quarta-feira, 31 de julho de 2024

Das Águas do Sena Até As Colinas de Elancourt...

É fácil diferenciar o barco que levou atletas brasileiros pelo Sena do Aquático SP, ele estava bem mais cheio, digo...

 




















Os Jogos Olímpicos de Paris tiveram início na última sexta-feira, 26 de julho, as delegações desfilaram em barcos, o internauta Chico Melancia diria que são as chalanas que sem querer aumentam sua dor (!!!), a começar pela Grécia, país onde surgiu a versão clássica dos Jogos, terminando com a anfitriã, a França, no meio compareceu o Brasil, numa embarcação chamada Bel Ami, “Caro Amigo”, em francês, faz sentido, “amigo” é a palavra mais conhecida do português mundo afora, nome de um romance publicado por Guy de Maupassant em 1885, várias vezes adaptado para o cinema, a versão mais recente ê “Bel-Ami, O Sedutor”, de 2012, e alguns anos antes, o livro inspirou uma novela da TV Tupi lançada em 1972, escrita por Ody Fraga e Teixeira Filho, dirigida por Henrique Martins e estrelada por Adriano Reys, o Doutor Ferraz de “Palhação”, que interpreta Eduardo, um jovem interiorano em plena ascensão social na cidade grande, onde recebe o apelido de “Bel-Ami” de uma socialite leitora do romance de Maupassant, tudo isso é citado para não lembrarmos que os barcos que cruzam o Sena inspiraram o “Bateau Mouche”, que naufragou na região da  praia de Copacabana no réveillon de 1988, e de modo que os atletas não associem a embarcação ao Aquático SP, lançado pelo prefeito paulistano Ricardo Nunes na região da represa Billings, na abertura dos Jogos de Paris teve um temporal, cantaram as cantoras Lady Gaga e Celine Dion, uma nova-iorquina e uma canadense do Québec, justo os franceses, tão nacionalistas, no Rio em 2016 teve de Anitta a Zeca Pagodinho, passando por Jorge Ben Jor e Karol Conká (!!!), as “drag queens” recriaram a Santa Ceia que não era a Santa Ceia, “sino”  o quadro “Festa dos Deuses”, pintado pelo holandês Jan Van Bijlert, em 1635, que atualmente encontra-se no Museu Magnin, na cidade francesa de Dijon, mas o que se pode esperar dessa gentalha que abomina a própria Revolução Francesa e sequer sabe da fama dos shows de transformistas em Paris, um deles serviu para o animador de auditório Chacrinha batizar uma de suas mais famosas chacretes, Rita Cadillac... Citaram Joana D'Arc, Maria Antonieta, Victor Hugo, Julio Verne, os irmãos Lumiére, Georges Melies... As maiores referências a cultura pop francesa contemporânea foram  "O Pequeno Príncipe" e os Minions (Assassin's Creed é em parte, pois o jogo é desenvolvido principalmente no Canadá), mas faltou muita coisa,  Asterix, Spiff e Hércules,  Miraculous, O Pequeno Nicolau, até a Amelie Poulain ou a Juliette - da série Lupin - seriam bem-vindas... Alguém falou em Isabelle Huppert???... O Brasil ganhou suas primeiras medalhas no segundo dia oficial de competições em Paris, no domingo, em um intervalo de apenas 21 minutos, com o judoca Willian Lima, da região de Mogi das Cruzes, prata na categoria até 66 quilos, derrotado na decisão por ippon pelo japonês Hifume Abe... Na sequência, a maranhense Rayssa Leal ganhou bronze no skate street feminino, a mais jovem atleta a ganhar medalha em duas edições seguidas dos Jogos em toda a sua história, aos 13 e aos 16 anos de idade, a Fadinha chegou a obter a maior pontuação da prova realizada no Parque Urbano La Concorde, 92,88, depois superada pela ganhadora do ouro, a japonesa Coco Yoshizawa, que obteve 96,49 pontos, enquanto sua compatriota Liz Akama ganhou a prata, e nessa altura... Logo depois, a judoca Letícia Pimenta, da região de São Vicente conquistou o bronze na categoria até 52 quilos, ao derrotar a italiana Odette Giuffrida, a quem consolou antes de receber sua medalha... Na terça-feira, a equipe de ginástica artística conseguiu na Arena Bercy, fora dos Jogos conhecida como Accor Arena, uma inédita medalha por equipes, Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Júlia Soares e Lorrane Oliveira ficaram com o bronze ao marcar 164.497 pontos, o ouro acabou com os Estados Unidos, vide disputa entre Rebeca Andrade e Simone Biles, a brasileira levou a melhor nos saltos, 15.100 a 14.900, e a prata com a Itália...











Chamar uma nova-iorquina para cantar em Paris é como se colocassem Karol G no palco do Maracanã em 2016...
































