Na eleição municipal de 2012 em São Paulo, a questão do novo na política predominou durante a campanha - e olha que o partido NOVO sequer existia... Até porque o concorrente que saiu na frente nas pesquisas era o experiente José Serra, muito cobrado por ter deixado a prefeitura nas mãos de Gilberto Kassab para ser governador em 2006 e novamente tentar a presidência da república em 2010... O primeiro nome que tentou ocupar o nicho da novidade foi Celso Russomanno, porém a bolha estourou pouco antes da votação no primeiro turno, estourada por ele próprio com uma equivocada proposta na área de transporte... Quem conseguiu conquistar esse espaço foi Fernando Haddad, do PT, uma aposta pessoal do Luis Inácio, impedindo mais uma candidatura de Marta Suplicy, e que conseguiu vencer Serra no segundo turno... Sem Maluf, que apoiou o candidato petista desde o primeiro turno (ao custo de afastar Luiza Erundina, ainda no PSB, da candidatura à vice, ocupada pela sempre presente Nádia Campeão, do PC do B...), Soninha Francine, do PPS, teve somente a si mesma como adversária... Entre as candidaturas majoritárias, cabe apontar a presença de Gabriel Chalita representando o então PMDB, o inspirado jingle de Carlos Giannazi, do PSOL, e a revelação Miguel Manso, do recém-criado PPL, antigo MR8, movimento fortemente ligado ao quercismo... Quanto aos candidatos a vereador, destaque para a volta do Mestre Nelo Rodolfo e as novidades Livia Fidelix, George Hato e Serrote...
Apresentamos agora a lista dos vencedores da quinta edição do Prêmio Melhores do Horário Eleitoral, uma iniciativa conjunta do JBlog, O Bloquinho Virtual, e do Mais ou Menas, o vlog do Mestre... Uma oportunidade de prestigiar a propaganda eleitoral não apenas no que diz respeito a expressão de ideias – ainda que em vários casos só apareça a foto dos candidatos - e também como conteúdo televisivo... Nas palavras do professor João Baptista Herkenhoff, da Faculdade Estácio de Sá, em artigo publicado no Metrô News no último dia 4 de setembro: “Assistir os programas eleitorais é um dever cívico, principalmente naquelas hipóteses nas quais o programa eleitoral é a única possibilidade de que dispõe o eleitor para conhecer os pretendentes aos mandatos em disputa. Talvez esses programas não sejam tão prazerosos como um filme de suspense, uma novela com bons atores ou uma reportagem eletrizante. No entanto, procurar os caminhos disponíveis para selecionar bons candidatos é uma prova de amor à cidade em que vivemos”... Uma nova categoria foi incluída para premiar os candidatos que trazem a herança de Mestres da política... Tecnicamente, as campanhas para prefeito e vereador mostraram qualidade nos grandes e pequenos partidos... O maior progresso foi do PPS, mas até o PCO deu um salto na produção, filmando com tecnologia digital... Houve uma evolução na visibilidade dos candidatos a vereador, especialmente em legendas que rotineiramente sumiam com sua chapa proporcional, como o PMN, o PRTB e o PT... Mas ainda persiste em muitas agremiações o vício de só mostrar o retrato dos candidatos, jogando a culpa na falta de tempo... Também é possível dizer que a eleição de vereadores pelos pequenos PSOL e PHS também se deve, em parte, ao horário eleitoral – um partido fez um apelo insistente por votos para superar o quociente eleitoral e no outro o candidato eleito era presença constante, junto com seus companheiros de chapa... Isto posto, seguem os vencedores da campanha, que aqui tem o reconhecimento que nem sempre vem pelo voto...
MELHOR CAMPANHA PARA PREFEITO: Miguel Manso (PPL) – Um dos caçulas desta eleição, o Partido Pátria Livre fez bonito em meio aos programas cada vez mais sofisticados – e parecidos entre si – dos grandes partidos... Um cenário discreto, para centrar a atenção na fala do candidato... A qual apesar de alguns projetos mirabolantes, como o de destinar o lixo para abastecer usinas termelétricas sempre guardou coerência com o discurso nacionalista do partido... Essa sim foi uma novidade bem-vinda... Tanto que apesar de Miguel ter recebido apenas 7.272 votos, ficou a frente do experiente José Maria Eymael, que teve 5.382...
