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E o Roberto Carlos não só correu da cilada com Pedro e Bino como fez a versão Maria Rita de "Caminhoneiro"... |
O “Roberto Carlos Especial – 30 Anos”, apresentado pela TV Globo em 18 de dezembro de 2004, e pelo canal Viva em 2018, deixou de lado as economias de isopor para comemorar em grande estilo as três décadas da atração em uma casa de espetáculos no Rio de Janeiro, com um prólogo onde o Rei atuou, interpretando a si próprio, ao lado de Antônio Fagundes e Stênio Garcia, ou melhor, os caminhoneiros Pedro e Bino de “Carga Pesada”, série de 1979 que ganhou um “remake” em 2003, no palco, poucas participações, porém profícuas, Erasmo Carlos e Wanderléa numa versão banquinho e violão de “Sentado a Beira do Caminho” para “Acústico MTV” nenhum botar defeito, Ivete Sangalo conduzindo a retomada da tradição de duetos do Rei com as musas da música brasileira, que começou com Aracy de Almeida em 1976, só que numa distância que não prejudique a lembrança de Maria Rita, todos eles comparecendo num final apoteótico com coral no melhor estilo dos programas dos anos 1980, apesar da teimosia do Talma de cortar a parte das flores... Ops!!!... O especial começa com a vinheta “RC 30 Anos”, resgatando o design dos anos 1990, letras prateadas com as bordas nas cores do arco-íris, em seguida, imagens de estradas cortando planaltos e planícies, “Rede Globo apresenta”, entram os acordes iniciais de “Caminhoneiro”, de 1984, “convidados Antônio Fagundes Stênio Garcia”, montanhas verdejantes vistas do alto, “Ivete Sangalo Roberto Carlos Wanderléa”, “Dudu Braga Coral Princesas de Petrópolis”, aparecem as estradas, “Roteiro Rafael Dragaud”, a mão de Roberto Carlos toca num retrato de Maria Rita no painel de um caminhão Scania – sim, no especial de 1984, a foto era de Myriam Rios – o qual se junta a um mosaico de imagens da carreta e de seu condutor, que canta, “Todo dia quando eu pego a estrada, Quase sempre é madrugada, E o meu amor aumenta mais”, foca no rádio do bruto, onde o locutor Dudu Braga, o próprio, filho de Roberto, diz no estúdio, “taí, Caminhoneiro, essa homenagem bonita feita em 1985” – na verdade, no disco de 1984 – “pra você caminhoneiro que está sintonizado aqui conosco, você está acordado desde cedo, claro, estômago vazio, tá na hora do almoço, tem que dar aquela paradinha pra comer um pouquinho e tomar um cafezinho, ok, quem sabe até uma pestana, uma boa ideia???” – olha o “merchan”, digo - conselho seguido pelo próprio pai de Segundinho, que estaciona seu caminhão e vai até o Bar e Restaurante do Posto Aconchego da Estrada, “a gente continua junto com Roberto Carlos, agora, Amor Perfeito”, Roberto aparece no espelho do bar exatamente quando Bino está terminando de lavar as mãos, e vira em direção do balcão enquanto se enxuga com a toalha, ouvindo o pedido do cantor, “me vê aí um feijãozinho esperto, um arroz” – não estamos no anúncio da Friboi, digo – a balconista, uma jovem negra, responde, “está muito gostoso”, o Rei responde, “então tá bom”, indo sentar-se numa mesa, Bino não acredita, “mas caramba, será que é possível, Roberto Carlos aqui, num restaurante de estrada, não é possível, vou contar pro Pedro”, Roberto recebe um cesto com pães e Bino vai fazer fofoca com seu companheiro de estrada, “e aí, Pedro, você não sabe quem está no restaurante aqui com a gente aqui, Pedro, o Rei Roberto Carlos”, Pedro da Boleia não acredita, do alto de seus óculos “ray-ban” e do paliteiro que está segurando, “ah, Bino, eu falei, a sujeirinha subiu na sua cabeça, fez mal pra você, tá variando???”, Bino insiste, “ah, eu tô te falando, acredita em mim, não é loucura, eu tô falando, ele tá logo ali”, Pedro não acredita, “você acha que o Roberto ia parar num restaurante de beira de estrada para comer PF, só falta me dizer que ele tava dirigindo caminhão, virou caminhoneiro”, lá vai Bino de novo, “ah, é só você ir ali comigo e você vai ver Roberto Carlos ali, é ele, em carne e osso, ao vivo e a cores”, Pedro segue irredutível, “senta aí, isso aí é fome que você tá tendo’, mas Bino é brasileiro e não desiste nunca, “ah, eu cumpri a minha obrigação, eu falei, você não quis acreditar, você é uma mula teimosa, mas eu vou lá, bater meu dedo de prosa com meu amigo Roberto Carlos, falou???”, Pedro prefere tomar seu chopinho enquanto seu parceiro de estrada vai até a mesa de Roberto, falando sozinho às vistas do Rei, que olhava para o cardápio, “pior que se eu dizer para o Pedro que eu conversei com