quarta-feira, 15 de julho de 2020

Saga OlímPICA (II): Do Segundo ao Sexto Ouro Brasileiro...

- Olha lá, Hitler... Tá vendo aquele rapaz no alto do pódio???... É o Jesse Owens, meu amigo...
















































(Publicado originalmente em 20 de julho de 2016...) Paris volta a receber os Jogos Olímpicos em 1924, resultado da firme disposição de Pierre de Coubertin realizar uma competição de bom nível em sua própria terra – vide primeira vila olímpica, em madeira... Competição muito lembrada pelas performances de Johnny Weismuller na natação e do pai de Grace Kelly no remo...  O Brasil, já convulsionado pelas revoltas tenentistas, quase não compete por falta de recursos... Na verdade, o país foi representado por uma equipe de atletismo paulista, que conseguiu o dinheiro graças a uma campanha de arrecadação de fundos feita pelo “Estadão”... No futebol, a tribuna Colombes era construída pelo Uruguai graças à medalha de ouro... Os argentinos, invejosos, depois dos Jogos fizeram um gol de escanteio nos uruguaios, e chamaram de “Gol Olímpico”...  A Celeste, que passou a ser “Olímpica”, repetiu a conquista em Amsterdam, nos  Jogos de 1928, origem da Tribuna Amsterdam do Estádio Centenário, em Montevidéu... O Brasil de Washington Luiz desta vez não teve dinheiro para competir...  O tênis deixava o programa olímpico pelo motivo inverso, a controvérsia sobre a participação de atletas profissionais... O desfile da cerimônia de abertura passou a ser encerrado pelo país-sede, a pira olímpica foi introduzida (Ops!!!)  e as mulheres puderam competir no atletismo e na ginástica...  Nosso país voltou aos Jogos em 1932, em Los Angeles, graças ao apoio do governo do presidente Getúlio Vargas – o qual chegou ao poder em 1930 - que cedeu um navio para a viagem e 56 mil sacas de café para financiar a participação de 82 atletas... Ainda assim, faltaram recursos para a taxa de desembarque nos Estados Unidos, e apenas 67 brasileiros – uma mulher, Maria Lenk, a própria - competiram...  O corredor finlandês Paavo Nurmi, sensação em Amsterdam, não competiu por ter sido considerado profissional... Mesma razão para a ausência do futebol, que além de não ser muito popular na costa oeste estadunidense, já tinha a Copa do Mundo, iniciada em 1930... O esporte voltou aos Jogos em 1936, em Berlim, graças a um acordo entre o COI e a FIFA... Que teve a primeira vez do basquete, sujeito a intempéries por ser disputado em quadras abertas, e o Brasil estava lá... Não no alto do pódio, já que o ouro ficou com os Estados Unidos... O que não era o caso do futebol, disputado no sistema de eliminatórias simples... Nas quartas-de-final, o Peru venceu a Áustria na prorrogação... Entretanto, a FIFA anulou o jogo devido a uma invasão do campo por torcedores peruanos... A equipe recusou-se a jogar uma nova partida e a Áustria ficou com a vaga... O Peru lideraria um boicote sul-americano à Copa do Mundo de 1938, ao qual o Brasil não aderiu... O ouro em Berlim ficou com a Itália, após ganhar da Áustria por 2 a 1... Os Jogos também ficaram marcados pela experiência de João Havelange no contato com a organização das competições pelo regime nazista, Hitler esnobando Jesse Owens à parte, ainda que não tenha conquistado medalhas na natação... Teria sido a longa viagem de navio, alegou, porém o Brasil chegou com duas delegações a Alemanha... Uma do COB e outra da CBD... Por muito pouco, nenhum dos dois grupos pode competir...














- Vamos, amigo Ademar Ferreira da Silva, esse salto é para colocar uma estrela no distintivo do Pó-de-Arroz...










