PIOR CAMPANHA PARA PREFEITO: Soninha Francine (PPS) – Neste ano, temos uma bicampeã... Em 2008, Soninha foi premiada porque seu programa eleitoral apresentava uma injustificável pobreza técnica e uma qualidade de imagem sofrível... Nesse aspecto, houve uma grande evolução e as aparições da candidata ganharam uma sofisticação cinematográfica... Quando ela entrevistava a mãe da periferia que não consegue vaga para o filho na creche, tudo bem, apesar de todos os outros candidatos terem feito a mesma coisa... Só que o discurso enlouquecido de Soninha contagiou a produção a ponto dela falar sobre burocracia tomando chuva num período que São Paulo atravessava uma forte estiagem... Uma chuvinha de mentira, mas que certamente ajudou a afastar de verdade o eleitor... Tanto que ela não passou do quinto lugar na eleição, com 162.384 votos... Mesma posição de 2008, quanto teve 266.978 votos... Um prova de que nesse caso a mudança não deu um jeito na candidata...
MELHOR CAMPANHA PARA VEREADOR: PSC – O partido, que sempre se destaca pela qualidade de suas campanhas televisivas, trouxe uma produção bem-feita... Embora fizesse parte da coligação que apoiou Gabriel Chalita (junto com PMDB, PSL e PTC), o programa tinha um cenário virtual próprio e elaborado... E apesar de sempre começar com a palavra de Gilberto Nascimento Júnior (17.467 votos), apresentou uma grande variedade de candidatos... Todos com direito a falar, até de costas, como no caso de Teresinha Neves (14.193 votos) e sua luta contra a pedofilia... Uma honrosa exceção entre os pequenos partidos, que normalmente apenas mostram os retratos de seus concorrentes à Câmara... Só faltou mesmo um eleito, já que Nascimento foi o quinto colocado de uma coligação que elegeu quatro vereadores...
PIOR CAMPANHA PARA VEREADOR: PSDC – José Maria Eymael criou um paradigma para jingles eleitorais, com o “Ei, ei, Eymael” na sua primeira campanha para prefeito, em 1985... A música até ganhou este ano uma inspirada nova letra... Mas no programa dos candidatos a vereador, somente Eymael falava, antecedendo o desfile de retratos... A situação ficou um pouco pior quando as fotos começaram a aparecer durante o discurso do candidato à prefeito, só para serem mais ignoradas pelo público... Apenas um candidato a vereador, Alexandre Porto (959 votos), rompeu o silêncio, mas com um jingle... Talvez por isso tenha sido o segundo colocado da legenda... Que teve 14.347 votos... Muito pouco para um partido com tanta história nas campanhas...
MESTRE: Nelo Rodolfo (PMDB) - Esta eleição marcou o retorno de uma figura antológica da política paulistana... Com a notoriedade adquirida na condição de “Repórter do Povo” da Rádio Globo, ele conseguiu ser o vereador mais votado da cidade em 1992 e 1996... De quebra, se elegeu deputado federal em 1998... No entanto, o apoio ao prefeito Celso Pitta comprometeu sua carreira política e ele voltou ao rádio... Em grande estilo, na Rádio Jovem Pan, apresentando o programa Hora da Verdade e sucedendo Milton Neves na apresentação do programa pós-jogo e no plantão de domingo... Agora, se tornou um reforço de peso para a campanha de Gabriel Chalita... E voltou a Câmara em grande estilo, sendo eleito com 18.219, quarto colocado do PMDB...
