terça-feira, 14 de janeiro de 2025

LA24(VII): Na Falta do Monotrilho, Vamos de Táxi do Roger Rabbit no Valdisnei...

Ana Maria Braga cantando O Calhambeque???... Nada Disso!!!... Cruella dando um rolê na região de Anaheim...









Érico Veríssimo não compareceu a Valdisneiland porque o parque na região de Anaheim, nos arredores de Los Angeles, foi aberto em 17 de julho de 1955, e a visita do escritor gaúcho aos Estados Unidos, registrada no livro “Gato Preto em Campo de Neve”, aconteceu no início de 1941, mas o papi de Luis Fernando Veríssimo esteve no estúdio de animação de Valdisnei na região de Burbank, perto das instalações da Warner, que descreve em detalhes depois de um capítulo sobre o processo de produção dos desenhos animados... “Um grupo de belos edifícios de linhas modernas, com as paredes pintadas dum bege tostado combinado com um pardo avermelhado. Custaram milhões. Por entre estas casas, pavilhões e jardins correm ruas, ruelas, becos e sendeiros com o nome dos herois deste mundo de tinta e celulóide. Aqui vamos nós caminhando pela Mickey Mouse Avenue, ali está o Donald Duck Drive. E há ainda O beco do Dunga A travessa da Vaca Clarabela, etc... A impressão que tenho é a de que acabo de entrar no campus duma universidade, porque ao longo destes verdes canteiros através destes pequenos e bem cuidados jardins passam moças e rapazes em traios desportivos. A Valdisnei Productions entre desenhistas de diversas categorias, músicos, funcionários de escritório, técnicos de som e fotografia, mecânicos agentes, serventes - emprega quase 1 500 pessoas de ambos os sexos”... O chefe de publicidade do estúdio mostra o Animation Buildinhg, onde estão os setores de história e animação, e o escritório de Valdisnei, “o nosso serviço de ar condicionado é talvez dos mais modernos e eficientes do país”, afirma o funcionário, explicando que os edifício de 80 metros de comprimento “é formado de diversas unidades separadas” como prevenção aos terremotos do Sul da Califórnia... O escritor conhece o Inking And Painting Building, “passo por entre várias mesas onde moças estão encurvadas sobre as tiras de celuloide , nas quais vislumbro caras conhecidas: Me Queimou Zé... Pluto... Good Donald... E novas personagens: Bambi, o veadinho, Dumbo, o elefante”, vale lembrar que “Dumbo” foi lançado nos Estados Unidos em 17 de novembro de 1941 e “Bambi” em 17 de agosto de 1942... O guia relata a preocupação da produtora com a luz e a limpeza dos estúdios, “um grão de poeira que caísse nos celuloides, ampliado pela câmera e posto em relevo por luzes fortes, apareceria na tela quase como um borrão no desenho”, informa que a umidade do ar das instalações é mantida em 50%, que o estúdio produz mais de 1.500 tintas com diferentes cores e matizes, apresenta o Camera Building e o Cutting Building, onde são filmadas e montadas as animações, e no “sound stage” onde estavam sendo gravadas a trilha sonora e as vozes de “Bambi”, o escritor conhece “a voz do Good Donald”, que ele não identifica, apesar de ter questionado sobre o salário dos “imitadores de vozes de animais”, recebendo como resposta, “entre 15 e 100 dólares por dia”, que não deve ser outro “sino” Clarence Nash, mais conhecido como “Duck”, que dublou o Donald do Bem desde seu primeiro desenho, “A Galinha Sábia”, de 1934, em preto-e-branco, refeito a cores em 1941, até sair de cena em 1985... Antes de encontrar com Valdisnei, o escritor gaúcho comenta sobre os maiores méritos de “Branca de Neve e Os Sete Anões”, “marcou a maioridade do desenho animado, que passa a ocupar uma província independente (e talvez a mais vasta) no reino do cinema, revelou as maravilhosas possibilidades artísticas, educativas e recreativas desse meio de expressão,  e foi a prova de que o público está interessado nos desenhos de longa metragem”... A conversa de Erico com o cineasta aconteceu depois do lançamento do longa “Fantasia”, em 9 de dezembro de 1940, e meses antes de dois fatos marcantes na trajetória de Valdisnei, a greve dos animadores do estúdio, entre 29 de maio e 21 de setembro de 1941, e a visita ao Brasil, que aconteceu durante a paralisação, de 17 de agosto a 8 de setembro, patrocinada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, o produtor recorreu ao governo para lidar com os grevistas e acabou engajado na “Política de Boa Vizinhança” com a América Latina numa época que o país não entrara ainda na Segunda Guerra Mundial, o que aconteceu somente com o ataque a Pearl Harbor pelos japoneses, em 7 de dezembro de 1941, que levaria Valdisnei a produzir "Alô Amigos" (1942), onde surgiu o Zé Carioca, e "Você Já Foi à Bahia???" (1944), com o galo Panchito representando o México, o convite para Érico visitar os Estados Unidos também foi feito pelo Departamento de Estado, através do cônsul estadunidense em Porto Alegre... O papi do Luis Fernando Veríssimo revela suas primeiras impressões sobre o cineasta, “ao meio-dia Valdisnei vem ao nosso encontro no restaurante e senta-se à nossa mesa. É um homem simples e agradável. Não preciso descrever uma fisionomia que todos conhecem. Quem vem a este estúdio esperando encontrar gênios escabelados, pessoas que a todo o instante estão dizendo ou pintando coisas sublimes ou vivendo no mundo doido das figuras animadas há de ficar fatalmente decepcionado. Valdisnei é um homem tranquilo, equilibrado, prático e - por mais chocante que pareça o adjetivo que agora vem - industrioso. A glória não lhe subiu à cabeça. Sabe que o mundo lhe conhece o nome e que seus bonecos de tinta andam a divertir a encantar milhões de criaturas através dos cinco continentes”... Mais observações são feitas antes do relato do diálogo entre o escritor e o produtor, “o que sai destes estúdios leva a fama de Valdisnei, mas é um produto do trabalho coletivo. Valdisnei por assim dizer não é um nome. É uma marca. Centenas de escritores e críticos através da terra procuram dar um sentido filosófico ou literário aos desenhos animados. Transformam Pluto, Good Donald e Me Queimou Zé em símbolos. Descobrem nas produções deste estúdio intenções escondidas. Mas Valdisnei é principalmente um artesão que gosta de seu ofício e por orgulho profissional, quer fazer as coisas bem e cada vez aperfeiçoá-las mais. Não é indiferente a lucros, claro, mas