|
E seja na pista ou no palco, Bebel, digo, Camila Pitanga, esbanjou muita "catiguria"... Lady Kate, corre aqui!!!... |
Apresentado pela TV Globo em 25 de dezembro de 2007, o “Roberto Carlos Especial”, reapresentado pelo canal Viva em 2019, recuperou a suntuosidade deixada um pouco de lado no anterior, por meio do palco com colunata luminosa, passarela quilométrica e telão panorâmico montado na Arena Multiuso construída para os Jogos Panamericanos realizados no Rio de Janeiro entre os dias 13 e 29 de julho daquele mesmo ano, embora a “playlist” do programa tenha repetido os “medleys” retrospectivos da atração em 2006, inclusive os “stand-ups” antes das músicas foram os mesmos, tudo para manter o público mais jovem familiarizado com o Rei, os “feats” foram altamente representativos, trazendo para a parceria Alcione e Gilberto Gil, que há muito tempo aguardavam o comparecimento no especial, e a atriz Camila Pitanga, no embalo feito pelo sucesso da personagem Bebel na novela “Paraíso Tropical”, de Gilberto Braga, isso sem contar o Roupa Nova e o “hit” dos videokês, “Whisky a Go-Go”... Falando em Camila, é ela quem dirige um conversível branco ouvindo rádio enquanto em meio a imagens de praias do Rio de Janeiro, o locutor anuncia, “essa é pra você que está na estrada e de repente bateu aquela solidão, aquela saudade de casa”, tocando “As Curvas da Estrada de Santos”, de 1969, que a atriz acompanha ao volante, assim como Roberto Carlos em pessoa, dirigindo o Cadillac 1960 do especial de 2003, de repente, o carro começa a pifar, “carrinho, não brinca comigo, carrinho, não tô gostando disso, tá ruim”, ela estaciona o veículo no acostamento, o Rei continua acompanhando a si mesmo tocando no rádio, Camila sai do carro e fala ao celular, “como é que é, você não pode vir aqui, então, senhor, cê não tá me entendendo, eu tô numa área deserta, eu não tenho como sair daqui”, do outro lado da linha, o mecânico, no caso, Tony Ramos, o Antenor de “Paraíso Tropical”, limpa as mãos com estopa na sua oficina e promete, “vou ver o que eu posso fazer pra senhora, me diz o nome da senhora e onde cê tá, pera aí, deixa eu pegar um papel”, ela responde, “tá, Camila Pitanga”, o mecânico não acredita, “tá bom, e eu sou Reynaldo Gianecchini”, a atriz se exalta, “que é isso, não, moço, moço, é sério”, Tony desliga o telefone e reclama, “cada uma, a gente trabalhando sério e o pessoal vem fazer trote com a gente, ô, Zeca!!!” – só faltou dizer, “que caceteação”, como fazia Antenor – Camila fica desesperada, “gente, eu não tô acreditando, nesse momento, Roberto para com seu Cadillac, “Camila!!!, tá precisando de ajuda???”, ela olha para ele e exclama, “Roberto Carlos???, o Rei devolve a explicação, “Camila Pitanga!!!”, que dá a réplica, “não tô acreditando!!!”, Roberto a tréplica, “nem eu!!!”, a atriz insiste, “ninguém vai acreditar!!!”, os dois riem, o Rei pergunta, “o que aconteceu???”, ela responde, “quebrou!!!”, ele propõe, “quer uma carona, depois a gente arranja um mecânico”, Camila aceita, “quero”, Roberto chama, “então vem”, a atriz vai, “tá bom, tem seguro”, sem ao menos levantar a capota do conversível, já no Cadillac, Pitanga comenta, “Rei Roberto Carlos, difícil acreditar que um Rei assiste novela, cê assiste novela mesmo???”, o Rei responde, “sim, eu assisto novela, sou noveleiro” – ela ainda não acredita, “jura???” – “vi você lá, na maior catiguria”, o cantor ri, a atriz nem tanto, “mas você vê todo dia”, Roberto garante, “você é uma maravilha, maravilha”, Camila agradece, “ah, obrigado”, e questiona, “agora você já teve músicas que foram temas de novelas”, o cantor diz, “sim, poucas, mais tive” – no caso