Logo cedo, na estação de Pedro Nolasco, em Cariacica, formam-se filas para a viagem cheia de história... |
A viagem de volta para Belo Horizonte pela Estrada de Ferro Vitória a Minas acontece no dia seguinte da ida... A passagem por Vitória se resumiu a um jantar no shopping, um pernoite no hotel – na parte de cima do beliche – e uma corrida de táxi na qual o motorista correu tanto pelas ruas vazia da cidade que mal deu para registrar as paisagens da capital capixaba, muito menos os ónibus do sistema Transcol... Atravessada a ponte, chegamos na estação Pedro Nolasco, na região de Cariacica... Não, o estádio em frente a estação não é o Kleber Andrade... Há fila para o embarque no saguão, mas sobra tempo para fotografar a locomotiva que puxa o comboio... A passagem indica que o assento é no carro 003 da classe executiva... 6h59: Começa a viagem... O trem sai de Cariacica e o “wi-fi” da Vale não funciona para downloads... Gabriel é o responsável pelo vagão... 7h14: Flexal, subúrbio de Cariacica... Vide carros-restaurante em aço inox da Budd nos pátios... 7h19: Via PA, o chefe de trem Enoque dá as instruções de segurança e avisa que o maquinista se chama Ercílio... Começa a venda de pão de queijo – R$ 3,50 cada... 8h02: Fundão, nada a ver com o campus da UFRJ, Pancada... Mestre Jonas vem com os lanches naturais... Na tela, “Procurando Nemo”, um clássico... 8h18: Aricanga, a paradinha que não é a da Anitta, digo... 8h30: Depois do túnel, Piraqueassu, vide prédio da estação, e revisão da passagem... 9h28: Colatina... Agora Jonas vai de bolo de pote... 9h51: Menos de um minuto em Itapina... 10h03: Mascarenhas, em menos de um minuto... Depois dos vídeos da série “Curta Vitória a Minas”, filme dos Angry Birds... 10h15: Quatro minutos em Baixo Guandu, depois da rima... Ops!!!... 10h25: Aimorés... O trem esta vazio, sobram lugares na janela da classe Executiva, menos onde sentou a moça que pediu lasanha para o almoço no marmitex entregue no assento do passageiro... 11h04: Resplendor, nada a ver com o Adamastor... Pela janela, o Rio Doce de águas barrentas domina a paisagem, mesmo assoreado, caminhão-pipa à parte... 11h24: Crenaque, mais uma paradinha rápida... O tempo está nublado nas margens do Rio Doce, a parte mais bonita da viagem... 11h42: Conselheiro Pena, logo após o comparecimento ao carro-restaurante... Na tela, “Curta Vitória a Minas", com a loira do trem... 11h58: Barra do Cuieté passa durante a espera do almoço... O salão está vazio... 12h07: Uma chuvinha esperando o almoço em São Tomé do Rio Doce... 12h12: Chega o almoço... Sem o peixe da “chef” Sandra de Souza, o jeito é ir de filé de frango ou escondidinho – que não é de carne-seca, mas sim de carne moída... E tem o famoso “kit-cocada”, que vem com um pé-de-moleque... 12h28: Dona Bela, a senhora já viu de perto... Tumiritinga???... A gente viu e gostou muito... Seu Ptolomeu, não complique, explique... Tumiritinga é tão somente a cidade onde é feito o “kit-cocada” comercializado no comboio...
Até Governador Valadares, os trilhos seguem o leito do Rio Doce, com as montanhas ao fundo... |
13h04: Governador Valadares, um espetáculo de cidade, como diria Caco Antibes... O serviço de bordo está suspenso há 20 minutos, como é de praxe... Paula Fernandes, pelos alto-falantes, canta “Quando a chuva passar” – e lá fora não passa – e só há três pessoas no carro-restaurante... A música é uma exceção no repertório do comboio, que durante o almoço ficou no sax de Kenny G tocando “What a Wonderful World”... Até o “Tio” Toninho, o garçom, concorda que o saxofonista tirou folga quando Leonardo, que apadrinhou a mineira de Sete Lagoas no início de sua carreira, canta “Talismã”... De volta ao assento, subiu no trem uma garota de olhos verdes, com seu “sócio”, amigo do internauta Pedro Henrique... Viajavam a trabalho, como se constatará mais adiante... De momento, quando o comboio saiu e ela percebeu os lugares vazios, foi buscar um lugar na janela... 13h47: Em Pedra Corrida, o serviço de bordo está de volta, a cargo de Enilson... 14h02: Em Periquito, o trem segue em velocidade de segurança devido ao comboio de passageiros que vem em sentido contrário... Afora os comboios cheios de minério de ferro ao longo de todo o percurso... 14h26: Chegando a Frederico Sellow – me chamou de Frederico!!! – o Rio Doce, sempre barrento, ainda predomina na paisagem, embora agora divida espaço com pastagens, cavalos, éguas, bois, touros e vacas, Kenny Rocha... 14h44: Ipaba... Chove, para, chove, para...
