quarta-feira, 15 de junho de 2016

Aniversário de Roberto Carlos em abril é comemorado em maio...

Como esquenta do especial de 1993, Regina Casé fez a maior muvuca no palco do Theatro Mvnicipal de São Paulo...














































No último mês de maio, o canal Viva exibiu seis especiais de fim de ano de Roberto Carlos, em homenagem aos seus 75 anos de vida, produzidos pela Rede Globo entre 1990 e  1995 ... Se a informação chegou por aqui com atraso, vale lembrar que o cantor faz aniversário em abril... O especial de 1990 tinha como tema “Verde é Vida”... Bons tempos aqueles em que o Rei usava uma pena pendurada no cabelo, digo... Xuxa ainda era global!!!...  Em 1991, o mote era “Viva Luz”... Talvez porque Roberto lançou a canção “Luz Divina”... Saudades da Maria Rita, aquela do “Amor sem Limite”... “Essa luz... Apaga ela Jesus”...  Chitãozinho e Xororó ainda usavam mullets... O especial de 1992, último dirigido por Augusto César Vannucci, o pai do Rafael, teve Caetano Veloso, usando o figurino que inspirou o coronel de Rodrigo Santoro em “Velho Chico”, cantando “Sem lenço nem documento” em parceria com Roberto... O qual trajava um blazer amarelo que o deixava parecidíssimo com uma embalagem de mostarda Heinz... Que felizmente não era fabricada naquela época no Brasil... Patrícia França, revelada ao mundo na minissérie “Tereza Batista”, exibida naquele ano, protagonizava na beira de uma praia o clipe da música “Mulher Pequena”... Ops!!!...  Outros atores e atrizes da Globo compareceram cantando a música “Eu Quero Apenas”... Muito popular nos países de língua espanhola... Tem um epi de “Kiko Maleta” que Passarinho, colega de trabalho de Kiko no hotel, imita Roberto dizendo... “Yo quiero un coro de pajaritos”... De um modo geral, o elenco global fez bonito, inclusive quando Cristina Mullins bancou a soprano ou Diogo Vilela como que declamou a música... Lucinha Lins não vale, essa é do ramo... Marisa Orth cantou com elegância, enquanto Cristiana Oliveira revirou os olhos... Espera, essa é estrábica...  O ápice do especial aconteceria no final, com um Auto de Natal em que o papel da Virgem Maria cabia a Daniela Perez... Assassinada em 28 de dezembro daquele mesmo ano por seu colega de elenco na novela “De Corpo e Alma”, Guilherme de Pádua... “Bira matou Yasmin”, como diria a revista “Amiga” em outros tempos... Pelo menos não chamaram Guilherme para o papel de Anjo Gabriel ... Cássia Kis Magro comparece como Santa Isabel... Não o município da grande São Paulo, mas a prima de Maria e mãe de São João Batista, o próprio, vide festas juninas... No ano seguinte, ao lançar “Nossa Senhora”, Roberto explicou que durante muito tempo tentou, mas não conseguia fazer uma música dedicada à Virgem Maria... Algo complicado para um católico fervoroso... “Jesus Cristo”, por exemplo, é cantada em várias igrejas cristãs... A tragédia de Daniela Perez pode ter ajudado de alguma forma na composição da música, mas... Quem sabe???...













Apesar do Rei ser Bacalhau, ele e Chico Buarque disputaram o maior Fla-Flu da música brasileira...














































O especial de 1993 de longe é o melhor entre os exibidos pelo Viva...  O primeiro dirigido por Jorge Fernando... Gravado no Theatro Mvnicipal de São Paulo... Cidade que o projetou nacionalmente a partir do programa “Jovem Guarda”, na TV Record... Antes do comparecimento de seus amigos Erasmo Carlos e Wanderléa, Sandy e Júnior, na flor da infância, cantaram “Splish Splash”... Regina Casé, interpretando um fã que invade o palco, realizou um “stand-up” com nomes e letras de músicas de Roberto, tendo o próprio Rei como escada... O especial lançou três músicas fundamentais no repertório do Rei...  “Obsessão”... “Coisa Bonita”... A célebre homenagem às gordelícias, internauta Chico Melancia... “Coisa bonita... Coisa gostosa... Quem foi que disse que tem de ser magra pra ser formosa”...  “Nossa Senhora”... Ao contrário desses três hits, “O Velho Caminhoneiro” não emplacou...  Também não entendemos o cenário ao fundo do palco, Jorginho... Parecia uma liquidação de CDs do cantor à R$ 9,99 nas Lojas Americanas... Maria Bethânia – ou seria Ader Martins??? – considerada uma grande intérprete das músicas de Roberto, cantou  com ele “Fera Ferida”... Talvez tenha algo a ver com a exibição na mesma época de uma novela com esse nome, porém o comparecimento da irmã de Caetano Veloso engrandeceu o especial... Assim como Leandro e Leonardo – este com um blazer amarelo reaproveitado do figurino do especial do ano anterior – cantando junto “A Distância”, depois de terem cantado “Bobo”... Ops!!!...  Agora, o momento que tornou  esse especial único na história global do Rei aconteceu quando Chico Buarque de Holanda compareceu ao palco do Mvnicipal... Hoje em dia fala-se muito que as discussões políticas e partidárias se converteram em um Fla-Flu... Mas apesar de Roberto Carlos ser torcedor do Bacalhau, os dois cantores sempre estiveram em lados diametralmente opostos na polarização das discussões sobre música brasileira... E na paixão dos  fãs, embora cada um em seu setor despertasse reações similares... Ainda que Chico Burarque, em seu reduto, enfrente a concorrência de Ney Matogrosso...  Um mais próximo do rock, o outro da bossa nova... Um mais descompromissado, outro mais engajado...  Um saudou Pinochet no Festival de Viña Del Mar, outro era comparado a Victor Jara, que padeceu sob Pinochet, digo... Roberto cantou “Carolina”, que não é exatamente uma composição politizada de Chico – vide o fato de ser muito apreciada pelo general Costa e Silva...  Chico veio de “Paratodos”, nada a ver com o jogo do bicho, mas com o disco que lançava na época... Roberto e Chico, ambos de azul, em um diálogo super espontâneo  (diga, quem escreve seu texto???... Miele e Boscoli, os pais do João Marcelo!!!...), faziam promessas mútuas... “Mas eu ainda quero gravar, quero cantar alguma coisa, sua”... “Mas você vai gravar, né”... “É só você fazer a música”... Conversa que serviu de deixa para cantar “O que será (A flor da pele)”... Roberto Carlos encerrou o especial com suas canções religiosas, vide coral acompanhando o Rei em “Nossa Senhora” e “Luz Divina”... Ah, sim... A gente é capaz de jurar que viu José Izar, que era o advogado do Timão, na plateia do Mvnicipal...












