A capa da edição da revista “Manchete” com data de 14 de maio de 1994 mostrava Ayrton Senna com o macacão da Williams e o boné do Banco Nacional dando “like” dez anos antes da criação do Facebook ©, o título principal era contundente, “Quem matou Senna???”, trazendo várias questões em aberto, “Fórmula-1: O Circo das Mentiras, Ímola: circuito assassino, Os problemas no carro, Morte de Ratzenberger na pista suspenderia a prova”, na altura do rosto do piloto, outra discussão, “Marcella Praddo, A polêmica da herança de Senna”, e a única chamada que não abordava o piloto estava no alto da capa, a direita do logotipo da revista, “Romário, O fim de um drama”, no caso, o sequestro do pai na região da Vila da Penha... Na verdade, a revista era a terceira “Manchete” lançada sobre o acidente fatal de Ayrton Senna, como indica o índice da publicação, “Nas edições de Manchete, o amor do Brasil pelo ídolo, Em meio ao domingo de dor da tragédia de Ímola, a redação homenageou Senna com uma edição especial. E o adeus ao herói virou Edição Histórica”... A edição especial “Senna Adeus”, que tinha na capa Ayrton de gravata-borboleta, fazendo brinde com uma taça de champanhe, feita pelo fotógrafo japonês Norio Koike, e uma imagem reproduzida de televisão do atendimento ao piloto na pista de Ímola logo após o acidente, anunciava “Cobertura completa, A tragédia de Ímola, Ayrton: A vida a mil, A Carreira do tricampeão”... No entanto, a revista não faz parte do lote que adquirimos na OLX, ao contrário da "Manchete Histórica", da qual falaremos em seguida, o índice desta edição também tem um texto do editor Roberto Muggiati ilustrado por uma foto de pessoas que compareceram ao autódromo de Ímola, uma delas com a bandeira do Brasil nas costas, lendo jornais sobre o acidente, um deles traduzido na legenda, “Mataram Senna, grita o jornal, Da própria Itália, onde aconteceu o GP de San Marino, partiram as primeiras denúncias”... A pergunta feita na capa começa a ser respondida na abertura da reportagem “Fórmula-1, O Circo das Mentiras”, uma página dupla com uma foto do momento do impacto da Williams de Senna logo após se chocar com o muro da curva Tamburello, “A necropsia não mente jamais. Ayrton Senna morreu instantaneamente quando aconteceu esta batida que traumatizou o mundo. A cena, por sinal, nem podia ter acontecido, pois o austríaco Ratzenberger também morreu na pista durante os treinos de classificação, o que forçaria o cancelamento do GP de San Marino. Mas um circo de mentiras foi armado para acobertar a face e a foice da morte. E o Brasil continua chorando pelo maior piloto de todos os tempos” - na realidade, o que aconteceu na pista foi a morte cerebral, ele foi reanimado após uma sequência de paradas cardíacas, como veremos em seguida... A revista da editora Bloch, adepta de um estilo de cobertura jornalística que privilegia a imagem, traz em seguida uma foto que no especial da revista “Caras” ficou em segundo plano, “Ainda na pista, a morte já aparecia na testa afundada, Por culpa da direção da prova, a ambulância custou a chegar. E quando a equipe médica retirava Senna, a morte cerebral era facilmente detectável. Dá para ver a testa do piloto, sangrando devido a um atendimento. Mesmo assim, a prova continuou, por amor aos megadólares”... Na verdade, o corte se devia a barra da suspensão do carro de Senna, que com o acidente, perfurou a viseira do capacete de Ayrton e fez um talho em seu rosto, também fraturado pelo impacto da batida... A matéria segue em sua argumentação, “A morte chegou muito antes da ambulância. Mas a reanimação permitiu a farsa, Logo após ser retirado do carro, Senna sofreu uma parada cardíaca e os médicos aplicaram a reanimação, Muito antes da chegada do helicóptero, a morte cerebral já acontecera” - houve mais de uma parada cardíaca, na verdade - acrescentando que “A morte de Roland Ratzenberger em seu Simtek destroçado na curva Gilles Villeneuve foi um aviso de que coisas piores iam acontecer, O corpo do piloto foi cremado em Viena”, ao mesmo tempo em que destaca, “Os dirigentes sabiam de tudo”, e pede, “Uma nova Operação Mãos-Limpas”, citando a ofensiva judicial contra a corrupção na política da Itália que serviu de inspiração para a nossa Operação Lava-Jato... Ops!!!... O texto também foca no acidente de Rubens Barrichello na sexta-feira antes da corrida, apontando que ele “escapou ‘com arranhões’ do seu espetacular acidente nos treinos de classificação, Mecânicos da Ferrari foram atendidos depois que um pneu do carro de Michelle Alboreto os atingiu. Bruxa solta”, e trabalha forte na crítica aos dirigentes, “A FIA não muda nada. Carros mais rápidos – e sem segurança – trazem a morte mais depressa” - argumento repetido por Galvão Bueno durante a transmissão da prova na Globo - ressaltando “O nome do vilão: Bruynseraede” – no caso, Roland Bruynseraede, “diretor-geral de todos os GPs de Fórmula-1 e funcionário da FIA”, que “mandou a prova recomeçar”, relatando que “Ecclestone tira o corpo fora” – na conversa com Leonardo Senna em que voltou atrás sobre o estado do irmão – e se revoltando com “O cartum do La Reppublica compara o Fórmula-1 com os papa-defuntos” – o desenho traz um caixão com rodas e o título “Formula Sponsor” – “Mas na reunião da FIA, Max Mosley diz que está tudo bem”... Em busca de um argumento de autoridade para confirmar a tese da reportagem, a revista entrevistou Edgar de Mello Filho, jornalista especializado em automobilismo e administrador do autódromo de Interlagos, que se destacou na cobertura do acidente e do funeral de Senna na TV Manchete, “Não deram a menor chance a Senna, Durante nove horas seguidas, cuspindo fogo com seu ar polêmico e de furacão, Edgar de Mello Filho, administrador de Interlagos, levou ao ar, nas ondas da Rede Manchete, a raiva que os brasileiros sentiram devido a morte de Ayrton Senna. Aqui, ele revela quem ou o que matou Senna em Ímola. ‘Não deram ao Ayrton a mínima chance de sobreviver’, acusa. ‘Ele bateu a 300 por hora. Se houvesse uma caixa de brita, uma barreira de pneus, a velocidade cairia para 210’ E Senna ainda estaria conosco”... A entrevista é ilustrada por duas fotos de Edgar na pista de Interlagos, demonstrando seu ponto, “Edgar de Mello Filho tem certeza de que uma caixa de brita com barreira de pneus como essa evitaria a morte de Senna”, ou “material mais moderno, como uma caixa de isopor cheia de água”, “O grande segredo da brita, diz Edgar, é que reduz a velocidade do carro, Os pneus completam a segurança”, relatando que Bernie Ecclestone teria ordenado a retirada da barreira na Tamburello a pedido dos pilotos, mesmo que Gerhard Berger seja, em suas palavras, “um acidente-móvel... Seguindo a linha de “Caras”, a publicação da Bloch fez uma matéria sobre as flores dos fãs, “São Senna, O herói vira espirito de luz, Fãs traumatizados fazem preces pedindo graças. E transformam o cemitério do Morumbi em centro de romarias”, sem contar os incontáveis buquês depositados na sede da Williamns, nas grades de Ímola e na Mc Laren exposta pela Honda no Japão, e ouve um amigo próximo de Senna, “Ubirajara Guimarães, Senna era campeão até nos negócios”, lembrando da parceria na representação da Audi no Brasil e relatando que “No domingo da prova ele estava feliz, acreditando que ganharia a corrida. Só havia reclamado muito contra a pista: do carro dissera que a suspensão estava um pouco dura”, em seguida, assistiu a corrida “na cabine de uma emissora de TV brasileira”, destacando, “Foram momentos desesperadores, porque estávamos acostumados a ver o Ayrton bater e sair andando. Encontrou Leonardo e a assessora de imprensa de Senna, Betise Assumpção, e voaram para Bolonha. No hospital, não quiseram ver o piloto na UTI, embora fosse permitido”... Falando em permissões e proibições, o outro tema levantado na capa da revista surge na matéria “Esta Victória é do Senna???”, que abre com uma página dupla ocupada na maior parte de sua extensão por uma foto posada da modelo, feita por Hélio Motta, no canto a direita, uma foto de “O Globo”, onde uma babá aparece segurando a filha de Marcella atrás da grade de proteção de seu apartamento na região da Barra da Tijuca e outra com Ayrton Senna nos boxes do autódromo de Jacarepaguá, onde observa o piloto, com o macacão da Lotus, beijando uma loira, “Sempre cercado de mulheres bonitas (muitas famosas) como Patrícia Machado, Adriane Yasmin, Virgínia Nowicki, Vanessa Splinder, Elle McPherson e Xuxa, além de Adriane Galisteu – a última namorada – Ayrton Senna teria uma filha com a modelo Marcella Prado, Victória, de 9 meses. A mãe estaria apenas esperando passar a comoção pela morte do tricampeão para entrar com um processo na Vara de Família, requerendo a paternidade e parte da herança”, algumas das mulheres citadas tiveram o nome escrito errado, “Adriane Yasmin” é Adriane Yamin, e “Vanessa Splinder” é Vanusa Spindler, vide participação na novela “Pérola Negra”, a legenda da foto maior apresenta “Marcella Praddo: uma