o Roberto Carlos”, o caminhoneiro cria coragem e chega junto do Rei, “oi, com licença, vou chegando, é que eu tava ali lavando as mãos, daí eu falei com o meu amigo que eu tinha visto o Roberto Carlos, mas eu acho que tô ficando louco, eu bebi, não pode ser o Roberto Carlos aqui num restaurante de estada”, e apontando para o pai de Dudu Braga, “é, Roberto Carlos???”, que confirma, “sou eu mesmo”, Bino quase não acredita, “é, mas é muita emoção pra mim, caramba”, Roberto sorri, “obrigado”, que sabe muito bem com quem está falando, “e você é o Bino” – só faltou falar, “aquele da cilada” – o carreteiro fica perplexo, “ô Roberto Carlos, como é que você sabe que eu sou o Bino???”, o cantor responde com tranquilidade, “pô, o Brasil todo sabe que você é o Bino de Carga Pesada, você e o Pedro, hehehehe”, é a vez de Bino sorrir, “eu e o Pedro”, Roberto convida o caminhoneiro para sentar, “fique a vontade”, Bino não consegue crer, “posso mesmo, quanta honra pra mim, eu tô aqui conversando com o Roberto Carlos, eu sou teu fã, rapaz, eu conheço todas as suas músicas, Roberto” – “obrigado, obrigado”, diz o Rei – “desculpe a minha metidez, não só sentado aqui na sua mesa, mas o que você tá fazendo aqui nesse desvio de estrada”, o cantor responde, “é que eu gosto de dirigir essas máquinas que vocês dirigem” – Bino faz o gesto de segurar no volante – “então eu tô dirigindo uma carreta dessas pra levar o equipamento aí pro show”, a ficha de Bino ainda não caiu, “carga pesada, você dirige também???”, Roberto garante, “e gosto”, o carreteiro está surpreso, “caramba, então é por isso que você canta tão bem aquela música dos caminhoneiros, olha”, o Rei ri encabulado, “conheço alguma coisinha”, o caminhoneiro pede licença, “vou convencer meu amigo, ele não acredita que eu tô de papo com você, o Pedro, é, tá aqui no restaurante comigo, mas ele é maluco, podia estar aqui desfrutando da tua presença comigo, mas tá lá, teimoso como uma mula, ele não quis vir, ele não acha que o Roberto Carlos estaria no restaurante”, Roberto faz uma proposta, “então vamos falar lá com ele”, Bino duvida, “mas você vai mesmo???”, o Rei aceita o desafio, “vamos lá”, o carreteiro levanta empolgado, “ele vai levar o maior susto!!!”, abraça o cantor e vai até a mesa do colega caminhoneiro, “Pedro, olha só aqui o meu amigo Roberto Carlos, Roberto, esse é Pedro”, Pedro da Boleia coloca seu copo de chope na mesa e fica boquiaberto, “é Roberto Carlos, Roberto Carlos???”, e vai cumprimentar e abraçar o Rei, “nós cantamos sempre as suas músicas quando estamos lá na estrada, senta aí, cê falou e eu não acreditei, Roberto Carlos!!!”, Bino tira onda, “você não queria acreditar, tava ali no maior papo com ele”, Pedro indaga, “e aí, tá indo pro show”, Roberto responde, “é, tô levando um equipamento aí pro show, tava falando pro Bino que eu gosto de pilotar essas máquinas”, os caminhoneiros se animam, “ele pilota!!!”, “carga pesada!!!”, Pedro segue perguntando, “e aí, show novo, o show é novo???, o cantor explica, “é show novo”, Bino interrompe, “esse show vai estar no teu espetáculo, 30 anos, você vai fazer 30 anos de especiais de fim de ano”, o Rei concorda, “é verdade”, Bino faz outra pergunta, “o que você acha mais interessante, falar de amor, falar de paixão mesmo”, Pedro acrescenta, “tem diferença mesmo, amor e paixão???”, Roberto explica, “ah, tem diferença, a paixão é uma coisa que dura algum tempo, pouca coisa, dois anos, de repente, um mês, com muita força, o amor não, o verdadeiro amor é pra sempre”, Pedro da Boleia observa, “sempre suas músicas falam de amor, por que???, claro, é bom, é legal pra nós ouvir, por quê???””, o cantor coloca, “o amor é a coisa mais importante que existe, é o amor, o amor é o que há de mais importante”, Pedro elogia, “suas músicas são muito boas mesmo, não é de boca não, a gente canta sempre”, Roberto ri, “hehehehe”, Bino aponta, “falou de amor é com o Pedro mesmo”, que conta vantagem, “é uma em cada estrada”, o rei opina, “acho que é mais paixão”, Setembrino concorda, “é, paixão, acho que é paixão”, e emenda mais uma questão, “Roberto, de todas as suas músicas, qual é aquela que você mais gosta”, o cantor diz, “eu gosto muito de Detalhes, eu gosto muito de Eu Te Amo Tanto, eu gosto de Te Amo Tanto, e agora tem uma música que eu fiz recentemente, que eu gosto muito também, que é o Pra Sempre, que fala do amor dessa forma que eu tava falando, o amor pra sempre”, corta para o Rei cantando no palco, “por séculos, milênios, dimensões, qualquer