sexta-feira, 2 de agosto de 2024

Sextou com Ouro da Judoca Bia Souza, Primeiro do País em Paris...

Lutando na categoria acima de 78 quilos, Bia, da região de Peruíbe garante nossa primeira vez no alto do pódio...

 














Os torcedores brasileiros que sabem diferenciar a Santa Ceia da Festa dos Deuses descobriram nos Jogos Olímpicos de Paris uma rivalidade com o Japão no surfe, no skate e até no futebol feminino, acreditaram que a ginasta estadunidense Simone Biles fica "secando" Rebeca Andrade com os olhos, comentam que a foto do Gabriel Medina com a prancha no ar é uma excelente capa de caderno escolar, lamentam a expulsão da Rainha Marta no jogo da Seleção feminina com a Espanha, isso antes de postar meses apontando que ela ganhou ouro no judô ou no taekwondo, sabem muito bem que a boxeadora argelina Imane Khelif é mulher, repudiando as insinuações da italiana Angela Carini ao abandonar o combate aos 46 segundos do primeiro round, e não veem nada de mais na pose do atirador turco Yusuf Dikec, prata na pistola de ar 10 metros por equipes mistas junto com Sevval Ilayda Tarhan... A primeira medalha do Brasil nos jogos de Paris foi a prata conquistada domingo pelo judoca Willian Lima, 2.4, da região de Mogi das Cruzes, no Grande Palácio Efêmero, na região do Campo de Marte, em sua primeira participação olímpica, estreando na categoria até 66 quilos contra Sardor Nurillaev, do Uzbequistão, que venceu com um wazari faltando seis segundos para o final da luta, nas oitavas-de-final, enfrentando Serdar Rahimov, do Turcomenistão, a vitória veio no golden score, ajudado pela punição com três shodôs do adversário, nas quartas-de-final, diante de Baskhuu Yondonperenlei, da Mongólia, o brasileiro ganhou novamente no golden score, com um wazari que não levou em conta a maior compleição física do adversário, e ainda deu tempo para recolocar as lentes de contato que caíram no tatame, no combate da semifinal, frente a Guzman Kyrgyzbayev, do Cazaquistão, um shodô para cada lado e ippon no golden score, a final foi contra o japonês Hifumi Abe, ouro em 2021 no Nippon Budokan, que em 2 minutos e 36 segundos de luta, aplicou um wazari e um ippon, garantindo o bicampeonato olímpico, e a prata ficando para o mogiano... No mesmo dia, o judô conseguiu sua segunda medalha, o bronze de Larissa Pimenta, 2.5, da região de São Vicente, também chamada de “Pimentinha”, na categoria até 52 quilos, que teve uma trajetória um tanto turbulenta no Campo de Marte, venceu na primeira luta a cabo-verdiana Djamila Silva por ippon, contra a britânica Chelsie Giles, nas oitavas-de-final, a vitória veio com um wazari, porém a brasileira foi derrotada pela francesa Amandine Buchard, que a imobilizou no golden score, depois de duas punições para cada lado,  indo disputar a repescagem com a alemã  Masha Ballhaus, superada com um ippon no golden score, e na luta valendo bronze, contra a campeã mundial da categoria, a italiana Odette Giuffrida foi para o golden score, terminando com o terceiro shodô e a desclassificação da adversária, que Larissa consolou pessoalmente antes de receber a medalha... Outro bronze muito comemorado pelos brasileiros que compareceram na torcida na Place de La Concorde, não confundir com Largo da Concórdia, além dos que estão no Brasil foi o da “Fadinha” Rayssa Leal, 1.6 e 1,47 metro, da região de Imperatriz, no Maranhão, no skate street, a expectativa era grande, porque Rayssa vinha de uma prata na estreia da modalidade no programa olímpico, em 2021, no Parque de Esportes Urbanos Ariake, em Tóquio,  a prova foi decidida em três voltas na pista, a primeira foi acompanhada com apreensão, porque Larissa caiu, e a despeito de um excelente frontside blunt, conseguiu apenas 71.66 pontos, na volta seguinte, apesar de duas quedas, conseguiu compensar com as manobras, e alcançou a maior pontuação da história do skate olímpico, 92,88, recorde que durou poucos minutos, pois na terceira volta, a japonesa Coco Yoshizawa, 1.4 e 1,60 metro, conseguiu 96,49 pontos, e ganhou a medalha de ouro, somando 272.75 pontos, ao passo que a Fadinha, marcando 88,83, terminou com 253,37 pontos, menos que os 265,95 da medalhista de prata, a também japonesa Liz Akama, 1,5 e 1,59 metro, terminando com o bronze, ao final da prova, Rayssa fez questão de transmitir uma mensagem de fé e de esperança, “Attenzione, Pickpocket!!!”... Ops!!!... 




















Caio Bonfim trabalhou forte marchando por 20 quilômetros nas ruas de Paris para conquistar medalha de prata...



