mulher no centro da polêmica, No eixo Portugal e Angra dos Reis teria acontecido o love de Ayrton com a modelo Marcella Praddo, que aparece de costas numa revista italiana” – a foto em Jacarapeguá – “Victória, no colo da babá, seria a filha do tricampeão”... A reportagem informa que “A morte de Ayrton Senna coloca em jogo a fabuloso fortuna de 30 milhões de dólares de herança”, pois “Marcella Prado, ex-Edilaine Gonçalves, é mãe de Luis Felipe e Victória, que seria filha de Ayrton Senna, Enclausurada em seu apartamento na Barra, a modelo deixa uma dúvida no ar”, para a qual uma retranca do matéria apontava uma possível solução, “A suposta paternidade não é mistério para a ciência” – exames de DNA, Ratinho, é curioso perceber que cada veículo de comunicação abraçou uma “ex” diferente de Senna, a revista “Caras”, Adriane Galisteu, “Contigo”, Xuxa, e “Manchete”, Marcella Praddo, que não conseguiu comprovar a paternidade de Victória em dois testes de DNA, o último deles no ano 2000, desde então, a ex-modelo voltou a adotar o nome de batismo, Edilaine, e mudou-se para Miami, onde vive com os filhos, inclusive foi nos Estados Unidos que Victória casou-se em 2018... A cobertura sobre Senna é completada por uma “Carta de Ayrton Senna”, “psicografada” pelo cronista político Murilo Melo Filho, um pôster nas páginas centrais de “Ayrton Senna do Brasil (1960-1994)”, uma foto de Marcos Muzi onde o piloto ergue os braços segurando uma bandeira do Brasil no pódio de Interlagos, acrescida de seu autógrafo – pôsteres de Senna se transformariam em um item bastante comum à venda nas bancas, mesmo um ano depois do acidente, boa parte dos itens da coleção que adquirimos pela internet e buscamos no bazar são destas publicações – o texto “Senna por Senna”, uma antologia de frases do piloto reunidas pelo jornalista Renato Sérgio, com algo de exaltação, “Uma interpretação do nome dele, na linguagem simbólica dos ideogramas japoneses, publicada pelo jornal francês ‘L 'Équipe’, pode ser a mais perfeita tradução deste supercampeão das pistas da Fórmula-1. No vocabulário dos desenhos orientais, Ayrton quer dizer ‘ardor Consagrado’. Esse mesmo ardor consagrado em vitórias, fama e dinheiro, por um homem que dizia coisas como: ‘Se depender de mim, vocês vão esgotar os adjetivos do dicionário’. Ou: ‘É preciso fazer algo especial. Todo ano alguém ganha o título. Mas eu quero ir além disso’. Ayrton Senna era assim”, mas também com um dado de realidade, “Nas últimas quatro corridas, tivemos três problemas, sempre por causa de imprudência. Por sorte ninguém se machucou, mas poderia ter acontecido. Quero deixar claro que, se continuar assim, também vou começar a jogar duro e aí vai sobrar gente para todo lado”, e por fim, uma reportagem com Nuno Cobra, “A dor do guru, O preparador físico de Senna comove-se no velório e conta como cuidou do herói em sua busca de equilíbrio entre corpo e mente” – muito antes do choro de Viviane Senna com o capacete do irmão ir parar no filme “Homem de Ferro 3”, em 2013... Claro que Pancada pediu para ver o restante da revista, e nada melhor para espantar o “efeito Mandela” do que uma reportagem da “Time”, “Nelson Mandela, A nova era da África do Sul, Ao ganhar as eleições presidenciais, o líder negro que destruiu um regime inicia a construção de um novo país”, na sequência, um artigo de Murilo Melo Filho de uma série sobre os partidos políticos brasileiros, “PSDB, Um tucano alça voo para o poder”, não que nosso colega de rede simpatize com o partido, porém aquele tucano de pelúcia na tribuna da Câmara dos Deputados na convenção que fundou o partido em 1988, bem atrás do Artur da Távola e do Fernando Henrique Cardoso lembrou um grande amigo seu, assim não pode, assim não dá... Falando em conhecidos, qual não foi a surpresa do nosso humorista ao encontrar a Querência de “Nos Cafundós do Brejo”, ou melhor, “Letícia Spiller cresce e aparece, A Pituxa Pastel deixou os baixinhos na mão e aderiu ao teatro sério”, tanto quanto é possível contracenando ao lado de José Mayer na peça “Peer Gynt”, no Teatro Glória, isso antes da Babalu, all right???... Corta para as notinhas ilustradas da seção “Top”, “Os descuidos (e sustos) de Di”, no caso, da divorciada princesa Diana na região de Málaga, na Espanha, “Dona Britt e seus 200 maridos”, sobre o livro da atriz Britt Ekland, “Sweet Life”, que os ingleses consideraram “pornografia”, imagina então a coletânea de crônicas de Arnaldo Jabor, “Os Canibais estão na Sala de Jantar”, anunciada em “Os canibais já chegaram a redação”, ilustrada por uma foto do cineasta se acabando numa churrascaria, melhor ver o encontro de Richard Gere com o Dalai Lama em “O Nirvana em Nova Iorque”, nada a ver com o já saudoso Kurt Cobain, ou ler sobre “A voz de Minas em Portugal”, no caso um show de Milton Nascimento no Mosteiro dos Jerônimos em Lisboa, e passar batido por “Ninguém segura a fera”, texto sobre a musa dos italianos, a atriz Ornela Muti, quem sabe pedalando com o ciclista Henrique Félix Penteado em “A volta ao mundo em duas rodas”, quem sabe não são parentes???... Porém, uma importante tarefa surgiu para nosso fornecedor de DVDs, ler os textos muito pertinentes do encarte “Manchete Saúde”, “A arte de reconstruir a orelha”, “Incontinência urinária, Aprenda a exercitar o períneo”, até parece pergunta do professor Raimundo para Dona Bela, “Prótese de quadril, Uma cirurgia agora rotineira”, não que seja a prótese que ele precisa, mas enfim, o importante é resolver “As dúvidas na gravidez” e tomar “Chás para náuseas e vômitos”, vai que ele engravida... Ops!!!... Depois de ver os textos sobre coma e pessoas depressivas, Pancada pode se informar com o texto da série “Chaves da Copa”, sem alusões aos presentes, “Holanda Bélgica A Guerra dos Importados, O surinamês Rijkaard e o brasileiro Oliveira podem decidir o grupo F”, embora ele concorde que “O velho toque do brasileiro Candinho ainda anima a Arábia Saudita”, mesmo que ele tenha sido trocado pelo holandês Leo Beenhakker, que na matéria é identificado como alemão, ainda durante as eliminatórias para o Mundial de 1994, que aconteceria nos Estados Unidos em junho... No “Jornal da Copa”, nosso companheiro de web soube que Romário se juntaria à Seleção Brasileira em 20 de maio, apesar da apresentação dos convocados na Granja Comary acontecer no dia 17, uma semana depois do técnico Carlos Alberto Parreira fazer a convocação para o Mundial, alis, o Pé-de-Uva era sagaz sobre a classificação da equipe para o mata-mata, “só entra quem vencer duas”, enquanto isso, Lidio Toledo providenciava “Exames de astronautas” para os jogadores no Hospital da Aeronáutica, no Rio, junto com um “Autocontrole antidoping”, enquanto para a Granja Comary eram reservadas “Aulas de arbitragem para pavios curtos”, ao mesmo tempo que Parreira tinha definidos os “Titulares e reservas para a Copa do Mundo”, se dando ao luxo de convocar para o amistoso com a Islândia “os disfarces Sávio / Túlio”, tudo bem que nosso colega de rede adoraria ver o jogador do seu Menguinho na Copa, porém algumas páginas adiante, ao ler a matéria “O Fator Ronaldo”, convenceu-se de que o tal de Ronaldinho, que jogou com a camisa 7 de Túlio Maravilha na vitória sobre a Islândia por 3 a 0 em Florianópolis “defende com a mesma habilidade que ataca”, é “ligeiro, perfeito no controle da bola com os dois pés” e “joga para a frente, ousando, tocando ou driblando, mas sempre com a obsessão do gol”, tanto que marcou o primeiro gol da Seleção, que ampliou o placar com Zinho e Viola (OG), assim, Pancada só precisa comprar um barbeador para ganhar um Corsinha, o grande lançamento automobilístico de 1994, na promoção “Barbada de Prêmios Gillette Sensor”, apesar de não ter barba... Ops!!!... O internauta também ficou muito contente ao ver a reportagem “Flávio Silvino, Depois do inferno, as águas da vida, Um doce vampiro recupera-se de um coma neurológico com muita fé e cercado de amor”, embora se ele fosse o editor da revista, preferiria que a foto principal, onde o autor está deitado na areia da praia da Barra, fosse com o papi Paulo Silvino, ao invés da namorada dele na época, Mary Mallandro, a própria.... Ops de novo!!!... Alis, por falar em comediantes, Pancada se interessou pela história de Shao Su Fu, “O pequeno grande Buda, Um paulistinha de 11 anos entra nos caminhos da iluminação budista”, pois lembrou-se do Mao Laluno da “Escolinha do Professor Raimundo”, no entanto, sua atenção direcionou-se imediatamente para dois assuntos de extrema relevância, “Sinal vermelho para o silicone, Os fabricantes propõem indenização às portadoras de prótese mamária”, logo agora que ele estava pensando em fazer como o Seu Peru (!!!), e “Miss Brasil 94, Tatiane no trono da beleza”, até porque ele confundiu a gaúcha Tatiane Possebon com a Dona Cândida (!!!)