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Após um ano de ausência, especial de Roberto Carlos voltou com um show de efeitos especiais, Ruço e Namaria... |
Em 1999, o “Roberto Carlos Especial”, que deveria ter sido exibido em 24 de dezembro, não foi gravado devido a saída de cena da mulher do cantor, Maria Rita Simões Braga, no dia 19 de dezembro, em decorrência de um câncer, que havia sido identificado em setembro de 1998 e chegou a ter a cura anunciada um ano depois, no entanto, Maria Rita teve uma recaída em outubro de 1999 e o Rei adiou todos os seus compromissos para acompanhar o tratamento da esposa, inclusive a gravação do especial, programada para o início de dezembro, o cancelamento aconteceu exatamente quando o “Vidio Xô”, que quase saiu do ar com a estreia do “Mais Você”, apresentado por Ana Maria Braga, fez uma série sobre os 25 anos da atração, o especial retornou em 21 de dezembro de 2000 (no canal Viva ele foi apresentado em 2017), muito diferente do que era até 1998, e mais parecido com o que é atualmente, em geral um show gravado em estúdio com plateia, o palco era maior, em forma de T, porém Roberto quase não saiu do centro e também não recebeu nenhum convidado, o cenário, cujas colunas lembravam vagamente um templo, permitia inserir imagens eletronicamente ao fundo, que mudavam a cada música, efeito inovador para a época, apesar do resultado irregular, e o que chama a atenção é a profusão de closes do elenco global na primeira fila da plateia, artes do gerente de produção Sérgio Madureira, lembrando muito os especiais gravados no Teatro Fênix durante os anos 1980, bons tempos dos contratos de longa duração, apesar da pressão da concorrência sobre a audiência da Globo ter diminuído um pouco, menos pelas contratações de Ana Maria Braga, Cazé Pecini, Luciano Huck, Jô Soares e Serginho Groisman e mais pelo sucesso das novelas das oito, “Terra Nostra” e “Laços de Família”, esta simultaneamente com "O Cravo e a Rosa" e "Uga Uga", além da estreia dos programas “Linha Direta” e “Zorra Total”, o humorístico depois que deu lugar ao policial, digo, os depoimentos entre as apresentações, na verdade, respostas a perguntas feitas pelo próprio diretor geral da atração, Roberto Talma, que substituíram os “stand-ups” inspirados nos shows ao vivo, no mesmo estilo da “live” do ano anterior, porém com cenário virtual, refletindo a perda de Roberto, ganharam um tom confessional, insistimos, inspirado nos musicais dirigidos por Fernando Faro, as partes principais do especial foram a homenagem aos 35 anos da Jovem Guarda, indiretamente ao diretor Jorge Fernando, pois reaproveitaram material do especial de 1995, dispensando o comparecimento de Erasmo Carlos e Wanderléa, também a retrospectiva dos 25 anos do programa que não pode ser feita em 1999 e, claro, o tributo do Rei a Maria Rita, que incorporou a parte "religiosa" da atração, cantando nada menos que quatro músicas em homenagem a saudosa esposa, sem precisar citar seu nome na letra, digo...O programa tem início com um mosaico de capas de discos de Roberto Carlos, e enquanto um coro vai de “Ei, ei ei, Roberto é nosso Rei’, surge o logotipo do especial, as letras RC translúcidas, acompanhadas de uma estrela, conceito copiado das aberturas e vinhetas interprograma com o “Globo de vidro”, o Rei, de blazer e camisa azul bebê, o cenário de fundo azul royal, o azul em parte do cabelo grisalho é da iluminação do palco, não do efeito eletrônico, canta “Emoções”, de 1981, o nome da música brilha atrás de Roberto, os primeiros astros globais focalizados são Juliana Baroni e Mário Gomes, cabelo e cavanhaque que lhe davam um aspecto de Cyrano de Bergerac, ambos os dois atuaram juntos na novela “Uga-Uga”, escrita pelo novelista Carlos Lombardi e exibida pela Globo em 2000, os “haters” do autor nas redes sociais que lutem, estrelas brilham no cenário virtual, olha o maestro Eduardo Lages ali no canto, cortaram sua introdução instrumental da música, o Rei entrou direto com o “quandoeuestouaquivivendoessemomentolindo”, mas a citação de “Detalhes” ficou, vide piano, Roberto espanta as saudades que sentiu partindo, ajeita o microfone, panorâmica da plateia, o Rei aponta, “se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi, ahan”, Maitê Proença está de óculos, o maestro rege a parte instrumental, Roberto bate palmas, foca em Lúcia Veríssimo, outra estrela de “Uga Uga”, atrás dela, Dill Costa, a Candelária da primeira temporada de “Palhação”, Ana Maria Braga sorri, não querem mostrar a dancinha, mais orquestra, mais bateria, foca no lado oposto do palco, o maestro na visão do baterista, outra ajeitada no microfone, Helena Ranaldi, do elenco de “Laços de Família”, conhece a letra, Juliana Baroni canta sorrindo, o gemidinho do Roberto só vem, fecha nos trombones da orquestra, a plateia aplaude, inclusive Juliana e Mário – nem Augusto César Vannucci focalizou tantos atores da Globo durante as apresentações de Roberto nos especiais que dirigiu... O logotipo RC aparece no cenário virtual, lembrando um emblema de carro, o casal Tony Ramos e Lidiane Barbosa ouve Roberto Carlos falar, “que prazer rever vocês, depois de algum tempo, né”, Lidiane e Helena Ranaldi sorriem, “mas isso é uma grande alegria pra mim, sem dúvida todo esse amor gera mais esse amor”, Nívea Stelmann olha com atenção, “o amor é uma coisa que acontece aqui e gera uma coisa ali, sempre coisas maravilhosas, o amor é que vale na vida, só” – esse “stand-up” sobre o prazer de rever a público é tão icônico que a direção não criou coragem para suprimi-lo do especial – o Rei canta “Como Vai Você”, de 1972, escrita por Antônio Marcos e seu irmão, Mário Marcos, um “big bang” acontece no cenário, Nair Bello acompanha com a mão no queixo, uma estrela brilha atrás de Roberto, Lúcia Veríssimo fica em silêncio, Dill Costa canta junto, agora Lúcia também acompanha, close