segunda-feira, 30 de setembro de 2024

RC Especial Modelo 2009 (off): Norminha, Calcinha, Cabecinha e Aninha...

Depois de anos comparecendo na plateia, Solineuza, quer dizer, Dira Paes pisou no palco no papel de Norminha...

























Apresentado pela TV Globo em 25 de dezembro de 2009, o “Roberto Carlos Especial”, reprisado pelo canal Viva em 2021, foi o ponto culminante das comemorações dos 50 anos de carreira do cantor, que incluíram na emissora os programas “Elas Cantam Roberto”, mostrado em 31 de maio de 2019, e “Roberto Carlos: 50 Anos de Carreira”, exibido em 11 de julho, além da participação de Roberto num episódio de “A Grande Família” e a inclusão de uma música inédita na trilha sonora da novela “Viver a Vida”, a atração gravada no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, com direção geral de Mário Meirelles e direção de núcleo de Roberto Talma, manteve a suntuosidade cenográfica dos especiais realizados na Arena Multiuso do Rio de Janeiro, e numa espécie de compensação a quase total ausência de atores e atrizes globais na plateia, o roteiro do especial pautou três momentos "televisivos", o Rei cantando "A Mulher que Eu Amo", tema da personagem Helena da novela "Viver a Vida", encontrando Dira Paes, a Norminha de "Caminho das Índias" e recebendo o grupo de forró Calcinha Preta, responsável pelo tema da personagem, "Você Não Vale Nada", apesar dos convidados de renome, Ana Carolina e Daniel, o especial concentrou-se, dada a comemoração do cinquentenário da carreira de Roberto, em alguns de seus grandes sucessos, sem lançar mão dos "pout-pourris" didáticos de outros e recolocando a oferta de flores no final do show em destaque...





















Mas se fosse verdade que o Rei não quer ninguém de preto em seus shows, o Calcinha Preta nunca teria cantado... 


























