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E Roberto Carlos na lua crescente com Rosemary e Paulette vestido de Negro Gato é um autêntico rolê aleatório... |
O “Roberto Carlos Especial” de 1981 estreou no Canal Viva em maio de 2020, exatamente no ápice da primeira onda da pandemia de covid-19, o isolamento social fez com que o canal da Globosat esquecesse o trauma da exibição da novela “Bebê a Bordo” em 2018 e se arriscasse a trazer conteúdos antigos pouco usuais, como os primeiros especiais de Roberto, desde 1974, as temporadas iniciais de “Palhação”, a partir de 1995 e até, no ano seguinte, a reapresentação do “Big Brother Brasil”, começando pela primeira edição, realizada em 2002, claro que a covid-19 também levou a emissora paga a ampliar as maratonas semanais de novelas, que começaram a ocupar quase toda a grade de programação nos sábados e domingos, mas, enfim... Em 2020, o programa passou no Dia das Mães, na mesma ocasião em que a Globo exibiu uma “live” de Roberto alusiva a data, em que o cantor perdeu a paciência com os problemas técnicos acontecidos durante a transmissão, não como na “tour” das flores de 2022, digo, faz sentido, shows pela internet tinham virado moda com a pandemia, de uma hora para outra, nem sempre a produção dava conta, ainda mais porque o diretor da “live” foi Bofinho, o próprio... O especial de 1981 comemorava os 40 anos de vida de Roberto Carlos o que explica a "vibe" de #tbt da atração, repassando sua carreira, com foco nas influências da Bossa Nova e dos Beatles, associadas a homenagens pelas saídas de cena de Vinícius de Moraes e John Lennon, sem esquecer da Jovem Guarda, aqui lembrando os especiais de 1974 e 1975, alis, o festejo serviu de pretexto para a retomada da estrutura dos programas dos anos anteriores, deixada de lado na edição de 1980, trazendo de volta os convidados e acrescentando mais externas... Com direção de Augusto César Vannucci, textos de Miele e Boscoli, produção de Nalygia Santos, cenários de Federico Padilla, figurinos de Uriel Nascimento e Juan Carlos, Berardi, iluminação de Peter Gasper e Jorge Luiz Queiroz, produção musical de Dario Lopes e arranjos e regência do e o maestro Eduardo Lages – o mesmo que 39 anos depois pilotaria o tecladinho nas “lives” do Rei - regendo a orquestra que toca “A Guerra dos Meninos”, num cenário dominado pelas muitas caras do Rei, aí não tem problema, digo... Roberto abre o baú de recordações da Jovem Guarda, tropeçando numa foto onde segura um calhambeque de brinquedo, “presente da turma, Natal de 1965”, “que turma, meu Deus, tanta gente fazia parte dessa turma, Renato, Renato e Seus Blue Caps, Erasmo Carlos, Vanderléa, Martinha, Jorge Ben, Getúlio Côrtes, Adilson Ramos” – que Tim Maia não saiba, digo – “Quero que Vá Tudo pro Inferno” toca em versão instrumental, Roberto pega um álbum de fotos, se vê apresentado o programa “Jovem Guarda”, pega uma foto com Erasmo e Vanderléa, recoloca onde encontrou, na tampa de um baú, vai até uma estante, acha uma gaita ao lado do disco de 1972, começa a tocar, o locutor anuncia em italiano a vitória do Rei no Festival de de San Remo em 1968, vide “Canzone Per Te” – que também interpreta no especial, nas imagens da época e ali mesmo no palco tomado por recordações... A música termina e entram imagens da Brabham de Nelson Piquet, campeão mundial de Fórmula-1 naquele mesmo ano, e o cantor afaga um capacete para elogiar o piloto, “acho que todos sabem o quanto a velocidade me fascina, admiro a precisão bonita e corajosa, a audácia de quem está sempre vencendo, esse menino é um campeão do mundo, porque somou tudo e seu saldo foi sempre maior, Piquet, qual o seu tipo de concentração antes das corridas, o que você faz, você reza???”, Nelson responde diretamente de Mônaco, entre uma resenha e outra com as princesas, Renato Maurício Prado, corre aqui, “quando eu sento no carro, toda a dor no coração, toda a angústia, dá uma vontade de voltar