segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Conduzindo Leandro e Leonardo no Itinerário do Sucesso...

Trem Maria Fumaça da Região de Campinas deu uma forcinha no início do trajeto dos sertanejos rumo à cidade grande...
















































O canal Viva cumpre uma importante função social de resgatar programas esquecidos ou incompreendidos em sua exibição na Globo... Um exemplo recente é a série musical “Leandro & Leonardo”, exibida mensalmente às terças-feiras em 1992, na “Terça Nobre”... Baseada na história real de dois cantores sertanejos que deixam o interior – no caso, Goiás – para tentar a sorte na cidade grande – representada aqui por São Paulo... Assunto para um ano de programa, digo... Até porque não seria uma tarefa fácil... O Brasil na época estava mergulhado em uma profunda recessão e não havia perspectivas do país sair do roxo, Fernando Collor, quer dizer do vermelho, digo... Muitos artistas de renome encontraram numa figuração na série a única saída para suas carreiras...  O primeiro episódio começa contrapondo cenas da vida rural com o caos do trânsito da capital paulista... Olha um O364 da CMTC passando ali... Saudades da Municipalização dos transportes de Luiza Erundina, que também concluiu a reurbanização do Anhnangabaú, também mostrado no programa...  Corta para a “maria-fumaça” que leva os protagonistas para São Paulo... Na verdade, é o trem turístico entre Campinas e Jaguariúna, mas na falta de trens de passageiros autênticos para ilustrar a história, vai esse mesmo... Numa das paradas, embarca ninguém menos que Sula Miranda... Sem medo de que alguém questione a causa, motivo, razão e circunstância pela qual a “Rainha dos Caminhoneiros” está viajando de trem... Durante a viagem, eles cantam “Não aprendi a dizer adeus” para mostrar seu talento à cantora...  O internauta Chico Melancia bem que gostaria de estar sentado em algum dos bancos de madeira do vagão para ver isso de perto, digo...  Antes da chegada, imagens da Estação da Luz com as plataformas e passarelas lotadas, ainda com os trens de subúrbio da CBTU... E ainda tem gente que reclama da CPTM, digo..  Por algum motivo, Sula repara na “boa pinta” dos rapazes e sugerem que eles cantem rock... A dupla vai até a casa de um tio, mas assustada com o cachorro, resolve pernoitar em um hotel, vide baratas... Leonardo sonha que canta “Sonho por Sonho” e é assediado pelas fãs, inclusive uma loira tirando a roupa... Esse gosta do esporte, Melancia...














No começo, Leandro e Leonardo tiveram que fazer trenzinho com Sula Miranda ali mesmo, dentro do vagão...













































No dia seguinte, os cantores sertanejos tomam café na manhã no hotel com ninguém menos que Elba Ramalho... Que no caso também está buscando seu lugar ao sol no mercado musical, apesar da crise... Apesar do gerente do hotel ter dito que o local é estritamente familiar, e não admite barulho de nenhum tipo, Elba canta, acompanhada de Manassés e Oswaldinho do Acordeon... Depois da palhinha, a cantora diz que as pessoas preferem mais rock que as canções antigas... É a segunda pessoa que fala “nesse tal de rock”, observa o sagaz Leonardo... Depois de imagens de São Paulo ao som de rock, claro – vide trens de subúrbio – Leandro e Leonardo caminham pela passarela do Parque Trianon e descobrem Zezé Di Camargo e Luciano cantando “É o Amor” para descolar uns trocados, muito antes de “Dois Filhos de Francisco”... A situação não está fácil para ninguém, e eles desistem de contribuir enquanto os pais da Wanessa – vide mullet do Zezé - cantam uma versão de “And I Love Her”, Roberto Carlos... Luciano recolhe o dinheiro e enfia no bolso da camisa, enquanto Zezé diz a Leonardo que eles estão se mandando de São Paulo...  Mas já???... Os protagonistas caminham pelo parque  e quando Leandro lamenta sua sorte, uma mulher tem sua bolsa roubada... Os cantores correm atrás dos ladrões, e quando chegam na Avenida Paulista, são presos por engano por policiais a paisana... Uma cena impressionante, mas não tanto quanto o O364 da Gato Preto e o O371 da Tupi que passavam pela avenida no mesmo instante... Até parece o dia em que o pequeno Melancia foi assaltado ali perto, do outro lado da Paulista, logo depois do MASP...  Ou teria sido em frente ao Colégio Arquidiocesano, ao lado do Metrô Santa Cruz, ainda sem shopping em cima???... Interrogados na delegacia, os sertanejos precisam cantar “A Rotina”, também conhecida como “Fim de Semana”, para o delegado de modo a que ele ateste sua inocência... A polícia nos tempos do Fleury era mais complacente, pelo menos antes do massacre do Carandiru, digo... Liberados, ainda recebem o cartão de um barzinho... Precisamente onde Edson Gaúcho faz seus repentes... Esquenta para Leandro e Leonardo cantarem “Vendi os bois”, de Don, aquele do Ravel, a dupla que amava o Brasil... Ops!!!...  Alguém nas mesas pediu rock, mas Leandro escreve para a mãe dizendo que, cachê baixo à parte, o pessoal pediu bis... No dia seguinte, a faxineira do hotel canta, o gerente reclama, os dois discutem, os cantores, apenas de cuecas, passam reto – o café é só até as 9 horas - e vão direto para o quarto de Elba Ramalho contar suas peripécias na cidade... Elba lembra que está cantando numa churrascaria - os tempos em que Telmo Martino a chamava de "A Frajola do Flagelo" já tinham ficado no passado - e Leonardo fala de rock... A cantora tem a ideia de transformar a dupla sertaneja em roqueiros...