lugar, somos um do outro e assim sempre será, nada vai mudar, a gente vai se amar, pra sempre”, de volta ao restaurante, Bino comenta, com base nas memórias de Stênio Garcia, “Roberto, eu conheci muito o Carlos Imperial, que é lá do Espírito Santo”, o cantor confirma, “também é do Espírito Santo, lá da nossa terra”, o caminhoneiro (ou melhor, o ator) lembra, “eu sou capixaba também” – de Mimoso do Sul – Roberto sabe porque esteve lá, “eu sei, bicho, eu estou aqui, quem não sabe, hehehe”, Bino observa, enquanto o guitarrista de Roberto senta na mesa ao lado, “mas o Carlos Imperial é de Castelo, se eu não me engano”, o cantor aponta, “ele é de uma família de Cachoeiro, não sei exatamente de onde ele é” – o Rei deve estar certo, Imperial é seu conterrâneo, assim como era o escritor Rubem Braga e é o ex-BBB Arthur Piccoli, Conduru é um distrito de Cachoeiro – “Carlos Imperial me ajudou muito na minha carreira”, Stênio, ou melhor, Setembrino, recorda, “eu me lembro da época da Jovem Guarda”, Roberto também, “ele que me apresentou para o Chacrinha e Chacrinha me levou para uma gravadora” – Pedro fica surpreso, “olha só” – “foi aí que eu comecei a gravar o meu primeiro disco através do Imperial e do Chacrinha” – sim, é “Louco por Você”, corta para o Velho Guerreiro falando no “Cassino do Chacrinha”, em 1987, “eu vi quando ele nasceu, e ele aqui está presente para colaborar com o Velho Guerreiro, para abraçar o Velho Guerreiro, com todo o carinho e toda a emoção, eu peço a vocês o máximo de atenção, não saiam do lugar e ouçam com todo carinho, porque neste instante, para comemorar os 70 anos do Velho Guerreiro, eu trago para vocês o meu amigo Roberto Carlos”, que abraça e beija Chacrinha no rosto, “que prazer”, antes de cantar, por coincidência, “Amor Perfeito”, falando nisso, Pedro pede, “você não canta uma música pra gente não, Roberto???”, que fica meio sem jeito com o convite, “eu até canto”, Bino diz, “tem um cara com o violão ali”, rindo litros, “tem o Roberto e o violão”, Roberto também ri ao associar o nome a pessoa, “é o Paulinho!!!”, Pedro indaga, “qual que você vai cantar???”, o Rei responde, “ah, sei lá, uma das mais conhecidas, boa pra violão também”, Bino diz, “essa cultura eu já não tenho, Pedro”, e Roberto vai de “Como é Grande o Meu Amor por Você”, de 1967, enquanto nas outras mesas o pessoal continua comendo e bebendo – a primeira versão de “Carga Pesada” foi ao ar em 1979, dentro do projeto das “Séries Brasileiras”, que o pai do Bofinho lançou depois de recusar todos os pilotos produzidos com financiamento da Embrafilme em 1978, também um esforço, ao contar as andanças dos caminhoneiros Pedro e Bino, de usar o formato de série para trazer histórias mais realistas, com mais cara de Brasil profundo, quando retomaram a série, em 2003, ela já não era tão levada a sério, o que é atestado pelo sucesso do bordão “É Uma Cilada, Bino”, frase que Pedro disse no episódio “Os Companheiros”, o décimo da primeira temporada, ao pressentir que aquela lombada, quer dizer, Adriana Lordoño caída na estrada, era uma emboscada armada, entre outros, por Babu Santana, o próprio, sem contar que ela se tornou atração fixa no Viva, abrindo a faixa de humor do canal, a música “Caminhoneiro” veio no disco e no especial de 1984 como um aceno – da cabine do caminhão – ao pop e ao sertanejo, parando um pouco de perseguir o prestígio da MPB e ir – de carreta – até os ritmos mais vendáveis do momento, então, o encontro com os carreteiros faz sentido, objetivamente, a resenha com os carreteiros substituiu os depoimentos colocados entre as apresentações de Roberto, mantendo o cuidado para agradar a ele na cenografia, vide azulejos azuis no balcão e no buffet, o gabinete do lavabo, toalhas de mesa e camisas dos fregueses do restaurante brancas e azuis, o boné do Bino, também azul... Ops!!!... Pedro da Boleia sorri, entra vinheta com uma linha do tempo, mostrando convidados de Roberto Carlos nos especiais desde o primeiro, em 1974, Silvio Caldas, Dorival Caymmi, Paulo Gracindo, Caetano Veloso, Aracy de Almeida, Isaurinha Garcia, Moreira da Silva, Carlos Galhardo, Orlando Silva, Edson (OG), Garrincha, Blitz, Tim Maia, Tom Jobim, Ultraje a Rigor, Maria Bethânia, Cauby Peixoto, Milton Nascimento, Djavan, Gal Costa, Simone, Skank, Zezé di Camargo e Luciano, Chico Buarque e Ivete Sangalo – no programa que está começando – o locutor do show anuncia, “Senhoras e senhores, com vocês, Roberto Carlos!!!”, vem a vinheta “RC 30 Anos”, o Rei comparece no