pra casa, aí os pensamentos vem, sei lá, aí eu tento fazer uma oração, tento pedir a Deus que proteja a todos, eu acho que muda um pouco de corrida para corrida, mas basicamente é isso” – que Ayrton Senna não saiba, em 2020, a Globo ainda transmitia a Fórmula-1, situação que mudou com a pandemia, quando a transmissão passou para a Band, no YT há um vídeo da corrida em que Piquet ganhou o título de 1981, realizada num sábado em Las Vegas, e que chamou a atenção de Flávio Gomes pelo aviso de Luciano do Valle no final, “a seguir, capítulo inédito de ‘O Amor é Nosso’”, novela que, sabemos hoje, não tem nenhum capítulo disponível no acervo da Globo... A orquestra de Lages retorna com “Detalhes” e “Se Você Pensa”, para terminar a exibição dos créditos, direção de imagem de Vicente Burger, co-direção, Alexandre Brás e Maurício Nunes, edição Antônio Vilela, direção Ewaldo Ruy e Paulo Netto, e ouvindo “Boas Festas”, Roberto Carlos lê uma mensagem dos filhos, que lhe trouxeram um presente – Paulette, o próprio, que tomou pastilhas de nanicolina e lembra ao Rei da música “Negro Gato”, de Getúlio Cortes, do disco de 1966, aquele que Régis Tadeu diz ter a capa copiada de “With The Beatles”, “faturamos, e faturamos paca nos anos 1960”, cantando a canção em cima de um piano, acompanhado por Roberto, internauta Pedro Henrique... O cantor aplaude e pergunta como está a vida, o felino pede ajuda para “negociar” com uma gata, no caso, a cantora Rosemary, numa lua crescente, dando uma palinha de “Não Quero Ver Você Tão Triste”, de 1965, do álbum “Roberto Carlos Canta para a Juventude” - o público dos humorísticos do Viva lembra dela como Mulher-Maravilha em “Os Trapalhões” ou rumbeira no quadro da Santinha e Epitáfio no “Zorra Total”, apesar de que atualmente ambas as duas atrações estão fora da programação do canal... Como a “negociação” subiu no telhado – literalmente - o jeito é cantarem “Lobo Mau”, de 1965, com uma banda de felinos, até porque já existe uma série chamada “Os Gatões”, e “Mexerico da Candinha”, lançada no mesmo ano, porque já foram fazer fofoca em frente à casa onde está a dupla, na saideira desse show de efeitos especiais, Roberto e o gato vão de “Noite Feliz”, ajudados por Rosemary e os gatinhos da banda, qualquer semelhança com o musical “Cats”, que estreou naquele mesmo ano de 1981 em Londres, ou mesmo com o filme "Os Saltimbancos Trapalhões", lançado nos cinemas brasileiros três dias antes da exibição do especial, em 21 de dezembro de 1981, por sua vez uma adaptação de "Os Saltimbancos", que Chico Buarque lançou em 1977, com base numa versão italiana da fábula dos irmãos Grimm, "Os Quatro Músicos de Bremen", feita por Luis Bracalov e Sérgio Bardotti, por acaso um dos compositores de "Canzone Per Te", junto com seu xará Sérgio Endrigo, tudo isso é mera coincidência, “nossas cicatrizes são a marca do que aprendemos, apesar de tudo ainda sabemos amar, Feliz Natal para todos” – já estamos no Natal, sensação similar a da exibição fora de época dos especiais de “A Grande Família”, um pouco reduzida porque o Viva começou a cortar esses episódios ao longo do ano para fazer o bingo apenas em dezembro... Ops!!!... Então é por isso que devidamente orquestrado, o Rei interpreta “Ele Está Pra Chegar”, lançamento do álbum do ano, no palco e no terraço de um edifício na região da Glória, vide vista da Marina que não é a da “Escolinha” e da praia, no Rio de Janeiro, incluindo imagens aéreas de outras regiões da cidade, com destaque para o Outeiro da Glória e o altar no Aterro do Flamengo , “pare pra pensar, pense muito bem, olha que esse dia já vem” – incisiva como “Jesus Cristo”, mas com um ritmo num crescendo que lembra vagamente “A Montanha”, agora, essa de se apresentar no terraço lembra demais o Rei cantando "Quando" no filme "Roberto Carlos em Ritmo de Aventura", mas sem a banda e as modelos fazendo ensaio de moda, só Roberto e nada mais... Vinheta de intervalo, com o nome do