O maestro Eduardo Lages trabalha forte no solo de piano, função normalmente desempenhada por Antônio Wanderley, flores vermelhas no telão, Roberto Carlos fala novamente de uma de suas obsessões, “hoje a gente não assistiu a novela”, o público vibra, no telão aparecem imagens de um passeio por Paris dos personagens Helena e Marcos, interpretados por Tais Araújo e José Mayer, protagonistas da novela “Viver a Vida”, de Manoel Carlos, que a Globo exibia na faixa das nove, “obrigado, eu sei que vocês não assistiram a novela porque vieram me ver”, Helena e Marcos trabalham forte se beijando no carrossel parisiense, “e eu, porque vim ver vocês”, a ovação da plateia só vem, o Rei canta “A Mulher que Eu Amo”, tema do casal, que compôs especialmente para a trilha sonora da novela e lançou em setembro de 2019, “A mulher que eu amo tem a pele morena, é bonita, é pequena e me ama também”, Tais é negra, no telão segue o passeio parisiense de Helena e Marcos, vozerio na plateia, o Rei com a mão no peito, voltam as flores no telão, o maestro faz a parte instrumental no piano, auxiliado pelo tecladista, “A mulher que eu amo é o ar que eu respiro, e nela eu me inspiro pra falar de amor”, raios azuis saindo do telão, close nas teclas do piano, que na verdade é um teclado embutido num “mockup” do instrumento, apesar da melancolia da canção,  o público aplaude, foca no tecladista de novo, “tudo nela é bonito, tudo nela é verdade, e com ela eu acredito na felicidade” – quando a Globo exibiu o especial, em 2009, já havia ido ao ar a cena em que Luciana, filha de Marcos, sofre um acidente de ônibus no Oriente Médio e fica tetraplégica, momento que é apontado como aquele em que Luciana tira Helena do posto de protagonista da novela de Manoel Carlos (que os fãs da Tais Araújo não leiam isto...), alis, caso o Viva tivesse continuado a mostrar os especiais de Roberto Carlos, a promessa inicial era exibir todos os programas de 1974 a 2017, o especial teria ido ao ar em 30 de setembro de 2024, não só apenas durante a apresentação de “Viver a Vida” no canal, que começou em julho, mas também exatamente na fase em que Luciana recebe o diagnóstico de que não poderá mais andar, e o público acreditou que tem culpa Helena... Ops!!!... Novo “stand-up” de Roberto Carlos, mesmo assunto, “sabem que eu sou um noveleiro profissional”, pelo menos desde aquela visita às gravações de “Os Gigantes” mostrada no especial de 1979, antes a preferência televisa mais conhecida do cantor eram os filmes de faroeste, o maestro passa por trás do Rei, “esse ano uma personagem deixou o Brasil inteiro apaixonado e eu também fiquei apaixonado por ela, vamos dar uma olhada nessas imagens, vamos dar uma olhada, vamos lá”, no telão surgem cenas de “Caminho das Índias”, novela que antecedeu “Viver a Vida” na Globo, onde Abel, personagem de Anderson Muller, fica encucado com o vestido vermelho de Norminha, vivida por Dira Paes, que diz, “deixa olhar, Abel, o que é bonito é para ser visto, eu não ia me arrumar toda para ficar transparente, né, eu hein, rosa???”, Abel ri amarelo, agora os personagens estão na sala da respectiva casa, Abel no sofá e Norminha falando, “amanhã você vai acordar cedo, só vou trazer seu leite quando você for dormir, porque se você dormir aqui no sofá não vou deslocar minha coluna te levando pra cama, e mais uma coisa, não quero dormir sozinha de novo”, embora o leite quente fosse a forma de Norma garantir suas escapadas noturnas, agora Abel está trabalhando forte em seu ofício de guarda de trânsito e corre ao encontro da esposa, “onde é que você foi, meu amor???”, Norminha diz que foi a feira e mostra as sacolas, o marido questiona, “na feira de novo???”, ela rebate, “por que de novo, Abel???”, que muda de assunto, “cuidado com esse decote”, Norminha devolve, “por acaso, quando você me conheceu, eu estava vestida de freira, tava???”, Abel mal tem tempo de responder que não porque a esposa diz que tem pedestre atravessando fora da faixa e sai correndo, só conseguindo apitar e dizer, “ô, cuidado, hein”, mais uma queixa de Abel, desta vez à noite, “eu tô falando amor, a gente não deve sair em dia de movimento, sabe por que???, a gente acaba vendo o que não quer e ouvindo o que não quer”, Norminha concorda, “é, meu amor, a pouca-vergonha tomou conta da humanidade”, Roberto ri porque Abel não sabe que é traído por Norminha, “maravilha, eu nem preciso falar, as imagens revelam a