palco, todo de branco, túnica, camisa e calça, Pedro e Bino, já caracterizados como Antônio Fagundes e Stênio Garcia, aplaudem na primeira fila, o cenário não é tão grandioso como o dos especiais de 2002 e 2003, basicamente estruturas metálicas que imitam uma paisagem urbana repleta de arranha-céus, porém a monumentalidade é garantida pelas luzes e o telão, o palco tem uma passarela circular, no centro, fica a orquestra, em um patamar ligeiramente menos elevado, Roberto agradece a plateia, aplaude os músicos, cumprimenta o maestro Eduardo Lages e canta o trecho de “Pra Sempre” já apresentado na resenha com os carreteiros, aqui com o acréscimo do close de um violinista, aumentando a carga emocional da canção, sem alusões aos presentes (!!!), os violinos de Lages tocam a introdução e Roberto interpreta “Emoções”, de 1981, fazendo a plateia vibrar, sem o tecladista se abalar, a cor do telão vai do verde ao vermelho, o instrumental cita “Detalhes”, Roberto levanta o braço despachando as saudades que sentiu partindo, o maestro passeia pelo palco, Antônio Wanderley toca um piano que não é bem um piano, como veremos mais adiante, os violinos e os trompetistas trabalham forte no “se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi”, o instrumental vem no sax, o Rei apenas bate palmas, sem dancinha, foca no maestro, deu tela azul no telão (!!!), Roberto movimenta o microfone, abre os braços para ressaltar o momento lindo que vive, close nos trompetistas quando as emoções vão se repetindo, foca no baterista antes do gemidinho, “ééé, é, éeé”, acompanhado da turma do pistão, panorâmica da plateia, o Rei canta em dueto com Ivete Sangalo, “Se Eu Não Te Amasse Tanto Assim”, de Herbert Vianna e Paulo Sérgio Valle, que a cantora baiana lançou no seu primeiro álbum solo, de 1999 - e a Globo incluiu na trilha da novela “Uga Uga”, em 2000, trama a qual, devido a ojeriza de parte do público das redes sociais em relação ao autor, Carlos Lombardi, nunca foi exibida pelo Viva, que coisa, não... Voltando do intervalo, Roberto Carlos canta “Café da Manhã”, de 1978, a flautinha instrumentalizando o tempo todo, o cenário da cidade é iluminado em tons sulferinos, Roberto transmite estranheza no olhar na parte do “pensando bem, eu não vou trabalhar”, os violinos vem na parte de abrir a cortina e ver que já é noite e o dia termina, depois do “vou pedir o jantar”, o Rei apresenta, “Paulinho, no violão elétrico solo”, vieram rápido do posto, digo, o cenário anoitece, close no violino, Roberto insiste em pedir o jantar e encerra a apresentação sem cantar aquela parte, “noslençoismaciosamantessedãotravesseirossoltosroupaspelochãobraçosqueseabraçambocasquemurmurampalavrasdeamorenquantoseprocuram”, o público não percebe e aplaude, corta para a linha do tempo – falando nisso, “Café da Manhã” não entrava na “playlist” do especial desde os “pout-pourris” românticos da era Jorge Fernando... Roberto Carlos anuncia no palco, “quero chamar aqui meu irmão, meu amigo de fé, meu irmão camarada, meu amigo Erasmo Carlos!!!”, que comparece de braço erguido, túnica azul com os botões aberto, camisa e calça de couro pretos, depois dos abraços, beijos e apertos de mão, o Tremendão canta “Santa Música”, também o título do álbum que lançou em 2004, “Ela faz parte do mistério da divina diretriz da manipulação da experiência, Desse encantamento conduzido da razão que nos ajuda na sobrevivência”, notem os círculos luminosos mudando de cor no telão, foca nos violinistas, “Música, Santa Música, Ave Música, Tocai por nós”, lembraram do guitarrista porque o homem é roqueiro, Erasmo repete o refrão e Roberto vem por trás (!!!), aplaudindo, abraçando e dizendo, “vamos chamar a minha maninha”, o Tremendão concorda, “vamos”, os dois anunciam, “a minha maninha, Wanderléa!!!”, que comparece com um vestido de fenda azul, meia-calça imitando tatuagem, abraça Roberto, beija a mão de Erasmo, que está ajoelhado, um banquinho para cada um porque Wanderléa começa a cantar “Sentado a Beira do Caminho”, baseada em "Honey (I Miss You) " de Bobby Russell, adaptada pelo Rei e pelo Tremendão, que a gravou num compacto em 1969 e no álbum “Erasmo Carlos Convida”, de 1980, “Eu não posso mais ficar aqui a esperarm Que um dia de repente, Você volte para mim, Vejo caminhões e carros apressados a passar por mim, Estou sentado à beira de um caminho que não tem mais fim”, agora é com Erasmo e Roberto, foca no pianista, “Meu olhar se perde na poeira dessa estrada triste onde a tristeza e a saudade de você, ainda