Qual a razão para alguém que não sabe andar de bicicleta ter interesse pela disputa do mountain bike cross-country feminino nos Jogos Olímpicos???... No nosso caso, é o fato de termos acompanhado a disputa no Parque Radical de Deodoro, em 2016, vencida pela sueca Jenny Rissveds; em nossa viagem não realizada para Tóquio,  em 2021, não conseguimos adquirido ingresso para a modalidade,  disputada na região de Izu, a cerca de 150 quilômetros da capital japonesa, ao sul do Monte Fuji, porém como não pudemos viajar para o Japão,  acompanhamos o MTB pela Internet, e ao confrontar as fotos que fizemos na região de Realengo com os resultados da competição em Izu, descobrimos que fotografamos a campeã olímpica de 2021, a suíça Jolanda Neff, que ficou em sexto lugar no Rio, e sua compatriota Linda Indergand, ganhadora do bronze, ficou na oitava posição... Neste ano,  as provas de MTB aconteceram nas colinas de Elancourt, que se elevam a uma altura de 231 metros, localizadas a 36,9 quilômetros de distância a oeste da região central de Paris, uma antiga pedreira de arenito do século XIX que virou aterro sanitário e foi transformada em parque público na década de 1980, de acordo com o site oficial dos Jogos, o projetista da pista, o sul-africano Nick Floros, equivalente no MTB do alemão Hermann Tilke, o arquiteto que desenha os circuitos da Fórmula-1, aproveitou no percurso 95% de caminhos já existentes no parque, bem diferente da pista de Deodoro em 2016, que foi feita em um antigo local de treinamento militar, ou do circuito de Izu, com obstáculos que remetiam a culinária japonesa, como os troncos hashis ou o aclive wasabi... A competição feminina, realizada no domingo de manhã teve, de acordo com o relato da prova no site Olympics.Com, o comparecimento de 13 mil torcedores, lembrando que o público estimado no Parque Radical de Deodoro foi de 40 mil pessoas e que a competição em Izu foi um dos poucos eventos dos Jogos de Tóquio que teve a presença de público permitida na pandemia de Covid-19... Na largada, alinharam 36 ciclistas de 28 países, com a liderança na primeira parcial na primeira volta cabendo a austríaca Laura Stigger (que não concluiu a corrida em Izu), seguida de muito perto pelas francesas Pauline Ferrand Prevot (que deixou a prova no Rio na terceira volta e foi décima colocada no Japão) e Loana Leconte (sexta colocada em 2021), ainda na primeira volta, na segunda parte da pista, Loana assumiu o primeiro posto, enquanto a holandesa Puck Pieterse chegou a segunda posição, superando Pauline, que caiu para terceiro lugar, ao mesmo tempo, a ciclista Aurelie Halbwachs, das Ilhas Maurício, sofreu uma queda e DNF, ou seja, deixou a prova... Pauline obtém o primeiro lugar no trecho inicial da segunda volta, aumentando a vantagem sobre Puck e Loana de 5 para 11 segundos, depois a 18 e no final da volta a vantagem já era de 28 segundos... No começo da terceira volta, Puck abre uma vantagem de 9 segundos sobre Loana, ao passo que Pauline trabalhou forte nas pedaladas para chegar a uma dianteira de 46 segundo... Uma disputa acirrada pelo terceiro lugar começa na quarta volta, quando a diferença entre Puck e Loana era de 13 segundos, a vantagem da francesa sobre suas perseguidoras caiu de 15 para 4 segundos quando a ciclista sofre um acidente forte e cai para quinto lugar na segunda intermediária, enquanto a sueca Jenny Rissveds (ouro em 2016 e décima-quarta colocada em 2020) chega a terceira posição, sendo superada no final da volta pela austríaca Laura...  A vantagem de Pauline na quinta volta chega a 1 minuto e 26 segundos, enquanto Puck vê sua dianteira no segundo lugar caiu para apenas 2 segundos, perseguida de perto por Jenny, Laura,  a estadunidense Haley Batten (nona colocada no Japão), quinta colocada, e a austríaca Alexandra Keller, na sexta posição, depois do abandono da francesa Loana, no final da volta, Haley pula para o segundo lugar, a frente de Jenny, Laura, da britânica Evie Richards (sétima posição em 2021) e Puck, que teve de fazer uma parada e cai para o sétimo posto... Entrando na sexta volta, Pauline prossegue na frente, com dianteira de 2 minutos e 50 segundos, ao mesmo tempo em que Jenny e Haley isolam-se na segunda e terceira posições, e Evie encosta em Keller na disputa pelo quarto lugar... A francesa Pauline abre a sétima e última volta liderando com uma vantagem de 3 minutos e 36 segundos, quando Haley supera Rissveds na primeira parte do circuito, a frente de Puck, Evie e as austríacas Laura e Alexandra, e a prova termina com a francesa Pauline Ferrand-Prevot ganhando a medalha de ouro, fazendo vibrar a torcida local, a estadunidense Haley Batten conquistando a prata e a sueca Jenny Rissveds obtendo o bronze... 