graça dessa personagem, e o talento dessa atriz maravilhosa, Dira Paes!!!”, que comparece usando um vestido azul decotado enquanto o telão mostra mais cenas de Norminha ao som do tema de abertura de “Caminho das Índias”, beijos para a plateia e um abraço do Rei, e vem o diálogo, “boa noite!!!”, “boa noite!!!”, “boa noite, Roberto!!!”, “boa noite, Dira!!!”, “ai, gente!!!”, “te receber aqui, que maravilha, alis, eu e o Brasil inteiro ficamos apaixonados pelo seu trabalho, pela Norminha, parabéns, parabéns, alis, você é um grande sucesso em tudo que você tem feito”, “olha, Roberto, eu tenho que dizer, gente, que hoje é um dos dias mais felizes da minha vida, que ano maravilhoso, né”, aplausos, “que bom, pra mim é maravilhoso receber você aqui, olha, você tem feito personagens difíceis, tem personagem que você tem até que fazer outro tipo de voz, qualquer coisa assim, isso é difícil, né”, “é, eu gosto de usar minha voz pros personagens, eu gosto de criar coisas diferentes, assim com corpo, a Solineuza tinha aquele jeitinho dela, você gostava”, “quem não gostava???”, “a Solineuza, amiga eu tô fazendo um bolo, eu não sei se deixo meia hora ou trinta minutos”, o Rei ri litros, “hahahahaha” – a série “A Diarista”, em que Dira fazia Solineuza, a melhor amiga da protagonista Marinete, papel de Cláudia Rodrigues, tinha saído do ar em 2007, substituída por um programa do núcleo de Roberto Talma, o humorístico “Toma Lá Dá Cá”, e deveria voltar em 2010, inclusive iniciaram as gravações da nova fase, porém o estado de saúde de Cláudia não permitiu o retorno... A conversa continua quando Roberto para de rir, “você brinca com a voz, você sabe disso, e eu acho que até você canta, viu???”, “não, não, não, só canto embaixo do chuveiro, Roberto”, “olha, o chuveiro não deu para a gente trazer pra cá, mas até se você não se importar de cantar sem chuveiro, a gente pode até cantar, eu queria saber o seguinte, qual é a sua música preferida do meu repertório, por exemplo”, “olha que maldade você perguntar isso, eu realmente não saberia escolher, mas eu acho que se a Norminha fosse cantar uma música sua, eu sei qual ela cantaria, Cama e Mesa”, o Rei fica um tanto quanto surpreso, “com certeza, ninguém esperaria outra para cantar”, e tome dueto para a música de 1981, que o público sabe de cor, quem sabe por sua breguice única entre as composições do cantor com Erasmo Carlos, a atriz agrega apelo sexual a canção cantando e fazendo seu vestido girar dançando ao estilo paraense, quando o Rei fala em fazer desse amor o que bebe, Dira Paes surge com um copo de leite fazendo a Norminha, “beba, beba, beba, beba!!!”, pego de surpresa, o Rei se esquiva, “não, porque aí não é a Dira mais, é a Norminha”, “ai, Roberto, é que a Norminha, ela quer participar de tudo na minha vida, ela não quer largar mais, o que eu faço???”, “tô vendo, não sei o que você faz, mas eu sei o que eu vou cantar pra Norminha”, eis então que é a vez de Roberto surpreender cantando o tema da personagem da novela de Glória Perez, “você não vale nada, mas eu gosto de você, você não vale nada mas eu gosto de você, o que eu queria era saber porquê, o que eu queria era saber porquê”, ao que Dira responde com mais passos de dança paraense, o Rei aproveita para dançar um pouco de forró com a atriz (ao fundo, Dedé e seu ganzá...), aplausos, o cantor está satisfeito, “que maravilha”, Dira Paes também, “ai, Roberto, será que a gente tem mais novidade, obrigado você por esse momento incrível, único, a minha estreia, imagina, gente, de fora do chuveiro”, “que maravilha, Dira” – estreia no palco, porque nos três especiais anteriores a atriz compareceu na plateia, digo, falando em comédia, as comemorações dos 50 anos de carreira de Roberto Carlos na Globo incluíram a participação do cantor em um episódio de “A Grande Família” , “O Rei e Eu”, exibido em 2 de julho de 2009, que comemorava também a marca de 300 episódios da série, apresentada pela Globo entre 2001 e 2014, na história, Dona Nenê ganha ingressos para um show de Roberto, que ao ouvir sobre as confusões que seu genro Agostinho arrumou ao anunciar um show do filho Tuco no clube do bairro como se fosse do Rei, convidou toda a família e agregados para acompanharem sua apresentação, ciúmes do marido Lineu ao ver a flor oferecida a esposa à parte, e Tuco até conseguiu lhe entregar um CD de "hardcore trash metal punk"...










































