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Comparecimento de Angélica em "Chez Cassandra" (1996) levou a dúvida sobre para quem era a homenagem... |
O canal Viva dedicou uma semana de homenagens a atriz Aracy Balabanian, que saiu de cena na última segunda-feira... Começou na segunda mesmo com a exibição do programa “Os Comediantes Que Amamos” com Miguel Falabella e depois do episódio do “Sai de Baixo”, “Chez Cassandra” (1996), que substituiu a exibição noturna da “Escolinha do Professor Raimundo”, também na terça – aqui precedida pelo “Damas da TV” com Aracy – e nos demais dias da semana, com reprise no sábado à noite... A escolha do “Sai de Baixo” não foi por acaso, a exibição diária do programa foi o primeiro grande sucesso de audiência do canal Viva, em seus primórdios, no ano de 2010, quando teve de sair do ar por estar roubando audiência da Globo, deu lugar exatamente à “Escolinha”... Uma homenagem bem maior do que teve Luis Gustavo em setembro de 2021, quando a série ainda era exibida regularmente, às terças-feiras (diariamente quando o Viva reprisou o primeiro BBB, ocasião em que passaram sete episódios inéditos...), e a saída de cena do tio Vavá foi assinalada por vinhetas mostradas antes e depois dos programas e durante a programação, e no mesmo patamar do tributo a Claudia Jimenez, em agosto do ano passado, que levou a volta da série, que estava fora da programação desde janeiro, em exibições nos sábados de setembro, em um esquema que na ocasião foi adotado por falta de opção e acabou retomado na homenagem a Aracy, quando mostraram apenas episódios da temporada de 1996, a primeira e também a única com a participação de Cláudia... Em “Os Comediantes que Amamos”, Miguel Falabella compara a feitura de uma piada à marcação, colocando Marisa Orth no meio-campo, no melhor estilo Tostão, e ele e Tom Cavalcante no ataque, relata que foi chamado para formatar o “Sair de Baixo” e a relutância do ditetor Daniel Filho em lhe dar o papel de Caco, que ele mesmo criou, “um retrato da classe média branca”, “misógino, escroque, um psicopata louco, que achava que tudo o que fazia era justificável porque se considerava um eleito”, e formava um “casal sexual” com Magda... O bordão “Cala a boca, Magda” surgiu no improviso e, aceito pelo público, foi incorporado ao texto, manifestando um mau humor “brasileiro”, “meu pai era assim”, e pela relação abusiva com Magda e o mundo, Caco seria cancelado imediatamente hoje em dia, acreditou Miguel, reconhecendo que na época do “Sai de Baixo” sequer ele era discutido, “encontrava eco na plateia”... Falando nisso, embora Miguel tenha falado do programa, em nenhum momento da atração aparece falando de Aracy ou de Cassandra, nem mesmo as cenas mostradas entre os depoimentos a atriz aparece, que coisa, não... Felizmente, em seguida, foi exibido “Chez Cassandra”, apresentando originalmente na Globo em 11 de agosto de 1996, escrito por Rosana Hermann, na mesma época que era uma das principais redatoras do “Pânico” na rádio Jovem Pan, vide CD com “Macacaralho”, participação especial de Angélica, que de acordo com o historiador do “Sai de Baixo”, Dan Rodriguez, foi a primeira aparição dela na Globo – a mais recente aconteceu um par de horas depois, no show do “Criança Esperança”, ao lado de Xuxa e Eliana... Edileuza atende o telefone e afirma estar cansada de repetir que o número não existe, mas vai que o trouxa do outro lado da linha acredita... Caco pede uma limonada gelada, Edileuza diz que só se for feita com o cérebro dele, que nem vinho, com o pé, Caco vê vantagem, pois ela tem quatro patas, Edileuza diz que é melhor que ter dois chifres... Caco pede silêncio a energúmena porque vai trabalhar, Edileuza vai pegar arruda, pensando que o trabalho é outro e flagra Caco fazendo declarações sensuais, e avisa que vai falar com Magda um instantinho... Caco continua sensualizando no telefone e agora surpreende Cassandra, “era só o que faltava, o vagabundo adultero nem se dá ao trabalho de esconder suas prevaricações”, Caco pede a sogra que pare de falar bobagem e explica que está trabalhando forte porque foi contratado para fazer um anúncio de perfume, e terá que dizer o texto que falava ao telefone, só não sabe se para Sharon Stone ou talvez Michelle Pfeiffer... Cassandra não acredita, Caco pede cuidado com o acento e ensina a pronunciar o nome de Michelle, com cusparada na cara e tudo, dispensa Cassandra e ela fica feliz em ver o genro querido trabalhando, “é demais pro meu coração”, Caco pede, “menos, Aracy, menos, tá muito dramática, isso aqui é uma comédia”... Caco volta a dizer o texto do comercial pelo telefone, Edileuza traz Magda para flagrar a cena, ela se sente a “gata borracheira”, Edileuza deixa por “A Dama e o Vagabundo”, “olha a cara do cachorro”, Caco questiona Magda, que diz per pego ele “com a boca na botina”, vem o “cala a boca, Magda!!!”, Caco pergunta e Edileuza responde que está esperando o circo pegar fogo com o palhaço dentro, Caco rebate que “palhaça é a orca assassina da baleia da tua mãe”, e vem o “óóóóó!!!”