no teclado na hora do refrão, o Rei afasta o tempo com as mãos, close em Mônica Carvalho e panorâmica do palco estrelado, “Cléston no saxofone solo”, aplausos para o solista, inclusive de Paula, Roger e Samara, olha aí Ana Maria Braga e seu marido na época, Carlos Madrulha, o próprio, Helena Ranaldi só observa do alto de seu casaquinho de lã azul, Dill Costa sabe a letra inteirinha – e o compositor Ednardo, ao seu lado, também – foca nos saxofonistas e nos bateristas, o ex-futebolista e comentarista Leovegildo Lins da Gama Júnior é focalizado ao lado de um joelho (!!!), cantando junto, Roberto canta, “eu só preciso saber...”, o público responde com um tímido “como vai você”, Maitê Proença e Lúcia Veríssimo acham graça, o Rei pede, “gostei, então vamos fazer pra valer, como vai...”, a plateia solta a voz, “você!!!”, o cantor curtiu, “que afinado, hein???”, Maitê e Lúcia riem litros, Roberto finaliza, “vocêêêêêêê!!!”, as atrizes aplaudem e o Rei mais ainda – essas tabelinhas no final das músicas preencheram uma grande lacuna do especial de 1998, o primeiro da gestão Talma, em que a parte do show na prática não teve plateia, só a figuração da Jovem Guarda e o coral infantil, e direção de imagem privilegiou closes de cantor, escondendo os gestos com que pontua as músicas, fazer bate-bola com o auditório, ficou difícil, e o Rei sentiu falta, digo...Tocam as guitarras da orquestra, a palavra amor surge no cenário azul, parecido com a tela inicial do Playstation 2, um pouco mais das guitarras, Roberto Carlos canta “Amor Sem Limite”, música cujo título também é o nome de seu novo disco, “quando a gente ama alguém de verdade, esse amor não se esquece, o tempo passa, tudo passa, mas no peito, o amor permanece”, lá vem o Essenfelder de novo, “e qualquer minuto longe é demais, a saudade atormenta, mas qualquer minuto perto é bom demais, o amor só aumenta”, Lucia Veríssimo is watching, “vivo por ela, ninguém duvida, porque ela é tudo, na minha vida”, foca no palco e no piano, Carolina Diekcmann segue a canção, outra vez o piano, “eu nunca imaginei que houvesse no mundo, um amor desse jeito, do tipo que quando se tem não se sabe, se cabe no peito”, Reynaldo “Natiquini” e a bateria da orquestra em foco, é a vez de Ana Maria Braga ter um enquadramento exclusivo, sem o marido, “mas eu posso dizer que sei o que é ter, um amor de verdade, e um amor assim eu sei que é pra sempre, é pra eternidade”, foca no violinista de óculos, ouviu, Nívea Stelmann, mais violinos, “vivo por ela, ninguém duvida, porque ela é tudo, na minha vida”, a palavra amor passeia pelo cenário virtual, “quem ama não esquece quem ama, o amor é assim, eu tenho esquecido de mim, mas d'ela eu nunca me esqueço, por ela esse amor infinito, o amor mais bonito, É assim nosso amor sem limite, o maior e mais forte que existe”, Roberto levanta o braço e fecha o punho, close nos contrabaixistas, mais amor na tela do palco, “vivo por ela, ninguém duvida, porque ela é tudo, na minha vida” – a primeira homenagem a Maria Rita no especial, e alerta de “spoiler”, vai ter bis no final... Roberto Carlos tem a palavra no momento “live”, quase um “podcast”, “eu hoje quando eu quero falar de amor eu falo sempre do amor na sua forma maior, na sua forma só olhando o seu lado maravilhoso, esse disco, por exemplo, que é um disco em homenagem a Maria Rita, existe uma grande preocupação minha de não falar de dor, nas histórias de amor que eu conto nas canções, mesmo nas canções que eu gravei de outros compositores, como é o caso da Martinha, do Eduardo Lages e do Paulo Sérgio Valle” – “Tudo” e “Momentos Tão Bonitos”, não tocada no especial, é a “síndrome de Amor Perfeito”, na hora de pautar o programa, as composições de terceiros em geral ficam em segundo plano – “o que eu quero dizer com isso, essa homenagem fala de amor, não fala de dor, fala do amor bem sucedido, que é como eu vejo o amor e como eu acho que o amor tem que ser, que eu não acho só, acho que todo mundo pensa que o amor deve ser assim, então nesse disco as canções sempre falam do amor bonito, do amor na sua forma maior, na sua forma eterna, porque o amor é eterno, o amor é eterno”, Carolina Dieckmann leva as mãos ao rosto, manda um beijo para Roberto, olha a paparazzi no fundo da plateia, o Rei passa a mão no cabelo e fala, “eu nunca cantei para tantas celebridades juntas, é verdade”, Carol sorri e aplaude, “obrigado, obrigado, obrigado”, olha a Nair Bello e a Helena Ranaldi, Roberto manda um beijo para o público, corta para Tony Ramos, Juliana Baroni e Mário Gomes, esse assobiando, uma lua cheia surge do cenário, o cantor interpreta “Como é Grande o Meu Amor por Você”, lançada em 1967, regravada em 1996, quando foi o carro-chefe de uma turnê e de uma grande campanha publicitária do Rei, ao lado de Rita Guedes, Anderson Muller sorri, no mesmo quadro, Paula Burlamaqui, Roger Gobeth, Samara Felippo, Maitê Proença e Lúcia Veríssimo, close no piano Essenfelder branco da orquestra, no violino e no teclado, Lúcia Veríssimo em close, também Samara Felippo, Joanna acompanha o último verso, “mas como é grande, o meu amor...”, Roberto pede, vai lá, vai, o auditório completa, “por você”, o Rei quer mais, “é pra valer, é pra valer, mas como é grande o meu amor...”, a plateia sobe o tom, “por você!!!”, risos, de Tony Ramos a Lúcia Veríssimo, o cantor conclui, “por você!!!”, o RC brilha no meio da lua, Roger e Samara aplaudem calorosamente – nesse tempo, a única preocupação do Rei ao cantar essa música era o final, sem medo de interrupções... Ops!!!... Voltamos ao “podcast” do Talma, onde Roberto Carlos canta, “tanta emoção no coração já não podia ser contida”, olha o maestro no piano, visto “discostas”, “pois eu acabava de encontrar o amor da minha vida” – exatamente o trecho de uma das músicas em homenagem a Maria Rita lançadas no disco “Amor Sem Limite”, “O Grande Amor da Minha