MÚMIA: Paulo José da Costa (PSD) e Tranquillo Moterle (PCO) – O fundo branco predominou nas campanhas dos partidos aliados do PSDB – PSD, DEM, PR, e fora de coligação, PV... As exceções foram as “produções independentes” de vereadores ligados ao “Centrão” da Câmara Municipal, como Antônio Carlos Rodrigues, Aurélio Miguel, Goulart e Milton Leite – todos estes reeleitos, por sinal... Para Paulo José da Costa, bastou aparecer com sua figura recurvada, as olheiras profundas e dizer com sofreguidão que ama a cidade de São Paulo, onde nasceu... Há muito tempo, com certeza... A declaração lhe rendeu apenas 601 votos... Nelson Valente, do PRTB (343 votos), também poderia figurar nesta categoria, mas ficou claro que o problema dele era de maquiagem...
A premiação de Moterle (1.207 votos), fundador do bairro Vargem Grande e presidente da União das Favelas do Grajaú se deve também a grande mudança no programa do PCO... O partido finalmente dispensou a fábrica em computação gráfica que costumava servir de cenário para todos os seus candidatos... O que valorizou o comparecimento e a fala da candidata à prefeitura Anaí Caproni e dos dois candidatos a vereador do partido, Moterle e a musa Natália Costa Pimenta... Esta trouxe o apoio aprazível de Perci Marrara... Caproni defendeu os comerciantes de Santa Efigênia (bons tempos em que quem batia cartão não votava em patrão...) e chegou a aparecer com seu uniforme de trabalho nos Correios, um modo menos invasivo de evocar as bases sindicais do partido...
MELHOR SLOGAN: “A mão certa para uma política correta” (Lurdinha, PSDB)-. Dentro da padronização visual imposta aos partidos que apoiaram José Serra, também os tucanos vieram com um cenário branco, com vinhetas que acompanhavam a fala dos candidatos para preencher o espaço vago na tela... Na última semana do horário eleitoral, apareceu uma estante ao fundo, mas o programa virou um “Clube do Bolinha”, apenas com candidatos do sexo masculinho, contrariando as exigências da Justiça Eleitoral... Felizmente, antes da mudança, Lurdinha soube se destacar com uma frase rimada, marcada pelo gesto severo de levantar a mão quando era falada... Difícil o eleitor não se esquecer da candidata... Talvez tenha até ficado com um pouco de medo, pois ela teve só 1.383 votos... Dorinha Andorinha, do PV, levou a proposta ecológica do partido às últimas consequências com “Dorinha: uma andorinha que faz verão”... Conseguiu 493 votos...
PIOR SLOGAN: “São Paulo em primeiro lugar” (Gabriel Chalita, PMDB) – Na reta final da campanha, Gabriel Chalita apresentou um razoável crescimento nas pesquisas de intenção de voto... E seus 833.255 votos não podem ser desprezados... Subida que poderia ter sido maior não fossem os equívocos de sua campanha... Além da propaganda eleitoral ser muito parecida com a do PSDB e do PT, o candidato vinha com um discurso de conciliação com os governos estadual e federal desagradável para os eleitores mais polarizados... Também não ajudavam a avalanche de projetos fantasiosos e o slogan... Uma ideia muito banalizada e já muito utilizada na publicidade em geral... Qualquer coisa pode estar em primeiro lugar... E se Chalita queria chegar lá, errou na mão e no pezinho, pois ficou em quarto...
MELHOR JINGLE: “Ainda bem que existe o Sol” (P-SOL) - O partido de Carlos Gianazzi (62.431 votos) fez uma campanha correta este ano... Não parodiou nenhum comercial nem copiou nenhum slogan publicitário... Apresentou uma música simples, mas com um ritmo envolvente, que fixa o “Gianazzi é 50, vem!” na memória... Até os candidatos a vereador ganharam uma versão da famosa “viradinha” introduzida pelo PR em 2006... Pena que o P-SOL mais uma vez tenha sucumbido às suas necessidades eleitorais imediatas e deixando sua chapa proporcional de lado para colocar o candidato a prefeito implorando para que o partido receba 150 mil votos para eleger um vereador... Ainda bem que a insistência – já utilizada com êxito na campanha de Ivan Valente para deputado federal em 2010 - foi premiada com os 119.792 votos (em coligação com o PCB), que levaram Toninho Vespoli a Câmara...