não vive com o olho fito neles. Pinóquio [que estreou nos Estados Unidos em 23 de fevereiro de 1940]  não lhe deu grande resultado financeiro. Tudo indica que a aventura de Fantasia – novo marco na história do cinema – lhe vai custar muito dinheiro: um dinheiro que não voltará, parece, aos estúdios na proporção esperada. Mas com um encolher de ombros, Valdisnei passa a um novo empreendimento. É um artista sim, mas é também um homem de negócios. Pelo que me diz, pelo que pude sentir em tudo quanto hoje vi, nestes estúdios, não faz questão de passar por profeta ou reformador”... O gaúcho diz que gostou de “Fantasia”, porém preferia “uma história e personagens menos cômicos e caricaturais para ilustrar a Pastoral de Beethoven” (é a sequência com cavalos alados, centauros e unicórnios da mitologia grega), o estadunidense do Missouri descobre que a parte preferida do escritor, a da “Noite na Montanha Calva”, também tem sua predileção (neste trecho, também chamado de “Ave Maria”, baseado na música do compositor russo Mussgorsky criada a partir de uma lenda eslava, Chernabog, um gigantesco demônio com asas aterroriza uma pequena aldeia atraindo bruxas e fantasmas para o Monte Triglav, da cadeia dos Cárpatos, localizado no território da atual Eslovênia, o compositor inspirou-se em outra montanha dos Cárpatos, a Lysa Hora, próxima a Kiev, na Ucrânia), Veríssimo sugere uma versão em desenho animado de “Dom Quixote”, Valdisnei responde, “quem foi que disse que não estamos tratando disso, oh, mas é trabalho complicado, para fazer devagar, dentro de dois anos talvez tenhamos tudo pronto” – a adaptação em si nunca foi realizada, embora haja traços de Dom Quixote em Sir Gilles, o cavaleiro de “The Reluctant Dragon” (no Brasil, “O Dragão Dengoso” ou o “Dragão Relutante”...), lançado nos Estados Unidos em 20 de junho de 1941, que além do curta de animação, inclui um filme mostrando exatamente uma visita aos estúdios de Burbank, em nosso país, Sir Gilles ganhou o nome de Dom Chixote, anos depois em 2016, a Valdisnei anunciou um “live-action” baseado na obra de Miguel de Cervantes, com visual similar ao de “Piratas do Caribe”, porém este projeto também não saiu do papel... O escritor quer saber de onde são tiradas as ideias dos desenhos, o cineasta afirma “que elas vem de todos os cantos do estúdio, raramente compramos de fora, a não ser no caso de um Pinóquio ou de um Bambi, ideias não faltam, às vezes até o rapaz do elevador nos sugere uma gag” (sem contar os contos de fadas e músicas clássicas de domínio público), ressalta, “procuro fazer histórias que agradem as crianças sem desagradar os adultos”, pois “formam a maior parte do nosso público” (antes da televisão, desenhos animados precediam a exibição dos longa-metragens), aponta que um roteiro leva de oito semanas a seis meses para ser elaborado, “os retoques não parecem terminar nunca”, um animador faz de 50 a 75 desenhos por dia, o que corresponde de 2 a 3 segundos de animação (a média de Valdisnei era 24 quadros por segundo, depois Hanna-Barbera desenvolveu a “animação simplificada”, de 12 quadros por segundo...), Erico reclama do café, “horrendo como sempre”, criticando a bebida servida pelos estadunidenses, quer saber se Valdisnei pretendia fazer “filmes de caráter didático”, o cineasta responde que “tudo isso tem que ir devagar”, que já havia escrito um artigo para uma revista brasileira “sobre a maneira como se podia usar o cinema com fins pedagógicos”, descrevendo uma aula de inglês dada pelo Me Queimou Zé, o qual, ao lado de outros personagens, como Good Donald e Pluto, já aparecia em livros escolares, embora a entrada nos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial tenha direcionado esse esforço para a produção de filmes de treinamento militar (e propaganda de guerra), as produções educativas vieram depois, já com o parque da Califórnia em funcionamento,  e falou ainda “de seu desejo de visitar o Brasil”, o que ocorreria alguns meses depois, inclusive com um reencontro dos dois...Na edição de “Gato Preto em Campo de Neve” que nos acompanha nesta viagem, há uma foto de Érico Veríssimo com Valdisnei, tirada no aeroporto de Porto Alegre, em 1941, o escritor e o cineasta de terno, aquele com uma expressão séria, este olhando para a xícara em que irão lhe servir café, pois ela ainda está de cabeça para baixo no pires, a cena tem certo ar de sisudez, o que não é a mesma impressão passada pela leitura do trecho do livro sobre conversa nos estúdios de Burbank, quem sabe o café porto-alegrense era melhor, o escritor gaúcho conclui, “e outra coisa que a gente dificilmente esquece é o estúdio de Valdisnei... Em nossa cabeça, quando acordamos em uma sexta-feira nublada na região central de Los Angeles, a ideia que não saía da memória era repetir a todos com quem encontrássemos em nosso caminho, “today is my birthday”, ou “hoy es mi cumpleaños”, porque estamos fazendo aniversário hoje, e pela sexta vez nós iremos comemorar no Magic Kingdom, nas quatro primeiras vezes em Orlando e na última em Los Angeles, para onde estamos saindo do hotel 8h55 da madrugada, passando por pilotos e comissários da LATAM uniformizados e uma mulher com os dois filhos usando pijamas do Stitch na recepção do hotel... A resenha no Uber rendeu, o motorista, que usava terno, ficou admirado quando dissemos que nós, falantes de português, preferíamos falar espanhol nos Estados Unidos, comentou que os brasileiros que transporta em Los Angeles “son como cristianos, viven em la noche” (então é por isso que chamamos Don Ramón de Seu Madruga...), aproveitamos para mencionar os 27 Estados brasileiros, e o Distrito Federal, e o  condutor diz sobre a comunidade hispânica da cidade, “hay muchos latinos que no aprenden inglés y no saben pedir una hamburguesa” (aqui lembramos de uma das formas com que enriquecemos nosso vocabulário em espanhol, a dublagem de “Os Simpsons”, onde Homer fala “hamburguesa” o tempo todo...), quando fui olhar o celular, o motorista sintonizou uma rádio que só toca músicas natalinas, muito comuns nos Estados Unidos nessa época do ano, e a clássica “White Christimas”, na versão original de Bing Crosby, nos chamou a atenção, mais adiante diremos o motivo... Chegamos no Valdisnei 9h42, falamos do nosso aniversário para o motorista, o