cantor manuscrito em neon, vai e vem, corta para Roberto e Erasmo de pronto comparecendo no estúdio de gravação para gravar “Emoções”, que fez seu “debut” no especial, “emoções, são tantas, né, muitas, em 20 discos, uma média de seis músicas nossas em cada disco, é, 120, tem 120 emoções”, Erasmo pergunta, “bicho, qual é a emoção que te diz mais, que toca mais dentro de você”, o Rei responde com a letra da música, “são tantas já vividas, são momentos que eu não esqueci, detalhes de uma vida, histórias que eu contei aqui, viu, Detalhes também tá ai”, Erasmo pede, “vê se você se lembra dessa emoção aí, bicho”, tocando “O Calhambeque”, Roberto responde, “como é que eu vou esquecer dessa emoção que você me deu de presente???”, Erasmo aponta, “é, mas uma das maiores emoções que eu tive na vida, foi um presente que você me deu”, e as imagens da estreia de “Amigo” no especial de 1977, reprisadas em 1978 e 1979, só vem... As lembranças continuam com Erasmo partindo para o “flashback”, com “As Curvas da Estrada de Santos”, de 1969 , do “disco da praia”, liderando a parada de sucessos do programa de Haroldo de Andrade na Rádio Globo, “puxa, quantas estradas nós percorremos, juntos, sempre juntos, graças a Deus”, Erasmo pensa e vai fundo, “taí um cara que batalhou tudo, todo mundo geralmente conhece a vitória e um vencedor depois da vitória, ninguém sabe que ele foi Cantor Mascarado no Chacrinha”, corta para Roberto no palco com bigode postiço, e claro, a máscara sobre os olhos, o Velho Guerreiro pedindo palmas para o Rei, e dizendo de forma professoral, “ele realmente é o Roberto Carlos, é ou não é, Roberto Carlos, o cantor mascarado, de muitos anos, não é, filho”, o Rei responde, “Chacrinha, é uma emoção muito grande ter você em nosso programa e poder prestar essa homenagem a você, fazer novamente o cantor mascarado, e receber você e te dar esse beijo carinhoso” – lembrando que Abelardo Barbosa, até 1981 contratado da Band, retornaria a Globo com o “Cassino do Chacrinha” em 6 de março de 1982... Retornando ao estúdio, Erasmo e Roberto, fumando o famoso cachimbo, ouvem Wanderléa cantando a recém-lançada “Na Hora da Raiva”, composição da dupla, lembram que ela tem “um bocado de apelidinhos, bicho”, e constatando que ficaram pra “titio”, comparecem pessoalmente para conhecer o filho recém-nascido da cantora, o sagitariano Leonardo, saudado como “o mais novo integrante da Jovem Guarda”, que ganhou um chapéu Tremendão de Erasmo, no entanto saiu de cena com dois anos de idade, devido a um afogamento, Roberto acha que saiu ao pai, o músico Lalo Califórnia, “só falta a barbinha”, Wanderléa comenta, “você viu que presente mais bonito Papai Noel me trouxe???”, Roberto concorda, “pra todos nós que te amamos desse jeito”, Erasmo deixa pelo “Feliz Natal”, e entra o clipe de Wanderléa, “Facho de Luz”, de 1981, “saiu de dentro de mim como facho de luz” – meio romântica, meio pop, digo... Erasmo acusa que ninguém segurou o chororô dele e de Roberto no dia do último programa “Jovem Guarda”, choramos tudo que nós tínhamos direito e mais alguma coisa”, o Tremendão acredita que recordar uma emoção é vier ela de novo e o Rei, num cenário que evoca o antigo programa da TV Record, canta “Cama e Mesa”, lançada no disco de 1981, “todo homem que sabe o que quer, sabe dar e querer da mulher, o melhor e fazer desse amor, o que come, o que bebe, o que dá e recebe” – o romantismo resvalando no brega da música não tem muito a ver com aquela época, mas, enfim... Por essa razão, o Tremendão precisa deixar a região da Rua do Matoso, “e com vocês o meu amigo Erasmo Carlos!!!”, para interpretar a hoje clássica “Pega na Mentira”, “Zico tá no Vasco, com Pelé, Minas importou do Rio, a maré, beijei o beijoqueiro na televisão”, o Rei até pegou o cachimbo para acompanhar, o Tremendão vestido de metaleiro, bem antes do primeiro Rock In Rio, em 1985, ops!!!, por falar em eventos memoráveis para os cariocas, Erasmo pede que o