos bilhetes vendidos no estádio corinthiano... Logo na entrada do primeiro dos sete pavilhões do evento, o visitante se vê diante dos estandes da Kia Motors, Chevrolet – com tomadas para carregar celular, pois tirar fotos acaba com a bateria do aparelho rapidamente – e Fiat... Entre modelos como o Mobi e o Uno, e sofás para o descanso do público que comparece ao estande, um pequeno carro azul Orkut (beta) desperta muita curiosidade... É o Fiat 500 Abarth... Enquanto os visitantes entram e saem do carrinho, a promotora de vestido branco exibe um sorriso que ao internauta Chico Melancia lembra imediatamente a Shirlei da novela “Haja Coração”... Figura simpática, mantém uma animada conversa com a senhora encarregada de polir a lataria do veículo... Contrastes assim são comuns em todo o salão... Enquanto os jipes da Troller são exibidos em plataformas giratórias, acompanhados de modelos com macacões justíssimos, os funcionários da faxina vão passando o rodo, digo... São essenciais para o êxito do evento, embora nem sempre tenham um espaço adequado para descansarem e conversarem, vide canto atrás do carrinho de cachorro quente... Nos estandes, homens e mulheres incansáveis estão sempre de prontidão para passar pano nos veículos expostos... Nosso internauta-mor, por exemplo, adoraria passar um pano no Jimmy... Quer dizer, no jipe da Suzuki...  Alis, a montadora japonesa trouxe um Jimmy verde, modelo 1975, para o salão... Também colocou suas promotoras de jeans e camiseta – uma delas até usava moicano – ao contrário da maioria das outras marcas, que se alternam entre os vestidos de noite e os macacões justos... Alguma coisa está mudando no marketing do evento, pois a presença de amigos do internauta Pedro Henrique – e suas amigas – é crescente... No estande da Ford, o pai com câmera semiprofissional fotografa o filho no volante de um Mustang vermelho... Será que algum deles, ou a promotora de preto – conhece a música dos irmãos Valle, tão pertinente para o contexto da exposição... “A questão social, industrial, não permite não quer, que eu ande a pé, na vitrina um Mustang, cor de sangue”...
























- Pô, rapaziada!!!... Olavo Gosta de passar uma flanela no Jimmy - no carro, é claro!!!...





















































O slogan do salão - #nadaseracomoantes - não é uma simples casualidade... Os amplos corredores do São Paulo Expo evitam que os visitantes do salão apertem-se para conhecer os veículos trazidos pelas montadoras, um problema recorrente nos tempos de Anhembi... A ausência de áreas de descanso, outra questão que era alvo de muitas queixas no antigo local da feira, é contornada com os espaços oferecidos nos estandes... Em um deles, por exemplo,  havia confortáveis pufes... A visitante exausta podia escolher um deles, sentar-se, tirar a sandália e começar a coçar as frieiras do pé... Ops!!!... Os modelos último tipo são o grande chamariz da exposição, porém há espaço para carros clássicos... Como aquele Gol “cara chata” – vide Fabíola “Rabo de Arraia” Gadelha – no estande do aplicativo para check-up de veículos... Ou o conversível PX-33 vermelho de 1936 que estava nos fundos do estande da Mitsubishi... Ou ainda um Mustang vermelho de 1967 – o da Ford é o modelo 2017 – no espaço da empresa de produtos para limpeza de carros... No espaço das empresas de acessórios, havia até um “barber truck” – uma barbearia “gourmet” sobre rodas... Bem perto do estande do Veículo Elétrico Latino Americano, que são não tinha ônibus, mas contava com carros, furgões, bicicletas e “segways” de propulsão elétrica... Lembrando que o guia oficial do salão anuncia em sua capa como uma das principais atrações da exposição “a tão esperada Tesla”... Será que o carro elétrico chega e vira realidade???... A poprósito, o espaço “Carros dos Sonhos” traz outra das apostas da produção do evento, “o retorno da Maserati”... Algumas pessoas podem até sonhar com um Jaguar vermelho, porém o que o menino de três anos queria era subir na moto vermelha da Ducati... Muito gentil, a promotora ofereceu aos pais do menino a chance do garoto fazer uma foto montado na motocicleta... Só que o pequeno não olhava para a câmera de jeito nenhum... O segurança que ia fazer a foto para os pais teve de ser ajudado pela promotora na hora do “olha o passarinho”... Seguindo na caminhada pelo carpete cinza do São Paulo Expo, um carro de combate com financiamento oficial era mostrado por uma empresa especializada em blindagem... Não que o Temer precise, mas, enfim...  Aquela promotora no estande da montadora chinesa lembra muito a Livia Andrade, Doutor Kenji...  Alis, o espaço nos pavilhões valorizou as marcas da China, que no Anhembi costumavam ser apenas “rota de fuga” dos espaços congestionados das fábricas europeias e estadunidenses...  Não podemos esquecer também dos japoneses da Mitsubishi, Toyota, Suzuki... A Renault, do grupo da Nissan – que trouxe um Kicks adesivado Rio 2016 - expôs seu carro de Fórmula-1, sem o Magnussen e o Palmer, bem pertinho  do Logan, o preferido dos taxistas... Embora o modelo em exposição fosse cinza e os táxis paulistanos, por lei, tem de ser todos brancos... No estande da Toyota, o doutor Kenji reencontrou um velho conhecido... O Mirai, palavra que quer dizer “futuro” em japonês, o primeiro modelo da montadora movido à célula de hidrogênio... Exatamente o mesmo carro cortado ao meio que nosso colega de rede encontrou na exposição dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, em 2020, realizada na Cidade das Artes, na região da Barra da Tijuca... Tão chamativo quanto a carroceria de Corolla suspensa em cima do chassi ou o motor da Hilux... Bom saber que o Prius, híbrido elétrico, está isento do rodízio em São Paulo... Agora é só Kenji juntar dinheiro para comprar um... Ops!!!...
































