terça-feira, 10 de maio de 2016

Das reviravoltas de última hora que não mudam nada...

Por alguns momentos, o Brasil sonhou com o fim da insanidade do processo de impeachment contra Dilma Rouseff...































































































Por muito pouco, o Poderoso Timão não avançou na Libertadores... Faltando três minutos para o final da partida com o Nacional, no Fielzão, um internauta corinthiano fez uma postagem no Facebook (C) lamentando a eliminação da equipe no torneio... Alguns instantes após a publicação, pênalti para o Timão, cobrança de Marquinhos Gabriel, empate em 2 a 2... Não seria muito difícil conseguir um terceiro gol e uma classificação miraculosa, possível apenas com a vitória... O que não veio, porém a postagem do frustrado corinthianos, também apareceu um tanto quanto cedo demais... Reviravoltas de última hora sempre acontecem, mas nem sempre elas conseguem mudar a situação em definitivo... No mesmo dia em que o Timão decidiu o seu destino na Libertadores, surgiu a notícia de que o STF tinha determinado a saída de Eduardo Cunha da presidência da Câmara dos Deputados... Finalmente tinha sido aceita a argumentação de que o parlamentar não poderia comandar o processo devido ao processo no Conselho de Ética da Câmara... Antes tarde do que nunca, então... De qualquer forma, a decisão poderia ser derrubada no julgamento do STF e Cunha continuaria a comandar a câmara baixa do parlamento com todo o seu repertório de métodos baixos... Surpreendentemente, o afastamento de Eduardo Cunha seria confirmado pelo Supremo por 11 votos a 0... Uma vitória de todo o Brasil, simbolizada pela ocupação do plenário por opositores do presidente afastado, Erundina à frente... A queda de Cunha não era propriamente uma surpresa... Fazia parte das negociações entre Michel Temer e partidos oposicionistas, notadamente o PSDB, para a composição do governo após o golpe, quer dizer, o impeachment de Dilma Rousseff... Nesse toma lá dá cá que a Copélia preferiria não comentar, a presidência da Câmara dos Deputados (e a vice-presidência da república, devido ao impedimento da titular...) é um ativo importante na mesa de negociações... Da parte de Cunha, o que mais lhe interessava era manter a elegibilidade...  Se o processo do Conselho de Ética - cujo início é considerado o estopim do atual processo de impeachment da presidenta - avançasse e a cassação se tornasse inevitável, o jeito seria renunciar ao mandato... Assim, Cunha poderia voltar pelas urnas - ACM começou assim - e, dependendo dos rumos que os golpistas, quer dizer, um eventual governo Temer seguir, se tornar o primeiro-ministro de um regime parlamentarista feito sob encomenda para escamotear a vontade popular... Muitas pessoas ressentidas com Dilma chegaram a chamar Cunha de "Meu Malvado Favorito" - designação que alguns antipetistas rejeitam, mesmo insistindo em falar que o outro lado tem "bandido de estimação", numa referência pouco lisonjeira ao Luis Inácio - só que o presidente afastado da Câmara é apenas malvado... Muito mais do que um Gru sem Minions, virou o condutor de um processo que ameaça o pouco de democracia e direitos que o Brasil conquistou nos últimos 30 anos...





























































































Aqueles que pretendem tomar o poder contra a vontade popular nem se preocupam mais em esconder suas contradições...

































































