tempo estava nublado, o que foi excelente para as fotos, seja da lixeira, no melhor estilo Mister Bean, ou do Tony Ramos, quer, do restaurante Tony Roma's, do outro lado da avenida, registramos o portal de entrada e o momento da chegada dos visitantes,  inclusive dos ônibus da BYD, só faltou clicar um articulado, mas depois de passarmos pela primeira tenda com raio-x, para a palhaçada, aprendemos em oito anos comparecendo aos parques da Flórida e da Califórnia que não temos permissão para fotografar a fila e o raio-x, caso a segurança faça o flagrante, será solicitado  que as imagens sejam apagadas... Escolhemos a fila 13, de onde vimos o monotrilho passar e até saímos por alguns instantes para ir fotografar um articulado da BYD, devagar e sem pressa, não estávamos naquela fila só pelo número, o mesmo do PT, para dar sorte, "sino" porque avistamos a frente do raio-X um tipo que lembrava o Jaiminho carteiro do Chaves, o que nos deixou menos fatigados e mais tranquilos... Nesse ponto, até consultar o WhatsApp consideramos arriscado, a gente vai ter que puxar pela memória,  nosso boné do Charlie Brown está em boa companhia, há muita gente com camisetas dos Peanuts, mas só nós vestimos Homer Simpson, que como diria Carmen Villalobos, "é da família", em compensação a família estadunidense logo a frente tem pai, mãe,  filhos e carrinho de bebê fortemente trabalhados no visual do Miranha, no raio-X, um casal tem problemas com a senhorinha loira encarregada da revista, Susan, nós olhávamos para o guardinha depois da bancada, Jaiminho,  digo, Joe, a esposa reclama que nenhum “cast member” fala espanhol, pensamos aqui com nossos botões,  Roberto Carlos gravou "White Christmas", música que toca o tempo todo nos alto-falantes das proximidades, em inglês,  ou português???, ou melhor, lembramos que somos falantes da língua portuguesa, "a última flor do Lácio, inculta e bela", a mãe professora tinha um livro de português chamado "Flor do Lácio", de um certo Cleófano de Oliveira,  além do mais,  Valdisnei amava o Brasil, criou um personagem brasileiro, o Zé Carioca, aqui falam José Carioca, dizem que inspirado num desenho do J.Carlos, digo, em José do Patrocínio Oliveira, um músico que viveu muitos anos em Los Angeles,  e era um tipo de guia dos artistas brasileiros que passavam pela cidade a trabalho, os brasileiros retribuíram seu amor vendo os filmes, lendo os gibis da Editora Abril, que publicou os quadrinhos do estúdio de Valdisnei de 1950 a 2018, não só apenas traduzindo o material importado como criando histórias, vide o Zé Carioca subindo o morro do desenhista Renato Canini, e até personagens, como o Biquinho de Waldyr Igayara, o sobrinho do Peninha (originalmente Fethry Duck, não confundir com  Eduardo Bueno, apesar de também trabalhar como repórter, com o primo Pato Donald em "A Patada"...), que aparece na capa do álbum de figurinhas "Galeria Valdisnei", editado pela Abril em 1982, ano de lançamento do gibi de seu tio Peninha, nesse caso, ao lado de outro patente ilustre, o Tio Patinhas, que estava ali entre outras razões porque era a revista de quadrinhos mais vendida  no Brasil na época,  os gibis do Mauricio de Souza pegaram a dianteira só no fim dos anos 1980, e os personagens da Turma da Mônica hoje são embaixadores do turismo em Kissimmeee, o endereço do Valdisneiworld na Flórida,  a paixão dos brasileiros também se manifestou assistindo os programas de televisão,  "A Fábrica Maluca do Mickey", que queimou no incêndio da Globo de 1976, "Clube do Mickey", o dos chapeuzinhos com orelhas que Silvio Santos, outro grande divulgador do estúdio no Brasil, distrubuía no "Domingo no Parque", em nossa primeira visita ao Magic Kingdom de Orlando, em 2016, fizemos questão de comprar o tal do chapéu, as várias temporadas de "Valdisneilândia" na Globo, que despertavam o desejo de comparecer aos parques mesmo nos que apenas podiam sonhar com a viagem, alguns divagando hoje em dia nas redes sociais, Paulo Guedes, a maratona de estreia de "Duck Tales" no SBT em 1988, o "Valdisnei Cruj", a paixão segue até hoje, recentemente aconteceu a convenção D23 em São Paulo,  não anunciaram a construção de um parque na região de Jundiaí,  porém os brasileiros seguem amando e comparecendo aos parques, em Orlando,  na Califórnia predominam, depois dos locais, os chineses e hindus... Pensávamos em tudo isso quando Susan revistou atentamente cada bolso aberto de nossa mochila,  até o da câmera Cybershot,  passado o raio-X, o guarda Jaiminho, digo, Joe, disse, "pode vir, D'Oh!!!", conhece Simpsons, hein, aproveitamos para lembrar do nosso aniversário e dissemos a frase habitual dos "cast members" posicionados na entrada do parque,  "have a magical day"... Olhamos o relógio do celular, já era 10h09 da madrugada,  precisamos apresentar nosso "voucher" para pegar o ingresso do parque, o que certamente não é no quiosque de aluguel de "strollers", os carrinhos de bebê que também são usados por crianças maiorzinhas,  numa brecha entre as catracas fotografamos a "estação de Campinas", onde sai o trem a vapor que percorre a Valdisneilândia, que não foi a primeira foto do parque que postamos no Instagram,  mais tarde explicaremos o motivo, na bilheteria a "cast member" viu o "voucher" e aconselhou a apresentar o papel lá mesmo nas catracas... Ali somos recebidos por Selina, uma latina gordinha que passou o "voucher" no leitor de QR Code e questionou se havíamos feito a reserva no app, o que não era o caso, na verdade sequer tínhamos baixado o app do Valdisnei no nosso celular Samsung de uso diário,  o que fizemos no momento em que Selina nos colocou ao lado da catraca para manter o fluxo da entrada, baixamos o app, ela pediu para operar o celular, não lembrávamos da senha, era preciso verificar o código no e-mail, a conexão estava lenta, o que é raro de acontecer com o "roaming" internacional da Claro, o Passaporte Mundo, Selina pediu ajuda a outro "cast member", David, loiro de óculos e casacão preto, lá vamos nós falar do aniversário,  o Wi-Fi resolve a parada,  a ida ao California Adventure está agendada para domingo e novamente nos antecipamos com o "have a magical day"... 











Vendo passeio do pirata,  não entendemos por que Fausto Silva implicava tanto com o Capitão Gancho... Ops!!!... 


































