quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Placar, a volta da revista que não saiu da Abril...

Edições de dezembro e janeiro fizeram número para as grandes mudanças previstas para o próximo mês...


















































A revista “Placar” voltou a ser publicada pela Editora Abril... A publicação esportiva, que estava na Editora Caras, retornou ao seu local de origem no último mês de outubro... Na edição do mês seguinte, o editor José Renato Santiago, que foi encarregado da transição, reproduziu um email de Edgardo Martolio, “publisher” da Editora Caras, no qual explicada os motivos da devolução da revista para a Abril... “Habemus novidades, caro José Renato... Esta edição No 1421 que você está pautando já não é nossa: a revista foi transferida para a Editora Abril, ou seja, volta para onde veio e onde nasceu...  Confesso que o ano e meio que ela esteve aqui, conosco, foi uma experiência ingrata... A crise arrebatou o sonho da grande mudança, e a resistência do antigo leitor para aceitar novidades, como a inclusão de esportes olímpicos, entre outros testes, ludibriou a minha expectativa... Eu fico por aqui cuidando de mais uma dúzia de outras publicações e você herda o fechamento da edição... Isso me deixa  feliz: ninguém mais idealista e idôneo do que você... Só que – também – neste exemplar de novembro, o tradicional “Bola de Prata” com sua “Chuteira de Ouro” e seus ‘etceteras’ somem destas páginas: não são mais patrimônios da revista que os criou; agora essas marcas pertencem à ESPN, o canal parceiro de tantas transmissões da cerimônia de premiação e, que, nos últimos anos, dividia com a gente a outorga de notas aos craques do Brasileirão. É isso, estamos colocando dois pontos finais de uma única vez. Agora, sim, obrigatoriamente, haverá que reinventar Placar... Essa é sua missão junto com o que a Abril decidir. Desejo-lhes sorte... E  muitos anúncios!!!... Abraço de gol”...
















Sem as "Aventuras na Histórias dos Esportes", Bambi não saberão que as suas glórias vem do passado... 


















































O argentino Martolio implantou no Brasil a revista “Caras”, lançada pela Editora Caras, sociedade formada pela editora argentina Perfil, empresários brasileiro e o próprio Roberto Civita, como pessoa física, apesar da revista ser impressa e distribuída pela Editora Abril, na qual era editor e proprietário, Carlos Maranhão... Depois que Civita rendeu 22 pontos no Bolão Pé-na-Cova, em 2013, o grupo Abril passou  por um processo de reestruturação... Em meados de 2015, dezessete títulos da Abril passaram para a Editora Caras...  Ana Maria, Arquitetura & Construção, Aventuras na História, Bons Fluídos,  Contigo!,  Manequim, Máxima, Minha Casa, Minha Novela, Recreio, Sou Mais Eu, Tititi, Vida Simples, Viva! Mais, Você S.A., Você RH e... Placar!!!... A Abril, que publicava 51 títulos dois anos antes, passou a editar apenas 16... A editora, que ocupava 26 andares do antes chamado Novo Edifício Abril (NEA), na região da Marginal Pinheiros – pertencente à Previ, o fundo de pensão do Banco do Brasil – passou a utilizar somente 11... Enquanto isso, “Placar” seguia sua vida na nova editora, embora continuasse a ter sua impressão, distribuição e venda de assinaturas feita pela Abril...  Ou seja, de certa forma, ela nunca saiu de seu local de nascimento... A principal experiência de Martolio na área esportiva em “Caras” foi uma coleção sobre a história dos Jogos Olímpicos e alguns especiais publicados nas épocas de Copas do Mundo... Sob seu comando, “Placar” tornou-se uma revista enciclopédica, priorizando os aspectos factuais e históricos do futebol – e dos esportes olímpicos... Uma das novas seções, alis, recebeu o nome de “Aventuras na História dos Esportes”, evocando outra publicação da editora... Nos meses que antecederam os Jogos Olímpicos do Rio, a edição normal da revista era acompanhada de um especial poliesportivo, “Placar Pódio”... Edições especiais trouxeram um glossário de termos esportivos e imagens da abertura olímpica no Maracanã... O fim dos Jogos representou o fim dos contratos publicitários associados aos grandes eventos esportivos e fez a Editora Caras desinteressar-se da revista... A última "Pódio" saiu em agosto... Martolio explicou na seção "Marco Zero", ao final de sete meses de edição dupla, que até maio, as vendas tinham subido 19%, "o que seria alentador se não tivéssemos recebido uma revista em situação tão crítica"... O publisher calculou que a vendagem deveria subir 200% e a publicidade quadruplicar para que a conta fechasse... O problema é que a crise, a inflação e o preço do papel, cotado em dólar, obrigaram a um aumento de 2 reais no preço de capa em maio, que fez as vendas caíram 25%...  “Placar” surgiu em 1970, pouco antes da Copa do Mundo de 1970, como revista semanal... Assim prosseguiu até 1990, primeiro impulsionada pela febre da Loteria Esportiva, com mitos da reportagem escrevendo em suas páginas, e depois amargando uma crescente queda de vendas... Juca K. estava certo... O aumento da oferta de futebol pela televisão conspirava contra a agilidade da revista e nem a fidelidade do torcedor de arquibancada – que comprometera a proposta de “Placar Todos os Esportes” em 1984, no embalo dos Jogos Olímpicos de Los Angeles – salvou a revista do fechamento em 1990, após o fiasco brasileiro no Mundial da Itália... A Abril tentou colocar em seu lugar um produto para um público mais qualificado – “Ação”, do qual só sobreviveu a famosa “Ação Games” – que não chegou a durar um ano... “Placar” sobreviveu durante mais de quatro anos à base de edições especiais temáticas mensais, a primeira delas sobre os 50 anos do Edson (OG)... Em 1995, um projeto ambicioso entrou em cena mirando um público jovem, de maior poder aquisitivo, vide logotipo criado pelo designer Roger Black, usado até hoje... A proposta de “Futebol, Sexo e Rock’n’Roll” não se sustentou, Juca K. , que personificava a revista saiu, vide relações da Abril com a CBF, e o leitor “arquibaldo” que acompanhava a revista desde os primórdios se viu atraído pelo jornal “Lance!”, surgido em 1997... Depois de dois anos de uma edição semanal de baixo preço de capa, uma consultoria estadunidense recomendou à Abril o fechamento da revista, que aconteceu em 2002... Como era ano de Copa do Mundo, “Placar” manteve-se à base de edições mensais... A conquista do penta pela Seleção Brasileira e a implantação dos pontos corridos no Campeonato Brasileiro fizeram a publicação mensal ser retomada... Com altos e baixos, sempre acompanhada pelos leitores fieis, agora reunidos em comunidades no Orkut (beta) e no Facebook ©... Depois da Copa do Mundo de 2014, a revista passou por outra fase de retração, e acabou repassada para a Editora Caras... 

