Rei puxe mais uma emoção pela memória e Roberto vai de “A Guerra dos Meninos”, de 1980, na chegada de Papai Noel no Maracanã, que já tinha placar eletrônico, cercado de pequenos Papais Noeis com estrelas prateadas nas mãos, vide balões, chuva de papel picado e revoada de pombos – a apresentação dos Trapalhões no primeiro ano de Globo, em dezembro de 1977, também foi excelente, digo... Do estádio ao estúdio, Roberto conversa com Erasmo, que fala em “trutas desiludidas, tainhas abrutalhadas e baleias entupidas”, o Rei faz o guarda do Chaves, “é, mas ainda é tempo de ouvir a voz dos ventos, uma canção que fala muito mais de amor”, e dali vai a escuna defender “As Baleias”, lançada no disco de 1981, com imagens da caça aos mamíferos marinhos, fornecidas pela Plantel Comunicação, que realizava o programa "Amaral Neto - O Repórter" na Globo durante os anos 1970, “seus netos vão te perguntar em poucos anos, pelas baleias que cruzavam oceanos, que eles viram em velhos livros, ou nos filmes dos arquivos, dos programas vespertinos de televisão” - sendo que o tempo no mar fechou e o simpático bonezinho do Milton Nascimento foi substituído por uma capa de chuva amarela, dessas que se usam para ver o Pica-Pau descer as cataratas num barril... Ops!!!...
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Depois da sede da ONU em Nova Iorque, batalha seguinte da Guerra dos Meninos ocorreu no Maracanã lotado... |
Vinheta vem e vai, na região dos Arcos da Lapa, vide foco de luz no bondinho, “Lapa, a história viva de um capítulo da vida carioca, viver e cantar na Lapa atravessa o tempo através dos Arcos que a contemplam, Lapa de tantos nomes que fizeram a história da música popular brasileira, Roberto Carlos – de terno “risca de giz” branco e rosa na lapela, não confundir com o “cover” da Fafy Siqueira na “Escolinha do Professor Raimundo” – recebe Cauby Peixoto, “esse artista de sempre, essa voz maravilhosa”, vide elegantíssimo terno azul “denim”, bigode e cabelo “capacete”, Cauby vai da clássica “Conceição”, de Jair Amorim e Dunga, gravada pela primeira vez em 1956 – não é a imitação do Eliezer Mota, conhecida do público do Viva – Roberto, de “Amante a Moda Antiga”, de 1980, com dancinha e tudo (!!!), e ambos os dois de “A Deusa da Minha Rua” – que o Rei gravou em 1974 e cantou com Orlando Silva, seu intérprete mais conhecido, no especial de 1976 – excelente dueto, duas vozes de extensão bem distinta, não podemos esquecer que Cauby, embora representando aqui as influências musicais da infância e adolescência de Roberto, é considerado um dos pioneiros do rock brasileiro, vide “Rock And Roll em Copacabana”, de 1957, Rodrigo Faour, corre aqui... Após a vinheta de intervalo, num cenário que lembra a esquina das Ruas Prudente de Moraes e Vinícius de Moraes – e o Bar Garota de Ipanema – Roberto fala sobre Vinícius, que saiu de cena em julho do ano anterior, “conheci Vinícius muito pouco, mas sempre procurei aprender com Vinícius, eu acho que fora dos versos e das letras que ele transformou em canções, é quase impossível saber quem eram tantos Vinícius, muito amado e muito amante”, então é por isso que Raul Cortez, o próprio, declama “São Demais os Perigos Desta Vida”, também conhecida como “Soneto do Corifeu”, que Vinícius musicou com Toquinho e ambos os dois gravaram com Clara Nunes – a própria – harpa do “Fantástico” do lado - “são demais os perigos desta vida, pra quem tem paixão principalmente, quando uma lua chega de repente, e se deixa no céu, como esquecida, e se ao luar que atua desvairado, vem se unir uma música qualquer, aí então é preciso ter cuidado, porque deve andar perto uma mulher, deve andar perto uma mulher que é feita, de música, luar e sentimento, e que a vida não quer de tão perfeita, uma mulher que é como a própria lua, tão linda que só espalha sofrimento, tão cheia de pudor que vive nua” – a homenagem veio agora porque o especial do ano anterior foi a gravação do show