Vida”... Roda vinheta, intervalo, roda vinheta, o cenário se ilumina para Roberto Carlos cantar “Eu Te Amo, Te Amo, Te Amo”, do disco “O Inimitável”, de 1968, “Quanto tempo longe de você, quero ao menos lhe falar, a distância não vai impedir, meu amor de lhe encontrar”, olha a mão do tecladista, “cartas já não adiantam mais, quero ouvir a sua voz, vou telefonar dizendo, que eu estou quase morrendo, de saudade de você”, foca nos saxofonistas e na orquestra vista de cima, “eu te amo, eu te amo, eu te amo”, o anel indica o estado civil do titular dos teclados, Mônica Carvalho se mistura às espectadoras anônimas do show, tome trompete e teclado, “eu não sei por quanto tempo eu, tenho ainda que esperar, quantas vezes eu até chorei, pois não pude suportar”, a frase “eu te amo” surge no cenário, mais trompete, “para mim não adianta, tanta coisa sem você, e então me desespero, por favor, meu bem, eu quero, sem demora lhe falar”, foca em Paula Burlamaqui, Roger Gobeth e Samara Felippo”, vai, maestro, “Eu te amo, eu te amo, eu te amo”, Mário Gomes cantando e o trompete tocando, “Mas o dia que eu puder te encontrar, eu quero contar o quanto sofri, por todo esse tempo, que eu quis lhe falar”, foca em Juliana Knust, “eu te amo, eu te amo, eu te amo”, Juliana Baroni bate palmas, “Tuca no teclado solo”, focalizaram mais o anel do instrumentista do que o próprio (!!!), Paula Burlamaqui dança e sorri, “cartas já não adiantam mais, quero ouvir a sua voz, vou telefonar dizendo, que eu estou quase morrendo, de saudade de você”, a orquestra acompanha, assim como Anderson Muller na plateia, “Eu te amo, eu te amo, eu te amo”, Vanessa Machado, então esposa de Otávio Mesquita, o próprio, a Simone de “Laços de Família”, segue a canção, atrás dela está sentado Marcos Pasquim, o Van Damme de “Uga Uga”, “mas o dia que eu puder te encontrar, eu quero contar o quanto sofri, por todo esse tempo, que eu quis lhe falar”, a orquestra por trás do Rei (!!!), “eu te amo, eu te amo, eu te amo”, um pouco mais de teclado, Natália Lage e Nívea Stelmann se agitam, “eu te amo, eu te amo, eu te amo”, o baterista e o tecladista fecham a apresentação, Juliana Baroni e Tony Ramos aplaudem, assim como Paula Burlamaqui e Roger Gobeth – mais um clássico dos anos 1960 revisitado, para a alegria do Régis Tadeu, ainda que não tenham reproduzido a parte que Roberto canta como se estivesse ao telefone... De volta a “live” do Talma, tendo ao fundo o assistente de palco Ruço, o próprio, Roberto Carlos confessa, “é, bicho, fotografias da minha juventude” – na verdade, “frames” em preto e branco do cantor ao longo de 25 anos de especiais – “essas partes me lembram muito as minhas temporadas no Canecão” – produzidas por Luiz Carlos Miele e Ronaldo Bôscoli, este o principal redator dos especiais durante duas décadas, vide “stand-ups” antes das músicas, não por acaso, vários elementos das turnês iam parar na televisão, como a troca de roupas em pleno palco no especial de 1987 – Roberto fala tendo ao fundo o instrumental de “Não Quero Ver Você Tão Triste Assim”, “a Jovem Guarda era uma grande produção, mas uma grande produção que não custava, que não custava uma grande produção, era o que acontecia no rádio, então o que acontecia no rádio, o rádio era o áudio da Jovem Guarda e a Jovem Guarda era o vídeo do rádio, hehehe” – até porque de fato quase nada sobrou em vídeo, digo – “o que tava acontecendo de sucesso no rádio a gente apresentava na Jovem Guarda”, na base do “travelling”, Maitê Proença, Samara Felippo, Roger Gobeth e Paula Burlamaqui batem palmas, Roberto Carlos canta “Eu Sou Terrível”, de 1967, parte da trilha de “Roberto Carlos em Ritmo de Aventura”, a única composição do Rei com Erasmo Carlos no disco, tocam os trompetes, atrás de Roberto uma espécie de história em quadrinhos inspirada nas perseguições automobilísticas do filme, close nos saxofonistas, “Eu sou terrível e é bom parar, De desse jeito me provocar, Você não sabe de onde eu venho, O que eu sou, e o que tenho”, Juliana Baroni e Tony Ramos também batem palmas, “Eu sou terrível, vou lhe dizer, que ponho mesmo pra derreter”, foca no baterista e em Paula Burlamaqui, “garota que andar do meu lado, vai ver que eu ando mesmo apressado, minha caranga é maquina quente, eu sou terrível, eu sou terrível”, os quadrinhos saem do cenário, que fica amarelo, Roberto canta “O Taxista”, de 1994, “sou taxista, tô na rua, tô na pista, não tô no palco, mas no asfalto eu sou um artista”, mais trompete, mais Paula, ambos os dois focalizados sob luzes amarelas, “sou taxista, tô na rua, tô na pista, não tô no palco, mas no asfalto eu sou um artista”, Anderson Muller e Dill Costa vibram a frente de Marcos Pasquim, agora é a vez de “As Curvas da Estrada de Santos”, de 1969, “se você... pretende, saber quem eu sou, eu posso lhe dizer”, a música empolga Maitê Proença, Dill e Lúcia Veríssimo, “entre no meu carro na Estrada de Santos, e você vai me conhecer”, close nos saxofonistas, no coral RC 3, numa entusiasmada Maitê Proença, com publicidade e tudo, e no pandeiro da orquestra, “você vai pensar que eu não gosto nem mesmo de mim, e que, na minha idade, só a velocidade anda junto a mim”, mais trompete, mais Dill Costa, “eu prefiro as curvas da Estrada de Santos, onde eu tento esquecer, um amor que eu tive e vi pelo espelho, na distância se perder”, foca em Samara Felippo, o gesto de espelho faz parecer que Roberto chamou o VAR (!!!), Roger Gobeth presta atenção na letra, o Rei visto da bateria, “mas se o amor que eu perdi, eu novamente encontrar, as curvas se acabam e na Estrada de Santos, eu não vou mais passar, não vou mais passar”, close para Rita Guedes, a Stella da novela “Uga-Uga”, “as curvas se acabam, na estrada de Santos...”, parte da plateia pega a deixa, “eu não vou mais passar”, risos, o Roberto repete, “eu não vou mais...”, Maitê Proença, Lúcia Veríssimo e Samara Felippo completam, “passar”, o Rei ri e fecha a conta e passa a régua, “passar”, Roger e Paula aplaudem – esse “medley motorizado” já entrou no especial, e como indica o depoimento do Rei, foi trazido das turnês, e tem mais... Roberto Carlos diz no palco, “mas as coisas passam, cada vez mais depressa”, Paula Burlamaqui está ouvindo, “numa canção daquela época, Erasmo e eu já dizíamos, “o ponteiro marca 140, as árvores passam”, Juliana Baroni e Mário Gomes estão ouvindo, “estou a 150 por hora”, o piano trabalha forte, “é, a 150 por hora”, close em Mário, que está usando lentes de contato verdes, “é, 150”, melhor cantar logo “120... 