... Na seção “Em Foco”, nosso companheiro de web pegou a dica da peça “O Médico e o Monstro”, embora a crítica Nancy Campos advirta, “não espere de O Médico e o Monstro o mesmo prodígio de ‘Irma Vap’, mesmo admitindo que “ok, a parceria de Ney Latorraca com Marcos Nanini (desta vez na direção) continua afiada”, como levar a sério alguém que não consegue acertar o nome do Lineuzinho, ainda bem que Nanini dividiu a apresentação do “7º Prêmio Sharp, A grande festa da música” com Camila Pitanga e Isabel Filardis, uma loira mais excelente que a própria acompanhante do dono da festa, José Mauricio Machline, vide foto com Lilibeth Monteiro de Carvalho, ex-senhora Fernando Collor de Mello... Nosso humorista dedicou um minuto de silêncio a Mário Quintana, “Difícil não é morrer, é deixar de viver, Ele foi o melhor dos poetas gaúchos e um dos últimos gigantes da poesia brasileira, admirando a foto tirada em 1966 na cobertura do escritor Rubem Braga na região de Ipanema, onde comparem Quintana, Vinícius de Moraes, Manuel Bandeira e Paulo Mendes Campos, é muita testosterona... Ops de novo!!!... Alis, a matéria da “Time”, “A nova dor de cabeça de Clinton, Uma mulher o acusa de propostas bucogenitais”, sobre o caso Paula Jones, fez ele entender porque o presidente estadunidense foi apelidado pelos Cassetas de “Bill Pinton” (!!!), ao mesmo tempo que disse “Quem???” ao ler sobre “Os Irmãos Coen rumo a Cannes” – eles só lançariam o filme “Fargo” em 1996 – e ao saber que foi “Leiloado o patrimônio dos Guinle”, queria ver se já havia sido arrematada a primeira senhora Cantapedra, digo, ignorando que com a inauguração do Eurotúnel, temos “Inglaterra e França mais juntas”, para quê, os dois países não se classificaram para a Copa do Mundo de 1994, mas de olho em “O Real na reta final”, com o ministro da Fazenda, Rubens Ricúpero mostrando a fauna das notas da nova moeda, sem medo da parabólica, e nem deu muita bola para “O fim de um pesadelo”, no caso, a libertação do pai do jogador Romário, Edevair, após seis dias de sequestro, pedindo um conhaque para beber, afinal, além de ter um anúncio do xarope Melagrião ® na página ao lado, o Baixinho ainda não jogava no Menguinho, para onde se transferiria apenas após o tetra, em 1995... Ops outra vez!!!...
As 52 páginas da “Manchete Histórica” com o título de capa “O Brasil chora Senna, cobertura completa”, com data de maio de 1994, traz as fotos do cortejo, do velório e do enterro feitas pela equipe da revista, coordenada por Vic Parisi, com imagens de João Silva, Marcos Corazza, Frederico Mendes, Nilton Ricardo, Orípedes Ribeiro, Ricardo Mega e Ruy de Campos... Na capa, uma imagem do caminhão Scania do Corpo de Bombeiros que levava o caixão com o corpo de Ayrton, ladeado pelos cavalariços da Polícia Militar, formando um círculo que ao virar a esquina, dava a impressão de estar cercado pela multidão dos dois lados da rua, como o caixão de Senna permaneceu fechado durante todo o funeral, o acidente desfigurou todo seu rosto, a revista colocou na capa uma foto de Ayrton com o macacão da Mc Laren segurando seu capacete verde e amarelo... Nas páginas 2 e 3, uma única imagem, “O adeus a Senna, Na imagem do caixão coberto pela bandeira entrando na Assembleia Legislativa, a dor de 150 milhões de irmãos do grande herói das pistas”, a foto dos pilotos levando o caixão até a sepultura está na página dupla seguinte, “A dor dos gigantes das pistas uniu-os no enterro de Senna: Roberto Pupo Moreno, Christian Fittipaldi, Alain Prost, Emerson Fittipaldi, Michele Alboreto, Raul Boesel, Thierry Boutsen, Rubens Barrichello e Gehard Berger revezaram-se nas alças do caixão, A tristeza não impediu a revolta de Prost, que acusou os organizadores da Fórmula-1 de não terem respeito pelos pilotos”... A foto de capa é repetida em um recorte mais amplo, ocupando duas páginas, permitindo ver um Busscar Urbanus da linha 7594-10 esperando a liberação da pista do lado oposto, “Um verdadeiro formigueiro humano canonizava o ídolo”, a próxima imagem mostra a Marginal do Rio Pinheiros, na altura da Ponte Eusébio Matoso, onde na parte esquerda estava o prédio do Unibanco, “No último adeus ao piloto, cinco letras que choram: S E N N A, Na quinta-feira, 5 de maio, São Paulo parou para acompanhar o corpo do tricampeão da Fórmula-1, da Assembleia Legislativa até sua última morada, o cemitério do Morumbi, Quando o cortejo atravessava o Rio Pinheiros, o herói recebeu mais uma bela homenagem: seu nome escrito no arranha-céu”... Uma foto aérea do cemitério do Morumbi no momento em que o caixão era sepultado traz o relato da cerimônia, “Após os roncos dos motores, a paz numa aprazível colina do Morumbi, Honras de chefe de Estado, A preparação para a saída do cortejo fúnebre, do Ibirapuera ao Morumbi, começou por volta de 9 horas da madrugada, Um pelotão de soldados da polícia do Exército cobriu o trajeto do hall monumental da Assembleia paulista até o final da rampa, jogando pétalas de rosas, O caixão foi carregado por membros da elite dos Fuzileiros Navais, enquanto outro pelotão do Exército disparava a salva de 28 tiros de canhão, Quase simultaneamente, três caças da Aeronáutica sobrevoaram o cortejo, que foi seguido pelo povo a pé, em carros particulares, táxis, motos e bicicletas, Para evitar tumulto, não foi permitida a entrada do povo no Cemitério do Morumbi, onde uma aprazível colina em círculo estava preparada para receber os restos mortais do ídolo”, vide lápide com a frase, “Nada pode me separar do amor de Deus” – não, Pancada, Telê Santana não está no tumulo ao lado, digo... Mais cenas do enterro são apresentadas em “Todos se uniram à família Senna em sua dor”, a esquerda, Milton e Neide, pais de Ayrton, e a legenda das fotos a direita, “As lágrimas de Milton e Neide, os pais de Senna, A sobrinha Bianca leva o capacete, a irmã Viviane dá a mão a Xuxa e Edgar de Melo Filho, diretor de Interlagos, acompanha” – no alto – “Dona Ika e o governador Fleury estão com Ministro Murilo Hingel, que representa o presidente Itamar Franco, Todos unidos na solidariedade à família Senna”... Alis, por falar em família, a disputa silenciosa que aconteceu no velório e no enterro é relatada na próxima página dupla, “Adriana: o drama de quem perdeu o grande amor, Adriana Galisteu, namorada de Senna, chegou de Portugal para dar adeus a seu amor, Ao chegar a Assembleia Legislativa para o velório, Adriana sucumbiu a emoção, A jovem teve que tomar calmantes para aguentar a dura provação de acompanhar o enterro” – a foto de Adriane Galisteu no cemitério mostra ela levando a mão a nuca, como que acometida por um mal-estar súbito, isso depois de ter que deixar o velório para a chegada de Xuxa... A parte mais surpreendente da “Manchete Histórica” são as fotos das personalidades presentes ao velório, a começar pela página dupla “O Timão despediu-se de seu torcedor mais famoso, Viola (OG) viajou de Florianópolis para São Paulo, logo após o jogo Brasil X Islândia, e compareceu ao velório daquele que foi, em vida, um Gavião da Fiel de carteirinha numerada (o número de Ayrton Senna era 18.700), Cansado, emocionado, o craque corinthiano disse apenas, É uma grande perda para o esporte e para o Brasil”, ao lado da foto de Viola (OG) usando agasalho do Timão da Finta ® em frente ao caixão, a imagem de uma bandeira da equipe corinthiana que tremulava no cortejo... Mais comparecimentos ilustres são registrados em “No silêncio das homenagens, todos pareciam dizer: Valeu, Senna!!!”, ou como demonstram as legendas, “Adilson Maguila; o campeão olímpico de salto triplo, Ademar Ferreira da Silva; Luma de Oliveira, Eike Batista e Isis de Oliveira também estiveram presentes nas últimas homenagens ao amigo, exemplo de dignidade e profissionalismo na vida e no esporte que amava de paixão”, “O todo-poderoso dono da escuderia de Senna, Frank Williams, assistiu ao enterro”, “Emerson Fittipaldi, Alain Prost e Jackie Stewart – três campeões da Fórmula1 – estavam desarmados diante da perda irreparável. Antônio Ermírio de Moraes também deu adeus a Senna”, e por último, mas não menos importante, “O dublê de ator e cantor Fábio Júnior compareceu ao velório com Guilhermina Guinle e chorou copiosamente” – sacanaji, aponta o Pancada... Ops!!!... Uma página dupla foi reservada às autoridades presentes no velório, “O país ficou de luto: Senna fazia parte da família brasileira, Após uma rápida visita a família Senna, o presidente Itamar Franco compareceu por quatro minutos no salão do velório, em companhia de Paulo e Silvia Maluf, de Leonardo Senna, o irmão de Ayrton, e do governador de São Paulo, Luis Antônio Fleury, Meu objetivo – disse o chefe da nação, é trazer em nome do país solidariedade à família de Ayrton Senna, neste momento em que o Brasil está de luto, Um dos integrantes da comitiva presidencial (o deputado Fábio Feldman) comentou: Senna fazia parte da família brasileira” – por falar em parlamentares, na foto também podem ser vistos o deputado estadual Edson Ferrarini e os deputados federais Arnaldo Faria de Sá e Gastone Righi... As pessoas do povo que compareceram para prestar uma última homenagem a Ayrton estão nas próximas duas