de “Paraíso Tropical”, ele assina uma das composições, “Olha”, mas a gravação é de Chico Buarque e Erasmo Carlos, outro autor da música, na exibição da novela pelo Viva em 2021, Pancada preferia duas canções da trilha internacional, “Breezin’” e “Mon Manege a Moi” – a atriz faz mais uma pergunta, “e você é daqueles que escolhem a dedo, o casal, sei lá, tem algum critério, alguém que te apresente, cê tem que estar acompanhando a novela, acompanhando o casal romântico, pra poder liberar a música”, Roberto explica, “eu gostaria, mas a coisa não é bem assim, a gente nunca sabe o que vai acontecer a partir do primeiro capítulo, mas de um modo geral, a gente fica sabendo como é que é o personagem, o que ele vai fazer, o que vai acontecer, como ele será, principalmente o caráter do personagem” – ao fundo, o instrumental de “Fé”, gravada em 1978 – próxima pergunta, “certo, mais uma coisa, você tem paixão, tô vendo esse carro maravilhoso, você tem paixão por carros, de onde vem essa paixão”, o Rei afirma, “ah, desde menino”, a atriz quer saber, “que tipo de carro você gosta???”, Roberto explica, “eu gosto mesmo é dos velozes” – Camila entra na brincadeira, “ah, é, os raivosos???” – “dos bravos mesmo, e gosto mesmo dos carros dos anos 1960” – “são carros superelegantes”, comenta Pitanga – “como esse aqui, foi a época mais romântica dos carros, vamos dizer assim, eu fiz realmente, professor, algumas canções falando sobre carros, eu fiz um show, um “pout-pourri” em que todas as músicas falavam sobre carros, Caminhoneiro” – a atriz começa a cantar o refrão da música, “eu sei, ei, ei, ah, eu adoro essa música” – é, o especial de 1984 rendeu – “aproveitando essa dica que você me deu, não quer cantar pra mim no nosso especial???”, ela desconfia, “eu, cantar com você no seu especial???, cê é louco???”, o Rei insiste, “ué, por que não???, a gente faz um ensaio hoje à tarde, agora de tarde, a gente faz um ensaio, e se estiver legal...”, a atriz interrompe, “e você tem a chance de dizer, é, Camila, vamos deixar isso pra outro dia, pra outra oportunidade”, o cantor observa, “é, mas eu acho, que vai rolar no programa mesmo” - na tela, “apresentação Roberto Carlos” – Pitanga aceita o desafio, “tá legal, a gente faz esse ensaio agora” – a carona lembra o especial de 1984, no caso, para Simony, a resenha evoca o programa de 1998, onde Ayrton Senna foi conduzido em um Escort XR3 por Roberto, que usava um boné da Horizonte Veículos, e o esquete é o jeito que Roberto Talma arrumou de colocar aqueles bate-papos que em especiais anteriores sob seu comando eram inseridos entre as músicas... Corta para um panorama noturno da Arena Multiuso em Jacarepaguá, conhecida então como Arena do Autódromo, o qual daria lugar ao Parque Olímpico da Barra para os Jogos de 2016, “convidados Gilberto Gil Alcione Camila Pitanga”, agora um pouco mais de perto, “convidados Roupa Nova Coral Canarinhos de Petrópolis”, o locutor anuncia, “senhoras e senhores, com vocês, Roberto Carlos”, seguem as imagens aéreas do ginásio, “roteiro Rafael Dragaud”, e nem tinham inventado o drone, “direção geral Mário Meirelles Roberto Talma”, entra o logo “RC”, com seu brilho prateado, foca no palco, “núcleo Roberto Talma”, Roberto Carlos comparece de terno e camisa brancos, cinturão e calça jeans, agradece ao público, pede aplausos para a orquestra, cumprimenta o maestro Eduardo Lages, pega o microfone, silhuetas de músicos no telão, o Rei canta “Emoções”, de 1981, a plateia vibra mesmo sem ser focalizada, a filmagem é tipo “gravação de DVD”, priorizando o artista e o palco, toca o flautista e o público acompanha, o maestro passa por trás do cantor, close