Depois de uma interrupção forçada pela Segunda Guerra Mundial, os Jogos Olímpicos seriam retomados em 1948, em Londres... Vide ausência forçada dos derrotados no conflito, Alemanha, Itália e Japão...  O público inglês que tinha televisão em casa nessa época pode acompanhar os Jogos, num avanço em relação às transmissões em circuito fechado de 1936... O Brasil voltou a ganhar medalha depois de 28 anos... Um bronze no basquete masculino, então o segundo esporte mais popular no país, após vencer o México por 52 a 47... João Havelange estava lá – competindo no pólo aquático...  Participação que se repetiria nos Jogos de 1952, em Helsinque... Os primeiros em que a União Soviética tomou parte, construindo a própria vila olímpica e tudo o mais... A disputa renhida com os Estados Unidos – o mundo já enfrentava os temores e as paranoias da Guerra Fria – deixou espaço para o tcheco Emil Zatopek dominar as provas de fundo do atletismo – inclusive a maratona – e Ademar Ferreira da Silva conquistar seu primeiro ouro – que o Brasil não obtinha desde 1920 – no salto triplo, internauta Pedro Henrique... Mais dois bronzes vieram no salto em altura – José Telles da Conceição e na natação – Tetsuo Okamoto...  Já a primeira vez do futebol não foi tão exitosa...  O Brasil venceu Holanda e Luxemburgo nas fases preliminares, mas acabou eliminado pela Alemanha Ocidental nas quartas-de-final... O ouro ficou com a Hungria, iniciando a longa hegemonia dos “amadores” da Cortina de Ferro nos Jogos... Que seria confirmada pelo ouro da União Soviética em 1956, nos Jogos de Melbourne... Então é por isso que os soviéticos eram os favoritos no grupo brasileiro da Copa de 1958, digo... Alis, acontecimentos políticos como a invasão soviética na Hungria ou a Guerra de Suez provocaram pequenos boicotes – e a presença de Taiwan levou a ausência da China...  Competindo em seus domínios, a nadadora Dawn Fraser conseguiu apenas oito medalhas na natação...  O Brasil conquistou apenas e tão somente uma medalha... Mas foi um feito de que o internauta Pedro Henrique jamais se esquecerá, tendo em vista que Ademar Ferreira da Silva conquistou o bicampeonato no salto triplo...  Bem que ele poderia ter ganho uma casa, se nessa época não implicassem tanto com o Rui Ferreira, digo, com o esporte profissional... Nos Jogos de Roma, em 1960, a admiração do Pedrinho se voltaria para a África, que ganhou sua primeira medalha de ouro com Abebe Bikila... O etíope que correu descalço pelas ruas da capital italiana... Até porque o futebol brasileiro teve o azar de cair no mesmo grupo dos anfitriões...  Embora tenha conseguido superar o Reino Unido, a vitória dos italianos por 3 a 1 levou a desclassificação do Brasil... Claro que o ouro continuou no Leste Europeu, com a Iugoslávia... Nosso país ganhou dois bronzes, o do nadador Manuel dos Santos, o popular  “Mané” – que chegou a ser recordista mundial dos 100 metros livres – e o basquete masculino... Quanto a Bikila, já devidamente calçado com sapatilhas de competição, voltou a vencer a maratona nos Jogos de Tóquio, em 1964... Na primeira edição em que figuraram o judô e o vôlei – modalidades com grande presença no Japão  – a única medalha do Brasil veio no basquete, seu terceiro e último bronze olímpico... Se tivessem prestado atenção na única mulher da delegação, Aída dos Santos, quem sabe o salto em altura não teria uma medalhista brasileira...  O futebol não passou da primeira fase, pois foi o terceiro colocado de seu grupo, atrás da Checoslováquia e da República Árabe Únida, que reunia Egito, Síria e Iêmen... Os Jogos de 1968, na Cidade do México, costumam ser mais lembrados pelo que aconteceu fora das competições... Vide o massacre de estudantes na Praça das Três Culturas, realizados por milícias formadas por rivais da gangue juvenil de Chespirito, vide livro “Nacion TV”... Depois, houve o protesto dos punhos erguidos, à maneira dos “Panteras Negras”, dos corredores estadunidenses  Tonmie Smith e John Carlos, internauta Pedro Henrique... Até o australiano que dividia o pódio foi punido... Ainda que o COI ficasse mais revoltado com a colocação de sapatilhas nos pódios a título de merchandsing... O Brasil obteve três bronzes, no boxe (Servílio de Oliveira), salto triplo (Nelson Prudêncio) e iatismo (Reinaldo Conrad e Burkhard Cortes)...  O futebol ficou na primeira fase – superado por Espanha e Japão – enquanto a Hungria partia para o bicampeonato olímpico...Que coisa, não...