páginas, “Nos rostos sofridos, a dor da perda de um pouco de nós”, como das três mulheres abraçadas na foto maior, a do meio com um boné do Banco Nacional, que escondia seus olhos, mas não as faces ruborizadas pelas lágrimas, nas imagens menores, um rapaz com a bandeira do Brasil nas costas e a edição extra da revista “Grid” sobre Senna, que também faz parte do lote que adquirimos na OLX, carregado por policiais devido a um mal-estar, e duas mulheres de preto chorando com a bandeira do Brasil, “Para o povo brasileiro, desprovidos de ídolos e líderes, a morte de Senna representou o mutilamento de sua já sofrida alma, A presença maciça da bandeira nacional serviu para desnudar o quando de desesperança e desolação existem nos corações e mentes, Com o sofrimento estampado nos rosto, os fãs se acotovelaram durante horas para se despedir do tricampeão, Segundo cálculos da polícia, 126 pessoas passaram por minuto diante do esquife” – tão ligeiros quanto foi permitido a “Adriana” Galisteu, a revista escreveu errado o nome dela... Dois adultos e uma criança com uniformes de piloto são o tema de “Muitos sonharam em ser Senna. E vestiram seu uniforme, Muita gente vestiu o uniforme de Senna para expressar sua saudade. Houve até quem trouxesse uma namorada do Senna como indumentária. E um Senna ‘noir”, dizendo que sem estrela nem uniforme, acabaram com o nosso herói”, Mas, em matéria de simbolismos, nada melhor que o garotinho Senna olhando para o futuro, guardado pela bandeira, construindo mundos” - na verdade, o Senna “noir”, que também apareceu na edição especial de “Caras”, usava um uniforme cinza, em francês, “noir” quer dizer negro, também designando uma estética sombria do cinema estadunidense, usada principalmente em filmes policiais, no final dos anos 1940, e garotinho não é guardado, mas sim está guardando a bandeira, digo... As páginas centrais da revista são reservadas a um pôster de “Ayrton Senna do Brasil”, numa foto em que se dá um banhaço de água fria no alto do pódio, sem tirar o boné da cabeça, imagem produzida pelo japonês Koike, um dos especialistas em registrar Ayrton... Depois do pôster, a reportagem fotográfica “A longa viagem de volta do campeão”, começando pela Itália, “O céu de Bolonha ficou mais azul, as bandeiras mais verde-amarelas, as mãos erguidas num adeus mais profundo, quando o avião levantou voo levando o corpo de Ayrton Senna, Foi assim, cercado de cores, amores e simbolismos, que ocorreu o embarque, Nas ruas, os italianos, traumatizados, entristecidos, jogavam flores sobre o carro fúnebre, E, no aeroporto, cercaram o avião da Aeronautica Militare Italiana que fez o transporte” – cenas registradas pelo fotógrafo Alberto Pizzoli, da agência Sygma... O caixão seria transferido para uma avioneta da Varig, vinda de Paris, onde ocorreu o transbordo do corpo, a qual aparece no aeroporto de Cumbica, no momento que o corpo de Ayrton é levado para o carro do corpo de bombeiros, na foto também é possível ver uma aeronave da American Airlines e dois ônibus de pista da antiga Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo (SATA), “O Brasil acordou cedo para receber o herói e chorar na despedida, Os primeiros raios de Sol não haviam surgido quando o quando o avião aterrissou no aeroporto de Guarulhos, e o caixão com o corpo de Ayrton Senna, envolto na bandeira do Brasil, foi retirado, Por dentro de por , o aeroporto estava lotado de pessoas cheias de saudade, O Brasil se unia ao adeus ao herói em sua última viagem”... Muito mais ainda na passagem do cortejo pela região central de São Paulo, “O Anhangabaú parou no silêncio de uma arrasadora saudade, O Anhangabaú, alma de São Paulo, concentrou a alma do Brasil, na passagem do caixão com o corpo de Senna, As milhares de pessoas, vindas do país inteiro, manifestaram sua dor com bandeiras e faixas, onde tentavam sintetizar o que Senna significou, Muitos gritaram, Mas a maioria preferiu a homenagem do silêncio” – notem os ônibus Monobloco Mercedes Benz O364 perdidos entre as pessoas e os carros, na altura do viaduto Santa Efigênia... A passagem pela Avenida 23 de Maio é registrada por uma foto próxima ao Obelisco do Ibirapuera, mostrando a pista no sentido bairro tomada pelos carros, motos e táxis que acompanhavam o cortejo, do lado oposto, dá para ver um Thamco Scorpion parado na direção do centro da cidade, “O Ibirapuera abre a alma: ‘Valeu, tricampeão’, Os paulistas usaram coração e arte para mostrar o carinho do Brasil por seu grande campeão, Quando o carro dos bombeiros passava com o caixão, um círculo de calor humano deu-se as mãos em volta de uma frase esculpida em grama: ‘Senna, valeu, tricampeão’, Pessoas subiram no monumento aos bandeirantes, de Brecheret, simbolizando a coragem e o arrojo de Senna, Mas a grande expressão cultural do dia foi a massa humana a caminho do Ibirapuera”... Que é vista do alto, lotando os arredores da Assembleia Legislativa, fazendo fila para ver o caixão colocado no hall monumental, “São Paulo diminuiu a marcha na última viagem de Senna”, porém antes do povo compareceu Nuno Cobra, “que comoveu todo mundo, no velório, ao acariciar o caixão como se estivesse afagando o próprio corpo de Senna”, lembrando do último telefonema para Ayrton, antes da viagem para Ímola, “ele foi Senna até o último momento, o Ayrton que sempre conheci, Na pista, empurrando os seus limites. No dia-a-dia, superando os obstáculos que apareciam na sua frente”, e principalmente as autoridades e celebridades, “A dor e a consternação uniram rostos famosos aos anônimos que foram se despedir do tricampeão”, no caso, “Hebe Camargo não resistiu: chorou e beijou o caixão”, “O ex-governador Leonel Brizola esteve presente e prometeu o nome de Ayrton Senna a um CIEP”, ao lado de Francisco Rossi e Roberto D’Ávila, “Os judocas Rogério Sampaio e Aurélio Miguel também foram dar o seu adeus”, dois campeões olímpicos, “João do Pulo, compenetrado, rezou diante do esquife” – o atleta teve o ouro roubado no salto triplo, mas essa é outra história, digo... O jornalista Ney Bianchi resgata a trajetória do piloto em “Senna, vida e glória de um campeão”, com duas fotos de Artur Ferreira da primeira vitória de Ayrton na Fórmula-1, comemorando no carro após a bandeirada e no pódio com Michele Alboreto e Patrick Tambay, ambas as cenas com uma chuvinha no autódromo de Estoril, em Portugal, quatro boxes relatam a história de seus três títulos mundiais, em 1988 – com imagem da apresentação da dupla Alain Prost e Senna na Mc Laren – 1990 – o acidente entre a Mc Laren de Ayrton e a Ferrari de Prost que decidiu o campeonato – e em 1991 – na tribuna da família real após a vitória em Mônaco, ao lado de Nigel Mansell – apontando ainda que era “Um campeão amado pelo povo” – na foto de Norio Koike, acenando para a multidão que cercava o Opala da PM paulista onde estava o piloto, “O piloto frio das pistas era o amigo sincero de todos os momentos fora delas”, duas fotos de Norio mostram Senna vestido a rigor, sentado em um sofá, uma cartola servindo de balde de champanhe no tapete da sala, e na mesinha de centro, um troféu e uma revista italiana abertura numa página dupla onde Ayrton olha para uma miniatura da Mc Laren, com o título “Io e Dio”, na outra imagem, está montado numa moto da Ducati, com “a namorada Adriana” colocando capacete ao lado, além do registro do fotógrafo de “Manchete”, Gil Pinheiro, Ayrton com os pilotos da FAB, usando o macacão da Lotus, momentos antes de pilotar um caça supersônico, e um flagrante com dois dirigentes automobilísticos de passado comprometedor, Jean-Marie Ballestre, colaborador dos nazistas durante a ocupação da França pelas tropas de Hitler na Segunda Guerra Mundial, e Max Mosley, filho de Oswald Mosley, líder dos fascistas britânicos na década de 1930... O expediente da edição divide espaço com duas fotos do cortejo, uma focada no carro dos bombeiros, outra mostrando a multidão nas ruas, na antepenúltima e na penúltima páginas a foto de um garoto com o uniforme de Senna na Williams andando ao lado das coroas de flores colocadas na entrada da Assembleia Legislativa, “Na pista da saudade nasce um Senna do futuro”, e na contracapa outra foto de Koike, Senna caminhando na beira da pista, levando seu capacete, “Adeus Ayrton. Valeu, campeão!!!” – embora a criança esteja “dis costas”, dá para notar que não é o Lewis Hamilton, digo...