no teclado, foca nos saxofones e na bateria, depois do “ahan”, palmas para a orquestra na parte instrumental, foca na bateria e no piano, um pouco de trombone, aplausos para o Rei erguendo os braços, Roberto estica um pouco o “vivi” da última frase, porém o “gemidinho” do final vem pleno, os globais no gargarejo aplaudem – essa parte o Talma não corta de jeito nenhum, digo... A famosa frase vem depois de Roberto Carlos enxugar a testa, “que prazer...rever vocês, mais uma vez, aqui no Rio de Janeiro” – confere a “cola” com o texto do “stand-up”, aqui na Arena Multiuso, maravilha, pela televisão não sabia que era tudo isso” – depois de ter sido chamada de HSBC Arena e Jeunesse Arena, hoje o ginásio, com capacidade para 18 mil pessoas, é denominado Farmasi Arena – “obrigado por esse carinho, por esse amor, por todas essas coisas que eu tenho recebido de vocês, obrigado por tudo, né, por todas essas coisas que eu tenho recebido de vocês desde que eu nasci, obrigado por terem vindo, obrigado, as celebridades presentes, gostaria de dizer o nome de todos vocês, de todas vocês, mas o nome tá aqui” – coloca a mão no peito – “gostaria de dizer muitas outras coisas no início deste show, mas acho que eu vou dizer melhor cantando”, no caso, “Como Vai Você”, realmente dos Irmãos Marcos, de 1972, deu telão azul, o público canta junto, porém a direção de imagens só tem olhos para Roberto, na parte instrumental, um solo de sax, surge uma paisagem de prédios no telão, o último “como vai você” mostra que a plateia está com mais voz que o cantor, “TMJ, um perguntando pro outro, como vai você”, na plateia, duas das celebridades mencionadas por Roberto, a modelo Fernanda Tavares e o ator Murilo Rosa, batem palmas – outra coisa que Roberto Talma tentou podar dos especiais e não conseguiu, porque é um dos pontos altos do show, as tabelinhas entre o Rei e a plateia no fim das músicas... Passemos para o próximo “stand-up”, “esse ano eu tenho um convidado que não é somente o maior músico do Brasil, ou um dos maiores músicos do Brasil, mas também um dos maiores músicos do mundo, por tudo ou por onde ele é conhecido e aplaudido, quando eu penso em 30 anos de especiais da Globo, 30 anos, caramba, nem pensei que eu tivesse isso tudo”, a plateia ri e aplaude, “fico pensando porque até hoje a gente não se encontrou nesse programa, não importa, o baiano mais internacional do mundo, Gilberto Gil!!!”, que comparece de camisa branca, “dreads” e guitarra na mão, um sorriso de Gil, um abraço, um “que maravilha” do Rei, “que bom que você veio”, o Ministro da Cultura do Luis Inácio responde, “com o maior prazer do mundo, participar dessa festa sua, que já ficou uma tradição do momento natalino, do momento de fim do ano do Brasil, é você com nosso público querido” – “a festa é nossa”, observa Roberto – “que lhe ama tanto, né, eu fico numa emoção que você não pode imaginar”, o Rei responde, “eu fico num nervosismo, numa emoção, que você não pode saber, nem queira saber”, o pai de Preta Gil afirma, “eu sei, amizade antiga”, o pai de Dudu Braga concorda, “eu sei, eu sei, maravilha, manda ver”, Gilberto Gil canta “Andar Com Fé”, de 1982, acompanhado de sua banda, telão camaleônico mudando de cor a cada segundo, olha o Reynaldo Gianecchini e sua blusa listrada, o coral de Roberto acompanha, os guitarristas de Gil seguem seu “iêiêiôiô”, “quero ouvir a palma agora!!!”, Solineuza, digo, Dira Paes, aparece no “andar com fé eu vou, com fé não costuma falhar” seguinte, claro que batendo palmas, assim como os aplausos de uma sorridente Ellen Jabour, retorna Roberto ao placo e Gil é enfático, “vamos voltar ao tempo da Jovem Guarda!!!, ao