existe, esse Sol que queima no meu rosto um resto de esperança, De ao menos ver de perto o seu olhar que eu trago na lembrança”, agora os três, com o maestro passando por trás, “Preciso acabar logo com isso, Preciso lembrar que eu existo, Que eu existo, que eu existo”, o Rei e o Tremendão prosseguem, “Vem a chuva, molha o meu rosto e então eu choro tanto, Minhas lágrimas e os pingos dessa chuva se confundem com o meu pranto, Olho pra mim mesmo, me procuro, e não encontro nada, Sou um pobre resto de esperança à beira de uma estrada”, close no teclado e no trio, de novo com o refrão, “Preciso acabar logo com isso, Preciso lembrar que eu existo, Que eu existo, que eu existo”, a vez é de Roberto e Erasmo, “Carros, caminhões, poeira, estrada, tudo, tudo, tudo, se confunde em minha mente, Minha sombra me acompanha, e vê que eu estou morrendo lentamente, Só você não vê que eu não posso mais ficar aqui sozinho, esperando a vida inteira por você sentado à beira do caminho”, os três, o Rei pede, “queremos ouvir”, “preciso acabar logo com isso, preciso lembrar que eu existo, que eu existo, que eu existo”, Roberto afaga Wanderléa e começa a parte preferida de Erasmo, “lalalalalalalalará”, a Ternurinha faz um “lalá” tipo “backing vocal”, o Tremendão a segue, na plateia estão Antônio Fagundes, com seu filho Bruno, e Stênio Garcia, junto a então namorada, Marilene (o casamento aconteceu em 2009), já fora dos personagens Pedro e Bino, vem a linha do tempo, Roberto beija o rosto de Wanderléa, deixa o palco com Erasmo e a Ternurinha canta “Foi Assim”, de Renato e Ronaldo Correa, gravada originalmente em 1967 e resgatada na trilha da novela “Rainha da Sucata”, em 1990, andando pela passarela, “Foi assim, Eu vi você passar por mim, E quando pra você eu olhei, Logo me apaixonei”, Wandeca trabalha forte no salto alto, Eduardo Lages pilota o piano, que não é exatamente um piano, e só observa, o teclado é um teclado de verdadinha, a Ternurinha segue sua caminhada, pontuando as frases da letra, mais um close no teclado, aplausos, inclusive do Rei e do Tremendão voltando ao palco, vem a linha do tempo e um “teaser” do dueto de Roberto com Ivete Sangalo, deixando no ar a questão, Veveta, que bombava com “Festa” e “Sorte Grande”, vai cantar a letra original de “Além do Horizonte” ou vai aderir a versão modificada??? – Erasmo Carlos não compareceu nos especiais entre 2000 e 2002, retornando em 2003, no caso de Wanderléa, a ausência era maior, ela não pisava no palco do programa desde 1995, bem que a apresentação de “Sentado a Beira do Caminho” poderia ter entrado no “Acústico MTV”, ou em sua cópia, o especial de 2001... Ops!!!...
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Na base do banquinho e violão, o Rei, Tremendão e Ternurinha fizeram uma apresentação de "Acústico MTV"... |
No palco, voltando do intervalo, Roberto Carlos tem a palavra, “eu agora quero apresentar, e vou chamar aqui nesse palco, a alegria” – confere o texto - “essa menina maravilhosa, que tudo o que faz, faz bonito, que tudo o que faz, faz através daquele sorriso cheio de alegria e de amor, ela é realmente uma grande estrela, uma estrela realmente brilhante, maravilhosa, Ivete Sangalo!!!”, o Rei se vira para acompanhar aplaudindo a entrada no palco da cantora, com vestido branco de fenda decotado, brincos de pérola, cabelos presos, lembrando vagamente Mariana Rios (passa na praça, fubá!!!), e lhe dá um abraço e beijos no rosto, Ivete toma fôlego, enquanto Roberto bate palmas, cumprimenta o público e fala, “boa noite, é uma alegria, olha, e eu nem escrevi carta para Papai Noel” – o Rei ri litros – “e ele me mandou esse presente, e eu já te falei, e é um prazer estar aqui cantando pra vocês, junto com o Rei, esse homem que fala de amor, melhor do que ninguém, né, gente, canta e compõe melhor do que ninguém”, aplausos, “obrigado pelo convite, eu tô muito honrada, e eu disse a ele, é um carimbo, é um certificado de garantia, agora eu posso tudo, né, gente”, Roberto volta a rir e pega o gancho, “você não escreveu pra Papai Noel, mas nós escrevemos pra Papai Noel, hahahaha, você é o nosso presente”, Ivete responde, “deixa eu ficar olhando mais pra você, viu, Roberto” – e o Rei rindo – “pra guardar, minha gente”, o cantor, ainda dando risada, afirma, “tá bom, meu amor, Ivete, é realmente uma alegria ter você, é tudo isso que eu disse antes e é tudo isso que eu vou continuar dizendo de você, você é essa alegria, todo esse amor que você passa nesse olhar e nesse sorriso, e no