A repercussão dos acontecimentos fez com que Bloch Editores resgatasse um de seus títulos mais importantes, “Fatos e Fotos Gente” com o lançamento de um “Álbum Histórico”, uma publicação em tamanho grande sobre Ayrton Senna, trazendo “Os melhores momentos de uma vida de glória”, ilustrado com fotos das agências Gamma e Sygma e imagens do arquivo da revista “Manchete”... A capa, feita com um papel mais resistente, tem uma foto de Norio Koike, mostra Senna com a mão no queixo, segurando uma caneta, a contracapa é a mesma foto de Ayrton praticando esqui aquático na fazenda de Tatuí que saiu em “Caras”, feita por Gianni Giansanti... A segunda e a terceira capas tem um mosaico de imagens coloridas do piloto, na segunda, a bordo de um caça da FAB, no “cockpit” do carro, erguendo troféu na Honda com Gehard Berger, reflexivo nos boxes, jogando tênis, posando na foto oficial dos pilotos feita para a FIA, usando um barbeador elétrico e comendo no box da Mc Laren, na terceira, ele aparece fazendo “cooper”, usando o boné do Banco Nacional, com seu cachorro, acenando no pódio do Grande Prêmio da Espanha, no posto de observação da Mc Laren na pista, dirigindo a Lotus preta e praticando aeromodelismo... A foto de Ayrton sem camisa, com um boné da empresa petrolífera francesa Elf, no meio da imagem da arquibancada lotada de um autódromo, ilustra o prefácio da edição, “Adeus, Ayrton”, a primeira matéria da revista, com o chapéu “O Mito”, aborda, “Um gênio das pistas e suas muitas faces, Na primeira vez que testou um carro de Fórmula-1, em Donnington Park, Senna bateu o recorde da pista e deixou Frank Williams boquiaberto com o que viu”, a abertura é ilustrada com três fotos do piloto, a esquerda, o brinde que ilustrou a capa de “Manchete” sobre o acidente, e uma imagem da infância, com duas meninas em frente a um Fusca, ambas as duas em preto-e-branco, e a direita, uma foto de página inteira de Ayrton tomando uma chuveirada, colorida... Embora o texto tome emprestada a definição do biógrafo de Senna em vida, Christopher Hilton, “um rosto frio, melancólico, impenetrável”, a imagem de infância o descreve como “garoto do interior”, sendo que ele nasceu e cresceu na cidade de São Paulo... A matéria prossegue apontando que “Ele disse que viu Deus na reta de chegada no Japão” e mostrando, por meio de imagens em preto-e-branco, seus “hobbies”, andando numa moto Honda e ajustando o controle de um aeromodelo, também deitado numa rede, “numa cena rara”, exercitando-se com halteres e posando ao lado de Emerson Fittipaldi... Os três campeonatos conquistados na Fórmula-1 mereceram textos específicos, sobre o título de 1988, “Ele e Prost disputaram ponto a ponto até a última prova, um eletrizante duelo no circuito japonês de Suzuka. O francês tinha cinco pontos de vantagem sobre Senna e, o que era pior, conseguiu superar o brasileiro na largada. Mas Senna sabia que aquele era seu dia e ninguém poderia tirar-lhe a vitória. Vinte e oito voltas depois do início da prova, o brasileiro ultrapassava o adversário e seguia para a mais emocionante bandeirada de sua carreira”, entre as fotos coloridas que ilustram a matéria, está a de Ayrton segurando a bandeira do Brasil no pódio de Interlagos em 1991, feita por Marcos Muzi e transformada em pôster na “Manchete Histórica”... A conquista de 1990 é abordada em duas páginas com fotografias em preto-e-branco, numa delas com o chefe de equipe da Mc Laren, Ron Dennis, e em outra de turbante, recebendo o troféu do campeonato, conquistado de forma turbulenta no Japão, “No autódromo japonês, o público assistiu ao mais controvertido momento da carreira de Senna, sua batida com Prost na primeira curva. O francês largou melhor e assumiu a ponta, mas Ayrton não se intimidou e buscou o vácuo da Ferrari. Ao chegarem a curva, Prost distraiu-se por uma fração de segundos e abriu a porta, percebendo o erro, ele tentou fechar, mas Senna já vinha com o bico do carro para a ultrapassagem. Resultado: os dois foram parar na caixa de britas – tudo isso a menos de 10 segundos da largada. Não importava mais a corrida da Austrália, a Fórmula-1 tinha agora mais um bicampeão”, e o texto não deixa de assinalar o título como revide de Ayrton pela desclassificação no Grande Prêmio do Japão em 1989 e as ameaças de banimento da categoria feitas pelo dirigente Jean-Marie Ballestre... O triunfo de 1991, desta vez conseguido em cima de Nigel Mansell, após dois títulos disputados com Alain Prost, também é apresentado em duas páginas de fotos em preto-e-branco, a maior delas também do pódio da primeira vitória em Interlagos, Senna com a bandeira e abraçado pelo companheiro de Mansell na Williams, Riccardo Patrese, “Com isso, os dois chegaram ao fatídico Grande Prêmio do Japão com uma diferença de 16 pontos de Senna para Mansell – pode parecer pouco, mas é bom lembrar que havia 20 pontos em jogo. A tensão de Senna em Suzuka durou apenas nove voltas, tempo que o freio da Williams levou para deixar o inglês a pé. Desta vez, não havia como contestar o campeonato de Senna, A ele coube conduzir com calma sua Mc Laren e ainda demonstrar um belo companheirismo e ceder a vitória ao colega Berger” – Galvão Bueno sabia e não falou antes, digo... O pôster central da revista é uma foto de Senna acenando no pódio, usando o macacão da Mc Laren e um boné da Goodyear, com seu autógrafo colocado na parte de baixo da imagem... Na sequência, com o selo “Intimidade”, a matéria “A família sempre em primeiro lugar”, a esquerda, Ayrton criança no jipe, imagem obrigatória nas retrospectivas sobre a vida do piloto, a direita, Senna com os pais, Milton e Neide, o irmão Leonardo, e os sobrinhos Bianca, na piscina, e Bruno, de capacete, ele que se tornaria piloto, chegando a Fórmula-1... O curioso é que a matéria “As musas do campeão”, com “Amores” no chapéu, é toda ela colorida, ilustrada com imagens de Senna com Adriane Galisteu, a maior delas, de mãos dadas, Marjorie Andrade, com a cabeça pousada em seu ombro, a de Xuxa é em preto-e-branco, um flagrante do “Xou da Xuxa” em que a apresentadora encheu o piloto de beijos, Cristine Ferraciu, em um evento, vide mesa com copinhos de água mineral, latas de refrigerante e pãezinhos, e Monique Evans, beijando Ayrton, usando o uniforme preto da Lotus, no rosto no grid de largada em Jacarepaguá – também são citadas, sem fotos – Lilian Vasconcellos, Elle Mc Pherson, Virgínia Nowicki – vide flagrante no restaurante Tatini’s, com Ayrton “devorando um prato de massas” - Patrícia Machado, Adriane Yasmin – na verdade, Yamin – e Rosângela Simões... Separando as duas matérias, uma foto de página dupla de Ayrton, em preto-e-branco, sentado numa poltrona e segurando a miniatura de um helicóptero, tendo a sua esquerda uma série de opiniões de ex-pilotos e do dirigente Bernie Ecclestone, que o comparou ao boxeador Muhammad Ali, que afirmou em 1991, “Será um superstar e todo mundo estará interessado em ver se ele vai ganhar ou perder”, por coincidência, a lista é encabeçada por um notório desafeto, Nelson Piquet que disse em 1986, “Sua hora chegará por ser muito talentoso”, inclusive deixando a modéstia de lado, “Talevez chegue a ser melhor do que eu”, confessando em 1989 que se fosse dono de equipe, gostaria de ter Ayrton como piloto, sem contar as opiniões dos ex-corredores Oscar Larrauri, “Quando vejo Senna no retrovisor, já sei que tenho de sair da frente”, e Alessandro Nannini, “Ele corre riscos, porque ninguém é campeão mundial de outra maneira”... O “Álbum Historico” termina com duas matérias, também sem fotos coloridas, sobre Ayrton nas pistas, “As melhores marcas de um grande campeão”, ilustrada com fotos da comemoração da Honda pela 50ª pole, conquistada na Espanha em 1900, com bolo e tudo, e “A vida sempre em perigo”, resumindo os acidentes sofridos na carreira, não por acaso abaixo da Williams de Ayrton, “Senna lutou com todas as forças para poder guiar uma Williams. Conseguiu, mas morreu antes de marcar pontos com o novo carro”, e a coletânea de frases “Senna por ele mesmo”, na foto de boné do Banco Nacional e de óculos escuros, que começa e termina com duas frases contrastantes, “Tenho pesadelos com acidentes, mas também sonho que encontro minha garota e dou um tremendo beijo nela” e “Eu nunca considero a possibilidade de um acidente”... A principal revista semanal de informação brasileira na ocasião, “Veja”, dedicou uma edição extra a Ayrton Senna, com data de 3 de maio de 1994, algo que a publicação havia feito apenas três vezes, conforme relata na “Carta ao Leitor”, "quando aconteceu a indicação da cúpula militar para que Ernesto Geisel ocupasse o Palácio do Planalto, em junho de 1973, a morte de Juscelino Kubitschek num acidente de carro, em agosto de 1976, e a votação do impeachment_de Fernando Collor pela Câmara dos Deputados, em setembro de 1992”, trazendo ainda alguns detalhes sobre a produção da edição extra, “E então é por isso que a redação de VEJA, suas sucursais e correspondentes trabalharam forte contra o relógio, da tarde de domingo ao início da noite de segunda-feira, para tentar explicar o acidente de Ayrton Senna, sua vida, sua carreira, as condições de segurança da Formula 1, o fascínio do perigo das corridas, a comoção com a morte do piloto e por que ele era um ídolo. Na gráfica da Editora Abril, 1.200 trabalhadores também vararam a noite para imprimir os 300.000 exemplares da edição extra. Logo que os primeiros exemplares ficaram prontos, uma operação de emergência, envolvendo 2.500 pessoas, foi colocada em marcha para atingir cerca de 23 000 bancas e pontos-de-venda, espalhados por mais de 2 000 cidades