comecinho dela”, o Rei brinca, “do tempo que a gente era menino também”, o pai de Preta Gil lembra, “eu ainda na Bahia”, e trabalham forte no dueto em “Eu Sou Terrível”, de 1967, em Gil acompanha a si mesmo com acordes desconcertantes de guitarra, que transformam a música do disco “Roberto Carlos em Ritmo de Aventura”, na nova versão de “Punk da Periferia”, que o ministro do Luis Inácio gravou em 1983, Roberto não acredita no que está ouvindo, “da Bahia, da Bahia!!!”, o Rei tenta acompanhar cantando e batendo palmas, porém se rende ao “riff” da guitarra de Gil na parte instrumental, deixando para seu músico Paulinho Coelho a tarefa de tentar acompanha-lo, “Roberto, diga lá!!!”, um aplaude o outro no final, “é terrível mesmo”, garante o Rei – na comparação com outro expoente da Tropicália, Caetano Veloso, que deu as caras do especial logo em 1975, Gilberto Gil esperou muito tempo, nem parece que ele participou da passeata contra a guitarra elétrica, dizem que o músico baiano recebeu um pedido do próprio Roberto para que lhe escrevesse uma música, Gil compôs então “Se Eu Quiser Falar com Deus”, que o Rei teria recusado pelas críticas a Igreja Católica presentes nos versos da canção, restando ao pai de Preta Gil gravar a música em 1981...
|
Gilberto Gil não era único ministro do Luiz Inácio que compareceu ao recinto usado no Pan, Sirugômis também... |
Na volta do intervalo, o teclado trabalha forte na introdução de “Não Quero Ver Você Triste”, porque Roberto Carlos tem algo a dizer, “na época da Jovem Guarda, as canções, de um modo geral, eram bem ingênuas”, entram imagens do filme “O Diamante Cor-de-Rosa”, com Roberto, Erasmo e Wanderléa, estes dois últimos ausentes do show, “só as canções na realidade, porque a gente não tinha nada de ingênuo, e que a gente fazia canções desse tipo, como a que eu vou cantar agora”, e faz a parte falada de “Não Quero Ver Você Triste”, de 1965, burburinho do público à parte, emendando com “Eu Estou Apaixonado por Você”, de 1966, agora a plateia acompanha, Vera Holtz, a Marion de “Paraíso Tropical”, curtiu, o Rei segue com “Aquele Beijo que Te Dei”, de 1965, em 2011 a Globo lançou a novela “Aquele Beijo”, de Miguel Falabella, novamente a audiência canta junto, não a mulher que afaga o rosto do “sócio”, mas, enfim, falando em sociedade, Patrícia Pillar também curte o show ao lado de seu parceiro na época, Ciro Gomes, o próprio, ou seja, compareceram a Arena Multiuso do Pan nada menos que dois ministros do Luis Inácio, e vaiaram o homem no Maracanã, então é por isso que Roberto, que em termos de política torce para o Bacalhau, parte para “Splish Splash”, do disco de 1963, bateria e trompetes em close, cores vivas no telão, “Paulinho na guitarra solo”, Murilo Rosa só observa Fernanda Tavares bater palmas, foca em Alexandre Borges e Julia Lemmertz, os trombones fecham a canção, O Rei explica, “durante muito tempo eu não cantei essa canção, não sei exatamente porque não, mas eu acho que, cantando ela de novo, acho que a terapia tá dando certo”, a plateia ri e “Negro Gato”, feita por Getúlio Cortes e lançada em 1966, só vem, com a plateia acompanhando na penumbra, e Vera Holtz aplaudindo no fim – essa mesma sequência de músicas da Jovem Guarda entrou no especial do ano passado, pensaram que com tantos convidados de renome, não iriam reparar, o fato é que novamente a plateia acompanhou todas as canções, indicando qual é a média de idade do público que compareceu ao show, digo...Roberto Carlos afirma, “todo mundo sabe que eu gosto de novela e que de um modo geral eu não vejo todos os capítulos que gostaria de ver, porque às vezes tô trabalhando, não dá, bicho, esse