bater desse coração maravilhoso que você tem”, a cantora agradece, “muito obrigada, olha, quando a gente vê ele na televisão, a gente fica pensando como ele é, né” – mais uma risada de Roberto – “mas ele é tão querido, é igual a gente, ele é querido, e tem uma equipe e uma orquestra, também, igual ao coração dele, grande, lindo” – o maestro Lages só ouvindo – “obrigada pelo carinho”, o Rei retribui, “obrigada você”, Ivete pergunta, “vamos cantar???”, Roberto responde, “vou deixar você cantar”, a cantora confirma, “vou cantar???, então vou cantar para você e sua plateia”, o cantor diz, antes de deixar o palco, “cante, como você canta”, Ivete interpreta, gesticulando que deve estar louca (!!!) e com o coração batendo forte, acompanhada por seu guitarrista, “Faz Tempo”, do álbum “Clube Carnavalesco Inocentes em Progresso”, lançado em 2003, de Gigi e Fabinho Brian, “Já não se sabe o momento exato de partir, não quero me entregar tão cedo, aquele amor que eu senti, quando te conheci, não tá rolando mais faz tempo”, foca no baterista do Rei e na mulher de branco deixando a plateia (!!!), olha aí o tecladista da Ivete, “E quando eu penso em ir embora, Você não quer me dar razão, Me diz que eu tô jogando fora, O amor que tem no coração, Eu fico disfarçando, finjo que não sei, Que em pouco tempo rola tudo outra vez”, close no guitarrista, o coral vocaliza com a cantora, que percorre dançando a passarela do palco, olha as rosas do Rei, Talma negando a nós esse momento, Ivete pontua a letra com gestos, no melhor estilo de Roberto, ouve o “backing vocal”, é o tecladista de novo, tome coral, vide Dedé na percussão, uma esticada no “finjo que não sei” para ouvir o público responder com o “que em pouco tempo rola tudo outra vez”, dividindo o refrão com a plateia, beijo, amiga, “obrigada”, Roberto retorna aplaudindo, ela questiona, “gostou???”, ele responde, “maravilha!!!”, ela repete, “gostou???”, ele garante, “eu e o Brasil todo, hahaha”, o guitarrista de Ivete cede lugar ao de Roberto, enquanto a cantora quer saber, “gostou da roupa???”, o cantor elogia, “maravilha”, a cantora revela, “roupa nova”, colocando a mão no brinco, “só que é emprestada”, o Rei ri, “hahaha, essa é a Ivete”, que confessa, “depois desse show não vai ser mais emprestada”, Roberto ri mais um pouco e propõe, “vamos cantar, vamos continuar cantando???”, a cantora diz, “vamos, se eu aguentar”, o cantor fala, “eu também, tô tomando fôlego o tempo todo, aaahhh, vamos nessa”, a música escolhida para o dueto é “Além do Horizonte”, de 1975, close no teclado, Ivete dança e Roberto cede a vez para ela começar a música, “Além do horizonte deve ter, Algum lugar bonito pra viver em paz”, fazendo gesto na parte de “bronzear o corpo sem censura” (!!!), cantando em dupla a versão modificada da letra, “porque você vem comigo, tudo isso tem valor, pois só vale o paraíso com amor”, no ano anterior, Zeca Pagodinho foi, como dizem os “otakus”, mais canônico, inclusive porque ele e seu coral cantaram essa parte sozinhos, na parte do “lalará”, Ivete fez igual ao sambista, começou acompanhando de forma discreta o de Roberto e depois mandou ver no próprio, acrescentando um “ôôôôôõ!!!”, mais um close nos teclados, agora a cantora vai de “laiê laiô, laiê laiô!!!”, recebendo uma reverência do Rei no final – o comparecimento de Ivete retoma uma tradição dos especiais das décadas de 1980 e 1990, os duetos de Roberto com as cantoras do primeiro time da música brasileira, uma lista que vai de Gal Costa e Maria Bethânia a Rosana e Roberta Miranda, a diferença é que desta vez, o Rei ficou um pouco distante da cantora baiana, talvez em consideração a Maria Rita, quem sabe... A vinheta de intervalo com “Emoções” vai e vem, Roberto Carlos canta no palco “O Calhambeque”, de 1964, os guitarristas e o baterista trabalham forte, “quero buzinar meu calhambeque birirubibirirubudu”, apresentando na orquestra, “Clécio no saxofone solo”, na parte instrumental, tem mais, “Dironir no sax solo”, pausa dramática e close na guitarra na hora do “meu coração ficou com o calhambeque”, não teve a parte falada do começo, porém a do final, sim, “bem, agora vocês me desculpem”, gesticula com as mãos, “vou-me embora”, mais uma pausa, “byeee!!!, byeee!!!”, foca no trompetista, “byeee!!!, byeee!!!”, uma panorâmica do palco, “byyyyyyyyeeeeee!!!”, a parte do “existem mil garotas a fim” ficou de fora também, Roberto emenda com a versão “madura” da música, “O Cadillac”, lançada no disco de 2003, “Meu Cadillac