do país”... Na capa, uma foto de Senna com o macacão da Mc Laren acenando na pista com uma das mãos e segurando o capacete na outra, feita por Pascal Rondeau, da agência Allsport, ilustra uma frase do piloto sobre a morte, “O dia que chegar, chegou. Pode ser hoje ou daqui a 50 anos. A única coisa certa é que ela vai chegar”, logo acima da chamada, “O desastre. Os últimos dias. A carreira. A obstinação em vencer. Os adversários. O fascínio pelo perigo. A comoção nacional. As lições do ídolo”... As reportagens da edição extra trazem um olhar mais informativo sobre o acidente, como na matéria “A morte depois da curva, Em Ímola, o melhor piloto do mundo acelerou, bateu e morreu”, que abre com uma foto da Williams logo após o impacto no muro da curva Tamburello, onde se nota a cabeça do piloto caída para o lado, após o movimento que Galvão Bueno interpretou como um sinal de vida, “Senna na Williams: espera de um minuto e 40 segundos pelos socorros”, um gráfico descreve em detalhes o acidente, “1- Ayrton Senna liderava a corrida na sétima volta, menos de um segundo à frente de Michael Schumacher. Estavam a 300 quilômetros por hora", “2 - Na curva Tamburello, a mais veloz do circuito de Imola, a Williams passa direto e espatifa-se no muro de concreto" - devido a quebra da coluna de direção, verificou-se depois, possivelmente precipitada por problemas na suspensão, embora Galvão e Reginaldo tenham falado nos pneus frios pelas cinco voltas com o "safety car" na pista, Senna já havia dado duas voltas rápidas antes da batida - “3 - O carro ricocheteia no muro e rodopia ricocheteia sobre a faixa de concreto, espalhando uma chuva de peças e detritos em volta”, e “4 - Sem duas rodas e os aerofólios, o carro finalmente para, em meio a uma nuvem de poeira. Senna fica preso ao cockpit, inerte e com fraturas no crânio”, acima da ilustração, uma foto mostra a retirada do piloto, “A equipe médica: quatro litros de sangue perdidos, rosto destruído e fraturas no crânio” – as imagens do sangue e das folhas de papel manchadas ao redor de Senna e do carro destruído, que chegaram a aparecer durante a transmissão ao vivo, foram evitadas por boa parte dos veículos de mídia na ocasião e teriam sido o pretexto para o DVD “Domingos Inesquecíveis”, sobre os 30 anos do “Fantástico”, ter sido recolhido das lojas em 2003... Nas páginas seguintes, duas fotos do atendimento a Ayrton, uma mostrando Senna na maca, sem a parte de cima do macacão, respirando por meio de uma traqueostomia e com um dos braços caído para fora, “Na maca: cuidado para transportar um corpo já inerte”, e outra com o corpo sendo embarcado para o hospital, “Chegando no helicóptero, rumo a Bolonha: fim anunciado quatro horas depois”, e a retranca “Radiografia da morte” resume os danos provocados pelo acidente, “Uma testemunha, que viu o corpo de Senna antes de o caixão ser lacrado, conta que sua cabeça estava toda arrebentada. Ele sofreu um afundamento na testa, e fraturas múltiplas na base do crânio, que provocaram hemorragias e edemas nessa região. Sua cabeça foi, portanto, alvo de dois tipos de traumatismo: o mais interno, a nível nervoso, causado pela desaceleração de velocidade, e o mais superficial, resultado da colisão direta de sua cabeça na parede” - quando a barra da suspensão perfurou a viseira do capacete e atingiu a testa de Ayrton - criticando a demora para o piloto ser atendido, “Os médicos da equipe de socorro do Grande Prêmio de San Marino só começaram o atendimento de Senna um minuto e quarenta segundos após o acidente, "Demoraram uma eternidade", diz o neurocirurgião Hélio Laterman, ex-chefe da equipe de socorro nos Grandes Prêmios de Jacarepaguá de 1985 e 1986, no Rio de Janeiro. "Aqui no Brasil em trinta segundos já chegamos com o socorro médico ao local de um acidente", diz o médico Jorge Pagura, chefe do atendimento neurológico nas corridas de Fórmula 1 disputadas em São Paulo”, concluindo, “O salvamento de Senna se deu no limite do aceitável, beirando a negligência. Dois minutos e meio depois da batida, ele foi retirado de sua Williams e, noventa segundos mais tarde, sofreu uma traqueostomia em plena pista - uma abertura em sua traquéia para que o piloto pudesse respirar. A boca e o nariz estavam bloqueados pelo sangue. O helicóptero que levou o piloto para o Hospital Maggiore de Bolonha decolou dezessete minutos depois da batida. Mas já era tarde. Os médicos italianos decretaram sua morte cerebral às 13h40 de domingo, horário de Brasília. Quarenta minutos mais tarde, o coração de Ayrton, que ainda batia com auxílio de aparelhos, parou”... O texto “A combinação que mata na Fórmula 1”, sobre “A associação de pistas inseguras, carros instáveis e velocidades cada vez mais altas aumenta os riscos das corridas”, traz um gráfico com a cronologia dos acidentes acontecidos no final de semana da prova em Ímola, “Sexta-feira, 29 de abril, 8h17. Rubens Barrichello entra com sua Jordan a 270 quilômetros por hora, ○ pneu dianteiro direito toca na ‘zebra’ da pista, o carro levanta voo, bate na barreira de pneus, dá duas voltas no ar e cai de cabeça para baixo. Barrichello perde os sentidos, é levado para o Hospital de Bolonha, onde são constatadas fratura de nariz e escoriações leves. Tem alta na manhã” de sábado” – uma foto mostra o momento do acidente, e em destaque, o piloto com o pescoço imobilizado - Sábado, 30 de abril, 8h18, “o austríaco Roland Ratzenberger bate seu Simtek-Ford número 32 na curva Villeneuve a 314 quilômetros por hora. 0 carro dá voltas e desliza na grama. Rodas e peças voam pela pista. Quando o carro parou, ele já estava desacordado” – na foto, a cabeça de Ratzenberger está caída para o lado, exatamente como a de Senna logo após o acidente – “Domingo, 1º de maio, 9h02. Na largada, o português Pedro Lamy arremete com sua Lotus contra a Benetton do finlandês J J Lehto, que ficara parado na pista. Destroços do carro atingem e ferem vários espectadores”, e “Domingo, 12 de maio, 9h18. Ayrton Senna perde o controle da Williams na saída da curva Tamburello, a 300 quilômetros por hora, e bate de frente contra o muro, o carro ricocheteia de volta para a pista. Senna sofre fraturas na base do crânio e more as 13h40”, além de resgatar dois outros acidentes graves ocorridos na mesma curva Tamburello, “Ímola, 1987: Nelson Piquet sai forte da Curva Tamburello, bate com sua Williams contra o muro, sofre traumatismo craniano, passa a ter pesadelos e muda o modo de dirigir”, e “Ímola, 1989: a Ferrari de Berger bate contra o muro na Curva Tamburello, se incendeia e o piloto fica quinze segundos no meio das chamas esperando o socorro da equipe de salvamento” – o que explica em parte o comentário de Edgar de Mello Filho sobre o piloto austríaco – além de um gráfico sobre a “Célula de segurança” do carros de Fórmula-1, onde “Só a cabeça fica solta e exposta a choques”, e uma lista com “Os 33 pilotos mortos na Fórmula-1”, desde a primeira temporada da categoria, em 1950, com fotos dos acidentes fatais de Peter Revson em Kyalami, em 1974, e Ronnie Peterson em Monza, em 1978, na página oposta... A reportagem “Nos últimos dias, o medo”, que abre com a foto de Senna cumprimentando Raí antes de dar o pontapé inicial do jogo da Seleção Brasileira em Paris, informa que “Senna descontrolou-se com a morte de Ratzemberger, ficou mal com a capotagem de Rubinho e foi às pistas preocupado com a morte”, relatando o encontro onde supostamente Ayrton teria ouvido a gravação do telefonema de Adriane Galisteu, que a matéria chama de “Adriana”, “Na noite de sábado, Senna ficou no Hotel Castelo, na cidadezinha de San Pietro di Terme, próxima a Imola. Jantou no hotel com os amigos de sempre: Braguinha, o locutor Galvão Bueno, da Rede Globo, o irmão Leonardo Senna, o sócio Ubirajara Guimarães e o fisioterapeuta Leberer. No jantar, Bueno falou muito sobre a necessidade de melhorar a segurança nas pistas. Isso não pode continuar assim dizia Bueno. Senna, em silêncio, ouvia com um ar grave. Não disse uma palavra, mas concordava, balançando a cabeça”, e a conversa na qual Ayrton teria dito que precisaria conversar seriamente com Galisteu após a corrida, “Encerrado o jantar, às 11 horas, Senna voltou a telefonar para Adriana, que a essa altura já estava na casa do piloto na Quinta do Lago, um condomínio de milionários em Faro, capital de Algarves, em Portugal. É uma mansão branca com piscina, portão fechado e cães de guarda. Dessa vez, os dois tiveram uma conversa longa, de cerca de uma hora. Trechos do diálogo: Você está bem??? – perguntou Adriana. Estou muito chateado com o que aconteceu. Os carros são realmente muito rápidos. Ainda bem que estou aqui com o Braga, meu irmão, meus amigos. Agora estou melhor. Se cuida. Não precisa se preocupar comigo. Não esqueça que eu sou forte, Adriana, muito forte” – a última frase encerra a antologia publicada por Renato Sérgio em “Manchete”... Alis, a descrição dos momentos anteriores a largada da corrida é um pouco diferente do que Ubirajara