ano uma atriz se destacou brilhantemente, o Brasil inteiro, uma unanimidade, foi aplaudida por esse trabalho maravilhoso que ela fez, com certeza uma atriz de super ‘catiguria’, Camila Pitanga!!!”, que comparece grávida, com um vestido branco longo, de uma alça só, como se estivesse pronta para um casamento primaveril em pleno outono (!!!), como disse Bebel na frase que virou meme durante a exibição de “Paraíso Tropical” no Viva em 2021, ela abraça o Rei, ganha um beijo no rosto, põe a língua para fora e balança os braços metendo o louco, Roberto diz, “que maravilha”, Camila toma fôlego, a produção traz o microfone, a atriz fala, “vocês não tem noção da emoção, não tem!!!”, o cantor repete, “que maravilha, que amiguinha, que coisa linda”, Pitanga imita ele, “são muitas emoções”, o próprio Roberto exclama, “são tantas emoções, bicho!!!”, a atriz prossegue, tantas, muitas, tantas, eternas emoções, isso fica pra vida da gente pra vida inteira, né, um encontro desse, né”, o Rei declara, “que maravilha, mas olha, eu acho que eu devia, quando você chegou aqui, eu devia cantar outra canção pra você, eu devia dizer, como vão vocês” – Camilla ri litros da piada, melhor do que o Casseta e Planeta a chamando de "Mamila Peitanga" na paródia "Paraíso do Bilau" – “é verdade”, a ficha da atriz cai, “é piadista, uma beleza”, perguntar não ofende, “pra quando é, hein???”, Pitanga fala da gravidez, “pra final de maio com corpinho de junho, deve ser geminiano”, parto primaveril em pleno outono, digo, mais uma questão do Rei, “você falou que essa canção quando você pensa nela, gosta de cantar pra ela”, então é por isso que Roberto e Camila, ela afinadíssima e afagando a barriga, cantam “Olha”, de 1975, que fazia parte da trilha de “Paraíso Tropical”, mas cantada por Chico Buarque, e “Como é Grande o Meu Amor por Você”, de 1967, girassóis na tela na parte do Rei, o refrão é com a atriz, mais um abraço no final, aplausos da madrasta, a ex-governadora do Rio, Benedita da Silva - o filho de Camila Pitanga, na verdade uma filha, Antônia, nome dado em homenagem ao pai, o ator Antônio Pitanga, nasceu no Rio de Janeiro em 19 de maio de 2018, confirmando a previsão feita no palco, falando nisso, a atriz estava no auge da popularidade por ter interpretado a garota de programa Bebel na novela “Paraíso Tropical”, personagem que inspirou a criação da Lady Kate de Katiúscia Canoro, no “Zorra Total”, seu comparecimento incluiu até uma dança de rosto colado, lembrando um pouco a participação de Angélica no especial de 1997, e por coincidência, Camila foi assistente de palco da apresentadora no “Clube da Criança” da Manchete, isso anos antes dela interpretar a personagem preferida do Pancada na temporada 1996 de “Palhação”, Alex, a garota do sushi bar... Ops!!!... Sozinho no palco, Roberto Carlos anuncia, “continuando com aquele mesmo assunto’, e canta, “Outra Vez”, escrita por Isolda Bourdot e gravada no disco de 1977, a plateia canta junto, Alexandre Borges e Júlia Lemmertz só observam, telão azul, azul telão, close em Fernanda Vasconcellos, protagonista da novela que antecedeu a “Paraíso Tropical”, “Páginas da Vida”, de 2006, foca no piano de Antônio Wanderley, o Rei só ouve o “outra vez” do público, algo que a Betty Faria na plateia, digo, ou quem sabe o Osmar Prado, que apenas sorri quando vem o coro, “só assim, sinto você bem perto de mim, outra vez”, ao que Roberto responde, “vamos juntos então”, regendo a audiência, “sinto você bem perto, agora respira, dá uma, respira fundo, de mim, outra vez!!!”, os casais Alexandre Borges e Júlia Lemmertz, e Fernanda Tavares e Murilo Rosa, curtiram e aplaudiram – quando “Outra Vez” foi lançada, Camila Pitanga mal havia nascido, em 14 de junho de 1977, o que ilustra o aumento do “gap” geracional entre Roberto e seu público, “Como é Grande o Meu Amor Por Você” ela conheceu a regravação dos anos 1990, então é por isso que os “medleys” retrospectivos voltaram com força total no especial... Roberto Carlos declara, depois do intervalo, “eu vou, eu vou contar uma coisa pra vocês, eu tô muito contente com esse especial, com tudo que está acontecendo nele, e a cantora que eu vou trazer agora, realmente me dá uma alegria, um prazer muito grande, que eu sou fã incondicional dela, e com certeza não só eu, esse país inteiro, gosta, ama, adora, essa sambista de primeiríssima, que até hoje a gente não havia estado juntos, e com certeza, diretamente do Maranhão, Alcione!!!”, que comparece de branco, fortemente trabalhada no decote, abraço, dois beijinhos no rosto, o “que maravilha” de praxe do Rei, a “Marrom” declara, “tô nervosa”, Roberto responde, “nervoso tô eu”, enfrentar essa barra aí não é mole não, que dirá quando a cantora propõe parceria em “Estranha Loucura”, música de 1987 feita por Michael Sullivan e Paulo Massadas, e “Falando Sério”, de Maurício Duboc e Carlos Colla, que o cantor gravou em 1977, "Sufoco", que a "Marrom" lançou no disco "Alerta Geral", de 1981, "Além do Horizonte", do "disco do cachimbo" do Rei, de 1975, "Meu Ébano", que Alcione gravou em "Uma Nova Paixão", de 2005, e "Nega", samba que está no disco de 1986 de Roberto, composição dele e de Erasmo Carlos, incluindo os aplausos de Cássio Reis e Daniele Winits, Roberto solta mais um “que maravilha” e desabafa, que nervoso que eu tava, agora eu tô relax, agora eu já tô relax”, Alcione revela, “eu também tô tão relax que eu resolvi tomar uma decisão na minha vida hoje, vou aproveitar que já tô de noiva, Roberto, você não quer casar comigo não”, o Rei ri litros e abraça a cantora, que ganha um beijo na testa e insiste, “eu sei lavar, passar, cozinhar, faço ponto de cruz, chuleio, ponto avante, rococó e uma boa torta de caranguejo, é pegar ou largar”, Roberto continua rindo, “vamos nessa”, a “Marrom” acreditou, “me dei bem”, o Rei diz, “vamos começar cantando um bolero”, ri, agora um pouco mais nervoso, solta mais um “que maravilha”, além de “que honra ter você aqui”, e canta em dueto “Solamente Una Vez”, que o mexicano Agustín Lara compôs para José Mojica, mas como o cantor peruano, não confundir com o cineasta brasileiro, tornou-se frade e foi fazer uma transmissão de teste da TV Tupi de São Paulo, em 1950, a música foi lançada pela mexicana Ana Maria González em 1941, e o próprio Roberto a incluiu no álbum de estúdio de 1977, foca no piano, a dupla trabalha forte no espanhol, e Paulinho Coelho no violão solo, ambos os dois se abraçam, Alexandre Borges e Júlia Lemmertz curtiram, agora os dois, “y cuando ese milagro realiza, el prodígio de amarse, hay campanas de fiesta que, cantan en el corazón”, olha a Solineuza, digo, a Dira Paes aplaudindo, sua hora no palco vai chegar, digo, o Rei e a “Marrom” dão mais um abraço – uma geração a frente de Roberto na linha temporal da música brasileira, Alcione poderia ter sido uma das cantoras que cantaram em parceria com o Rei em mais de 30 anos de especiais, entretanto, parecia haver uma exceção para as intérpretes de samba, mesmo quando Alcione apresentava o programa “Alerta Geral” na Globo, em 1979, ou Roberto lançou “Nega” em 1986, e a cantora fazia “cosplay” de Diana Ross na União Soviética, e até quando tocou trombone e ensinou a receita da torta de caranguejo no “Video Xô” em 1990, precisou ela fazer sucesso com “Meu Ébano”, tema de Feitosa, o personagem