Franceses festejam ouro de Pauline Ferrand-Prevot no mountain bike cross-country, que não completou no Rio...







































Numa foto publicada pelo site "Cycling News" é possível perceber alguma solidão e uma certa melancolia no olhar de Jenny, fotografada com a medalha de bronze no peito...  Em 2016, na largada, as três primeiras colocadas eram três futuras campeãs olímpicas, a sueca em primeiro, que levaria o ouro no Rio, a francesa Pauline em segundo, vencedora deste ano e a suíça Jolanda, primeira colocada em 2021... Entretanto, a lembrança mais viva que temos da conquista do ouro no Rio é bem diferente; o pódio ficava bem longe do barranco que servia de arquibancada,  e a ciclista, que tinha cabelos mais claros, ressaltando a jovialidade de seus 22 anos, não fez "selfie" nem com o conterrâneo sueco  de uniforme de futebol da Umbro (C) que estava na torcida, preferindo um abraço emocionado no treinador, sem tirar o sorriso do rosto mesmo depois da dura batalha para tomar o primeiro lugar da polonesa Maja Wloszczowska, que tinha a maior e mais barulhenta torcida entre todos os competidores na região de Realengo, que foi atender depois da prova levando sua medalha de prata, assim como a canadense Catharine Pendrel, ganhadora do bronze, Jenny conquistou uma das duas medalhas de ouro da Suécia nos Jogos de 2016,  a outra foi obtida pela nadadora Sarah Sjostrom,  havia chance de uma terceira, também entre as mulheres, porém a equipe feminina de futebol perdeu para a Alemanha na final; agora, nas colinas de Elancourt, com o cabelo loiro escuro, quase castanho, assinalando a maturidade dos 30 anos, o sentimento é outro, ela não chegou a disputar a liderança com Pauline e perdeu a prata para Haley, que fez a chamada corrida de recuperação,  pulando do 15° lugar na primeira volta para a segunda posição na linha de chegada... Tirando a ultrapassagem de Haley em Jenny, na última volta não houve nenhuma mudança de posição até o nono posto, o oitavo lugar foi de Samara Maxwell, da Nova Zelândia, e o nono de Anne Tersptra, da Holanda (décima-quinta colocada no Brasil e quinta no Japão), na primeira parte da volta final, a húngara Blanka Vas ultrapassou a italiana Chiara Teocchi, terminando em décimo lugar (em 2021, foi a quarta), enquanto a ciclista da Itália ficou na décima primeira posição, com Savilla Blunk dos Estados Unidos em décimo segundo e a australiana Rebecca Henderson em décimo-terceiro, que deixou outra italiana, Martina Berta, em décimo-quarto lugar na sétima volta... Na sequência, vieram Caroline Dohe da Dinamarca, Nina Benz da Alemanha, Isabella Holmgren do Canadá, Mona Witterwallmer da Áustria, Janika Loiv da Estônia, Canice Lill da África do Sul (24ª em Izu) ,Sina Frei, prata no Japão, ficou em 21º, Zhifan Wu da China em 22º  e Ella Maclean Howell, da Grã-Bretanha, em 23º... Segue o pelotão que chegou uma volta atrás do primeiro colocado, Sofie Heby Petersen, da Dinamarca, Emeline Detilleux, da Bélgica e Yana Belomoina, da Ucrânia (oitava em 2021)... Com duas voltas de atraso temos Paula Gorycka, da Polõnia, em 28º lugar chegou a representante brasileira na prova, Raiza Goulão Henrique, que ficou na vigésima posição no Brasil, não competiu no Japão, e que vinha credenciada pelo bronze nos Jogos Panamericanos de Santiago no ano passado, numa disputa no Parque Metropolitano da capital chilena, ali onde está localizado o famoso Cerro San Cristóbal, com a canadense Jennifer Jackson em primeiro e a chilena Catalina Vidaurre em terceiro, nenhuma delas presente em território francês, depois de Raiza vieram a portuguesa Raquel Queiros, a eslovena Tanja Zakelj (décima-terceira colocada em 2016) e a tcheca Adela Holubova... A japonesa Urara Kawaguchi, a mexicana chegou três voltas depois da líder, Erika Monserrath Rodriguez Suárez alcançou a linha de chegada com quatro voltas de atraso e Jazilla Mwamikazi de Ruanda foi a 34ª e última colocada da prova, cinco voltas atrás da campeã, lembrando que Aurelie e Loana não terminaram o percurso... 





























Expressão da sueca Jenny Rissveds após receber bronze em 2024 contrasta com alegria do ouro em 2016 no Rio...










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