Guimarães relatou na revista da Bloch, “A última semana do piloto Ayrton Senna foi infernal. Com os desastres em Imola, articulou-se para reativar a associação dos pilotos, responsável no passado por mudanças que melhoraram as condições de segurança da Fórmula 1. No dia de sua morte, Senna conversou com Michael Schumacher, Michelle Alboretto, Gerhard Berger e J.J. Lehto. Sugeriu criar um conselho de ex-campeões, formado por Alain Prost, Niki Lauda e Jackie Stewart, entre outros. Junto com Jean Todt, diretor esportivo da Ferrari, os dois pilotos combinaram de ir a Mônaco depois da corrida em Imola para discutir o assunto. Encerrada a conversa Senna dirigiu-se para o box. Na hora da concentração, ficou parado olhando o carro por cinco minutos. Antes de uma corrida, os pilotos fazem um exercício de concentração, mas o de Senna fugiu um pouco do normal. ‘Eu vi aquilo com muito cuidado. A expressão dele era muito estranha", diz o jomalista Reginaldo Leme, um especialista em coberturas de Fórmula 1” – impressão reforçada pela foto de Senna no “cockpit”, antes de colocar o capacete, ao lado de uma imagem do piloto entrando num carro Audi no lançamento da Senna Import... A trajetória de Senna é o tema de “100 anos em 34”, reportagem com 12 páginas, “Senna tinha pressa. Acumulava recordes, inimigos, mulheres e dinheiro em alta velocidade. Perseguia a perfeição e desafiava a morte”, na abertura, um close no rosto de Senna com uma expressão séria, nas duas páginas seguintes, fotos da casa de Angra e do jatinho particular que pilotava pessoalmente, enquanto o texto comenta sobre sua vida amorosa, “A falta de apego de Senna a suas namoradas rendeu comentários de que ele tinha pouco interesse pelo sexo oposto. Essa questão cozinhou em fogo lento fofocas nos boxes da Fórmula 1. Em 1988, Nelson Piquet verbalizou textualmente aquele tipo de malícia que, mesmo quando aleivosa ou sem nenhum fundamento, é capaz de manchar a reputação de uma personalidade pública. Em entrevista ao Jornal do Brasil, Piquet pediu que a imprensa perguntasse a Senna por que é que ele não gostava de mulher. A briga ficou feia, foi parar na Justiça, e Piquet preferiu se retratar. Só que o estrago estava feito. Senna, que havia conseguido manter sua vida particular afastada da publicidade não esqueceu nem foi esquecido. A revista italiana Panorama, a maior do país, dedicou na ocasião duas páginas as dúvidas levantadas por Piquet. Senna passou o resto de sua vida tendo de conviver com a suspeita sobre sua amizade com Américo Jacoto Júnior, um jovem amigo de São Paulo que levou para morar em sua casa e funcionava como uma espécie de secretário particular. Em 1990, numa entrevista à Playboy, Senna deu o troco. Revoltado, afirmou que, no mínimo por uma razão sabida por ambos, Piquet não poderia ter feito a insinuação. Eu conheci a Catherine - garantiu, referindo-se à loira belga Catherine Valentim, então mulher do rival. Conheceu como??? - perguntou-lhe a revista. Eu a conheci como mulher – respondeu Senna” – a mesma revista, por meio de seu editor, Juca Kfouri, atendeu um pedido de Ayrton e não publicou um ensaio sensual de Adriane Galisteu, feito alguns meses depois de terem se conhecido... O texto enumera as namoradas de Senna, "A partir daí, sua vida amorosa começou a ser acompanhada quase com tanto interesse quanto suas corridas. De tempos em_tempos, Senna passava um fim de semana em sua casa em Angra dos Reis - e lá estava ela, a nova candidata a namorada. O piloto tinha o hábito de levar moças conhecidas (a apresentadora Xuxa, a modelo Marjorie Andrade, a atriz Virgínia Novick) e nem tanto (a socialite Maria Cristina Mendes Caldeira, as modelos Fernanda Barbosa, Patrícia Machado e Marcela Prado) para idílicos passeios de lancha no litoral fluminense. Eram lindas, atléticas, jovens e alegres. Ninfas no paraíso tropical que Ayrton construiu para seus momentos de lazer na praia frequentada por milionários, celebridades e novos ricos do eixo Rio-São Paulo, que ali exibem suas mansões, seus jet-skis, seus iates, seus jatinhos e suas mulheres. Ayrton Senna assumiu seus romances apenas com quatro namoradas: Lilian, da época da adolescência, com a qual se casou, a herdeira Adriane Yamin” – no caso, das Duchas Corona, de 1984 a 1988 – “também conhecida na adolescência, a apresentadora Xuxa, seu caso mais rumoroso, e a modelo Adriane Galisteu. Adriane, sua última namorada, foi levada a Angra, como era de praxe, mas meses depois já estava autorizada a freqüentar a fazenda da família em Tatuí, liberdade concedida a quase nenhuma namorada de Senna. Há seis meses deixou de trabalhar para poder acompanhar o namorado em suas viagens. Senna, há um mês, falou na possibilidade de se casar e ter filhos. Não seria logo, nem muito longe”, ao lado de fotos de Galisteu, no alto da página, Lilian, e Xuxa, embaixo, ao mesmo tempo em que a matéria admite a timidez do piloto, mas não deixa de exaltar suas conquistas amorosas, “Mesmo assim, não gostava de ficar falando muito de seu relacionamento com elas. Além tímido, era um cavalheiro. Pilotos de Grande Prêmio atraem mulheres deslumbrantes quase na mesma velocidade com que dão uma volta pelo circuito, e Senna, que há oito anos pertencia à elite da categoria, nunca precisou esforçar-se para conquistá-las. Mais alto e mais atlético do que o feio e pequeno Alain Prost, mais elegante e polido do que o grosseiro Nigel Mansell, ele certamente teve as mulheres que quis. Isso todo mundo via. Jamais, porém, alardeava seus feitos de alcova. Sua discrição lembrava a de outro ídolo brasileiro, o cantor Roberto Carlos. ‘Quando encontro uma mulher que me desperta, vivo com ela para mim, e não para a plateia. Respeito quem eu amo, costumava dizer”... A reportagem prossegue com um questionamento sobre a permanência do interesse do público brasileiro da Fórmula-1 sem Senna, algo que já preocupava a Rede Globo antes do acidente em Ímola, conforme veremos mais adiante, além de perguntar sobre possíveis herdeiros nas pistas, lembrar de sua fama no Japão, “foi comparado a um antigo super-herói, o National Kid”, estimar seus rendimentos e descrever suas investidas empresariais na Ayrton Senna Promoções e Empreendimentos, vide concessionária Frei Caneca da Ford, hábitos pessoais e a fazenda de Tatuí em meio a fotos do piloto num caça Mirage da FAB, pilotando um jet-ski, mostrando o distintivo do Timão por debaixo do macacão, dirigindo um jipe de brinquedo na infância e abraçado ao pai na adolescência, pilotado um kart e a Williams, tudo isso complementado pelo box “As coleção de inimigos de Senna, Ele brigou dentro e fora das pistas”, trazendo a lista, “O elenco de desafetos de Senna. Prost foi o eterno rival. Com Nelson Piquet havia briga pessoal. O inglês Nigel Mansell trocou socos com o brasileiro. Com Schumacher, a guerra só estava começando, e com Ballestre (na foto, com nazistas), a perseguição”... A matéria "Raça e técnica de campeão", de oito páginas, concentra-se na parte esportiva da trajetória de Senna, sem abrir mão dos elogios, porém com fatos importantes sobre o estilo de pilotagem de Ayrton... “Senna era íntimo da velocidade como nenhum outro piloto teve a coragem de ser. Os especialistas afirmam que, do ponto de vista da técnica adotada para chegar ao pódio, existem três tipos de pilotos na Fórmula 1. Primeiro, os que aliam a velocidade à paciência nas ultrapassagens. Fazem parte desse time o arqui-rival de Senna, Alain Prost, e, entre os ex-pilotos da categoria, Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet, Niki Lauda e Jackie Stewart. O segundo tipo é representado pelos pilotos muito arrojados, velozes, mas sempre às voltas com carros quebrados. Exemplos: Nigel Mansell, Keke Rosberg e Jody Schekter, todos campeões mundiais uma única vez. O terceiro tipo de piloto de Fórmula 1 reúne uma estirpe de superdotados, capazes de voar baixo em qualquer circunstância: Jim Clark e Jochen Rindt, na década de 60, e Ayrton Senna, nos anos 80 e 90”, Ayrton possuía uma habilidade física peculiar, “Desde os tempos do kart, Senna habituou-se a marcar as provas com uma técnica única. Sentava com o corpo bem reto, com as pernas e o dorso formando um ângulo de 90 graus. Nessa posição, fazia as curvas com um ímpeto impressionante. Os pilotos de kart têm o hábito de colocar a mão direita sobre o carburador do motor em plena corida. Tapando a entrada do carburador, eles provocam um ‘puxão’ de ar que aumenta brutalmente o fluxo da mistura de combustível e a lubrificação da máquina é acentuada. Esse simples gesto, que preserva a vida do motor, costuma ser realizado ao final das grandes retas. Senna desenvolveu a habilidade de permanecer com a mão no carburador mesmo nas passagens das curvas. Também na F 1 Senna levava os carros nas curvas com uma única mão. O preparador físico Carlo Venturza, assistente de Nuno Cobra, o homem que cuidava da forma do campeão, vivia intrigado com um costume de Senna: durante os exercícios fisicos, ele