quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Uma história que começou há 120 anos...

Tratado Brasil-Japão foi assinado em 1895, mas a primeira leva de imigrantes japoneses só chegou em 1908...
















Os primeiros imigrantes vindos do Japão chegaram ao Brasil em 1908... Os vínculos que permitiram essa migração foram estabelecidos bem antes, em 1895... Há 120 anos, os dois países assinaram um tratado de comércio, ali, no final da folha... A primeira leva de imigrantes deveria ter chegado em 1897, porém uma crise na produção de café – o destino dos egressos do Japão seria a lavoura – adiou sua chegada por mais de dez anos...  O navio Kasato Maru, que trouxe a primeira leva de imigrantes, em 1908, não era japonês “de nascimento”... A embarcação pertencia à Rússia... Sendo tomada pelo Japão durante a guerra russo-japonesa de 1905... O navio atracou no porto de Santos em 18 de junho de 1908... Trazia 165 famílias, num total de 781 pessoas... Havia a exigência de que cada família tivesse no mínimo três pessoas para o trabalho... Que seria nos cafezais da região da Alta Mogiana... O recrutamento dos imigrantes era feito por meio de companhias de imigração... Numa exposição realizada no Shopping Boulevard Tatuapé era possível ver um dos cartazes dessas empresas... Um homem musculoso, de torso nu, apontava para o mapa da América do Sul... No qual os ideogramas identificavam a localização do Brasil... E do Peru... Outro destino oferecido aos que tinham a intenção de imigrar... E que levou a formação de uma considerável colônia japonesa no país andino... Os descendentes até chegaram à presidência do país, com Alberto Fujimori, hoje preso... Assim, quem segue as tradições políticas da família atualmente é a filha Keiko... Candidata à presidência em 2011 – derrotada pelo atual presidente, o militar Olanta Humala – e que deve tentar alcançar o cargo nas eleições do ano que vem...  Não que os descendentes brasileiros não se arrisquem na política... Tanto que temos algumas dinastias que se destacam nas eleições, como as famílias Nomura e Hato... Pelo menos eles sempre comparecem no Festival do Japão e vestem os quimonos da organização do evento...














Depois de cruzar oceanos de navio, os imigrantes eram conduzidos de trem por São Paulo adentro...












































Assim que desembarcavam no porto de Santos, os imigrantes japoneses eram conduzidos aos trens da São Paulo Railway... A popular “Inglesa”, principal ferrovia brasileira da época... O destino quase sempre era o interior de São Paulo... Os primeiros grupos de trabalhadores atuaram no sistema de colonato... Ou seja, trabalhavam mais para pagar os fazendeiros do que para obter seus rendimentos... Apenas a partir de 1912 começou a surgir a figura dos “formadores de fazenda”, modalidade mais rentável de trabalho no campo... Os imigrantes seguiam para onde as ferrovias expandiam suas linhas, como no caso da Noroeste... Ali por Penápolis, onde nasceu Sabrolha Sato... Na região do Vale do Ribeira, iniciaram cultivos de arroz e banana... Aqui, a locomoção dependia de balsas e barcaças a vapor que faziam a travessia dos rios... Os agricultores que se estabeleceram nas proximidades da cidade de São Paulo iniciaram os cultivos de hortaliças do que ficaria conhecido como “cinturão verde”... Vide as batatas  da saudosa Cooperativa Agrícola de Cotia, a CAC... Logo, a atividade dos imigrantes  se estenderia para ramos como a avicultura - vide Bastos, a cidade onde "o povo é movido a ovo", Maluf - e a produção de tecidos, inclusive a partir do bicho-da-seda... O comércio e os serviços também seriam alcançados por eles... Logo, seria comum vermos pelas cidades, principalmente no Estado de São Paulo, tinturarias, bares – nem todos com Crush, observa o Doutor Kenji - mercearias e a infalível “Loja Japonesa”, sempre vendendo roupas para bebês e crianças.. Depois de um período de turbulência durante a Segunda Guerra Mundial, na década de 1950, as grandes empresas japonesas começaram a investir no país... Hoje, a maior delas em nosso país é a Honda – não confundir com a lutadora Ronda Rousey, como fazem alguns fãs de última hora do UFC... Tanto a fábrica de automóveis quanto a de motocicletas... Alis, o gosto pela mobilidade pode ser visto ainda hoje no nome da empresa de ônibus para fretamento Nambei Turismo... “Nambei” é a palavra em japonês para “América do Sul”... 


















O tomate foi um dos cultivos que teve grande incremento pelas mãos dos imigrantes nipônicos...











































Os imigrantes japoneses tiveram uma importante contribuição no desenvolvimento da agricultura brasileira... Eles introduziram ou aprimoraram uma série de cultivos, muitos dos quais são essenciais para o nosso Mestre...  Tais como a banana (comprida e fina, claro...) cenoura, o pepino, o pimentão, o inhame e o broto de bambu... Nesse caso, bem antes daquele chiste dito para Silvio Santos no programa “Domingo no Parque”... Também não podemos nos esquecer do caqui, que é a atração principal da festa à qual o Mestre comparece todos os anos em Mogi das Cruzes... Nosso internauta-mor se orgulha do fato de sua cidade, São Bernardo do Campo, ter a sexta maior população de descendentes de japoneses de todo o país... Inclusive as meninas da sua rua, para as quais costurou quimonos para colocarem em suas bonecas... Na região de Itaquera, os japoneses se destacaram no cultivo de pêssegos, na região que ficaria conhecida como “Colônia Japonesa”... Uma área loteada na mesma época que a região da Vila Carmosina... Inclusive a demarcação dos lotes ficou a cargo de um agrônomo japonês... O mapa promocional guardado por seus descendentes demonstra inclusive que a região onde hoje se encontra o Fielzão não fazia parte da Vila Carmosina... Ao contrário do que indicava a placa que anunciava a obra... Os pêssegos eram também motivo de uma festa anual, realizada entre 1949 e 1970... Aos frutos também devemos o nome da Estrada do Pêssego, atual Avenida Nova Trabalhadores, popularmente chamada de Jacu-Pêssego... Itaquera também tem a escola estadual Cidade de Hiroshima – visitada pelo príncipe herdeiro do Japão em 2008 – e o Bosque das   Por isso que a seleção japonesa fez muita falta no Fielzão durante a última Copa do Mundo... Em compensação, hoje os pêssegos são um componente indispensável do sushi com farofa do Doutor Kenji...


















A presença japonesa no comércio é considerável, porém o Doutor Kenji sentiu falta da Crush...

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