Promotora e segurança esforçam-se para fazer uma foto com o filho do visitante na moto Ducati...























































O espaço mais importante do Salão do Automóvel está localizado em um canto do Pavilhão 7, a última das áreas expositivas do São Paulo Expo... Ali, rodeados por uma cerca baixa envidraçada, estão quatro modelos históricos da indústria automobilística nacional, pois o salão também comemora os 60 anos dessa atividade do Brasil... Contados a partir do momento em que o primeiro DKW Universal (depois chamado de Vemaguet...) saiu da linha de montagem da antiga fábrica da VEMAG, na região do Ipiranga, em novembro de 1956... A fábrica dos carros com motor de dois tempos  que tanto apetecem o Flávio Gomes está representada ali por um Fissore cinza, um modelo raro de design italiano que com algum esforço lembra os carros da BMW nos anos 1960... Bem ao seu lado está um Fiat 147 amarelo, primeiro modelo da montadora italiana fabricado na região de Betim, em 1976... Pais admirados mostram orgulhosos aos filhos que o pequeno Fiat era econômico, mas tinha alguns problemas de suspensão... Atrás do Fiat e do Fissore, dois carros brancos, um Opala e uma Kombi, modelo que mais tempo esteve em produção no Brasil, entre 1957 e 2013... E só parou porque a configuração frontal peculiar do veículo não passava mais pelos “crash tests” exigidos para atestar sua segurança... Não fosse isso, o veículo ainda teria muito futuro, desde que resolveram aquele problema na mangueira de combustível que tornava a visão de uma Kombi pegando fogo comum nas cidades brasileiras, digo... Sendo que em algumas regiões do Rio de Janeiro, o modelo ainda é utilizado no serviço de lotação... Em outro canto do pavilhão, havia mais um espaço para carros clássicos... Com um Dodge Charger, lembranças dos tempos em que a gasolina era barata e a Chrysler tinha fábrica no Brasil, no começo dos anos 1970... Ao seu lado, um Fusca “Pé-de-Boi”, de 1965, uma tentativa pioneira de se fazer um carro popular inviabilizada pelo fato de que os compradores não se apeteciam com o fato do veículo vir tão “pelado” e colocavam toda a espécie de acessórios... O Mestre, por exemplo, jamais compraria um fusca sem o brasão de São Bernardo do Campo no capô... Alis, ao lado do Fusquinha, havia um SP2, veículo esportivo concebido pelos designers da fábrica do grande ABC a partir da plataforma e do motor do sedan clássico... Junto ao SP2, cujo nome virou sinônimo de andar a pé, outra raridade esportiva, um Willys Interlagos amarelo... Com o chassis do Gordini e design inspirado no BMW Alpine...  Perto das 22 horas, os veículos em exposição começam a ser cobertos com capas de lona... Muitos visitantes aproveitam as atrações do salão até o fim e a fila dos ônibus para a estação Jabaquara do Metrô é grande... Felizmente, os ônibus da Ipojucatur e da Corcovado conseguem dar conta da demanda... Uma funcionária da produção do evento aproveita para analisar o sistema de credenciamento da feira, além de orientar um grupo de visitantes de Recife sobre a utilização do sistema de Metrô... Até porque ainda não é exigida carteira de habilitação para visitar o salão, digo...























Nos 60 anos da indústria automobilística brasileira, a grande atração é um carro de 40 anos atrás...

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