segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Pois o VLT carioca é para validar, digo, valer...

Na Avenida Rio Branco, à noite, os carros do VLT Carioca são uma coisa excelente de se ver...













































O Terminal Rodoviário Novo Rio, na comparação com o Terminal Rodoviário Tietê, em São Paulo, sempre esteve em desvantagem... Principalmente pela existência de uma estação de Metrô integrada à rodoviária... Parte dessa desvantagem histórica foi reduzida com o início das operações do VLT Carioca, em 12 de junho, no trecho entre o terminal e o Aeroporto Santos Dumont, a Linha 1-Azul, passando pelas regiões da Gamboa, Cidade do Samba, Porto Maravilha, Praça Mauá e Avenida Rio Branco...  Faltam a Linha 2, que levará os bondes modernos até as regiões da Central do Brasil e da estação das barcas na Praça XV... O trânsito nas avenidas Rodrigues Alves e Francisco Bicalho, bem como o da Rua Equador e de outras vias da Zona Portuária anda bastante caótico, atrasando a chegada dos ônibus que vem da Região Metropolitana, do interior do Estado do Rio e de todo o Brasil... Mas o Veículo Leve sobre Trilhos representa um grande avanço... Além do fato que a colocação dos trilhos em frente à rodoviária proporcionaram um excelente local para fotografar ônibus... Um programa e tanto para nossos colegas de rede quando vem de São Paulo... A área em torno da parada Rodoviária ainda não foi reurbanizada, e na falta de calçadas, há quem se arrisque a andar pelos trilhos... Apesar da parada ter uma linha de bloqueios – além da máquina para venda de cartões – a validação do Bilhete acontece dentro dos carros do VLT... A espera pelo próximo bonde é de aproximadamente oito minutos... Durante os Jogos Olímpicos, o trecho da Avenida Rio Branco foi interditado no dia da realização das maratonas feminina e masculina... Ambas as provas terminaram antes das 13 horas e a liberação da via estava prevista para as 15 horas... No caso da maratona masculina, ela foi antecipada em uma hora... Só que  os passageiros que já estavam embarcados na parada da Praça dos Museus, esperando para chegar na Novo Rio, tiveram que descer, pois o bonde seguiria para o Santos Dumont... Na parada Rodoviária, o número de pessoas na plataforma aumenta... Quando o veículo 103, também conhecido como Tia Ciata – uma das pioneiras do samba carioca – chega – e ele vem precedido por um batedor de moto, apesar do acionamento do sinal sonoro que imita o sino dos antigos bondes -  é preciso lembrar que é preciso apertar um botão para abrir as portas do VLT fabricado pela Alstom... E no salão, é necessário passar o cartão nos validadores colocados em alguns dos balaústres... Principalmente porque desde o dia 5 de setembro, quem não valida o bilhete pode estar sujeito a uma multa de 170 reais, caso haja um guarda municipal procedendo à fiscalização... O VLT segue pela região da Gamboa, e em meio a obras nas ruas e edificações, ele faz as curvas com uma certa dificuldade... A viagem tem menos sobressaltos na altura das paradas Utopia Aquário e Parada dos Navios, sendo possível apreciar a fotografar os grafites de Eduardo Kobra... E Olavo Gosta do Kobra... Na época dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, as vistas do Boulevard Olímpico e do Museu do Amanhã na Praça Mauá deixavam nos passageiros uma grande vontade de desembarcar e seguir a pé... O mesmo não se pode dizer da entrada principal do Edifício A Noite, sede da Rádio Nacional, transformada no local dos banheiros químicos que atendiam os frequentadores do Boulevard Olímpico... Lamentável... Na Avenida Rio Branco, depois das paradas São Bento, Candelária e Sete de Setembro, fica-se a alguns passos da estação Carioca do Metrô Rio, descendo-se na parada do mesmo nome...  Isso se você não for atraído pelo cheiro do joelho – o nome que os cariocas dão ao bauruzinho – recém-saído do forno na padaria do começo da Avenida Rio Branco... Bem mais vazia do que o Mc Donald’s © ou o Burger King ©... De metrô, pode-se chegar rapidamente à Casa dos Lunáticos, na região da Praça da Bandeira, seguindo até a estação Afonso Pena, da Linha 1, ou São Cristóvão da Linha 2, mais a caminhada...