Passagem por João Monlevade indica que o trem está se aproximando de Belo Horizonte... |
15h09: Ipatinga, porque o Vale do Aço é fogo, vide labaredas saindo das torres da Usiminas... O trem lotou – na Executiva, muitos cobertores, “notebooks” e um tupperware © de arroz com linguiça - e a moça de olhos verdes retornou ao assento que adquiriu em Valadares... Começa a conversar com o “sócio” e uma amiga loira que eles precisarão “brifar” o cartão de Natal da empresa, porque o do ano passado ficou “horrível”... Ah, o mundo corporativo... Só faltou um “Vai se f...”, Doutor Pimpolho... Alis, no banco de trás, viajava um barbudinho que poderia se passar por Papai Noel... No assento da frente, um menino de cinco anos, viajando com sua “dindinha”, falou para a madrinha para não pegarem seu Cheetos © - ela falou “Chispitos”, mas segundo o garoto, só pai dele – que tem 39 anos – e o “tio do judô” – que tem 40 – falam isso... Ah, o choque de gerações... 15h27: Mario Carvalho, uma estação com “E” maiúsculo, plataformas grandes e com cobertura... 16h01: Em Antônio Dias, adivinhem só, parou de chover, embora o tempo continue nublado... Túneis, vagões de carga nos desvios e a neblina lembrando Paranapiacaba... Na tela, um filme dos Avengers, Tony Stark... Faz sentido, a matéria-prima do traje do Homem de Ferro vem desta região, digo... 17h: João Monlevade, com seu “teleférico” que carrega minérios para a Belgo-Mineira, quer dizer, para a Acelor Mittal... 17h17: Já com o Rio Piracicaba nas janelas, é hora do café da tarde no carro-restaurante... Pouca gente, muita espera... Agora a paisagem tem montanhas, minas e áreas reflorestadas com eucaliptos – e Paula Fernandes, cuja voz combina com a vista, só canta “Quando a chuva passar”... Pelo menos parou a chuva, digo... 18h22: Após o comboio passar por várias áreas de mata destruídas pelas queimadas, Dois Irmãos, estação vista do carro-restauante... O gordinho espera por uma pizza e a morena precisa de ajuda para abrir sua garrafinha de suco de abacaxi... No caso do “kit-cocada” made in Tumiritinga, o pé-de-moleque é substituído por um pé de moça... Na saída do carro-restaurante, Leonardo retorna com "Não Aprendi a Dizer Adeus”... Falta pouco para Belo Horizonte, terra de seu atual apadrinhado, Eduardo Costa... 19h12: O trem para por 13 minutos... De acordo com o Enilson, que dispensa a última verificação de passagem, a parada se deve à mudança do sistema de controle operacional... 19h25: Anoitece e o trem volta a rodar... Em Belo Horizonte, na estação em frente ao shopping Boulevard, desceram a mulher de olhos verdes e o menino do Chispitos, quer dizer, dos Cheetos ®... O serviço de bordo é encerrado, porém ainda há tempo de uma “liquidação” de pão de queijo para acabar com o estoque... 20h12: Desembarque na estação central de Belo Horizonte, pela porta de trás do carro executivo 3... Na saída da estação, a maior muvuca, congestionamento na rua de paralelepípedos com um articulado do MOVE no meio, só terceiro táxi da fila estava disponível... O jantar vai ser no restaurante do hotel – pelo horário, as opções na região central da capital mineira são as pastelarias, os restaurantes de buffet sem balança com uma carne e os carrinhos de cachorro-quente e macarrão na chapa – depois do quarto só com luz de abajur ter sido trocado... No dia seguinte, após mais alguns registros do MOVE – o hotel fica bem em frente a estação Espírito Santo do BRT de Belo Horizonte – o retorno a São Paulo, via Conexão Aeroporto tomado na Rua Álvares Cabral e LATAM em Confins... O GPS do celular vai indicando as localidades por onde a avioneta passa... Vespasiano, Betim, Matheus Leme, Cláudio, Campo Belo, Nepomuceno, Elói Mendes, Paraguaçu, Carvalhópolis, São João da Mata, Espírito Santo do Dourado, Borda da Mata, Inconfidentes, Bueno Brandão, Munhoz, Extrema, Igaratá, Santa Isabel, Mairiporã e Guarulhos... Um pouco mais rápido que o ônibus da Cometa, Melancia, mas, enfim...
Na capital mineira, a saída da estação é lugar de muita confusão no trânsito de veículos e pedestres... |
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