150... 200 Km por Hora”, de 1970, enquanto ao fundo aparecem cenas do próprio Rei no filme “Roberto Carlos a 300 Quilômetros por Hora”, de 1971, “eu vou, voando pela vida, sem querer chegar, nada vai mudar meu rumo, nem me fazer voltar, vivo fugindo, sem destino algum, sigo caminhos que me levam a lugar nenhum”, o teclado voa no palco (!!!) - nem chamaram o sertanejo Leonardo, que regravou a música em 1999 - o cenário fica azul, Roberto canta “Todas as Manhãs”, de 1991, “Chuva fina no meu para-brisa, vento de saudade no meu peito, visibilidade distorcida, pela lágrima caída pela dor da solidão, e a chuva no meu pára-brisa vento de saudade no meu peito ”, a plateia acompanha com palmas, olha o RC 3 aí, mais teclado, corta para Roberto dirigindo uma carreta Scania pintada com listras em tons sulferinos, diretamente do especial de 1995, Jorginho, corre aqui, o Rei canta “Caminhoneiro”, “Eu sei, tô correndo ao encontro dela, coração tá disparado, mas eu ando com cuidado, não me arrisco na banguela, eu sei, todo dia nessa estradam no volante eu penso nela, já pintei no pára-choque, um coração e o nome dela”, voltando ao palco, Roberto interpreta “Por Isso Corro Demais”, do disco “Roberto Carlos em Ritmo de Aventura”, de 1967, nome do filme que aparece atrás do Rei, “meu bem, qualquer instante que eu fico sem te ver, aumenta a saudade que eu sinto de você, então, eu corro demais, sofro demais, corro demais só pra te ver meu bem”, Roger Gobeth e Samara Felippo, que foram namorados, batem palmas em sincronia, Maitê Proença e Lúcia Veríssimo estão bem ali ao lado, o baterista acompanha os ruídos de freadas da gravação original, “e você ainda me pede para não correr assim, meu bem, eu não suporto mais você longe de mim, por isso eu corro demais, sofro demais, corro demais só pra te ver meu bem”, o piano também correu, o Rei sussurra, “parei na contramão” – esse “pout-pourri” sobre rodas, além de pontuar o “momento Jovem Guarda” do especial, até porque desta vez Erasmo Carlos não compareceu, também acaba fazendo as vezes de retrospectiva dos especiais globais, que certamente teria grande destaque caso o programa de 1999 tivesse sido gravado, com uma especial deferência a Jorge Fernando, ao citarem a entrada no palco no especial de 1993 e mostrarem cenas do programa de 1995, ambos os dois dirigidos pelo filho de Dona Hilda Rebello... Corta para o depoimento de Roberto Carlos, na verdade, o trecho de uma das músicas do novo disco, que homenageia Maria Rita, “percebi então que o seu olhar alguma coisa me dizia”, Eduardo Lages trabalha forte no piano, “tanta coisa linda, tudo aquilo que o meu coração queria”, entra a vinheta do RC estrelado – atrás de Roberto, um fundo azul com “amor sem limite”, nome do disco de 2001, escrito em branco, um efeito eletrônico mais sofisticado que o “chroma-key”, hoje disponível em qualquer computador para os que fazem “lives”, e que naquela ocasião impediu que as pontas dos cabelos grisalhos do Rei ficassem azuis... Ops!!!...
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Ju Baroni foi focalizada várias vezes, a maioria delas junto com Mário Gomes, que Eduardo Moreira não saiba... |
Na volta do intervalo, Roberto Carlos canta na vinheta o primeiro verso de “Emoções”, na “live” ele responde, “Jovem Guarda é uma grande saudade, Jovem Guarda e saudade é um sinônimo”, no palco, finalmente canta “Parei na Contramão”, de 1963, “vinha voando no meu carro, quando vi pela frente, na beira da calçada um broto displicente, liguei o pisca-pisca pra esquerda e entrei”, na plateia, Raquel Nunes e Roberta Foster, a Lu de “Corpo Dourado”, se agitam, “a velocidade que eu vinha, não sei, pisei no freio obedecendo ao coração e parei, parei na contramão”, velocímetros e lasers voam no fundo do palco, Mônica Carvalho, a Clara de “Corpo Dourado”, também vibra, close na guitarra, a vez é de “O Calhambeque”, de 1964, para alegria de Tony Ramos, sua esposa Lidiane, e de Juliana Baroni, que só iria casar com Eduardo Moreira em 2013, “Mandei meu Cadillac pro mecânico outro dia, pois há muito tempo um conserto ele pedia, como vou viver sem meu carango pra correr, meu Cadillac, bi-bi, quero consertar meu Cadillac, bizudubiribibi”, Mário Gomes curtiu, “com muita paciência o rapaz me ofereceu, um carro todo velho que por lá apareceu, enquanto o Cadillac consertava eu usava,o Calhambeque, bi-bi, quero buzinar o Calhambeque, bizudubiribibi”, ao fundo, o passeio de calhambeque do especial de 1974, Maitê Proença ouve a música de olhos fechados, “Clécio, no saxofone solo”, “E logo uma garota fez sinal para eu parar, e no meu Calhambeque fez questão de passear, não sei o que pensei, mas eu não acreditei, que o Calhambeque, bi-bi, o broto quis andar no Calhambeque, bizudubiribibi”, Mario Gomes segue com palmas, gostou mesmo, hein, “Mas o Cadillac finalmente ficou pronto, lavado, consertado, bem pintado, um encanto, mas o meu coração”, Juliana Knust sorri e dá risada na plateia, atrás dela, um quase irreconhecível David Brazil também ri, “na hora exata de trocar”, pausa dramática, “o Calhambeque, bi-bi, meu coração ficou com o Calhambeque, bizudubiribibi”, Iris Bustamante bate palmas e sorri, o Rei gesticula e avisa, "Bem, vocês me desculpem, mas agora eu