Agora já são 10h32 da madrugada, clicamos de novo a "estação de Campinas", vamos postar dizendo que iremos pegar o Trem Inter Cidades, promessa do governador paulista, que posou para fotos com o prefeito de São Paulo recém-reeleito com seu apoio,  e o Luis Inácio,  o que nos deixou com raiva,  principalmente porque a vitória eleitoral foi conseguida com peças de campanha falando de votação em presídios e outras bobajadas do "Gabinete do Ódio" contra o presidente,  e que venha a prisão do Bozo, Xandão,  ultrapassamos o umbral, quer dizer o portal,  decorado com cartazes do "It's a Small World" e do monotrilho,  queríamos fazer uma foto do busto de Abraham Lincoln no Great Moments With Mister Lincoln, a direita da estação Waldisneiland,  a esquerda,  fica a prefeitura que é Lost&Found e os bombeiros,  a gente queria usar a imagem para postar que  Lincoln e Karl Marx trocaram cartas durante a Guerra Civil Estadunidense, só que o post teve de ser ilustrado com a placa de "It's Not Showing Today"... Restou a nós pegar o beco,  quer dizer, a Main Street USA, o tempo cinzento é propício para fotografar as fachadas das lojas e o "Chefe Charlie Cavalo", quer dizer,  a escultura de um indígena que serve como anúncio de tabacaria,  objeto muito comum nas ruas do interior dos Estados Unidos na virada do século XIX para o XX, época que nasceu Valdisnei e serve de inspiração para a parte de entrada do Magic Kingdom,  hoje a ideia de que um estadunidense nativo sirva para esse tipo de anúncio,  não é recomendável,  já não era em 1956, quando foi feito o desenho do Pica-Pau com o Charlie Cavalo, procurado pelo xerife da cidade que o "Pajáro Loco" tinha sua oficina de esculturas de madeira por "escalpelar fichas rosadas", melhor dizendo,  por ser cambista de ingressos do Rose Bowl... No meio da rua vem um bonde puxado a cavalo, o condutor não lembra em nada o Carlos Seidl,  porém recordamos que o dublador do Seu Madruga desempenhou esse papel em pleno Rio de Janeiro de 1901 na novela "O Direito de Amar", de 1987, mostrada esse ano no canal Viva, uma atuação sem falas, nem deu pata dizer que foi mais um dos trabalhos do  Madruguinha, a Dona Neves foi motorneira,  ou seja, condutora de bondes elétricos,  o trotar lento do cavalo é acompanhado por uma "cast member" loira, concentrada em dar apoio ao animal sem tirar seu protagonismo nas fotos dos visitantes,  formalmente,  não há nenhuma proibição de fotografar os "cast members", mas aí vale o bom senso e a discrição,  caso a pessoa repare e não goste, pode pedir para apagar a foto, o bonde foi até a praça da estação, onde o condutor,  um homem alto de cabelos brancos, deu lugar a uma garota que usava o mesmo uniforme dele, e lembrava vagamente Ingrid Guimarães... De volta à Main Street, avistamos uma jardineira vermelha dirigida por um sorridente "cast member", a alegria do motorista nos faz lembrar a clássica canção de Roberto Carlos, "quero buzinar meu calhambeque,  bibibibibibibibibi", logo depois vem um carro de bombeiros, com outros dois descontraídos "cast members" , que acenam para os visitantes,  aí é a parte do "existem mil garotas querendo passear comigo, mas é por causa desse calhambeque,  sabe???, bye!!!", a música,  "O Calhambeque",  lançada no disco "É Proibido Fumar", de 1965, é uma versão de "Road Hog", do estadunidense Glen Loudermilk,  aqui, o termo para "calhambeque" e qualquer outro tipo de carro velho, Ivete Sangalo, é "jalopy", no Brasil, anos de especiais da Globo transformaram a maneira dessa música ser vista,  como a ideia dos redatores da atração,  Luiz Carlos Miele e Ronaldo Bôscoli, também produtores dos shows de Roberto, era subir o patamar do  Rei na MPB, "O Calhambeque" e outras músicas da Jovem Guarda ficavam confinadas numa espécie de "seção infantil" do programa, situação que mudou apenas com os especiais dirigidos por Jorge Fernando, entre 1993 e 1997, e as regravações do pessoal do BRock na mesma época, o que não foi suficiente para deixarmos de fazer a associação com o desfile de veículos antigos na Main Street USA,  e lá vem o nosso preferido,  o ônibus de dois andares com a cor verde da Área 5 de São Paulo,  será que chega no Terminal Parque Dom Pedro II???... No final da rua, paramos para conferir o painel de "wait time" das atrações do parque, não estão grandes,  mesmo em plena "Black Friday", data que nos faz pensar porque a Valdisnei não aderiu aos copos de refil (apenas em alguns hoteis...), chegamos a praça da "estalta" Partners, Valdisnei e Me Queimou Zé,  já com fila para tirar foto ao lado do "menumento", a gente prefere fotografar as esculturas ao redor, o Coelho atrasadão da Alice, o Pateta Pensador, "The Good Donald", 9.0, olha o bonde do Valtâo de novo, com o cavalo e sua assessora,  às 10h47, a banda do Zé Pretinho chegou para animar a festa, deu uma bela sequência de fotos, na sequência vem o Capitão Gancho, não sabemos porque o Faustão falava tão mal dele,  o póbi só está fazendo a pose do "ai,  xuxu", com a mão na cintura,  consagrada pela dublagem original do episódio "O Pintor", do Chapolin, parando eventualmente para tirar "selfies" com a garotada amiga,  a instância dos "cast members" que levam o pirata rival do Peter Pan para um "meet and greet" ou para trocar o cara dentro da fantasia, pois a presença dos personagens é para os visitantes um alívio da sequência de caminhadas e filas,  e também um trabalho forte e cansativo, porém essencial e compensador... Clicamos o "carrossel" na entrada da Tomorrowland, tem algo de "steampunk", lembramos de seu similar na Valdisneilândia Paris,  baseado na obra de Julio Verne,  olha o ônibus de dois andares passando de novo, fotografamos a parte de trás do veículo,  porque a escadinha é toda trabalhada na publicidade, chegamos enfim ao castelo, que é baixo, devido a legislação que limitava a altura dos edifícios na região de Los Angeles na época da construção do parque, na década de 1950, o sósia de Maxwell Lord, o personagem de Pedro Pascal em "Mulher Maravilha 84" pede para os visitantes abrirem espaço na rosa dos ventos estampada no piso da área frontal ao castelo, que também tem as frases "When wish upon a star" e "Where the dreams come true", ali fazemos a foto do castelo que vai ilustrar nossa primeira postagem do dia no Instagram, onde agradecemos por mais um ano de vida... Maxwell Lord, que na verdade se chama Allister, pede passagem para a bandinha multicolorida,  a menina do bumbo, de roxo,  nos lembrou o Lilico, que precedeu a entrada de Mary Poppins e Bert, os protagonistas da história que Valdisnei levou para o cinema em 1964, e sempre nos chama a atenção que nos parques Mary é vivida invariavelmente por mulheres lindíssimas, de rostos com feições perfeitas,  sobre Bert, apesar de seu intérprete no cinema, Dick Van Dyke, ainda estar aí aos 9.9, ficamos indignados porque depois de todos esses anos, ele continua a ser limpador de chaminés,  de um banco da praça dos Partners assistimos o bailado de Mary e Bert,  a música do "Supercalifragilistspiricalidous", pensando em outra, "há uma palavra chave, que significa quem sabe" e vimos Mary dar uma singela batida no bumbo da moça de roxo, dando novo significado ao "tempo bom, não volta mais" do saudoso comediante de "A Prova é Nossa"... Mas então,  surge desfilando