A equipe de ginástica artística do Brasil conquistou a medalha de bronze na Arena Bercy, terça-feira, resultado da soma das performances de Flávia Saraiva, carioca da região de Paciência, 2.4 e 1,42 metro, Jade Barbosa, também carioca, 3.3 e 1,51 metro, Julia Soares, da região de Curitiba, 1.8 e 1,53 metro, a carioca Lorrane Oliveira, mais uma carioca, 2.6 e 1,53 metro, e Rebeca Andrade, da região de Guarulhos, 2.5 e 1,55 metro... Três atletas competiram em cada etapa da final, nas barras assimétricas, Rebeca conseguiu 14.533 pontos, Flávia 13.666, superando o corte no supercílio no treino antes da prova, acidente que a fez competir com um curativo, muito fotografado na arena e bastante comentado nas redes sociais, e Lorraine 13.000, na trave, especialidade de Flavinha, a carioca, mesmo com uma queda na fase classificatória, teve a melhor pontuação entre as brasileiras, com 13.433 pontos, a performance precisa, com poucos desequilíbrios, além de uma sequência artística excelente, levou a comissão técnica a pedir revisão da nota, porém a arbitragem manteve a pontuação, Rebeca conseguiu 13.133 pontos e Júlia 12.400, seguindo com a apresentação até o fim após uma queda do aparelho,  no solo, Rebeca, trabalhando forte em movimentos de alta dificuldade, fez 14.200 pontos, Flávia 13.533 e Júlia Soares 13.233, apesar de ter se apresentando ao som de “Cheia de Manias”, do Raça Negra, e ter homologado o movimento “Soares”, que tem esse nome não pela ginasta, mas por ter sido criado por um técnico da região de São Bernardo do Campo, no salto, Rebeca Andrade teve um desempenho mais que excelente, com 15.100 pontos, bem a frente da pequena Flávia, com 13.900 e da experiente Jade, com 13.366, o salto não só apenas garantiu a vantagem final sobre China e Grâ-Bretanha na luta pela medalha de bronze, mas por ter superado a marca de Simone Biles, 2.7 e 1,42,  ouro com a equipe dos Estados Unidos (a prata ficou para a equipe da Itália), que marcou 14.900 pontos, recebeu ampla cobertura da mídia estadunidense, já os memes brasileiros ressaltaram dois traços de identificação da ginasta com seu país, o dinheiro na capa do celular e os golpes aplicados com seu nome no WhatsApp ©... Na quinta-feira, a ginasta guarulhense Rebeca Andrade voltou a brilhar com a medalha de prata no individual geral da ginástica artística, na Arena Bercy, uma repetição do feito alcançado em Tóquio três anos atrás, porém, ao contrário de 2021, quando Simone Biles desistiu de competir no Centro de Ginástica de Ariake, a prata veio depois de uma acirrada disputa com a ginasta estadunidense, no salto, Rebeca marcou 15.100 pontos, porém Simone, mesmo dando um longo passo ao chegar ao chão após seu salto Biles II, obteve 15.766 pontos pela dificuldade da manobra, nas barras assimétricas, a brasileira até errou a flexão de braço, mas não teve problemas na saída, e graças a uma excelente rotação, conseguiu 14.665 pontos, ao mesmo tempo que a estadunidense teve de flexionar as pernas no final para não tocar no chão e evitar uma queda, marcando 13.733 pontos, na trave, Rebeca perdeu o equilíbrio logo no começo da apresentação, não caiu e não foi descontada na nota, marcando 14.133 pontos, Simone chegou a estar a ponto de se desequilibrar duas vezes, entretanto, conseguiu bonificações com movimentos conjugados e desceu do aparelho com os pés juntos, tudo isso contribuindo para receber 14.666 pontos, por fim no solo, a brasileira, ao som de “Movimento da Sanfoninha”, apresentou-se de forma segura, sem desperdício de manobras, apesar de ter caído fora da área de aterrissagem, conseguindo 14.003 pontos, e a estadunidense não sofreu nenhuma punição, numa performance perfeita, que levou a conquista de 15.066 pontos e da medalha de ouro, no pódio, Rebeca e Simone, trocaram elogios, a brasileira chegou a agradecer a estadunidense por torcerem uma pela outra, além de registrar o comparecimento da mãe, Rosa Santos, na Arena Bercy, a medalha de bronze ficou com a campeã de Tóquio, a também estadunidense Sunisa Lee, a outra brasileira finalista, Flávia Saraiva, ficou em nono, chegando a superar Rebeca na trave, porém sofreu uma queda no solo, mantendo o sorriso até o fim da apresentação... 

















Equipe de Rebeca Andrade, Jade Barbosa, Lorrane Oliveira, Flávia Saraiva e Júlia Soares é bronze na ginástica...






