vou-me embora”, a cantora Joanna só observa, “byeeeee!!!, como nos velhos tempos, byeeeeee!!!”, até Nair Bello aplaude no gargarejo – num ano de tantas mudanças, os “medleys” característicos dos shows ao vivo ficaram para dar mais dinamismo à apresentação televisiva...Entram cenas do filme “Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-Rosa”, o único que reúne o Rei, Erasmo Carlos e Wanderléa, Roberto Carlos canta “Jovens Tardes de Domingo”, de 1977, “eu me lembro com saudade, o tempo que passou, o tempo passa tão depressa, mas em mim deixou, jovens tardes de domingo, tantas alegrias, velhos tempos, belos dias, canções usavam formas simples, pra falar de amor, carrões e gente numa festa, de sorriso e cor, jovens tardes de domingo, tantas alegrias, velhos tempos, belos dias”, olha a Nívea Stelmann aí, Tony Ramos com a barba do Miguel de “Laços de Família”, Reynaldo Gianecchini, o Edu dessa mesma novela, sorri de orelha a orelha, Carolina Dieckmann canta junto, usando bandana na cabeça raspada para dar mais realismo ao drama da personagem Camila, que sofre de câncer, ao fundo, Natália Lage, o Roberto de 2000 canta com uma foto em preto e branco do Roberto de 1965 ao fundo, “hoje os meus domingos são doces recordações, daquelas tardes de guitarras, sonhos e emoções”, Joanna acompanha na plateia, segue a retrospectiva fotográfica do Rei, “O que foi felicidade, me mata agora de saudade, velhos tempos, belos dias”, a orquestra trabalha forte no instrumental, a câmera passeia pelo gargarejo, Mário Gomes, Juliana Baroni, Tony Ramos e a esposa Lidiane batem palmas, foca no tecladista, olha a Helena Ranaldi, a Cintia de “Laços de Família”, “hoje os meus domingos, são doces recordações, daquelas tardes de guitarras, flores e emoções, o que foi felicidade, me mata agora de saudade, velhos tempos, belos dias, velhos tempos, belos dias, velhos tempos, belos dias”, não é que Camila, quer dizer, Carolina, sabe a letra direitinho, já Edu, quer dizer, Giane, mantém o sorriso, aplausos, Nair Bello deixou um cisco cair nos olhos – o Tremendão e a Ternurinha poderiam ter comparecido pessoalmente ao show, mas, enfim... Agora temos na tela uma espécie de menu de CD-ROM, ou de DVD, com o pictograma de proibido fumar acima do nome de Roberto Carlos, ao lado de uma imagem do Rei com Erasmo em frente a um orelhão cantando “Papo de Esquina” no especial de 1988, além de algumas capas de discos, surge um violão na tela, Roberto, Erasmo e Wanderléa entram na lanchonete do especial de 1995, imagens de plateias enlouquecidas e do cantor se apresentando emolduram nomes de músicas do Rei, “Negro Gato”, “Parei na Contramão”, “Splish Splash”, “Lobo Mau”, “Quando”, “Esqueça”, “De Que Vale Meu Amor”, “Louco por Você” – do primeiro disco de Roberto, ainda entre a bossa nova e o rock – “Parei, Olhei”, “eu era diferente, claro, valeu, vai valer sempre, mas tudo aquilo é uma mostra, um momento maravilhoso de nossa vida”, mais cenas de “O Diamante Cor-de-Rosa”, Natália Lage na plateia, “momento em que o sonho e a realidade ocupam o mesmo espaço, o mesmo lugar”, deu tela verde, com foto de Roberto fazendo o capitão e pilotando helicóptero em “Roberto Carlos em Ritmo de Aventura”, mais nomes de músicas, “Eu Sou Terrível”, “Namoradinha de Um Amigo Meu”, “Pode Vir Quente Que Estou Fervendo”, “As Curvas da Estrada de Santos”, “Festa de Arromba”, “Se Você Pensa”, “É Proibido Fumar”, “Splish Splash”, “corações pulsavam, é claro que eu estou falando da Jovem Guarda”, foca em Paula Burlamaqui, “ou das baladas românticas, baladas que falavam do sonho comum de milhões de jovens, a namorada, o carrão, o beijo, a namorada, no cinema ou no carrão”, na plateia, Juliana Baroni e Mário Gomes, a Shiva Maria e o Ladislau Pomeranz de “Uga Uga”, “mas isso foi um tempo em que os rapazes pagavam milk-shake para as meninas”, close no Mário, aquele Mário, “tempo de grandes suspiros, de grandes amassos, alis, amassos que não podiam passar das dez”, tome tela verde, Anderson Muller e Dill Costa só observam, “os Beatles cantavam Yesterday, e a Jovem Guarda cantava Gatinha Manhosa”, a tela fica azul, mostrando os nomes dos filmes de Roberto, quase um menu de DVD, “os Beatles cantavam Help, Roberto Carlos arrebentava com a festa de arromba” – o próprio Rei deixava o bigode crescer para imitar a fase psicodélica do grupo inglês, digo – “velhos tempos, belos tempos, belos dias, alis, a Festa de Arromba é o retrato cantado da Jovem Guarda, na plateia do Teatro Record, as meninas gritavam e choravam a emoção de ver seus ídolos de perto” – no gargarejo do Projac, Gisele Fraga só olha – “tudo isso será sempre um momento presente na minha vida, na vida de quem viveu e desfrutou todo aquele momento” – close em Daniela Faria – “momento em que o gosto daquela fruta da juventude a gente vai sentir na boca, doce... como uma gota de mel” – Raquel Nunes, a Tuiuiú de “Uga-Uga”, só observa a pausa dramática do Rei – “toda a vez que escutarmos ou lembrarmos de uma canção da Jovem Guarda”, neste caso, “Nossa Canção”, composição de Luiz Ayrão, o próprio, lançada em 1966, regravada em 1998, Mônica Carvalho aplaude, o cenário de fundo é amarelo-ouro com nomes de músicas, “Olhe aqui, preste atenção, essa é a nossa canção, vou cantá-la seja aonde for, para nunca esquecer, nosso amor, o nosso amor!!!”, uma ajeitada no cabelo para não encobrir o rosto, “veja bem, foi você, a razão e o porquê, de nascer esta canção assim, pois você é o amor, que existe em mim”, Joana Limaverde, a Bruna de “Uga Uga”, acompanha em silêncio, ao lado de seu pai, o músico Ednardo, o segundo representante do “Pessoal do Ceará” a aparecer nos especiais de Roberto, o primeiro foi Fagner, em 1991, “você partiu e me deixou, nunca mais você voltou, pra me tirar da solidão, e até você voltar, meu bem, eu vou cantar, essa nossa canção”, Gisele Fraga sorri, Lúcia Veríssimo, a Maria