do Rei no Anhembi, em São Paulo, mais o clipe de “Guerra dos Meninos” na frente da sede da ONU em Nova Iorque.. Roberto canta “Apelo” – composta por Vinícius, letra, e Baden Powell, música, lançada em 1966 – cita Carlos Drummond de Andrade, “Vinícius foi o único poeta que viveu como um poeta”, pergunta a Tom Jobim, a postos em seu piano, “você que foi parceiro de Vinícius, conte para nós, quem era Vinícius, quem foi Vinícius de Moraes, Tom Jobim”, o amigo do Antônio Pedro e da Catifunda, espectadores do Viva entenderão, responde, “Roberto, era uma pessoa extraordinária, era um ser humano incrível, eu aprendi muito com ele, ele me levou em muitas viagens, não só físicas como espirituais, me levou ao morro carioca, a favela, ao Orfeu Negro, ao Orfeu da Conceição”, dedilha no piano, “tristeza não tem fim, felicidade sim, ele sabia muito bem da precariedade, da fragilidade da vida, e estava relendo agora as obras completas de Vinícius, ele tem essa poesia extraordinária, toda ela dedicada a mulher, que é mesmo um assunto inesgotável, não é Roberto”, entra VT de Vinícius recitando “O Desespero da Piedade”, “e no longo capítulo das mulheres, Senhor, tende piedade das mulheres, castigai minha alma, mas tende piedade das mulheres, enlouquecei meu espírito, mas tende piedade das mulheres, ulcerai minha carne, mas tende piedade das mulheres!!!, tende piedade das moças pequenas das ruas transversais, que de apoio na vida só têm Santa Janela da Consolação, e sonham exaltadas nos quartos humildes, os olhos perdidos e o seio na mão, tende piedade, Senhor, de todas as mulheres, que ninguém mais merece tanto amor e amizade, que ninguém mais precisa tanto de alegria e serenidade, tende infinita piedade delas, Senhor, que são puras, que são crianças e são trágicas e são belas, que caminham ao sopro dos ventos e que pecam, e que têm a única emoção da vida nelas, tende piedade, Senhor, das santas mulheres, dos meninos velhos, dos homens humilhados sede enfim, piedoso com todos, que tudo merece piedade, e se piedade vos sobrar, Senhor, tende piedade de mim!!!”, e Tom interpreta e toca no piano “Luiza”, de sua autoria, que a Globo usou como tema de abertura da novela “Brilhante” - outro título que deverá entrar no Projeto Fragmentos da Globoplay, ninguém mandou cortarem o cabelo da Vera Fischer daquele jeito... Ops!!!... Roberto parte para a resenha com Maria Bethânia, “você, dona dessa arte que eu amo tanto, você que conheceu Vinícius, conta pra nós como era o Poetinha”, a irmã de Caetano Veloso responde, “Vinícius era um ser maravilhoso, eu jamais conheci alguém que amou como ele amor, era o infiel mais fiel que eu já conheci, um soneto dele, muito bonito, poderia até se chamar Auto Retrato” – na verdade, é o “Soneto de Fidelidade” – “e assim, quando mais tarde me procure, quem sabe a morte, angústia de quem vive, quem sabe a solidão, fim de quem ama, eu possa me dizer do amor (que tive), que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure”, emendando com uma composição de Vinícius e Tom, de 1960, “Se Todos Fossem Iguais a Você”, “que maravilha viver”, Paulo Gracindo, com a mesma barba e os mesmos óculos do especial de 1979, quem sabe o mesmo traje a rigor, trabalha forte na recitação do poema “A Mulher que Passa”, poesia de 1938, “meu Deus, eu quero a mulher que passa!!!, eu quero-a agora, sem mais demora, a minha amada mulher que passa!!!, no santo nome do teu martírio, do teu martírio que nunca cessa, meu Deus, eu quero, quero depressa, a minha amada mulher que passa!!!, que fica e passa, que pacifica, que é tanto pura como devassa, que boia leve como a cortiça, e tem raízes como a fumaça”, Tom, Bethânia e o Rei vão de “Eu Sei Que Vou Te Amar”, que Vinícius e Jobim fizeram em 1958 – o fato de Roberto ter pensado em ser cantor de Bossa Nova garantiu excelentes bônus para esse especial, só faltou o João Gilberto, mas ele deve ter perdido a hora de pegar a barca na Praça 15, digo...