O atleta Caio Bonfim, da região de Sobradinho, no Distrito Federal, competindo pela quarta vez nos Jogos Olímpicos, ganhou a primeira medalha para o Brasil na marcha atlética de 20 quilômetros, ao ficar com a prata, fazendo uma corrida de recuperação pelas ruas de Paris, largou na frente, conseguiu distanciar-se do segundo pelotão, vide foto em que o grupo parece formar o mapa do Brasil, porém recebeu uma punição por tirar os pés do chão, o que é proibido na modalidade, caindo para a 30ª posição, reagindo com 9 quilômetros de prova e voltando ao primeiro posto, no entanto, uma nova punição e o risco de receber a terceira, que faria o atleta ficar parado por dois minutos, levou Caio a ser ultrapassado pelo equatoriano Brian Daniel Pintado, que ganhou o ouro com uma vantagem de 14 segundos, enquanto o brasileiro ficou apenas dois segundos a frente do vencedor do bronze, o espanhol Álvaro Martín, garantindo a prata depois de 1h19min09seg. de prova, na comemoração, segurando a bandeira brasileira, lembrou das ofensas que recebeu na primeira vez que treinou marcha e  que “o Brasil tem dois esportes, um é o futebol e o outro é o que está ganhando’, transparecendo sua indignação pelas punições da arbitragem aos atletas sulamericanos, Caio é filho de dois atletas de marcha, João Dias e Gianetti Bonfim, mãe e treinadora do atleta, que aos três anos foi submetido a uma cirurgia para corrigir o alinhamento das pernas, que ficaram tortas por falta de cálcio motivada pela intolerância a lactose, aos sete, teve meningite, agravada por duas pneumonias, e que pensou em seguir a carreira de futebolista, até treinou na base do Brasiliense, porém foi convencido pela mãe a seguir a modalidade de atletismo que os pais competiram, e levou o casal a montar o Centro de Atletismo de Sobradinho... E na sexta-feira, o Brasil conquistou a primeira medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris, com a judoca Bia Souza, da região de Peruíbe, na categoria acima de 78 quilos, credenciada pelo excelente desempenho em Mundiais, Grand Slams e Grand Prix, a atleta de 2.6 começou sua primeira campanha olímpica nas oitavas-de-final, enfrentando a nicaraguense Izayana Marenco, aplicando um haraigoshi e vencendo por ippon com 41 segundos de luta, nas quartas-de-final, contra a coreana Hayu Kim, a vitória veio no golden score, depois de Bia e da adversária serem punidas com shidô por falta de combatividade, quando a brasileira aplicou um wazari, confirmado pelo VAR, porque como Bia caiu de costas depois do golpe, os juízes a princípio deram ippon para Kim, a derrota da brasileira chegou a ser anunciada no placar do ginásio, porém as imagens da luta demonstraram que ela deu o golpe com a perna, no combate diante da francesa Romane Dicko, líder do ranking mundial, toda a torcida estava contra no Grande Palácio Efêmero do Campo de Marte, com gritos de “Romane, Romane”, porém Bia conseguiu levar a disputa novamente para o golden score, quando conseguiu aplicar um ippon, e como a adversária quase escapou da imobilização, o golpe decisivo teve de ser ratificado outra vez pelo árbitro de vídeo, na final, frente a israelense Raz Hershkom, segunda do ranking mundial, a judoca aplicou um wazari logo no primeiro minuto de luta, administrando a vantagem até o final para conquistar o ouro com uma imobilização no golden score, uma emoção que a fez dedicar a luta a avó num telefonema para a mãe após a luta decisiva, ignorando ainda a comemoração dos franceses pelo tricampeonato olímpico do judoca Teddy Riner, conquistado pouco depois de sua vitória, apontando depois as dificuldades enfrentadas pelos atletas negros brasileiros, a vibração pelo ouro contagiou seu marido, o ex-jogador de basquete Daniel Souza, hoje “coach”, que casou de calção com ela, ficou no Brasil com os familiares a seu pedido e extravasou nas redes sociais, Bia é sócia da loja de roupas plus size Nega Chique com a cunhada, conforme revelou a revista “Glamour”, filha de um bombeiro, que também foi judoca, Posidônio Souza, a atleta teve sua patente de sargento do Exército revelada após subir ao alto do pódio, sem a explicação de que ela faz parte do Programa de Atletas de Alto Rendimento (PAAR), criado em 2008, uma parceria entre os Ministérios do Esporte e da Defesa, na qual os atletas ingressam nas Forças Armadas, ganhando soldo e tendo disponibilidade para treinamentos e competições, recebendo formação e patente militar, Caio Bonfim, prata na marcha atlética, participa do programa por meio da FAB, que aderiu ao projeto em 2014, esta é uma das formas de financiamento público do esporte olímpico no Brasil, as outras são a Lei Agnelo-Piva, de 2001, que destina verba das loterias para as confederações, e o Bolsa Atleta, de 2004, pago diretamente aos esportistas...







































É prata em Tóquio, é bronze em Paris, com a Rayssa Leal a emoção é sempre garantida no skate street feminino...


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