no carro de bombeiros uma personagem que é fogo, Cruella De Vil, conforme vista no desenho "A Guerra dos Dálmatas", de 1961, ou seja, estava mais para Ana Maria Braga ou Glenn Close, do   "live-action" "101 Dálmatas", de 1998, do que para Emma Stone em "Cruella", de 2021, como atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu, seguimos o desfile da algoz dos "101 Biduzinhos" ("meu nome é Waldemar!!!", disse o cão que não assumiu a paternidade da prole fazendo o Piu-Piu de Marapendi...) pela Main Street até a praça da estação,  quando desembarcou da viatura dos bombeiros e distribuiu gritos e caras de nojinho... A gente não pensou duas vezes e foi fazer trenzinho na estação Valdisneilândia, logo após clicar a locomotiva vista lá no alto, hoje está em funcionamento a E.P Ripley, ficamos no banco da sala de espera da estação fazendo postagens no Instagram,  onde reparamos que um dos funcionários da estação era a cara do Harry Potter, até óculos ele usava (podia ter uma sósia da Hermione,  também...), o tempo de espera informado na entrada da estação era de 10 minutos,  chegamos 11h07, embarcamos 11h22, o trenzinho saiu um par de minutos depois, tem um jaguar no meio da mata, “fake”, é óbvio, antes da loja de artigos carnavalescos ao lado da estação de "Nova Orleans", então não é Carnaval, é "mardi gras", pegamos o túnel que não tem Mundial, de luz verde, apreciamos a paisagem dos Rivers Of America com as representações da aldeia indígena na beira do rio e dos animais silvestres na mata,  alces e veados, principalmente,  a ponte metálica tem um brasão indicando a sua construção em 1969 (perto da Estação da Luz tem um parecido...), arbustos e cactos tomam conta da paisagem antes da estação Mickey's Toontown, não muito distante do Fantasyland Theater, cedemos o lugar para uma família poder ficar junta na hora de fazer foto com o "Harry Potter", o chefe da estação segura um inseto na palma da mão, os barquinhos do "It's a Small World", a placa da "Agrifuture", até aqui tem “Agro é Pop, Agro é Tech, Agro é Tudo”, as pilastras do monotrilho, a pista da Tomorrowland Speedway ("powered by Honda"), um autorama gigante, e o túnel com os dinossauros animatrônicos, que batizamos de Dino da Silva Sauro, em homenagem ao poderoso megalossauro da série dos estúdios de Valdisnei, criada pelo papi da “Vila Sésamo” e do “Muppet Show”, Jim Henson... Retornarmos ao ponto de partida às 11h49, vendo o "meet and greet" do Me Queimou Zé vestido de ajudante de Papai Noel, do alto e ao nível do solo, perto da moça que nos impressionou pelo rosto coberto de acne, aqui cabe um flagrante discreto, clicando e andando, o lojão da Main Street tem cartaz de "Descendentes: A Ascensão de Copas", e vai ter A Petena Sereia  negra no Valdisnei Jr., sim!!!, o interior da loja sempre nos lembra, seja em Anaheim ou em Kissimmeee,  a Confeitaria Colombo,  no Rio de Janeiro, observamos da porta o bonde com a assessora do cavalo, que prefere não aparecer nas fotos, passamos pela máquina de "change" (troco), constatamos que agora o tempo está bom e comparecemos no Refreshment Corner da Coca-Cola, onde encontramos Alice organizando sua tradicional dança das cadeiras,  ajudada pelo pianista de ragtime Noel, um asiático cujo chapéu coco o deixa com a cara do Oddjob do filme "007 Contra Goldfinger", vou pegar um copo LARGE de Coca Zero com gelo, que custa 5,49 dólares,  o copo pequeno,  NORMAL, é vendido por 4,49, não que levem em conta a cara do freguês,  como o Chaves na sua tenda de refrescos, porém novamente lamentamos a ausência dos copos de refil ilimitado nos parques do Valdisnei,  claro, aqui tem muito bebedouro e a água saborizada de cortesia servida em cones de papel do Plaza Inn, entretanto a gente sente falta de tomar Coca Zero com Baunilha, Sprite de Uva ou Fanta Morango, saímos pensando em ir na montanha-russa da Branca de Neve e somos surpreendidos com Noel tocando no piano o tema de "Duck Tales", melhor que o Lord Vinheteiro... Ops!!!... São 12h07 e registramos a entrada da Adventureland e do famoso restaurante Enchanted Tiki Room, da Frontierland, lembramos da coleção de livros "Os Quatro Mundos Encantados de Valdisnei", Alegria, Aventura, Fantasia e Natureza, divisão inspirada nas “lands” dos parques, lançada pela Abril em 1976, mesmo ano da primeira versão de "Galeria Valdisnei", e quem lê Mark Twain hoje em dia, no castelo,  os "cast members" pedem para desocupar a rosa dos ventos, não confundir com o internato da novela "A Caverna Encantada", porque a bandinha voltou e trouxe Me Queimou Zé,  Minnie,  Donald do Bem, Pateta e Tico e Teco, vestidos com roupas natalinas,  uma menina corre para abraçar a Minnie antes de ser segurada pela mãe, para alívio dos "cast members" que fazem o cordão de isolamento,  o general da banda inicia a paradinha,  nós filmamos, andando de costas, esbarrando na pequena multidão que acompanhava o desfile, acrescentando um "sorry" ao final do vídeo, Mônica Martelli e Paulo Gustavo começaram assim,  os estadunidenses pedem desculpas até quando estão a um metro de distância... Clicamos a entrada da Tomorrowland,  que tem a Space Mountain,  e, depois, o Matterhorn, referência ao pico nevado nos Alpes Suíços,  uma montanha-russa com trenós,  "bobsleads", é o tipo de atração dos parques temáticos que ficamos de longe registrando os "loopings", aquela gritaria toda, a "coaster" de "Velozes e Furiosos", a ser inaugurada em 2026 na Universal bem que poderia ser "Nas Curvas do Seu Corpo Capotei Meu Coração", Michelle Rodriguez, digo, fotografamos ainda a escultura da cegonha, não confundir com cegonho, Camila Queiroz,  com o castelo ao fundo, a cascata com "estaltas" de "Blanca Nieves Y Los Siete Churin Fun Flays", que um chinês registrava com sua potente teleobjetiva,  a esposa usava o celular mesmo, postamos algumas fotos no banco em frente ao castelo até lembrarmos do compromisso que tínhamos com a própria Patrícia Espinoza que amava bolo de coco, passamos pela casa do Peter Pan, lotada como sempre, ou seja,  vão acelerar o "ride" para atender mais gente, vimos isso na Flórida,  as fotos ficam péssimas,  olha o Carrossel do Rei Arthur com sua espada na pedra controle remoto, chegamos na fila da Branca de Neve, não que a gente tenha esperado muito na atração,  de 12h30 até 12h50, postando quando o sinal  do celular permitia fotos do Capitão Gancho e de Mary Poppins, apenas na hora de embarcar no passeio nos demos conta que a montanha-russa da mina dos Sete Anões fica em Orlando, aqui é contada a história do longa de animação  lançado em 1937, depois de uma legítima catraca da Perey, a casa dos anões bagunçada antes da chegada da Branca de Neve,  não confundir com aquele filme do Costinha, "Histórias que Nossas Babás Não Contavam", a volta do trabalho na mina, "eu vou, eu vou, pra casa eu vou" na versão original em inglês,  Dunga muito louco com doce na boca, e diamantes nos olhos, o Espelho Mágico que não tem a cara do Ramón Valdés, a Bruxa envenenando a maçã, nos Trapalhões,  Mussum comia caqui com "grotoco" fornecido por Selma Lopes, o beijo do príncipe,  que na versão do Doutor era o Fagner, o cantor, não o lateral-direito do Timão, depois ele cantou "Deslizes", a câmera do celular Samsung é excelente,  porém aceleraram o passeio e as fotos não ficaram boas, devíamos ter filmado...