Louca de “Uga-Uga” ouve com um semblante sisudo o final da música, na base do “travelling”, Helena Ranaldi, Nivea Stelmann, Nair Bello – Guinevére e Pierina em “Uga Uga” e Carolina Dieckmann aplaudem – o público das redes sociais que menospreza a obra de Carlos Lombardi não curtiu, digo, falando nisso, apesar da citação do auditório da concorrente na região da Consolação, na hora de ilustrar com cenas de época a Jovem Guarda, preferiram os filmes às “imagens TV Record”... Na “live” com Roberto Talma, Roberto Carlos canta, “a primeira vez que eu te vi, eu nunca me esqueci daquele dia, a título de “teaser” da homenagem a Maria Rita, vem o “quando eu estou aqui, vivendo esse momento lindo” das vinhetas de intervalo, tem mais “live”, Roberto vai de “Além do Horizonte”, de 1975, “além do horizonte deve ter, algum lugar bonito pra viver em paz”, violões trabalhando forte, “onde eu possa curtir a natureza, a alegria e a felicidade com certeza”, mais violões, “lá nesse lugar o amanhecer é lindo, flores festejando o amanhecer que é lindo”, Eduardo Lages toca piano e dança na cadeira, a fala do Rei, “eu acho que o paraíso é feito de amor, em primeiro, segundo, terceiro e até décimo lugar, porque o amor sem dúvida é o que vale na vida” – zona de rebaixamento e tudo o mais, digo – “o resto são detalhes, o amor é a coisa mais importante, não há nada mais importante que o amor”, o maestro toca “Detalhes”, Roberto acompanha, “não adianta nem tentar, me esquecer, me esquecer”, no palco, Helena Ranaldi só observa o Rei interpretar a música de 1971, Nívea Stelmann sorri, “durante muito tempo em sua vida, eu vou viver”, foca em Juliana Baroni e Mário Gomes, Íris Bustamante só observa, segue o depoimento de Roberto, “eu uma vez pensei, eu sempre quis fazer uma música que falasse do amor na sua forma de amor, Detalhes é uma canção de amor, que fala do amor, mas ela fala de uma história, e eu hoje vejo que consegui fazer uma canção que falasse do amor no seu todo, do amor, na sua forma maior, em todos os detalhes, uma dessas canções eu acho que é Eu Te Amo Tanto, outra é O Grude, Um Do Outro, Amor Sem Limite, as canções desse disco, nesse disco eu acho que tô falando do amor em sua forma maior, sua forma total, plena”, orquestras e violonistas a postos, Roberto canta, “pra dizer mais uma vez te amo, como estou dizendo agora”, explica, “eu disse, digo e vou dizer a minha vida toda, depois da minha vida toda também, porque o amor pra mim não é uma coisa que pertence só a vida material”, suspira, canta no palco “Tu És a Verdade, Jesus”, do disco de 2000, nuvens brancas no cenário virtual, “tanta coisa em minha vida eu conheci, com a vida tanta coisa eu aprendi, hoje eu sei mais do que antes, e eu creio em tudo o que vem de ti”, close nas mãos do tecladista com aliança no dedo, no violinista, no rosto de Juliana Baroni, você sabe o que fazer, Eduardo Moreira, “te creio, te peço, Jesus, te falo nas preces, Jesus, te apresses, não tardes, Jesus, Tu és a verdade, Jesus”, foca no olhar um tanto triste de Tony Ramos, o palco visto de longe, “vou seguindo o meu caminho sem parar, mas eu paro muitas vezes pra pensar, e pensando no que um dia você disse, continuo a caminhar”, foca nos violinos, Tony Ramos eyes again, “te creio, te peço, Jesus, te falo nas preces, Jesus, te apresses, não tardes, Jesus, Tu és a verdade, Jesus”, caiu um cisco no olho da “conje” de Tony Ramos, Lidiane Barbosa, uma piscadela de Helena Ranaldi, o tecladista na tela, o Rei põe a mão no peito, “Tanto amor eu trago no meu coração, e os meus passos caminhando em frente vão, sei que tenho que seguir, e eu estou seguindo, segurando a sua mão”, close em Carolina Diekcmann, ainda não havia a lei (!!!), “Te creio, te peço, Jesus, te falo nas preces, Jesus, te apresses, não tardes, Jesus, Tu és a verdade, Jesus”, o céu no cenário e o prato da bateria, globais no gargarejo aplaudem, não a esposa de Tony Ramos, mas, enfim, entram os descansos de tela, quer dizer, paisagens de um lago e de um campo de girassóis, outro lago com folhas na água, a beira do mar com o sol e as nuvens em “time lapse”, mais flores do campo, tudo para Roberto Carlos interpretar “Nossa Senhora”, de 1993, “cubra-me com seu manto de amor, guarda-me na paz desse olhar, cura-me as feridas e a dor me faz suportar, que as pedras do meu caminho, meus pés suportem pisar, mesmo ferido de espinhos me ajude a passar”, panorâmica do palco, close em Paula Burlamaqui “se ficaram mágoas em mim, Mãe tira do meu coração, e aqueles que eu fiz sofrer peço perdão, se eu curvar meu corpo na dor, me alivia o peso da cruz, interceda por mim minha mãe junto a Jesus”, Rita Guedes canta junto, por do sol em cena, “Nossa Senhora me dê a mão, cuida do meu coração, da minha vida, do meu destino”, Mário Gomes também canta junto, “Nossa Senhora me dê a mão, cuida do meu coração, da minha vida, do meu destino, do meu caminho, cuida de mim”, Juliana Baroni igualmente, entra o solo de piano, Roberto caminha com o microfone, “sempre que o meu pranto rolar, ponha sobre mim suas mãos, aumenta minha fé e acalma o meu coração”, quando o Rei gesticula seguindo a letra, é focalizado de longe”, Tony Ramos olha atentamente, mais um close revela que o ator deu a mão a esposa, flores atrás de Roberto, “grande é a procissão a pedir, a misericórdia o perdão, a cura do corpo e pra alma a salvação, pobres pecadores oh mãe, tão necessitados de vós, Santa Mãe de Deus tem piedade de nós”, o céu em cena de novo, “de joelhos aos vossos pés, estendei a nós vossas mãos, rogai por todos nós vossos filhos meus irmãos”, Carolina Dieckmann acompanha o refrão, a bandana a deixa com um certo ar de Madre Tereza de Calcutá, mesmo que sua personagem em “Laços de Família” tenha sido chamada de “Judas” por Íris, vide espelho escrito com batom, alis, não convidaram Deborah Secco para comparecer na plateia, que coisa, não, “Nossa