Falando em peças íntimas, o momento cabeça do especial ocorre com  um grande anunciante de cuecas,  Daniel... 



































Roberto Carlos ajeita o microfone e segue o “stand-up”, “ainda bem que a vida tem outros momentos, existem coisas boas, alis, propostas incríveis e maravilhosas, quem com certeza sabe que vida, pô, tem momentos de tristeza, mas momentos de alegria, de repente, também fiz outro tipo de música, de outros tipos de músicas, vamos dizer assim” – segue ajeitando o microfone – “falando de alegria, e até mesmo de prazer, quem não gosta, né”, e canta “Proposta”, de 1973, vibra a plateia, o palco estrelado, entre luzes azuis e vermelhas, passarela do palco com piso azul, violinos em close, o Rei visto de longe, mais violinos, “Wanderley no piano solo” – o próprio!!! – embora o piano seja cenográfico, com um teclado eletrônico no lugar do original, as luzes azuis dão lugar às amarelas quando Roberto menciona o amanhecer na estrada depois do amor, aplausos para o “eu te proponho” de saideira, agora Roberto Carlos está sentado no palco, com seu violão, comentando, diante de um telão estrelado, “há não sei quantos anos eu tenho essa música permanentemente no meu show, as poucas vezes que essa música esteve no meu show, sempre muita gente disse, por que você não cantou???”, então é por isso que ele dedilha o violão, faz o público vibrar e canta “Detalhes”, do disco de 1971, alguma mulher responde “eu também!!!” na parte do “durante muito tempo em sua vida eu vou viver”, o azul dos holofotes combina com o do chão do palco, Roberto de muito perto e de muito longe, o público ouve atentamente a parte do “silêncio do teu quarto”, as únicas luzes não azuis são dos corredores do ginásio, “não vá dizer o meu nome sem querer, a pessoa errada”, os violinos ao fundo, o Rei canta os detalhes que vão sumir na longa estrada, o vilão do Chapolin é citado, “do tempo que transforma o amor em quase nada”, pausas dramáticas, “por isso... de vez em quando você vai... você vai lembrar de mim”, aplausos, “não adianta nem tentar... me esquecer... durante muito, muito tempo em sua vida... eu vou viver... não adianta nem tentar”, aplausos – alguém diz, “eu não quero!!!” – “me esquecer... não... não!!!” – a versão “voz e violão” de “Detalhes” já é clássica, e não surgiu no “Acústico MTV”, notem que a reverência da produção é tanta que eles sequer ousam colocar algum global no gargarejo durante a apresentação, agora, essa introdução sobre manter ou retirar a música do repertório é um “stand-up” feito desde o especial de 1981... Roberto Carlos anuncia, “agora eu quero chamar uma das artistas mais talentosas que eu conheço, cantando, compondo, ela é excepcional, ela é realmente fantástica, eu tenho a honra de receber, Ana Carolina!!!”, que comparece de blazer azul e camisa decotada branca, vem o abraço, a cantora dá um boa noite, o cantor saúda, “é uma honra receber você aqui, é verdade, sabe, faz muito tempo que eu presto atenção em suas músicas, em tudo o que você faz, enfim, faz tempo que eu quero saber em qual palco, em cada emoção, em cada música, a minha rua vai encostar na rua”, Ana ri litros, “aqui e agora”, sem alusões a emissoras de televisão concorrentes, uma estrada pixelada e uma enormidade de setas aparecem no telão, a cantora e o cantor dão-se as mãos, o Rei dá até uma sacudida, Ana canta a música que inspirou o “stand-up”, “Encostar na tua”, de 2003, notem o ganzá do Dedé no canto da tela, a cantora olha e aponta o cantor na parte do “quando você chama meu nome”, os raios do palco alternam-se entre o azul e um tom sulferino, Roberto entra no refrão, “eu só quero saber em qual rua, minha vida vai encostar na tua, eu só quero saber em qual rua, minha vida vai encostar na tua”, Ana acrescenta uma vocalizada em tom aguado, as setas do telão, que iam da esquerda para a direita, agora estão subindo (!!!) em meio a uma paisagem de prédio, tome refrão a dois de novo, vermelhou o chão do palco, ele seguindo o agudo dela, o Rei bate palmas, Ana comemora discretamente e recebe um abraço e um beijo, Roberto diz, “que maravilha” – “uh!!!”, exclama a cantora – “ter você aqui, Ana Carolina, é uma honra, mais que uma honra”, o tique de ajustar o microfone só vem, é um grande barato”, a cantora ri litros, “eu e o Brasil inteiro adoramos você”, Ana respira fundo, “mas, quer cantar mais uma???”, ela suspira, “tá calor, né???, por você, a hora que você quiser, hahahahahaha”, Roberto autoriza, “ah, vai”, Ana Carolina interpreta “Como Vai Você”, de 1972, feita por Antônio e Mário Marcos, público agitado, flores azuis no telão, o cantor e a cantora dividem os versos da música, agora as flores são vermelhas, Roberto aponta para Ana na hora do “não sei se gosto mais de mim ou de você” antes de partirem para o refrão, ela colocando uns agudos e Dedé o pandeiro tocando, um abraço na hora do solo de sax, quase o Rei esquece de mencionar o nome do músico, Clécio, as flores voltam a ficar azuis, ele não é muito de agudos, ela sim, de novo as flores vermelhas, Ana se encarrega do bate-bola com a plateia, “eu só preciso saber”, “como vai você”, aplausos, mais um