Tudo tranquilo e favorável com Tom Cavalcante fazendo graça, mas... Pra quê a peruca loira no João Canabrava???...














































Tudo o que o especial de 1993 teve de primoroso, o de 1994 teve de bagunçado... Gravado no Mineirinho, na região da Pampulha, em Belo Horizonte... O “comedy-relief” ficou a cargo de Tom Cavalcante, que se valeu no mesmo mote da invasão do palco usado por Regina Casé no ano anterior... A voz era do João Canabrava, isso estava claro para o Pancada, espectador assíduo da “Escolinha do Professor Raimundo”... Mas aquela peruca loira no humorista cearense... De quem foi a ideia, do Aloisio Legey ou do Paulo Netto???...  O conjunto de blazer e calça rosa-bebê usado pelo Rei também merecia algumas explicações... Na parte do “meu amigo Erasmo Carlos”, o Mestre da Rua do Matoso, parceiro de Roberto em mais de 500 músicas, trouxe para o palco Barão Vermelho, Skank e... Cássia Eller... De peito aberto e farol aceso, cantando “Parei na Contramão”... Depois do Barão cantar “Quando” – lembrando que Frejat na ocasião produzira o disco “Rei”, com músicas de Roberto e Erasmo cantadas por diversos intérpretes, como no caso do Skank”, que veio de “É Proibido Fumar” – Cássia voltou ao palco para fazer um dueto com Roberto Carlos (e Erasmo também) e cantar “Lobo Mau”...  Parceria só comparável às do Rei com Kátia e Paula Fernandes... Mesmo assim, talvez para compensar alguma coisa, na sequência, o Rei cantou “Alô”, enquanto um clipe mostrava uma mulher chegando em casa usando um vestido de festa, certamente vinda da balada, e tentando telefonar para seu sócio... Deve ser um apelo à privatização da telefonia, quem sabe, o sistema Telebrás ainda existia naquele tempo... Depois de passar cerol na mão com Zezé Di Camargo e Luciano, Tom Cavalcante deu vida a João Canabrava de peruca loira e óculos de surfista...  Já sem os adereços, imitou Fagner cantando “Noturno”, Maria Bethânia interpretando “As canções que você fez para mim” – que a própria, ou seria o Ceará, cantou no especial do ano anterior – “Manuela” de Julio Iglesias, e “Emoções”, do próprio Roberto... Era o início de uma parceria que renderia muitas imitações do cantor feitas pelo humorista nos cruzeiros do projeto “Emoções em Alto Mar”... Na sequência, mais cerol com Fábio Júnior, e o momento de fé, culminando com uma chuva de papel picado... E nem era a entrega da taça da Copa do Mundo, digo... O especial de 1995 voltou a ser dirigido por Jorge Fernando... Que deu um toque inovador aos dois primeiros blocos... Começando por um clipe de “Caminhoneiro” com Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa, seguido de uma espécie de “acústico” em que a “troika” da Jovem Guarda relembrava alguns dos grandes sucessos da década de 1960... Vide Erasmo lembrando que o grande salto dos três aconteceu quando começaram a gravar as próprias músicas e não versões de sucessos estadunidenses e italiano... No segundo bloco, uma entrevista conduzida por Glória Maria – quem mais??? – e um clipe repleto de grafismos para “Mulher de Óculos”... O resto foi o show habitual... Não, “As Baleias” é uma canção sobre ecologia...  Um dos poucos diferenciais era a presença de artistas da Jovem Guarda, celebrando os 30 anos do movimento... Ah, sim... Roberto Carlos encarou Daniela Mercury de frente... Ops!!!...














Enfim descobrimos porque Roberto parou na contramão... Encontrou Cássia Eller de farol aceso...

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