Notem o "tom-sobre-tom" das borrachas da sanfona de articulação do VLT com a camisa e o cabelo do passageiro...












































Embarcar no VLT para comparecer ao Boulevard Olímpico durante os Jogos era uma excelente opção... Almoçar uma meia picanha à campanha ou uma bisteca com arroz e batatas cozidas naquele restaurante na saída da estação Carioca do metrô, ou comprar a batata chips do camelô também... Os prédios da Avenida Rio Branco lembram a abertura da primeira versão de “Selva de Pedra”... O veículo 119 – sem nome “de guerra” – está lotado – e  o cabelo do Doutor Kenji faz “tom sobre tom” com as sanfonas de articulação do bonde... Para os motoristas de automóveis particulares, o VLT é considerado um estorvo, que dificultou o acesso à região da Avenida Rio Branco, e acreditam que em pouco tempo estará sucateado... Alguns críticos chegam a dizer que o brasileiro não tem educação suficiente para se fazer merecedor deste modal de transporte... Bom, alguns são desonestos e não fazem as obras irem para a frente, como no caso de Cuiabá... Mas a questão é que se os nossos projetos de transporte tivessem essa visão provinciana e não optassem pelo estado da arte em tecnologia, provavelmente o Metrô de São Paulo teria carros de madeira, conforme sugerido por uma das consultorias contratadas para elaborar o anteprojeto do sistema, na década de 1960... Como se o carioca não fosse digno dos bancos de fibra,  do piso imitando madeira e do ar-condicionado das composições do VLT Carioca...













Validar o cartão dentro do VLT é essencial para não ser abordado pelo fiscal com a maquininha da multa... 











































De noite, a tranquilidade na parada Carioca é surpreendente, a não ser pelo movimento no “Food Truck do Russo”, na verdade, uma carrocinha de churrasquinho... O VLT  102, mais conhecido como “Noel Rosa” – nada mais adequado para a boemia noturna -  comparece vazio... Não há pressa para validar o bilhete, e tampouco fiscalização... É possível até tirar o tênis para coçar as frieiras dos pés, internauta Chico Melancia... Pouco antes da parada Rodoviária, o VLT passa em frente de um posto de gasolina... Dali saía um taxi que acabou colidindo com a porta ao lado da cabine do condutor, estilhaçando os vidros, e parou logo adiante, em frente a outra porta, depois da primeira sanfona de articulação... Com o para-choque arrebentado, diante da imagem de um homem sorridente, garoto-propaganda do Porto Maravilha... Tanto os funcionários da concessionária do VLT quanto o taxista que dirigia o carro e seus colegas registravam a colisão com seus telefones celulares... Para quem pretendia comparecer a Novo Rio, o jeito era seguir a pé... E depois de comprar as passagens de volta e lanchar no Bob’s, pegar um táxi para ir embora... Ninguém feriu-se na colisão e o acidente com certeza não foi a segunda morte de Noel Rosa – a primeira, causada pela tuberculose, aconteceu há 80 anos atrás, em 1936... Porém, o bonde 102, assim que foi removido, teve de ser submetido a reparos... Outros acidentes com o VLT aconteceram em 15 de março, na fase de testes, e 29 de julho, com o sistema já em operação... Mas em ambos os dois casos, quem envolveu-se na colisão foi um ônibus... Só que a exemplo do táxi, os acidentes aconteceram à noite... Em julho, o VLT 101, chamado de João do Rio, bateu de frente com um ônibus e ficou com a frente avariada... O mesmo João do Rio sofreu uma pane elétrica no dia 6 de junho, o segundo da operação oficial, na região da Avenida Antônio Carlos, obrigando os passageiros a desembarcarem fora da parada... Há quem diga que o bonde descarrilou, no entanto ele voltou a funcionar depois de 20 minutos...  A atividade dos batedores precedendo a chegada dos carros do VLT durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos pode parecer contraproducente – lembrando as “Lei da Bandeira Vermelha” a que foram submetidos os primeiros automóveis no Reino Unido – porém evitaram atropelamentos de pedestres – como aconteceu no sistema da Baixada Santista... Enquanto isso, os ciclistas aproveitam a passagem do VLT para seguirem os bondes por um caminho desimpedido... E se o internauta Chico Melancia tivesse uma bicicleta, seguiria aquela apetecível ciclista...












O taxista não foi com a cara do garoto-propaganda e acabou batendo no carro do VLT adesivado...

Nenhum comentário:

Postar um comentário