de Ailton Graça na novela “América” para o noveleiro lembrar dela, digo... Mais um intervalo com o instrumental de “Fé”, do álbum de 1978, e Roberto Carlos retoma a retrospectiva romântica de seu repertório com “Proposta”, de 1973, com as fãs acompanhando, as câmeras concentradas no palco, onde deu telão azul, no cantor e nos closes da orquestra (o toque do Talma...), “depois do amor ao amanhecer” vem “Seu Corpo”, de 1975, mas as mãos deslizam mesmo no suporte no microfone (!!!), finalmente um close, para Guta Stresser, a Bebel de “A Grande Família”, o Rei participaria de um episódio da série no ano seguinte, o Rei termina a música com um irônico “sem comentários”, indo em seguida para “Os Seus Botões”, de 1976, olha a Helena Fernandes, a Ipanema de “A Diarista”, no gargarejo, parando no meio para cantar a parte dos “lençoismaciosamantessedãotravesseirossoltosroupaspelochão” de “Café da Manhã”, de 1978, voltando para mencionar que chovia lá fora e a capa pendurada assistia a tudo e não dizia nada, também para reparar na blusa jogada num canto qualquer, Roberto diz, um pouco enrolado com o fio do microfone, “mas aí veio a noite, e a noite de um modo geral, a gente faz os planos do dia seguinte, né”, a plateia ri amarelo, o Rei deixa por “Café da Manhã”, Dedé batucando, com menos ênfase na hora de pedir o jantar do que no especial anterior, o Padre Antônio Maria aplaude, ao lado de Maria Padilha, a atriz, não a entidade, alis, o sacerdote católico tem um pouco a ver com a próxima música, que homenageia Maria Rita, a qual o padre acompanhou junto com Roberto durante o tratamento de câncer que levou a saída de cena dela em 1999, mas ao invés de “Eu Te Amo Tanto”, o Rei canta outra música de homenagem, “Amor Sem Limite”, de 2000, vermelhou o telão, foca na batuta do maestro e no pandeiro do percussionista, também no baterista e no tecladista, canção mais recente, a plateia só ouve, “Paulinho na guitarra solo”, “vivo por ela, ninguém duvida, porque ela é tudo, na minha vida”, aplausos – antes os “pout-pourris” retrospectivos tinham uma função didática, bem de formar o público do Rei, agora, passada a febre de regravações das músicas dos anos 1960 por bandas de BRock, eles servem para os mais jovens ligarem o nome à pessoa, digo...
|
Alcione pediu Roberto Carlos em casamento, em uma época onde especulavam se o Rei tinha voltado a namorar... |
Vem a vinheta de intervalo, que volta com “Fé”, o telão volta a vermelhar com “Eu Te Amo, Te Amo, Te Amo”, de 1968, saxofones trabalhando forte, Letícia Sabatella, é você???, força na bateria e no coral, o público canta junto até no refrão, o maestro visto “discostas”, há quanto tempo, Eri Johnson, tecladista se acabando na parte instrumental, força no sax, close no teclado, o Rei quer ouvir o refrão, mais sax no final, Roberto Carlos anuncia, “vou chamar agora uma banda fantástica, uma banda de sucesso desde que começou, Roupa Nova!!!”, os integrantes se declaram fãs do Rei, a recíproca é verdadeira, Fehgali, “o Roupa Nova faz parte da vida de todo brasileiro, que gosta de qualidade, de boa música”, a resposta é ligeira, Paulinho, “e você???, vamos brincar um pouco”, Roberto topa, “vamos lá!!!”, e que venha “Whisky a Go-Go”, lançada em 1984, composição de Michael Sullivan e Paulo Massadas, os próprios, que teve um verso aproveitado no nome de uma novela da Globo em 1985, “Um Sonho a Mais”, décadas mais tarde, a torcida do Menguinho veio com o “Lembrar você, sou campeão mundial”, clássico dos videokês, a plateia cai na dança, Paulinho abraça o Rei, go-go girls no telão, guitarras trabalhando forte, “eu perguntava: Do you wanna dance???, e te abraçava, do