Essa fila toda para paparicar o Pateta com táxi do Roger Rabbit ali do lado, livre para pegar a próxima corrida...








































Deixamos a Fantasyland,  passamos pela xícara maluca da Alice, pensamos em fotografar o trenzinho passando pelo "It's a Small World", que Moacyr Franco conheceu quando ganhou uma viagem de sua gravadora pelas vendas do disco "Suave é a Noite", quando viu a atração,  o cantor comprou o disco com a música e pediu para Rogério Cardoso, o próprio, traduzir, gravando "Pequeno Mundo", no que foi seguido por Silvio Santos, que não só baseou o cenário do "Domingo no Parque" no "It's a Small World", o Playcenter fez a Montanha Encantada,  mas também a música foi, por algum tempo, o tema de abertura do "Programa Silvio Santos", além de servir de trilha para os vídeos de desfiles no Valdisnei mostrados nos últimos programas apresentados por Silvio Santos, em 2022... Esperamos alguns minutos e como o trem não passava, consultamos o mapa do Magic Kingdom e consideramos a ideia de comparecer no Me Queimou Zé And Minnie Runaway Railway, na direção oposta do Fantasyland Theater, olha as princesas com picolés,  passamos por baixo do pontilhão da ferrovia do parque e chegamos a Toontown, onde vimos que a fila para tirar foto com o Pateta era grande e nos interessamos pelo Roger Rabbit's Car Toon Spin ao ver o táxi Benny acima da entrada,  a primeira lembrança de "Uma Cilada Para Roger Rabbit", que vimos há 35 anos em um cinema da região da Avenida São João,  em nossa mente era a de um filme que era um show de efeitos espaciais,  mas que apesar de ser estrelado por um coelho de desenho animado,  era um "noir", meio pesado para criança assistir,  claro que a espera de 25 minutos na fila nos permitiu refletir sobre a importância do filme e os motivos dele não ser muito lembrado hoje em dia, de fato, "Uma Cilada Para Roger Rabbit", lançado em 1988, era um filme absolutamente inovador para sua época,  em especial no aspecto tecnológico,  produzido por Steven Spielberg,  que a Valdisnei contratou para adaptar o livro "Who Censored Roger Rabbit", de Gary K. Wolf , apresentava desenhos animados contracenando com pessoas reais, aspecto valorizado pelos "crossovers" únicos de personagens clássicos,  como o de Me Queimou Zé com Pernalonga saltando de paraquedas, ou a apresentação de piano de Donald do Bem e Patolino em um "night club", a produção fez sucesso nas bilheterias dos Estados Unidos, apesar do Doutor Renato dizer que seu filme em cartaz no verão brasileiro de 1989, "O Casamento dos Trapalhões", "meteu a cenoura" em Roger Rabbit, e a ambientação na Los Angeles de 1947 serviu para a Valdisnei aplicar no conceito de  parques temáticos inspirados na Era de Ouro dos estúdios de Hollywood (MGM Studios,  depois Hollywood Studios, Califórnia Adventure, Valdisnei Studios, na França), entretanto,  apenas um ano depois do lançamento, começou o renascimento dos longas de animação da produtora,  com "Ah Que Pena Seria" , "A Bela e A Fera" e "Aladdin", passaram-se os anos e esse foi o principal fator que fez o filme ficar meio esquecido no rolê, seguido pelas questões de direitos com o autor do livro, que inviabilizaram a realização de uma sequência, com uma pequena contribuição do roteiro, uma história policial, no estilo dos filmes "noir" em voga na época em que o filme se passa, o magnata do cinema Marvin Acme, fundador de Toontown,  a cidade onde vivem os desenhos animados, é assassinado  e as suspeitas recaem sobre Roger Rabbit,  porque supostamente sua sensual esposa Jessica Rabbit teria um caso com o milionário,  Roger é orientado por seu estúdio, a Maroon Cartoons, a procurar o detetive particular Eddie Valiant,  papel de Bob Hoskins, depois o Super Mario do "live-action" de 1991, que descobre o verdadeiro assassino, o Juiz Doom, na verdade um desenho psicopata,  que como magistrado tem o poder de decidir sobre a vida e a morte dos desenhos por meio de uma forma de execução que ele próprio inventou, e como empresário inescrupuloso quer comprar Toontown para construir em seu lugar uma rede de autopistas em substituição ao sistema de bondes de Los Angeles,  os Red Cars, parte da história que infelizmente é baseada em fatos reais, hoje as "highways" dominam a paisagem da cidade e o metrô,  que em alguns trechos opera no nível da rua, como os antigos bondes, leva menos passageiros que a capacidade projetada, em síntese,  a ideia de matar desenhos dissolvendo-os em ácido,  que é chamado eufemisticamnte de "O Caldo" (The Dip), não é exatamente apropriada para um filme "família" a ser apreciado pelo público estadunidense, até "Dick Tracy", lançado pela Valdisnei dois anos depois, "live-action" baseado nos quadrinhos policiais de Chester Gould e hoje igualmente esquecido, passou por esse problema, junto com as questões dos direitos do personagem, que pertencem ao ator principal e diretor do filme, Warren Beatty, comparem "Roger Rabbit" com outro filme que junta gente de verdadinha e desenhos, "Space Jam", um êxito do formato em meio ao predomínio dos longas de animação em 3-D a partir da metade dos anos 1990... Ainda assim, o legado de "Uma Cilada Para Roger Rabbit" foi mantido pela Valdisnei,  que deu o nome de Toontown para a região do Magic Kingdom onde estão os personagens dos curtas de animação que fizeram a fama do estúdio,  Me Queimou Zé,  Minnie, Donald do Bem e Pateta, entre outros, e a atração do Roger Rabbit,  onde agora estamos na fila, circulando entre os avisos da frota de táxis onde Benny trabalha forte, a entrada do escritório de Eddie Valiant, a silhueta sinuosa de Jessica Rabbit no buraco da fechadura,  caixas de objetos de cena de desenhos, tanques de armazenamento do "Caldo", cuja receita está na parede e inclui vários solventes de tintas, como aguarrás e terebentina,  o berço de Baby Hermann, o personagem que tem desejo de um homem de 50 anos, mas o pirulito de um menino de três (!!!)