Na correria rumo ao sucesso, a dupla foi confundida com assaltantes e presa na região da Paulista...












































No bloco seguinte, “Pense em Mim” em ritmo de rock... Cantado pela banda Patrulha 666 no Madame Salame, digo, Madame Satã, balada modinha daquela época... Fazendo cosplay de punks, Leandro e Leonardo comparecem ao palco com a versão metal pesado de “Entre Tapas e Beijos”... Leonardo não parar de rir e o público grita... “Fora!!! Fora!!! Fora!!!”... Era melhor terem chamado a Banda Calypso para acompanhar, digo... Depois de mais imagens aéreas da Marginal Pinheiros, os cantores caem na estrada e são obrigados a cantar “Saudade da  Minha Terra” para pagar a conta do restaurante...  Chamam a atenção de João Mineiro e Marciano – os próprios, que estavam numa das mesas... E mandam ver “Ainda ontem chorei de saudade”, Moacyr Franco  - erroneamente creditada no final do programa como “Não consigo esquecer minha mulher”, do próprio Marciano e de César Augusto... Vide mesa cheia de garrafas de água mineral e um prato com uma porção de filé acebolado... Chegando ao circo para pedir pão velho, a dupla vê Juliana Martins no trapézio e fala com o proprietário, Charles Padero, quer dizer, Beto Carreiro... Que também quer saber se eles cantam rock... Mas dá uma chance de tocarem “Não olhe assim” e os admite em seu plantel... A crise do final do governo Collor estava brava, tanto que Zé Ramalho teve que fazer um bico de palhaço – make by Elifas Andreato, digo -  mesmo com uma música na trilha da novela “Pedra Sobre Pedra”... “Há uma nuvem de faca”... Ops!!!... Nos bastidores do circo, Leonardo escreve para a mãe, falando dos ensaios para a primeira apresentação e que o dono do circo pediu para que eles atuem como atores... Que coisa, não... Melhor disputar com o irmão a trapezista... Que não ficou com ninguém...  Chega o grande dia e a dupla apresenta-se vertendo “The Sounds Of Silence” em português em pleno picadeiro... Que Paul Simon não ouça... No meio da plateia, João Signorelli assiste o show e faz anotações em uma agenda... Fim da apresentação, Signorelli, digo, o empresário Vivaldo Vivaldino guarda a agenda e vai contratar Leandro e Leonardo para fazerem um disco enquanto eles recebem os cumprimentos da trupe circense... O contrato é assinado – no episódio seguinte, eles se mudam para o Rio, de modo a economizar com custos de produção - e Beto Carreiro anuncia Chitãozinho e Xororó... Ou seriam Sandy e Júnior???... Mais vítimas da crise... Ops!!!... Bom, eles cantaram “Brincar de Ser Feliz” e não “Maria Chiquinha”, então são os pais da Sandy... Ops de novo!!!...  Há tempo para as duas duplas cantarem “Romaria”, Renato Teixeira... Sobem os créditos, com um agradecimento especial ao “Trem Maria Fumaça –Campinas”... Podiam ter agradecido à CMTC, CBTU, Gato Preto e a Tupi, Melancia...














Mas quem reparou na prisão, com um monobloco MBB O371 da Tupi passando ao fundo da cena???...

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