PIOR JINGLE: “Eu quero Serra, eu quero já” (PSDB) – A campanha de José Serra mostrou uma falta de originalidade que não ajudou muito o candidato a superar a saturação de seu nome junto ao eleitorado... Nas ruas, distribuíram uma versão com o candidato dos adesivos de carro “Minha Família”... Na televisão, Serra apareceu andando de bicicleta, como se fosse a Soninha, e seus garotos-propaganda eram clones do casal “Antes não tinha agora tem”, dos anúncios da prefeitura de Gilberto Kassab.... O pior de tudo foi pegar carona no êxito da música “Eu quero tchu, eu quero tchá”, criando uma autêntica bomba musical... É o mesmo problema de copiar comerciais... A criatividade é sacrificada em nome de uma fórmula já consagrada... Mas que reaproveitada, fica cassetizada, como as insistentes piadas do extinto programa Casseta e Planeta Urgente...
MUSA: Livia Fidelix (PRTB)- O partido do homem do aerotrem quebrou o “tatu” – e não estamos falando do mascote da Copa – ao mostrar seus candidatos a vereador falando na propaganda eleitoral... Esta foi a oportunidade para Levy mostrar um novo trunfo em sua campanha, a própria filha... Mais decisivo que prometer o aumento da validade do Bilhete Único para 6 horas e a redução da tarifa de ônibus para 2 reais... Ela consegue atrair o internauta Chico Melancia, inimigo ferrenho do aerotrem, e que não se apetece com loiras... Livia, com 2.175 votos, superou até a concorrência dentro do próprio partido, que tinha outra musa candidata, Juliana Barros, que teve a candidatura impugnada... Vale lembrar também que no PMDB, Samanta Moraes (1.493 votos) mostrou que não era apenas a mulher trocada por Bruna Surfistinha e que sabe como é a dor da traição... Mas o peso político da família de Lívia Fidelix falou mais alto...
REVELAÇÃO: Serrote (PDT) - Uma grande novidade em meio a nomes por demais conhecidos na campanha do PDT, como os sindicalistas Cláudio Prado e Luiz Antônio de Medeiros e o ex-jogador de futebol Dinei... E não pediu muito ao eleitor... “Vote no Serrote”... Seguindo o exemplo de Sérgio Bueno, do PSC, se colocou como um voto pela renovação... Escolhido por 4.003 eleitores, o carioca Carlos Augusto Gomes da Rocha, foi o quarto vereador mais votado – atrás apenas dos dois sindicalistas e do ex-corinthiano - em um partido que não teve quociente eleitoral nem para manter seu único vereador na Câmara... Os 38.750 votos que Paulinho da Força obteve para prefeito também não ajudaram em nada... Valeu a tentativa...
HERDEIRO: George Hato (PMDB) – Esta categoria é uma novidade na premiação dos melhores do horário eleitoral... Ela é um desmembramento da categoria “Revelação”, pois ela habitualmente premiava parentes próximos de figuras notórias da política... Que sempre estão presentes em bom número, inclusive nesta eleição... Vide Vitor Kobayashi, do PSD, e Lívia Fidelix, do PRTB, entre outros... E o médico George Hato carrega a responsabilidade de manter a tradição do Mestre Jooji Hato, que depois de 28 anos seguidos como vereador, se elegeu deputado estadual em 2010... Afora a continuidade de bandeiras históricas de luta do pai, como o combate a violência e ao consumo de álcool e drogas... Manter um sobrenome ilustre da política em evidência não é simples, e George não deixou a bola cair... Se elegeu com 24.611 votos, o segundo colocado do PMDB ...