... Entramos na fila 13h15, fotografamos durante a espera com o celular da Sony,  para poupar a bateria do Samsung,  embarcamos no táxi 13h45, Benny deveria ser um Fusca,  porém o filme se passava em 1947 e a Volkswagen alemã exportou o primeiro carro para os Estados Unidos, porque aqui ela não fabrica nada, vem tudo do Brasil, do México ou da China, em 1949, tem até um comercial alusivo aos 75 anos da marca no país que associa a chegada da Volks a vinda dos imigrantes europeus, musicado pela versão original de "Por que Brigamos", gravada em 1972, pela cantora Diana, que saiu de cena no último mês de agosto,  no Brasil,  os 70 anos da Volkswagen foram assinalados pelo anúncio da Elis da Kombi, que foi o primeiro  carro fabricado pela filial brasileira da montadora alemã, em 1957, o Fusca e a fábrica da região de São Bernardo vieram em 1959, polêmica com o uso de Inteligência Artificial para reviver a cantora saída de cena em 1982 à parte, nos Estádios Unidos, a controvérsia é pelas origens nazistas do Fusca, sobre Benny, ele é uma versão amarela e preta do carrinho vermelho do "Good Donald", o da placa 1313, acrescido de olhos, boca e piadinhas, o veículo precisa ajudar Roger e Hermann a enfrentar os capangas do juiz Doom, as cinco doninhas (eram para ser sete, porém a referência aos Sete Anões foi cortada da versão final do roteiro...), armadas com bigornas e marretas da ACME, a empresa do Tio Marvin, cujo sobrenome (e nome da firma) é o termo que os antigos gregos usavam para definir o auge, o ponto mais alto, o cume, ou, no entender da Warner, que a usa ostensivamente em seus desenhos, American Corporation Manufacturing Everything, na região do Tatuapé havia uma fábrica chamada ASMC, American Shoe Machinery Company, em meio a essa luta frenética entre personagens de desenho, nos prevenimos da pressa do passeio filmando tudo com o celular, o "ride" não tem os sobressaltos de uma montanha-russa, sendo possível registrar a ação dos bonecos animatronicos que são o segredo do brinquedo, Roger tira racha com  Benny, derrapa no "Caldo" derramado pelas doninhas, passa por uma loja de cristais com um touro brabo dentro, vê estrelas e porcos voadores depois de tomar um choque de 10.000 volts na central elétrica e enfrenta palhaços assassinos num depósito de "gags", lotado de fogos de artificio e pesos de dez toneladas no teto, tudo isso registrado pelo nosso Samsung... Saímos satisfeitos e saturados pela trilha sonora de pianos e órgãos ensandecidos da atração do Roger Rabbit e seguimos direito para a fila do 'Me Queimou Zé and Minnie Runaway Railway", com "wait time" de 45 minutos,  na versão de Orlando, a espera é beeem maior, na réplica do cinema Chinese Theater da Hollywood Boulevard,  aqui a "cola" começa antes da entrada e envereda pelas dependências do cine El Capitoon, referência a um vizinho do Chinese, o El Capitan, que a propósito,  pertence a Valdisnei,  nas paredes há cartazes de versões valdisneianas de filmes de sucesso,  a garota pergunta qual produção é parodiada pelo Me Queimou Zé em "Mouseteer", dizemos que é "Rocketeer", embora o termo seja usado também para denominar os sócios do Clube do Me Queimou Zé, a gente deixa pelo pôster de "The Scroogiest Millionaire" uma comédia musical estrelada pelo Tio Patinhas em que o Capitão Boing rouba a cena no cartaz,  há "objetos de cena" de desenhos clássicos do Mickey, o barco de "Steamboat Willie", domínio público à parte, o balde e a vassoura de "Aprendiz de Feiticeiro", as roupas de "O Príncipe e o Mendigo", tesoura e botões gigantes de "Me Queimou Zé e o Pé de Feijão", a mesa de trabalho de "O Natal do Me Queimou Zé", ao lado de uma discoteca mexicana, não que o grupo de meninas que conversava ruidosamente logo atrás da gente tenham reparado, mas, enfim, a lanchonete do cinema tem até um “dispenser” estilizado de ketchup,  ou seria catsup,  Senhor Burns, com um pouco de molho derramado no balcão, um daqueles detalhes pensados para tornar a espera mais agradável,  pois chegamos na boca do gol 14h35, onde o experiente “cast member” com óculos que parece o Washington Olivetto de cabelos curtos, distribui os visitantes nas portas de entrada da exibição do filme "Perfect Picnic", onde Me Queimou Zé e Minnie passeiam de conversível pelos campos e montanhas da Califórnia cantando ..."Nothing Can Stop Us Now" com voz esganiçada e acompanhados por Pluto, até encontrarem com o trem conduzido na estrada de ferro inaugurada em 1928, mesmo ano da estreia de “Steamboat Willie”, pelo Pateta,  que empolgado em ver os amigos, perde o controle da locomotiva, causando uma explosão que arrebenta a tela, quem mandou deixar isso na mão do cara, patético (!!!),  nesse ponto, depois de uma explicação da "cast member", embarcamos no trenzinho de onde vemos o carro de Me Queimou Zé e Minnie ser lançado pela explosão para uma paisagem desértica do Velho Oeste, depois o casal vai parar em um parque de diversões onde Donald do Bem se acaba na mostarda do cachorro-quente, e todos são levados por um furacão até uma floresta tropical com vulcão em erupção e uma cachoeira que conduz até o fundo do mar, esvaziado por um polvo que puxa a tampa de um ralo, eles chegam a uma grande cidade onde João Bafo de Onça trabalha forte na britadeira e Good Donald no furgão de entregas, nesta atração,  com tecnologia mais avançada, os animatrônicos são combinados com projeções holográficas,  sem abrir mão de efeitos práticos,  como a dança dos vagões do trenzinho dentro da escola de dança da Margarida, parte que os passageiros levantam e agitam os braços, contagiados pelo ritmo da valsa e da rumba, a última parte do "ride" antes de Me Queimou Zé salvar Minnie de ser prensada numa fábrica, alusão a série “The Mouse Factory” (“A Fábrica Maluca do Me Queimou Zé”...), onde todos os personagens batiam cartão e trabalhavam no esquema 6X1 e fazer uma serenata para a amada sob a luz do luar, com Pluto segurando vela, cinco minutos de um excelente "tour", e olha que já conhecíamos a atração de Orlando, onde sua profusão de CGI e 3-D substituíu os animatrônicos que contavam a história de Hollywood no Great Movie Ride... Passado o lojão da saída,  clicamos a fachada do El Capitoon, a fonte do Me Queimou Zé e da Minnie, o brinquedo do Roger Rabbit, o carro de bombeiros,  passamos pelo It's a Small World, são 15 horas e já tem gente esperando o acender das luzes da fachada, que só acontece depois que o