Em dezembro, a matéria sobre a Chape incluiu uma homenagem ao Beto Guarany da bola, que Olavo Gosta...


















































A edição de dezembro, com o balanço do Brasileirão e uma reportagem sobre o acidente da Chape – vide o porcolino Dudu com a camisa do time catarinense – foi feita com textos e fotos de colaboradores, entre eles Ricardo Corrêa, Rodolfo Rodrigues e Alexandre Battibugli... Em substituição à Bola de Prata, foi feita uma votação com 40 jornalistas para escolher os melhores jogadores do Brasil... Também foi relançado o prêmio Craque do Ano, vencido por Gabriel Jesus...  A edição de janeiro, com capa para os “50 maiores craques brasileiros da atualidade” e pôsteres dos times campeões no segundo semestre, trazia  na seção “Preleção” o anúncio das mudanças que serão feitas na publicação a partir do próximo mês... “Vamos ampliar o conceito de revista e entregar a você, leitor, conteúdos mutiplataformas e multiformatos... A cada mês, vamos encontrar uma maneira diferente para nos aprofundar no futebol, sempre indo muito além do dia-a-dia... Em fevereiro, por exemplo, vamos lançar o Dossiê do Futebol nos anos 80, uma revista com o melhor da década mais louca da bola, que ditou moda e costumes, lançou craques e manias, consagrou ícones e também figuraças... Na sequência, um livro, Brasil: Celeiro de Craques, com fotos dos nossos melhores jogadores de todos os tempos em início de carreira – imagens dos deuses quando ainda eram mortais... Além desse produtos especiais, continuaremos fazendo edições com grandes reportagens, números, rankings...  Contaremos histórias do futebol que você não vai achar por aí e que só o olhar de Placar pode entregar... Faremos os nossos tradicionais Guias, como o do Brasileirão 2017, edições especiais dos campeões do ano e as revistas-pôsteres mais tradicionais do futebol brasileiro... São novas ideias – e o velho jeito de falar do mais épico dos esportes”... Numa carta enviada pela Abril aos assinantes da revista, é detalhado o cronograma de publicações a partir de fevereiro...  “2 livros (impresso e digital)... 1 revista com muito mais conteúdo (impresso e digital)... 2 Bookazines (impresso e digital)... 3 guias: do Brasileirão, dos campeonatos europeus e de games (impresso e digital)... 3 dossiês incríveis, e o primeiro deles, que está saindo do forno, é o Dossiê Anos 80... 2 especiais com conteúdo totalmente digital”...
















Na edição de janeiro publicaram o poster do verdadeiro time de coração do Mestre, o Ríver de Teresina...

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