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Legal, o especial tem Eliezer Mota e Fafy Siqueira imitando Cauby Peixoto e Roberto Carlos nos Arcos da Lapa... |
Na volta do intervalo, Roberto Carlos deixa a Bossa Nova e parte para o rock lembrando os que os Beatles berraram dedilhando “Imagine” no piano, com animações de Stil passeando nos teclados, “como todos os jovens daquela época, nós também amávamos os Beatles, eu gostava deles de um modo geral, mas principalmente de Paul e John, Lennon e Mc Cartney, duas máquinas de fazer música, contra essa violência estúpida e sem sentido, Erasmo e eu fizemos uma canção, que pena, John” – Roberto destaca de um boneco de papelão dos Beatles a figura de Lennon – “a Guerra dos Meninos perdeu um herói, você” - John Lennon, que saiu de cena em dezembro do ano anterior, na região do edifício Dakota, Mark Chapman, corre aqui... A homenagem segue de “Yesterday”, chamaram um Gil Ferreira da música para trabalhar forte com “Yesterday” no piano, o maestro Radamés Gnatalli, a orquestra de Lages e o contrabaixista Márcio Mallard vai de “But I Love Her”, que o público do Viva conhece com letra em espanhol, pois serviu de tema para a Ivete de Vera Fischer em “O Clone”, Rosana, a própria, canta “Let It Be”, e não fossem os agudos e o gerador de caracteres, ninguém reconheceria a cantora antes das plásticas, Paulo Moura e Ed Maciel trabalham forte nos instrumentos, Moura e seu clarinete com “Michelle”, sem alusões aos presentes, digo, Ed e seu trombone de vara com “Yesterday”, sendo impossível não lembrar a versão cantada por Mister Bean no filme de 1997, e a homenagem termina com Roberto cantando “Imagine” em inglês – o dueto com a cantora mirim Gabriela viria em 1987, agora, o chroma-key deixou o cabelo do Rei azulado... Ops!!!... Mais um intervalo e no Theatro Mvnicipal de São Paulo, focalizado em seu “foyer” e “frizas e platéa”, a capital paulista virou cenário constante dos especiais inclusive devido a concorrência, naquele mesmo ano de 1981, o SBT entrou no ar em 19 de agosto, Roberto Carlos, assessor e cachimbo antes de entrar no palco, terno cinza e lenço branco na lapela, a plateia aplaude e apupa, Roberto canta “Eu preciso de você”, lançamento do disco de 1981, “você é tudo, é muito mais, do que sonhei pra mim, e é por isso que eu preciso de você”, depois de um gole de água, “Desabafo”, de 1979, o melô da insônia, vide “por que eu rolo na cama e você finge dormir”, e após um breve comentário, “há dez anos que eu canto essa música, em todos os shows que eu tenho feito, de 1971 pra cá, e sempre que eu penso em substitui-la, não consigo, eu acho que eu vou continuar cantando essa música por mais uns cem anos, hehehe”, canta “Detalhes” – depois não reclame quando o Régis Tadeu disser que você não se renovou... Roberto Carlos parte para a mensagem de Natal após o intervalo, “que a paz esteja com todos, hoje pra nós é um dia especial, de preces e esperanças, apesar de tudo eu creio no amanhã, porque creio nos homens e em Deus”, e canta pela primeira vez no especial, a música lançada no álbum do ano, e que não foi substituída desde então, “Emoções”, maestro Lages e orquestra acompanhando, “quando eu estou aqui, eu vivo esse momento lindo, olhando pra você, as mesmas emoções sentindo” – com direito a ganhar uma rosa da plateia, onde Antônio Fagundes estava no gargarejo... O último bloco teve apenas os créditos, mencionando as músicas tocadas durante o programa e fechando com uma imagem de Roberto com Chacrinha - no YT o especial tem 1 hora e 33 minutos de duração, sendo uma versão gravada da televisão em São Paulo, com locutor dando o prefixo da Globo e anunciando a próxima atração, "Pernalonga Especial de Natal", provavelmente o desenho "Bugs Bunny's Looney Christmas Tales", de 1979, o vídeo do Viva tem cerca de dez minutos a mais, porque inclui duas músicas cortadas no YT, "Luiza" e "Eu Sei Que Vou Te Amar"...
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Não está ligando o nome à pessoa???... Espere até Rosana cantar o refrão de "Let It Be", dos Beatles no especial... |