sol se põe, aqui na Califórmia às 17 horas, espera do Matterhorn é de 40 minutos, fuja da montanha-russa, o rapaz na entrada da fila da xícara da Alice lembra um conhecido das redes sociais, deve ser o cabelo,  peguei o finalzinho da parada de Natal na praça dos Partners,  hoje não faz tanta diferença porque os astros do desfile são os personagens que circulam pelo parque, e fotografamos vários deles mais cedo, porém quando possível adoramos assistir a paradinha, nos sentimos no Carnaval carioca ou no Sambódromo do Anhembi, a princípio você não dá nada, achada bobagem, porém logo fica contagiado,  por fim, comparecemos ao restaurante Plaza Inn, com sua decoração "art-noveau" da Belle Epoque, indo direto fazer o pedido no balcão da salada com tudo dentro, filmando o preparo, depois entramos na fila do "chicken", mas para pegar o "pot roast", carne  assada com vagem, purê de batata e molho ferrugem,  a Coca Zero vai no copo de acrílico, "self-service", porém não é refil, é custa 4,95 dólares o copo, devemos dizer que na salada com molho “ranch” até os "croutons" estavam bons, o molho compensa a falta de "tômpero" do purê,  uma constante nas refeições feitas aqui nos Estados Unidos, o pãozinho de leite fica ainda melhor com a manteiguinha da embalagem dourada, que pegamos em  quantidade suficiente para também misturar no purê e a carne estava com um sabor leve, certamente cozida lentamente em água,  não afundada em óleo, pegamos mais uma Coca Zero, o copo é indestrutível,  sobreviveu a queda no chão antes de irmos na máquina,  melhor restaurante de toda a Valdisneilândia,  pode anotar aí... Terminamos o almoço 16h10 e caminhamos rumo a Tomorrowland,  para andar de monotrilho, Star Tours com 15 minutos de "wait time" é Plano B, o do Buzz Lightyear's Astroblasters é de 25 minutos,  R2D2 e C3PO na vitrine,  Space Mountain,  Star Wars Launch Bay fechada, pula a Submarine Voyage, chegamos na entrada às 16h16 e o "cast member" parecido com o Fuik avisa que o monotrilho Linha17-Ouro está fechado,  falou que voltava em 50 minutos,  mas nós voltamos para o Star Tours, a espera subiu para 25 minutos, Harry Kane, entramos numa sala cuja única função é abrigar parte da fila,  a orientação do Valdisnei é acalmar as pessoas fazendo-as esperar no ar condicionado,  que quando mais perto do "ride", mais forte fica, R2D2 é baixinho, mas pilota a maior nave, observado da sacada pelo C3PO, robôs do tipo WALL-E cuidam das bagagens em uma espécie de "espaçoporto" que conta com telão anunciando as partidas e o tempo de temperatura dos planetas de destino, somos colocados perto da porta, usando óculos 3-D, antes da partida quase não avistamos o C3PO, que aproveita o voo e a batalha virtuais para acertar antigas diferenças com Darth Vader... Missão cumprida às 17 horas, quase íamos levando os óculos para casa, paramos na porta do lojão e entramos ao balconista Russell, dissemos, "i forgot", ele agradece, "thank you", vejo a máquina e peço oito "collectible pennies" de "Star Wars", "estoy presionando su centavo ahora", Tomorrowland ao anoitecer, castelinho lindo cheio de luzes e o festival de fotos noturnas da Main Street USA,  passo pelo Jolly Holiday,  e como prometemos a nós mesmo, e promessa é divida, voltamos ao Refresment Corner, onde pedimos a Noel que tocasse o tema de "Duck Tales" no piano para a gente gravar,  ou seja,  melhor presente de aniversário... Fazemos mais "collectible pennies" na máquina perto da cigana Esmeralda e do balcão de doces do lojão da Main Street,  a calçada está cheia,  todos a postos para ver os fogos, volto para a loja, pergunto a "cast member" onde estão os chuveiros ("key chains") , ela aponta que ficam perto dos caixas e lá escolhemos uma peça da Minnie para uma querida amiga... São 17h30, tem Aladdin e Peter Pan nas vitrines do lojão,  a árvore de Natal da praça da estação Valdisneilândia está toda iluminada, saímos do parque, vemos uma ambulante vendendo bijuterias ao lado do portal do parque e o ônibus que faz o "shuttle" dos funcionários até seu estacionamento, atravessamos a avenida na faixa, do outro lado há a International House of Pancakes (IHOP), "aqui só temos panquecas", a sorveteria Cold Stone, a lanchonete Dannys, que é muito popular no Japão,  e por fim o local do nosso jantar de aniversário,  o Tony Ramos,  digo, Tony Roma's, restaurante que é um Outback bem melhorado,  mesmo que a recepcionista nos tenha colocado numa mesa muito perto da porta e o banheiro estivesse com as luzes apagadas... Pedimos bife, bem passado ("well done"), com aspargos (tem uma história em quadrinhos que o filho do Cebolinha se chama Asparguinho...) e batata assada com manteiga e "sour cream", acompanha uma sopinha de batata, bacon e queijo, a bolachinha fica para o café da manhã,  a carne estava excelente,  um pouco "Uri Geller" , entortou o garfo, ou teria sido a "batata amoral", a gente tomou muito refil de Coca Zero, aspargos não são habituais no nosso cardápio,  mas comemos tudo... Na mesa ao lado, uma reunião de família,  num televisor no balcão, os Lakers estão perdendo,  no outro,  o ator Gary Sinise defende os veteranos de guerra,  na mesa tem um homem grandão de meia idade pagando cofrinho, várias moças e rapazes, todos cantam parabéns,  creio que o aniversariante é um dos garotos, porém, como também fazemos aniversário, nos sentimos homenageados, tanto quanto com a sobremesa que pedi, um panelão de brownie com sorvete, a foto fez sucesso no Facebook,  quando dissemos ao garçom que fazíamos aniversário e mostramos o RG, ele ofereceu outra sobremesa,  porém já estávamos mais que satisfeitos... Voltamos às 19h50 num Passat branco ouvindo a rádio K- EARTH (101 !KRTH), especializada em música pop dos anos 1970, 1980 e 1990, fomos recebidos com "Girls Wanna Just Get Fun" e terminamos a viagem com  "Down Under" , recebidos pelo Miguel na portaria às 20h30 e foi só chegarmos no quarto que já caímos na cama, para retomar nossas anotações um par de horas depois,  até meia-noite...






















Mas então quer dizer que nós não poderemos usar hoje o monotrilho da Linha 17 Ouro,  Fuik...  Ops de novo!!!...


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