abraço – apesar de Roberto ter gravado um DVD ao vivo todo ele dividindo o palco com um timaço de cantoras, o roteiro das parcerias femininas dos especiais quase não muda, sempre tentando conciliar espontaneidade com uma evocação do lado “galã tímido” do cantor, com poucas ocasiões onde o protagonismo vem do outro lado, Gal Costa em 1983, Cássia Eller em 1994, Alcione em 2007... Vem o intervalo e na volta, a orquestra toca os acordes iniciais de “Como é Grande o Meu Amor por Você”, de 1967, Roberto Carlos mexe no microfone e faz o “stand-up”, “no início desse show eu disse que eu preferia dizer cantando o que eu gostaria de dizer pra vocês, eu acho que essa canção diz tudo que eu gostaria de dizer pra vocês, eu amo vocês!!!”, rosas no telão, o Rei canta junto com a plateia a música incluída no disco “Roberto Carlos em Ritmo de Aventura”, a transmissão da Globo é em HD, fãs correm para o palco a fim de não perderem a distribuição de flores no final, olha as baquetas do Dedé, Roberto acena para a audiência, mais rosas no telão, a beira do palco está lotada de tietes, como no caso de Márcia Regina, uma loira de colar azul que segura um cartaz com Papai Noel, desejando Feliz Natal, e num adendo escrito a mão, “e um próspero 2010, te amo, Márcia Regina”, atrás dela, ergueram uma camisa da Seleção Brasileira com o “RC 10” nas costas, tem tanta gente no gargarejo que várias cadeiras de pista estão vazias, a Tekpix está cada vez mais popular, uma loira sorri, o Rei arrisca um coraçãozinho com a mão, “as cordas da Sinfônica de São Paulo no solo, a honra que eu tenho de receber esses músicos maravilhosos em nosso show”, foca nos violinistas que trabalham forte na parte instrumental da música, continuam o coro e a rosas no telão, todo mundo correu pra perto do palco, o último “por você” da plateia vem com vários corações feitos com a mão, para a satisfação de Roberto, que abre os braços, “por vocêêê!!!”, após os aplausos e a reverência em resposta, Roberto Carlos canta “É Preciso Saber Viver”, de 1969,  luzes amarelas no palco pontuando os versos da primeira estrofe, panorâmica da plateia cantando junto, a letra no original, “se o bem e o mal existem, você pode escolher”, um livro no meio do público e um boneco no bosque descansando no telão, “Paulinho no violão solo”, estrelas no telão, o palco segue avermelhado, o câmera capta a multidão, olha o boneco de novo, tome “travelling” da plateia, o maestro Eduardo Lages bate palmas, Roberto encosta a mão no ouvido para captar melhor a audiência cantando, “é preciso saber viver, é preciso saber viver” – em 2009 o Rio de Janeiro foi escolhido para ser a sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, e neste último Roberto esteve presente com “É Preciso Saber Viver”, mas interpretada por Seu Jorge, na abertura olímpica, antes da cerimônia, a única música vaiada pelo público foi “Emoções”... Roberto Carlos bate palmas acompanhando a orquestra, gesto que sempre faz quando canta “Jesus Cristo”, de 1970, nuvens no telão, a plateia canta junto a canção, inclusive a mulher de óculos,  no telão surgem duas mãos erguidas para o alto, é você, Ximbinha???, o palco visto do fundo da plateia, com muitas mãos como a do telão, corta para o Rei começando a oferecer flores, ele pode se dar ao luxo de um “playback” de vez em quando, sobem os créditos, com a “playlist” do programa, a plateia ergue as mãos para receber as rosas, tendo ao fundo o pedido de Roberto para o refrão, “vocês agora”, a distribuição de flores prossegue, Roberto fala em “off”, “estou completando 50 anos de carreira” - “equipe DCSET Dody Sirena” – “muitas coisas, muitas cenas passam pela minha cabeça” – “cenografia Marie Odile” – “no início de 1959, cantando na boate Plaza, em Copacabana, ali eu considero que começava minha carreira profissional”, ou um pouco antes, pois Roberto garantiu no especial de 1977 que um frequentador pagou o champanhe para comemorar o título do Brasil na Copa do Mundo de 1958, mas, enfim, “e muita coisa aconteceu daquele dia pra cá, eu não consigo imaginar a minha vida sem a minha música, também não consigo imaginar a minha música sem a minha vida, são muitas as minhas emoções que eu tenho vivido nesses cinquenta anos”, a oferta de flores não para, voltando ao show, o Rei agradece, “obrigado”, abre os braços, “obrigado, obrigado, por esse carinho, por esse amor, por todas essas coisas maravilhosas que eu tenho recebido de vocês”, coloca a mão no peito, “durante todos esses anos, obrigado, obrigado, obrigado, obrigado, Feliz Natal e um Ano Novo maravilhoso pra todos, Deus abençoe a todos, a todos nós, obrigado, obrigado, obrigado, obrigado”, a plateia vibra, bolinha na tela, “Realização Central Globo de Produção © 2009 TV Globo” – do que um cinquentenário é capaz, a parte da oferta de flores foi devidamente valorizada, como poucas vezes foi visto nos especiais com direção de núcleo de Roberto Talma, e ainda encaixaram cenas pós-créditos, excelente... 

















 

Apesar de ter sido o ano do "Elas Cantam Roberto", Ana Carolina representou um dueto duramente desafiador... 

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