lindo, longo, Conversível, extravagante, Quase seis metros de um vermelho cintilante”, tome solo de guitarra e teclado, vide Antônio Wanderley no teclado “fantasiado” de piano, “Já na garagem o pé no breque, O Cadillac ao lado do meu Calhambeque”, foca no teclado e nos trompetes, as luzes da casa de espetáculo se apagam, apenas um pequeno foco ilumina o tecladista, ao fim do “apagão”, um enorme Cadillac “rabo de peixe” conversível, na verdade uma réplica inflável, quase um veículo de desenho animado, aparece ao lado do Rei, “Me lembro bem da minha juventude linda, Tudo era alegria eu me lembro bem ainda”, trecho que lembra “Jovens Tardes de Domingo” – em 2002, o disco de Roberto teve apenas uma música inédita, “Seres Humanos”, e o álbum foi completado com uma versão “remix” de “O Calhambeque”, a situação se repete em 2004, o disco gravado ao vivo só tem uma faixa de estúdio, “A Volta”, música que Roberto fez para os Vips e depois entraria na trilha da novela “América”, logo, a canção do Cadillac reaparece no especial, só que ao invés de um clipe com um show de efeitos especiais, ela é cantada no palco, fazendo dobradinha com a música que a inspirou, agora, colocar um carrão no palco é uma ideia que vem do primeiro show de Roberto Carlos no Canecão, em 1967, produzido por Miele e Bôscoli, resgatada por Jorge Fernando no palco do Theatro Mvnicipal de São Paulo no primeiro especial sob sua direção (isso sem contar o caminhão do meio do Maracanãzinho em 1984...), só que naquela ocasião o carro era de verdadinha...
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Dueto com Ivete Sangalo marcou a volta de uma tradição dos especiais, mas por que essa distância toda dos dois... |
No palco, sai o Cadillac vermelho inflável, entra o piano branco, na verdade, um sintetizador acoplado à um piano de cauda cenográfico, usado pela orquestra, onde Roberto Carlos vai acompanhar-se ao piano para cantar “Acróstico”, de 2003, no telão e na tela é destacado que cada verso da canção tem uma letra da frase “Maria Rita Meu Amor”, os violinos acompanham discretamente para que o público trabalhe forte prestando atenção na homenagem, o Rei trouxe uma cola para não esquecer, aplausos quando a música termina, a imagem de Roberto ao piano congela e a frase formada surge na tela e no telão - desta vez usaram fonte Arial para as frases da música, o que deixou o tributo mais formal e menos o que hoje seria uma mensagem de “bom dia” de WhatsApp © digo... Em meio às palmas, Roberto Carlos, agora em pé, declara, “o show se chama pra sempre, e eu fiz essa canção há mais ou menos dois anos, assim que eu gravei essa canção, pensei que um dia eu faria um show com esse título, com esse nome, principalmente porque fala de amor e fala do amor na sua forma eterna, tudo o que diz a letra dessa canção vem do mais fundo do meu coração”, o Rei põe a mão no peito e numa fusão com os violinistas da orquestra, canta “Pra Sempre”, lançada em 2003 e incluída também no álbum “Pra Sempre Ao Vivo”, gravado no show produzido por Roberto Talma e Guto Graça Melo, realizado no estádio do Pacaembu em 23 de outubro de 2004, pois o local não estava em reforma, digo, “Haja o que houver, Nada vai mudar, Cada vez maior eu sei que o nosso amor será, Pra sempre”, luzes fazendo um redemoinho de estrelas no palco, close no teclado e nos saxofonistas na parte instrumental, “E a noite as estrelas no céu, Estarão sorrindo, Olhando pra nós e dizendo, Como esse amor é lindo, Tão lindo, tão lindo”, mais um close nos saxofonistas, o Rei se afasta tipo Homer na cerca para agradecer os aplausos da audiência – “Pra Sempre” foi lançada no especial de 2003 com o clipe do bailinho dos anos 1950, reaproveitando uma ideia do programa de 1988 para usar um vídeo caseiro onde Maria Rita e Roberto dançam juntos, a versão ao vivo segue o padrão de outras apresentações de músicas sobre a saudosa esposa de Roberto, e que também é o enquadramento típico dos programas dirigidos por Roberto Talma, a câmera focada no Rei, de mais perto ou de mais longe, com poucas tomadas da plateia e a orquestra aparecendo na parte instrumental, momento em que a melodia mais demonstra sua semelhança com “Emoções”... Depois do intervalo, exatamente o instrumental de “Emoções”, Roberto Carlos fala, “eu tenho o prazer, a alegria e a emoção de fazer esse número agora com as princesinhas de Petrópolis – na tela, “Coral Princesas de Petrópolis Colégio São José” – esse coral, essas meninas lindas, sob a regência e a direção do maestro Leonardo