O substituto de Eduardo Cunha na presidência da Câmara, Waldir Maranhão, foi responsável por outra reviravolta surpreendente nesta segunda-feira... O parlamentar simplesmente anunciou a suspensão da votação que aceitou o processo de impeachment na Câmara dos Deputados, no último dia 17 de abril... Alegou, secundado pelos pareceres da Adovocacia-Geral da União, que havia inúmeros vícios e incorreções na condução da votação... Especialmente no que diz respeito à interferência dos partidos  na decisão dos deputados... O próprio Waldir Maranhão discordou da posição do seu partido, o PP, e se absteve na votação na Câmara... Mesmo as justificativas feitas pelos deputados, colocando até a mãe no meio, constituíram irregularidade... A decisão caiu como uma bomba no Congresso Nacional no momento em que o parecer na comissão do Senado pela admissibilidade do impeachment havia sido aprovado e o presidente Renan Calheiros já se preparava para comandar a votação no Senado...  Especulou-se que o processo estaria extinto, ou que no mínimo, seria necessário realizar uma nova votação na Câmara dos Deputados...  Dilma Rousseff poderia ganhar uma sobrevida de mais alguns dias, ou semanas... Até mesmo haveria a possibilidade do resultado da votação ser revertido, tendo em vista a ausência de Eduardo Cunha no parlamento...  Por isso houve quem apontasse a ação de Maranhão, muito ligado ao governador maranhense Flávio Dino, do PC do B, apoiador do governo, como uma "manobra de bastidores" de Cunha, que o levou à vice-presidência da câmara baixa do parlamento, visando atingir  Michel Temer, que não teria se mexido para evitar o seu afastamento... Pouco provável, já que um governo Temer sem Cunha, por diversas razões, inclusive por sua posição incomôda de vice-presidente em caso de afastamento de Dilma, durante as ausências de Temer, era uma hipótese já cogitada, e com boas chances de concretização... A pressão sobre Maranhão pelos adeptos do impeachment se avolumando, fizeram o presidente da Câmara voltar atrás na decisão, admitindo a influência da AGU para tentar se livrar das ameaças de cassação de seu próprio partido e de destituição da presidência da Câmara... Antes do STF apreciar - e contestar a decisão - Renan Calheiros deu prosseguimento ao processo de votação do impeachment no Senado, como se nada tivesse acontecido... Ao final desta segunda-feira, a reviravolta acontecida por volta do meio-dia já não surtia mais nenhum efeito... Ou seja, não mudou nada...






























































































Só de pensar na composição de um eventual governo Michel Temer, as perspectivas não são exatamente as melhores...































































































A votação no Senado da admissibilidade do impeachment de Dilma Rousseff - que determinará um afastamento de até 180 dias durante o julgamento - continua marcada para esta quarta-feira... Para quem acredita no voto popular, o clima é o pior possível... Muito parecido com o da véspera da final do último BBB... Dilma, quer dizer, Maria Cláudia não tinha a menor chance... Temer, ou melhor, Munik, tinha por trás toda uma série de poderes e favorecimentos... É a velha lógica do golpismo à brasileira... Seja militar ou civil, republicano ou monárquico - porque aqueles que denunciam a nossa república como fruto de um golpe, se esquecem de que na época do império também houveram golpes, como a antecipação da maioridade de Dom Pedro II - a ideia central é mudar tudo sem mexer com nada, mantendo a população bem longe, sem interferir no status quo... Tanto que após incontáveis idas e vindas, o corte ministerial de Temer não seguirá critérios técnicos ou de redução de gastos, mas será principalmente uma "tomada de posição"... Os cortes envolverão justamente as pastas que envolvem questões de direitos sociais... Assim, o possível governo Michel Temer mostra a sua cara - sinalizando ao empresariado apoiador em que lado se encontra - sem deixar de usar os ministérios para garantir a governabilidade à custa de loteamento de ministérios e cargos - Marina Silva... Alis, no caso do afastamento de Cunha, sobrou para a REDE as críticas dos defensores do impechment... Quanto a Temer, é claro que sobrou espaço para acomodar Gilberto Kassab e o PSD, que teria levado a melhor sobre o PRB - vide críticas a eventual indicação do pastor Marcus Pereira, presidente do partido - e ficado com o Ministério da Ciência e Tecnologia... Que irá incorporar o Ministério das Comunicações... Ou seja, qualquer  esperança da regulação da mídia se tornar realidade sai do ar com o possível afastamento de Dilma... Um de seus aliados mais fieis, Alexandre de Moraes, seria Ministro da Justiça... Com credenciais mostradas como secretário estadual de Segurança em São Paulo, vide escolas técnicas...  Sem contar outras barbeiragens contra a população, como a volta do Ministério da Cultura ao Ministério da Educação, que manteve o nome MEC - que por intermédio de Mendonça Filho, vai para o DEMO, que poderá recordar os tempos sombrios em que Marco Maciel e Jorge Bornhausen foram titulares da pasta representando a legenda que o precedeu, o PFL... Ou a incorporação do Ministério da Previdência ao Ministério da Fazenda... Cada vez mais, Maria Santa tem razão... Olha o golpe aí, gente!!!...





























































































Para quem prefere desenhos ou o Chapolin, a próxima atração promete ser de muito terror...

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