mantinha a mão esquerda forte- mente fechada, com as unhas tocando a palma. Era a mão que ele jamais tirava do volante. Seu pai, Milton da Silva, gostava de explicar aos amigos que uma das grandes qualidades do filho, que o diferenciava dos outros pilotos, era o fato de ser canhoto com tendência ambidestra. Ou seja: tinha domínio completo do volante”, tirando o máximo do carro, “Senna era tido como um piloto beberrão, cujos automóveis invariavelmente consumiam muito combustível. Quando dividia com Alain Prost o chassi da McLaren-Honda, seu carro sempre terminava com um fio de gasolina -o de Prost retornava ao boxe com o tanque mais cheio. O carro de Senna, segundo cálculos da Elf francesa bebia de 3% a 4% a mais do que o de Prost, Piquet e Mansell. Por quê??? Há dois motivos: uma das especialidades de Senna sempre foi acelerar mais cedo e frear mais tarde e, como a aceleração se estendia, o consumo também tendia a crescer. A segunda característica de Senna, esta herdada do kart, era entrar nas curvas com ligeiros repiques no acelerador. Isso também exige mais do motor e do combustível”, de forma metódica, “A preocupação com o traçado das curvas ou com tampas da caixa de câmbio era um hábito de Senna tão comum quanto as orações antes da corridas”, e adotando uma estratégia que o levou ao recorde de 65 pole-positions, “Ele brigava muito pela posição não apenas para já sair em primeiro na prova, mas para evitar a imperícia alheia – os pilotos que derrapam nas primeiras curvas e acabam atravancando os mais habilidosos. ‘Uma coisa é acertar o carro para que ele chegue ao final de uma prova e acertá-lo para uma única volta Ayrton era o mestre nas duas especialidades", afirma Ron Dennis, o chefe da escuderia McLaren. Em 1988, quando conquistou seu primeiro campeonato mundial, Senna arrebatou 13 poles. Em 15 das 16 provas, saiu na primeira fila. Ao término do campeonato, explicou sua estratégia: ‘De que adianta ficar girando mais rápido do que os outros durante a corrida se o carro quebra no final ou para sem gasolina??? E tem mais: para quem está atrás do líder, e tem alguém para perseguir, é sempre mais fácil fazer a volta mais rápida’”, em outras palavras, “Para Senna, a pole-position era uma questão estratégica, e para conquista-la, o piloto seguia uma rotina minuciosa, Nas manhãs de sexta e sábado, os pilotos dispõem de 90 minutos para regular os carros. Na parte da tarde, eles disparam para tentar a pole. É uma hora de puro frenesi para quem acompanha nos circuitos, ou pela televisão, a guerra contra o cronômetro. Não foi à toa que a Rede Globo, seguindo o que já faziam as emissoras da França e da Inglaterra, também passou a transmitir os treinos ao vivo. Com a presença de Senna, eles eram muitas vezes mais interessantes do que as próprias corridas. O brasileiro costumava fazer um excelente tempo logo em sua primeira tentativa e então retornava aos boxes para pequenos acertos no carro. Com o auxílio de monitores computadorizados, analisava com atenção a progressão dos adversários. Preocupava-se inclusive com a performance dos pilotos do segundo e terceiro escalões. Ao estudar os tempos obtidos pelos pilotos, ao longo dos sessenta minutos do treino oficial, Senna tirava conclusões sobre o estado de aderência da pista. Faltando poucos minutos para o encerramento do treino, retornava ao asfalto, sempre calado e de cara fechada. Zigue-zagueava à frente dos boxes para esquentar a borracha dos pneus, apertava o cinto de segurança e então disparava para tentar a volta perfeita, algo que ele próprio, com seu estilo perfeccionista, dizia não existir. ‘Fazer uma volta perfeita é como dar um nó de gravata em que as pontas devem ficar exatamente na mesma altura’, ele costumava comparar. ‘A experiência ensina que podemos fazê-lo, o treinamento também, mas na realidade jamais conseguimos’”... As duas matérias seguintes são esforços de explicações sobre as causas profundas do acidente, “O sabor de viver perigosamente, O que leva tantas pessoas a desafiar a morte nos esportes radicais???. Se fosse pelo dinheiro, Senna já estaria aposentado”, citando uma estatística do Centro de Documentação e Informação de Seguros da França indicando a ocorrência de uma vítima fatal para cada 5.940 praticantes do automobilismo, um risco bem maior que o voo livre, um para 93, tanto que o texto cita o campeão de asa-delta Pepê, que perdeu a vida em 1991, em um acidente no Japão... No caso de “Pista de dólares”, “Mesmo depois de dois acidentes graves, os organizadores deram a largada em Ímola. Eles temiam um prejuízo de 100 milhões de dólares”, mencionando a estatística da “Forbes” sobre o faturamento de Ayrton Senna em 1993, estimado em 18,5 milhões de dólares, e colocando uma foto de Emerson Fittipaldi posando com seu carro de Fórmula Indy, cercado por maços de dinheiro correspondentes ao prêmio milionário das 500 Milhas de Indianápolis... A repercussão do acidente de Senna entre os brasileiros é relatada em “Olê, Olá, Senna!!!”, reproduzindo o refrão cantando pelas torcidas de Bacalhau e Menguinho antes do clássico jogado no Maracanã na tarde de 1º de maio, “O Brasil foi acordado com a noticia do acidente do piloto. Aos poucos, uma corrente de emoção e dor tomou conta do país”, no pezinho das quatro páginas da matéria são publicados depoimentos de personalidades brasileiras sobre Ayrton, o último deles, abaixo de uma foto dos fãs que se reuniram em frente à sede da Torcida Ayrton Senna, é do Luis Inácio, candidato do PT à presidência da república nas eleições que aconteceriam em outubro: “Estava na Câmara dos Deputados, reunido com a cúpula do partido. Ao saber do acidente cancelei um comício que aconteceria em seguida. Ayrton Senna representava muito do que o brasileiro tem de garra, luta e espírito competitivo. É com muita dor, a dor de 150 milhões de brasileiros e de outros muitos milhões de cidadãos do mundo inteiro, que recebi a notícia da morte dele”... “O altar dos eleitos” aborda a questão de forma mais reflexiva, “O povo venera seus mortos queridos, mas cobra deles o que só os grandes de verdade podem oferecer, competência em vida”, exemplificando com fotos dos funerais de Tancredo Neves, do jogador Dener, da cantora Elis Regina e do cineasta Glauber Rocha, entretanto o boxe “Derrapagens à vista”, indicava que as preocupações de alguns eram bem mais materiais do que espirituais, “No primeiro semestre de 1992, a indefinição de Senna – ele renovava contrato com a Mc Laren a cada corrida – conturbou a Rede Globo. O preço das cotas de patrocínio caíram de cerca de 8 milhões de dólares para 7 milhões, e a emissora só conseguiu vender quatro das cinco cotas previstas. Pelo menos um patrocinador da F1, a Brahma, admite que a morte de Senna vai provocar um desinteresse momentâneo pelas corridas. O vice-presidente da Rede Globo, Roberto Irineu Marinho, acredita que os próprios organizadores da Fórmula-1 farão o possível para não deixar a paixão do brasileiro pelo automobilismo esfriar. Ele diz que não ficará surpreso se Rubens Barrichello se transferir da Jordan para uma escuderia de ponta ainda nesta temporada. ‘O Bernie Ecclestone, da Associação dos Construtores da Fórmula-1, me disse que o Brasil não pode ficar de fora desse espetáculo. Aqui se realizam as corridas que dão o maior retorno financeiro á Fórmula-1, diz Roberto Irineu” – Barrichello mudou-se para a Ferrari somente no ano 2000, a Globo manteve as transmissões das corridas, mesmo diante dos resultados conseguidos por Rubinho e depois por Felipe Massa, no entanto, as transmissões dos treinos, sem Senna, viraram uma bomba para a emissora, que via a audiência migrar para as concorrentes nas manhãs de sábado, em 2020, com a pandemia, a Globo entregou os pontos e abriu mão dos direitos de transmissão da Fórmula-1, repassados para a Band num esquema que a Liberty Media, que gerencia a comercialização do campeonato, praticamente paga para as provas serem exibidas na televisão aberta, enquanto a organização da prova de Interlagos continua nas mãos de Bernie Ecclestone, que impediu a mudança da prova para o Rio, que não tem autódromo desde que a pista de Jacarepaguá deu lugar ao Parque Olímpico da Barra para os jogos de 2016... O especial de “Veja” termina com três páginas de “Frases de Ayrton Senna”, entre elas, “Mulheres – com elas é uma encrenca, mas sem elas não se pode viver (Junho de 1991)”, “Meu maior erro??? Acho que ainda está para acontecer (Setembro de 1990)”, “O dinheiro só trouxe emoções pra mim (Novembro de 1991)”, “Dinheiro é um negócio curioso. Quem não tem está louco para ter; quem tem está cheio de problemas por causa dele (Junho de 1991)”, “Eu não tenho ídolos. Tenho admiração por trabalho, dedicação e competência (Outubro de 1991)”, e “No Brasil houve um Emerson, um José Carlos Pace, aquele outro (referindo-se a Piquet) e agora é a minha vez. Vai haver alguém depois de mim. Isso é indiscutível (Julho de 1989)”...
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