you wanna dance???, lembrar você, um sonho a mais não faz mal”, olha o casal Fernanda Tavares e Murilo Rosa abraçados na plateia, Fehgali toca e Roberto bate palmas, a banda permanece no palco para acompanhar o Rei, juntamente com o Coral Canarinhos de Petrópolis, em “A Paz”, versão de “Heal The World”, de Michael Jackson, que anos depois foi incluída em “Duetos 2”, lançado em julho de 2015, a palavra PAZ enche o telão, cercando o planeta Terra, a árvore de Natal da Lagoa Rodrigo de Freitas aparece na tela, um dos enfeites estilizados é o logotipo do banco Bradesco, “só o amor, muda o que já se fez, e a força da paz junta todos outra vez. venha, já é hora de acender a chama da vida, e fazer a terra inteira feliz, os fogos estouram na região da Lagoa, olha o logo do Bradesco de novo – o Roupa Nova esperou duas décadas para comparecer ao especial, e o fez em grande estilo, sem usar “playback”, talvez o romantismo de algumas músicas do grupo soasse um pouco “brega” demais para quem pautava o programa, a despeito do trabalho forte no rock, mas antes tarde do que mais tarde... Roberto Carlos canta com a plateia “É Preciso Saber Viver”, sem mudar a letra na parte em que fala sobre “se o bem e o mal existem, você deve escolher”, as atrizes Guilhermina Guinle e Vera Holtz, que atuaram em Paraíso Tropical como Alice e Marion, só observam da plateia, mar azul no telão, “Paulinho no violão solo”, close na bateria, Patrícia Pillar cantando junto, foca no coral, o Rei pede, “quero ouvir”, o público segue cantando, depois dos aplausos, Roberto puxa palmas e interpreta “Luz Divina”, de 1991, aquela música que o Pancada pensa ser uma homenagem ao “Mister” Jorge Jesus, ex-treinador do Menguinho, Dedé no pandeiro, vitrais de igreja no telão, Bruna Marquezine, a própria, no gargarejo, “e essa luz, é claro que é Jesus”, solo de guitarra na parte instrumental, o maestro passa por trâs do cantor, “essa luz, essa luz divina, só pode ser Jesus”, hora de erguer os braços, “obrigado, obrigado, obrigado, obrigado!!!, por esse amor, por todas essas coisas lindas, que eu recebo de vocês”, uma chuvinha de papel prateado começa a cair sobre o público do show, quase a cerimônia da entrega da taça da Copa do Mundo depois da decisão, mais um esforço para reforçar a suntuosidade do espetáculo, “obrigado, obrigado, obrigado, obrigado!!!, esse show, eu ofereço ao meu Deus de bondade, esse show eu dedico com todo meu amor” – o Rei coloca a mão no peito – “a Maria Rita, obrigado, obrigado, obrigado, obrigado!!!”, choro na plateia, Roberto comparece numa mensagem gravada, “esse é mais um Natal que eu tenho a alegria e a honra de passar com vocês, mais uma vez a gente se encontra e eu agradeço a vocês por todo esse amor, alis, pelo nosso amor, na verdade, a gente se ama há um bocado de tempo, e isso é maravilhoso, porque o amor é o que há de mais lindo que existe, Feliz Natal, e um Ano Novo maravilhoso, pra todos nós, que Deus nos abençoe a todos”, o Rei sorri, de volta ao palco, os saxofones trabalham forte e Roberto oferece flores, esperadas pelo público de braços erguidos, sobem os créditos, separando as canções de cada parceria, Alcione, Camila Pitanga, Gilberto Gil, Roupa Nova, e a do clipe, ainda com algumas flores na mão, o Rei deixa o palco, um aceno e um beijo para o público, bolinha na tela, “Realização Central Globo de Produção © 2007 TV Globo” – Talma deixou a parte das flores, mas fez ela disputar a cena no final com uma chuvinha de papel prateado... Ops!!!...
|
Paulinho lembrou que o Rei é Vice e não mudou "Whisky a Go-Go", evitando lembrar que é campeão mundial... |
Nenhum comentário:
Postar um comentário