Bruno, grande Leonardo Bruno”, que manda um beijo de agradecimento, enquanto o outro maestro do show, Eduardo Lages, posiciona-se para reger sua orquestra, vide violinistas, e juntos, acompanham o Rei em “White Christmas”, de Irving Berlin, a letra em inglês consagrada por Bing Crosby, que toca até no episódio de Natal do “Chaves” em 1973, na versão em português, feira por Marino Pinto, “Lá... onde a neve cai, Sinos, Festejam a noite de natal, Os pinheiros brancos de neve, São como torres de uma catedral, Lá onde a neve cai, Sempre, Por sob lua tropical, O natal é sempre oração, Oração da paz universal”, as meninas coral usam hábito, com tiara no cabelo e medalhão no peito, coreografando o “backing vocal” sem sair do lugar na parte instrumental, foca no teclado, o Rei deseja, “Feliz Natal para todos, um ano novo maravilhoso, com muita paz, muito amor, muita saúde, alegrias, tudo de maravilhoso e bom que a vida pode ter, Deus abençoe a todos esse ano”, foca nos violinos, a neve começa a cair entre o palco e a plateia, na realidade, pétalas de rosas brancas, mais um agradecimento de Roberto, “obrigado, obrigado”, que emenda com “Jesus Cristo”, de 1970, close no baterista e no trombonista, o público se aproxima do palco e canta junto, seguindo a marcação do ritmo com palmas do Rei, “Olho no céu e vejo uma nuvem branca que vai passando, Olho na terra e vejo uma multidão que vai caminhando, Como essa nuvem branca essa gente não sabe aonde vai, Quem poderá dizer o caminho certo é você, meu Pai”, no meio da plateia, surge Patrícia Pillar, que participou da temporada 2003 de “Carga Pesada” interpretando uma caminhoneira que namorava Pedro da Boleia, ao seu lado, pessoas recolhem as pétalas e jogam na direção do palco, no fundo do auditório, a mulher de camiseta azul e bolsa branca a tiracolo agita os braços, focalizada “dis costas”, no gargarejo, palmas, câmeras fotográficas amadoras, “Toda essa multidão, tem no peito amor, e procura a paz, E apesar de tudo a esperança não se desfaz, Olhando a flor que nasce no chão daquele que tem amor, olho no céu e sinto crescer a fé no meu Salvador”, foca na diretora Denise Saraceni, da novela “Da Cor do Pecado”, um dos maiores êxitos novelísticos da Globo em 2004, o Rei pede para cantarem o refrão, “vocês agora”, como se precisasse, “Jesus Cristo, Jesus Cristo, Jesus Cristo, eu estou aqui”, close nos corais e no ator-mirim Pedro Malta, o próprio, sobem os créditos, para onde voltaram as músicas tocadas no especial, neste ano foram 17 canções, o número elevado é um legado da gestão Jorge Fernando, “músicos Roberto Carlos”, “violinos Alejandro Ramirez Helena Imasato Ricardo Takahashi Jorge Salim Maurício Takeda Alexandre X. da Cunha, Keder Cândido, Simplício Brito”, os mais focalizados durante o programa, “equipe Roberto Carlos Dody Sirena Carminha Silva Guto Romano Genival Barros Neyde de Paula Edu de Oliveira André Colling Vicente Ruggiero Marcelo Marino”, começando pelo “manager” do Rei, “assistentes de direção, Tande Bressane, Ana Paula Guimarães Mariana Richard”, estas duas egressas dos programas apresentados pela Xuxa, sendo que Pancada lembra da atuação de Ana Paula como Nani em “Palhação”, mais agradecimentos do Rei abrindo os braços, “obrigado, obrigado, obrigado por esse amor, esse carinho que eu recebo de vocês”, Erasmo, Ivete e Wanderléa comparecem para fazer companhia a Roberto no palco, “obrigado Ivete, obrigado Erasmo, obrigado Wandeca, obrigado, obrigado, obrigado”, já estamos na parte das cenas pós-créditos, “esse show, obrigado, eu dedico, com todo meu amor, a Maria Rita”, Roberto coloca a mão no peito e acena para o público, “obrigado, obrigado, obrigado, obrigado!!!”, o palco visto da plateia, bolinha na tela, “Realização Central Globo de Produção © 2004 TV Globo Ltda” – “Jesus Cristo” foi a música que fechou o primeiro especial de Roberto Carlos, em 1974, coral e convidados no final é bem típico dos especiais gravados ao vivo da década de 1980, e o toque do Talma é transformar a oferta de flores numa chuva de pétalas, simulando a neve cantada em "Natal Branco", que o público aproveitou para inverter o sentido da distribuição, jogando elas para para Roberto, lembrando que em 2004 tivemos um “especial extra”, o show do Rei na maratona com que a Globo comemorou os 450 anos da cidade de São Paulo, em 25 de janeiro, realizado no Ginásio do Ibirapuera, que terminou com a distribuição das flores, inclusive um lote extra entregue pelo percussionista Dedé, o próprio, que coisa, não...