PEZINHO: Emiliano Zapata (PT) - Na campanha do PMDB de Gabriel Chalita, ter pezinho parece que foi pré-requisito na hora de definir os candidatos a vereador... Vide a lição dada pelo professor William Sanches, 7.716 votos... No entanto, nosso prêmio não poderia ignorar a transformação radical da campanha do PT, que pela primeira vez em muitos anos, talvez pelo fato de Marta Suplicy não ser candidata a prefeita, pois ela preferia vereadores calados, não só mostrou os candidatos como os deixou falar... Comentando os temas do “Jornal Para Renovar São Paulo”, aquele da apresentadora magrela do “Espero você. Até lá”, mas compareceram... E foi na edição do JRSP sobre habitação que Zapata, apesar de ter o mesmo nome de um dos maiores durões da História, mostrava toda a sua ternura ao defender moradia digna para a população sem-teto... Ainda que com 10.580 votos, não vá conseguir se abrigar na Câmara...
STYLE: Maestro Alexei (PSB)- Para ser estiloso na propaganda eleitoral, um gesto chamativo pode ser o suficiente... Entre nomes de peso do PSB como Eliseu Gabriel (mais um que chamou os cachorros...), Noemi Nonato, Ota (desta vez, “o” Ota...), Marcelinho Carioca, o ator Paulo César Pereio (1.483 votos), Professora Eliane Reis (598 votos), que vai fazer aquilo que ninguém fez e até o Lixeiro (1.308 votos), Alexei Lisounenko Neto, Maestro Alexei , músico, terminava sua fala tirando os óculos com uma mão e apontando o indicador para o alto com a outra, para fixar seu número, 40.001... Uma destreza de fazer inveja a Clark Kent... Ele não usa o título de Maestro à toa... Claro que nem sempre o estilo é compreendido pelo eleitor na hora da eleição, já que Alexei teve apenas 235 votos...
COADJUVANTE: Família Rapadura (Kennedy, PTN) - Os partidos que apoiaram Celso Russomanno adotaram um mesmo visual na campanha para vereador, dominado pela imagem do candidato a prefeito... As exceções foram o PRP e o PHS do eleito Laércio Benko, que optaram pelos fundos azul bebê e laranja... Mas todos os partidos aliados de Russomanno, divididos em três coligações diferentes, se alternaram entre mostrar só as fotos dos concorrentes e deixá-los falar... Foi nessa brecha que compareceu a “Família Rapadura” para acompanhar Kennedy Renê Rodrigues da Silva, que obteve 2.269 votos, sempre as voltas com os mais diversos problemas, como enchentes e o atendimento médico... Quando o candidato falou sobre proteção animal, os filhos da família ganharam máscaras de cachorros, dando novo fôlego ao cassetizado recurso de levar cães para a campanha na televisão... Como diria o chefe da família, “É mole?”...
VIRA –CASACA: Lídia Correa (PPL, ex-PMDB) – Militante do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), aquele do professoral jornal “Hora do Povo”, sempre foi fiel ao PMDB e especialmente ao ex-governador Orestes Quércia... Tanto que só saiu candidata por um novo partido quando Quércia saiu de cena... E teve 1.365 votos... Ainda assim, cabe ressaltar a boa qualidade do programa dos candidatos a vereador do PPL, com visual agradável, boa trilha sonora (o Hino da Independência ao piano), variedade de candidatos e todos com voz... Ou gestos, como Helio Silva, aquele da camisa da Independente... Ou objetos, como a "boneca sabe" de Marcelo Veronez, o poeta dos motoboys... Outro caso flagrante de político que trocou de camisa, literalmente, é Jonas Camisa Nova, que passou do PV para o DEM... E durante a campanha eleitoral na televisão, ainda deixou a camisa de lado e compareceu de terno... Com 24.616 votos, terá de se contentar com a primeira suplência do partido...
TROFÉU PINÓQUIO: Bilhete Único Mensal (Fernando Haddad, PT) e Expresso Zona Leste (Gabriel Chalita, PMDB) – A promessa do “Arco do Futuro” até poderia valer o prêmio para Fernando Haddad, entretanto apesar do nome pomposo, ele não passa de uma colcha de retalhos de projetos já existentes, inclusive a velha ideia petista de estender a Linha 2-Verde do Metrô para além da Vila Madalena... O Bilhete Único Mensal, por sua vez, era anunciado como a salvação do orçamento familiar, mas não recebia maiores explicações por parte do candidato, especialmente no que diz respeito aos custos para o passageiro... A sorte de Haddad é ter achado no programa de governo Celso Russomanno uma proposta muito pior, a da tarifa proporcional, e talvez por isso não anunciada na televisão pelo candidato do PRB... A não ser quando o PT começou a atacar o projeto, sem medo do telhado de vidro... Uma bela ajuda para Haddad chegar ao segundo turno...