- Tonmie Smith, meu amigo, saiba que eu dou o maiorrrr apoio ao seu protesto!!!...












































Os Jogos Olímpicos de1972, em Munique, acabariam marcados pelo atentado cometido pelo grupo “Setembro Negro” contra a delegação de Israel, que interrompeu as disputas por 34 horas... Mesmo o fato do atleta mais destacado de toda a competição, com sete medalhas de ouro e sete recordes mundiais, o nadador estadunidense Mark Spitz, ser judeu, demoveu  Steven Spielberg de fazer um filme acerca dos desdobramentos da trágica ocorrência na Vila Olímpica... O ataque também ofuscou o feito da União Soviética no basquete masculino, ao se tornar a primeira seleção a derrotar os Estados Unidos na disputa pelo ouro... Vide lambança do árbitro brasileiro... Quanto ao nosso país, Chiaki Ishii com um bronze iniciou a série de medalhas conquistadas pelo judô, que sempre comparece nos Jogos Olímpicos... Nelson Prudêncio conquistou a outra medalha de bronze do país, no salto triplo...  O futebol não passou da primeira fase, ficando em último num grupo com Hungria, Dinamarca e Irã... Se Munique é lembrada pelo horror, Montreal, que recebeu os Jogos de 1976, é sempre citada como exemplo de como não deve se organizar um evento esportivo de grande porte com dinheiro público... Não à toa os problemas e o prejuízo milionário da cidade canadense fizeram com que o COI repensasse sua atitude com relação a patrocínios e principalmente quanto à presença de atletas profissionais... O que talvez fizesse a diferença para o futebol brasileiro, que perdeu o bronze, em sua melhor campanha olímpica até então... Perdeu a semifinal para a Polônia e a decisão do terceiro lugar para a União Soviética – a Alemanha Oriental ganhou o ouro... Vindo de um recorde mundial no México, João do Pulo conquistou seu primeiro bronze no salto triplo, internauta Pedro Henrique... Outro bronze veio no iatismo, com Reinaldo Conrad e Peter Ficker...  Já seu colega Chico Melancia nem era nascido, porém ao rever as performances nota 10 da ginasta romena Nadia Comaneci considerou sua malha da Adidas © muito apetecível... Ah, sim, em Montreal aconteceu a famosa trapaça do futuro mordomo da família Banks na maratona, o que fez de Geoffrey “A Vergonha de Uma Nação”... Sem contar  o boicote dos países africanos, devido ao fato da nova Zelândia ter aceitado jogar uma partida de rúgbi na África do Sul... Alis,  em 1980, o boicote de 65 países liderado pelos Estados Unidos e a transmissão exclusiva da Globo – os direitos repassados para a Cultura não contam – não tiraram o brilho da festa em Moscou, com o fofíssimo Leonid Brejnev e o carrancudo ursinho Misha – ou seria o contrário???... Se o internauta Pedro Henrique tivesse comparecido aos Jogos – e não estivesse acompanhando o terceiro ouro do boxeador  cubano Teófilo Stevenson - certamente João do Pulo não teria sido garfado na final do salto triplo, uma fraude admitida apenas 20 anos depois... Ficou apenas com o bronze, outra vez... Mesma posição no pódio da equipe de revezamento 4 X 200 formada pelos nadadores Cyro Delgado, Djan Madruga – que teria inspirado o nome do personagem Seu Madruga na dublagem do “Chaves” -  Jorge Fernandes e Marcus Matioli...   Pelo menos o Brasil conseguiu quebrar o tatu e conquistou as primeiras medalhas de ouro em 24 anos, a quarta e a quinta em toda a sua saga olímpica... Lars Bjorsktrom e Alexandre Welter na classe Tornado... Marcos Soares e Eduardo Penido na 470... Sendo que as regatas aconteceram na Estônia, na época uma república da União Soviética...  Em 1984, na Los Angeles de Ronald Reagan e da águia Sam viu uma única medalha de ouro do Brasil, de Joaquim Cruz, nos 800 metros, a sexta na história... Boicote de 14 países comandado pela URSS em represália à invasão de Granada pelos Estados Unidos, à parte, o Brasil alcançou medalhas inéditas no vôlei masculino – segundo Renato Maurício Prado, graças à ausência dos países socialistas – e no futebol, com a base do Chapolin Colorado... O fim da restrição a profissionais fez o time de Jair Picerni chegar à final – derrota para a França por 2 a 0 no Rose Bowl, o próprio...  O judô levou uma medalha de prata (Douglas Vieira) e duas de bronze (Luiz Onmura e Walter Carmona)... A natação voltou ao pódio com a prata de Ricardo Prado, mesmo feito do iatismo... Mesmo com a conquista de Joaquim Cruz, o internauta Pedro Henrique só tinha olhos para Carl Lewis... Se não fosse o Doutor Osmar de Oliveira, jamais saberia o que aconteceu com a extenuada maratonista Gabrielle Andersen...















- Nádia Comaneci, nós consideramos essa sua malha da Adidas (C) extremamente apetecível...

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