Senhora me dê a mão, cuida do meu coração, da minha vida, do meu destino”, foca no Giane, os anônimos da plateia cantam, “Nossa Senhora me dê a mão, cuida do meu coração, da minha vida, do meu destino, do meu caminho, cuida de mim”, Camila, digo, Carol, canta com as palmas das mãos unidas, como se se estivesse rezando, Mônica Carvalho acompanha a música, Giane como sempre só olha, Carolina Dieckmann e Nair Bello aplaudem, a panorâmica do público lembra que anos depois, no piloto em 2005 e entre 2007 e 2009, Roberto Talma gravou com plateia no Projac o “Toma Lá Dá Cá” – entre confissões sobre o amor, saudações a Maria Rita e profissões de fé, Roberto vai acalentando a ideia de fazer o Acústico da MTV, o que finalmente aconteceria em 2001... Roberto Carlos começa o próximo depoimento, outro "teaser", cantando, “havia tanta paz no seu olhar, e amor no seu sorriso de menina, o sentimento a gente não domina, quando se percebe um grande amor”, foca no piano do maestro Lages e nos violões dos músicos que acompanham o Rei, “percebi então que o seu olhar alguma coisa me dizia”, close no pianista, entra a vinheta do RC com Estrela, Roberto cantando “Quando eu estou aqui, vivendo esse momento lindo” – a música cantada na “live” é “O Grande Amor da Minha Vida”, lançamento do álbum “Amor Sem Limite”...
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Tanto global no gargarejo virou um rolê aleatório: Camila e Santinha, David Brazil bem atrás de Juliana Knust... |
Falando em amor, Roberto Carlos comenta na volta do intervalo, “hoje eu quero falar do amor na sua forma eterna, na sua forma infinita, na sua forma transcendente, pensei que essa música se chamaria A Primeira Vez em Que Eu Te Vi, mas depois eu vi que realmente o nome dessa música é O Grande Amor da Minha Vida, né, hehehe”, cantando em seguida, “a primeira vez em que eu te vi, eu nunca me esqueci daquele dia, tão cheio de ternura e de alegria, começava o nosso grande amor”, entra a animação de um garoto e uma garota olhando um para o outro, “havia tanta paz no seu olhar, e amor no seu sorriso de menina, o sentimento a gente não domina, quando se percebe um grande amor”, vem o beijo, flores nos olhos, flores nos campos, o sol brilhando no céu, o Rei, o pianista e os violonistas, e tem mais, “percebi então que o seu olhar, alguma coisa me dizia, tanta coisa linda, tudo aquilo que meu coração queria”, Roberto passa as mãos no piano, “tanta emoção, no coração já não podia ser contida, pois eu acabava de encontrar o grande amor da minha vida”, Lages aplaude, o Rei comenta, “essa canção é uma canção, alis, essa canção, as canções desse disco são todas verdadeiras, não tem nenhuma história criada, fruto da criatividade, não, não, por exemplo, essa canção é, vamos dizer, uma narrativa do meu encontro com a Maria Rita, como eu conheci a Maria Rita, e como tudo aconteceu, O Grude é um retrato da gente, é um retrato, essa canção é um retrato cantando da gente”, e canta, “na verdade, todo mundo sabe que a gente é assim”, foca no piano, o Rei prossegue a música do disco de 2000 no palco, “que eu vivo grudado em você, e você, que aonde eu vou você vai, nem pergunta onde é”, foca na plateia, “é que a gente não larga um do outro, um minuto sequer”, olha o teclado aí, “se você fica triste quem chora primeiro sou eu”, o palco e Paula Burlamaqui, “se eu me zango você é quem briga e defende o que é meu, nosso amor é a coisa mais linda, são só cenas de amor, todo o tempo que passa, porque o tempo todo a gente se beija e se abraça”, fecha em Lúcia Veríssimo – a saudade da saudosa esposa dá um tom mais romântico que o habitual ao especial, às vezes quebrado pelos closes das atrizes, mas, enfim... Roberto Carlos diz, “essa canção, realmente, é uma narrativa do meu encontro com a Maria Rita, como eu conheci a Maria Rita e como tudo aconteceu”, entra a foto dos “conjes” sorridentes, o Rei volta a cantar “O Grude” no palco, “aonde eu vou você vai”, logo seguido por um close no rosto de Samara Felippo, a própria, “nem pergunta onde é, é que a gente não larga um do outro, um minuto sequer”, foca no palco, “se você fica triste quem chora primeiro sou eu”, tocam os violinos, o próximo close é em Raquel Nunes, violinos de novo, “se eu me zango, você é quem briga, defende o que é meu”, o Rei põe a mão no peito, “nosso amor é a coisa mais linda, são só cenas de amor, todo tempo que passa”, close na violinista, “porque o tempo todo a gente se beija e se abraça”, a violinista e Dill Costa, “nosso amor é a coisa mais linda”, o palco e Paula Burlamaqui, “são só cenas de amor, todo tempo que passa”, Dill Costa chora, “porque o tempo todo a gente se beija e se abraça”, a violinista só observa, aplausos, os globais no gargarejo aplaudem, olha a Maitê Proença de novo – a produção do programa trabalhando forte para tentar ir além do registro do show, digo... No fundo do palco, folhas secas caem no chão, close no teclado, Roberto canta “Eu Te Amo Tanto”, de 1998, “Eu não me acostumo sem seus beijos, e não sei viver sem seus abraços, aprendi que pouco tempo é muito, se estou longe dos seus braços”, close nas mãos do tecladista, “e por isso eu te procuro tanto, e te telefono a toda hora, pra dizer mais uma vez ‘te amo’, como estou dizendo agora”, panorâmica do palco para ressaltar o “chroma” das folhas que caem, “faço qualquer coisa nessa vida, pra ficar um pouco do seu lado, todo mundo diz que não existe, ninguém mais apaixonado”, outro close em Samara Felippo, mais conhecida do público do Viva pela Érica de “Palhação Múltipla Escolha”, “meu amor, você é minha vida, sua vida eu também sei que sou, cada vez mais juntos, quem procura por você, sabe onde estou”, Dill Costa, a Candelária da primeira temporada de “Palhação”, exibida pelo Viva em 2020, continua chorando, o Rei põe a mão no peito, Rita Guedes só observa e acompanha a música, “Olha, eu te amo