Chalita poderia ganhar o prêmio pelo conjunto da obra, já que antes de adotar o discurso implorando pelo voto útil bombardeou o eleitor com fabulações publicitárias do tipo “Central Olho Vivo”, “Cidade Luz”, “Broadway Paulistana” e “Bilhete Único da Educação”... Mas o “Expresso Zona Leste” – e seu irmão, o “Expresso Zona Sul” – superou todos os outros projetos ao propor um comboio de 400 ônibus expressos circulando em faixa exclusiva na Radial Leste, fazendo a ligação dos bairros da região com o Centro... Muito atraente para uma região com poucos corredores de ônibus e com o Metrô e trens da CPTM superlotados... Mas como diria o internauta Chico Melancia, uma proposta de quem não é do ramo... Pura maquiagem, pois em alguns trechos da Radial há faixa exclusiva para ônibus e também já existem linhas expressas... Na prática, uma ideia tão folclórica quanto estender o Metrô até o Grande ABC ou Guarulhos... Seria mais fácil tirar do papel o corredor da Celso Garcia, paralelo a Radial...
TROFÉU INTERNAUTA PEDRO HENRIQUE: O Phumaça (PPS) – Esta categoria segue critérios de premiação próprios, uma vez que é totalmente decidida pelo nosso colega de rede... Em todas as campanhas sempre aparecem concorrentes muito forte e desta vez não foi diferente... Tirrim (PTB), Reinaldo, O Príncipe do Pagode (PTB), Ari do Agreste (PTB), Eddy Lima Show (PT), o "James Bond do Nordeste", apelido que colocou por usar o número 13.007, Magalhães (PDT), Nilo (PV), Seu Jorge Martinho da Vila (PV), Wagner Zulu (PRTB), Wellington Reis (PSB), aquele da "Patrulha da Passarela", T.Kaçula (PC do B), Jorge Fuzil (PC do B)... Até mesmo a saudosa presença do professor Eduardo de Oliveira, no programa do PPL... No entanto, nem é preciso que o candidato fale durante a campanha... Se o Pedrinho bateu o olho e pintou aquela empatia, não tem jeito, já está escolhido... Claro que o internauta sentiu falta do fundo preto de 2008, substituído por um cinza mais discreto... E em algumas ocasiões, lá estava o desfile de fotos de candidatos, que vai contra os princípios de nosso prêmio... Porém, o retrato e a narração de seu nome e número pela própria Soninha foram mais que suficiente... Sem contar que ele achou muito estiloso o “Ph” do vendedor Edmilson Santos de Souza, nome de batismo do candidato... Dizem até que um dos 262 votos conseguidos pelo candidato do PPS foi o do internauta, sem medo da infidelidade partidária...
AUSENTE – Ciro Moura (PTC) – O não comparecimento de Ciro Tiziani Moura na campanha eleitoral representou virtualmente a ausência de seu partido... Em 2008, ele foi candidato a prefeito, com propostas marcantes, como “Cultura, Eu Apoiarei”... Em 2010, além de sua surpreendente campanha para o Senado, o partido contava com candidatos expressivos para deputado, tais como o costureiro Ronaldo Esper, o repórter do “Programa do Ratinho”, Herberth de Souza, e o estiloso Reverendo Dinarte... Desta vez, o programa do PTC ficou escondido entre os espaços do PSC e do PSL – que apesar de ter 12 candidatos a vereador, mostrou todos os dias apenas o pastor Lélis Trajano – e só havia tempo para um candidato falar por vez, não mais que uma pequena frase, no mesmo cenário do programa do PMDB, já que o partido também apoiou Chalita para prefeito... Um enorme retrocesso, sentido nos 7.412 votos do partido...
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