tanto e você sabe, sou capaz de tudo se preciso, só pra ver brilhar a todo instante, no seu rosto esse sorriso”, mais imagens de Maria Rita sempre sorrindo, “faço qualquer coisa nessa vida, pra ficar um pouco do seu lado, todo mundo diz que não existe, ninguém mais apaixonado”, olha as folhas caindo, Roberto ajeita o pedestal do microfone, “meu amor, você é minha vida, sua vida eu também sei que sou, cada vez mais juntos, quem procura por você, sabe onde estou”, foca no maestro e no tecladista, “olha, eu te amo tanto e você sabe, sou capaz de tudo se preciso” – solta e segura o microfone – “só pra ver brilhar a todo instante, no seu rosto esse sorriso”, prolongando o segundo “o” de “sorriso” durante os aplausos, vide Carol cochichando para Giane na primeira fila – Maria Rita teve uma presença discreta nos especiais em que participou, sempre na plateia, bem menos que Myriam Rios, presente em canções, clipes e closes, e bem mais que Nice Rossi, que só não era escondida pelo “marketing” do astro solteiro pelas aparições dos filhos, Silvio Santos, corre aqui, e a inclusão da música de 1998 no programa, gravação feita logo depois de Maria Rita ter sido diagnosticada com câncer, demonstra que caso não tivesse saído de cena, permitindo a gravação do especial de 1999, também teria lugar de destaque, no estilo de Roberto, que não é de citar nomes de mulheres em suas canções, no caso dela, não diretamente... Voltando do intervalo, Roberto confessa, “existe uma grande preocupação minha de não falar de dor nas histórias de amor que eu falo nas canções, as canções sempre falam do amor bonito, do amor na sua forma maior, a forma é eterna, porque o amor é eterno, o amor é eterno, então eu acho que o paraíso é feito de amor, em primeiro, segundo e até décimo lugar, porque o amor sem dúvida alguma é o que vale na vida” – está explicada a mudança da letra de “Além do Horizonte”, onde o próprio Roberto trocou “de que vale o paraíso sem amor” por “só vale o paraíso com amor”... Roberto Carlos canta “Amor Sem Limite”, a faixa que dá nome ao disco lançado em 2000, “quando a gente ama alguém de verdade, esse amor não se esquece, o tempo passa, tudo passa, mas no peito, o amor permanece”, agora o fundo do palco é azul, “e qualquer minuto longe é demais, a saudade atormenta, mas qualquer minuto perto é bom demais, o amor só aumenta”, panorâmica do palco, “vivo por ela, ninguém duvida, porque ela é tudo, na minha vida”, olha a Natália Lage entre Giane e Carol, foca no maestro e na violinista, “eu nunca imaginei que houvesse no mundo, um amor desse jeito, do tipo que quando se tem não se sabe, se cabe no peito”, Paula Burlamaqui e Roger Gobeth só observam, “mas eu posso dizer que sei o que é ter, um amor de verdade, e um amor assim eu sei que é pra sempre, é pra eternidade”, em meio ao azul aparece “amor sem limite”, close na guitarra e na violinista, “vivo por ela, ninguém duvida, porque ela é tudo, na minha vida”, foca na orquestra, “não esquece quem ama, o amor é assim, eu tenho esquecido de mim, mas d'ela eu nunca me esqueço”, na plateia o casal Lidiane Barbosa e Tony Ramos, close em Helena Ranaldi, “por ela esse amor infinito, o amor mais bonito, é assim nosso amor sem limite, o maior e mais forte que existe”, Roberto agita os braços, “vivo por ela, ninguém duvida, porque ela é tudo, na minha vida”, Nivea Stelmann acompanha, os violinos trabalham forte, “vivo por ela, ninguém duvida”, close nos guitarristas da orquestra, pausa dramática, “quem ama não esquece quem ama, o amor é assim, eu tenho esquecido de mim, mas d'ela eu nunca me esqueço”, mais palco em panorama, “por ela esse amor infinito, o amor mais bonito, é assim nosso amor sem limite, o maior e mais forte que existe”, o Rei leva o pedestal com o microfone para a beira do palco, Rita Guedes só observa, “vivo por ela, ninguém duvide, porque ela é tudo, na minha vida”, foca em Roberto “discostas”, Joanna acompanha na plateia, toma o tecladista, “vivo por ela, ninguém duvida, porque ela é tudo, na minha vida”, foca na orquestra, o Rei agradece, “obrigado”, aplausos, “obrigado, obrigado!!!, por todo esse carinho, por todo esse amor, obrigado por vocês tão maravilhosos por ter vindo aqui”, o público no gargarejo se levanta e continua a aplaudir, cuidado com a bolsa, Juliana Baroni (!!!), “obrigado”, Roberto ensaia um choro, mas deixa por um “Feliz Natal, um Ano Novo Maravilhoso”, Carolina Dieckmann sorri com sua flor branca na mão, a de Nair Bello e a de Reynaldo Gianecchini é vermelha, Rita Guedes aplaude, “que o Deus de bondade abençoe a todos, obrigado, a todo mundo”, Paula Burlamaqui chora com sua flor branca, o Rei deixa o palco, vem as folhas secas, na imagem de uma rosa, a dedicatória do especial, “para Maria Rita”, imagens de flores desabrochando trazem os créditos, “direção Roberto Talma, Tande Bressane”, uma gota de orvalho cai da folha, “ilustrações Still”, e vai parar na água, “gerente de produção Sérgio Madureira”, Roberto canta, “se beija e se abraça”, vem a lista das músicas do especial, neste ano 18 foram apresentadas, “núcleo Roberto Talma”, o Rei agradece na “live”, “obrigado você, a vocês todos”, o próprio Talma responde, “foi um prazer muito grande”, Roberto diz, “o prazer é meu” – cena pós-créditos, que coisa, não – bolinha na tela, “Realização Central Globo de Produção ©2000 TV Globo Ltda”, primeira vez que é atribuído o ano de produção do especial – por favor, não confundam “Amor Sem Limite” com “No Limite”, também lançado em 2000, a versão de “Survivor” que é considerado o primeiro “reality-show” da Globo, não do Brasil porque aí a primazia, no coração do público, é da “Casa dos Artistas”, a versão do “Big Brother” que o SBT lançou em 2001...
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Distribuição de flores no final deu lugar a imagem de uma rosa na dedicatória de Roberto ao seu grande amor... |