... Edileuza vai buscar o gongo para o primeiro round, Magda diz que por essa não esperava, apesar ter uma “paciência de jóquei”, ela se gostou, Caco fala que a esposa é uma anta, uma jumenta – com relinchos e tudo – pede um tempo, Magda aceita tirar umas “férias conjugadas”, Caco corrige, “conjugais, Magda, conjugais!!!”, chama ela de “pornoanta” e explica que está decorando o texto de um comercial de perfume, Magda desconfia, “macaco velho não põe a mão em Cumbica”, e Caco sai de cena porque não está custando dar uma bifa... Edileuza fala para Magda que vai explicar tudo o que está acontecendo, fazendo o “advogado do quiabo”, Magda entende que ela vai defender Caco, Ribamar chega da feira, avisando que não trouxe o que Edileuza pediu, só um cacho de bananas, para o qual Magda avança com voracidade, sendo contida pela doméstica, que não aceita segurar na banana de Ribamar (!!!)... Cassandra reclama que estão oferecendo bananas a Magda, Edileuza garante que é o contrário, Ribamar promete mostrar o poder da banana no quarto de Edileuza, Caco reaparece falando o texto do comercial no telefone, Magda se desespera, deduz que ele está de caso com Roberta Close, porque tem algo a mais, Cassandra diz o “Cala a boca, Magda”, que preferia não ter nascido a passar por essa sofrência, e a mãe vai mergulhar a cabeça da filha na água fria... Caco avisa a Edileuza que chegou sua hora e mostra o ator shakespeariano que é, com direito a capas de revista, entrevistas, prêmios e até um Oscar ©, nesse momento, Vavá chega de mais uma excursão da Vavatur, e Caco o transforma na plateia da entrega da estatueta, com narração e tradução simultânea feita por Dênis Carvalho, e Edileuza, fazendo a Demi Moore, “your english é uma m...”, e entregando Troféu Imprensa da Piazza... Sem segurar o riso, Caco sai do apartamento, mesmo com Vavá fazendo uma cara de quem quer matar ele, mas “os atores são imortais”, Edileuza conta que talvez ele pegue gosto pelo trabalho, “não é assim com as meninas”, Ribamar retorna vestindo uma camisa da Seleção Brasileira com patrocínio da Coca-Cola © e trazendo uma gravação mandada de Atlanta, onde o técnico da equipe brasileira, Mário Jorge Lobo Zagallo, dizendo que a torcida dele e de todos os brasileiros foi fundamental para eles lutarem como guerreiros, Ribamar comemora, e Vavá não acredita que era Zagallo em pessoa – o episódio foi exibido depois dos Jogos Olímpicos, quando o futebol brasileiro conquistou a medalha de bronze, ao vencer Portugal por 5 a 0, depois de perder a semifinal para a Nigéria por 4 a 3, ou seja, o entusiasmo de Edileuza, Ribamar e Vavá é mais pelo “merchan” do que pelo resultado da Seleção... Vavá recebe carinhosamente Cassandra, que pergunta quanto dinheiro ele precisa, pois conhece ele de outros Carnavais, Edileuza não sabia que tinha Carnaval na Armênia antiga com múmia, Cassandra manda os criados se calarem, Ribamar diz que vai se tornar um “criado mudo”, Edileuza que Ribamar cale o armário antes de ser partido ao meio, Vavá lembra que a Vavatur está afundando e os ratos discutindo, e Cassandra anuncia que se inspirou em Caco Antibes e vai abrir o próprio negócio... Exatamente quando Caco reclama que um ator de sua estirpe foi rejeitado no teste para o comercial, diz que é um “jogo de cartas marcadas”, pede para descansar nos seios da “pornoanta”, Magda deixa pela “sirigaita do telefone”, Cassandra prossegue seu comunicado, vendeu as joias da família para abrir uma “maison”, Ribamar fica perplexo, “creio em Deus Pai”, crente de que Cassandra está montando uma casa de tolerância, abrindo o próprio negócio, ela segue explicando, vai abrir uma “maison” para noivos, “um salão completo para atender a mulher no dia mais importante da sua vida” da maquiagem a grinalda, da massagem ao buquê, do bom dia até o sim... Vavá quer saber onde a Vavatur entra nessa história, Cassandra explica que a agência de turismo será encampada e venderá pacotes de lua-de-mel, os criados Edileuza do Espírito Santo e Ribamar Espírito de Porco vão acumular funções, Caco, “folgado como ele só”, será o diretor de marketing, e Magda a CSN, Conselheira Sexual de Noivas, fazendo os homens exclamarem, “sai de baixo!!!”... Com o apartamento convertido no “Chez Cassandra”, Edileuza atende o telefone usando um blazer azul com as iniciais “CC” – de “Chez Cassandra”, mas que também remete a “cheiro de corpo” – explicando que não é gaúcha e disse “chez” ao invés de “tchê”, e após uma sequência de “ah, meu Deus”, avisa a Vavá que quem ligou era Janete que ele comeu e não (!!!), vai descobrir o endereço dele e vai lhe cobrir de bolachas... Vavá decide fugir, até ela achar que ele não existe mais, Caco entra dizendo que abriu uma conta no banco para a bufunfa que vai entrar, Edileuza não acredita que ele vai cuidar do dinheiro da “Chechênia de Dona Casseta”, Caco garante que tem gabarito para tal (!!!), Edileuza faz a Magda, “me inclua fora disso”... Cassandra comparece de colar de chapéu assegurando que o “salafrário louro” não vai ver a cor do dinheiro, Caco fica admirado com a cútis, “isto não é uma pele, é uma vara de esticar couro de cabrito”, “uma deliciosa e madura grapefruit atacada por um enxame de abelhas africanas”... Em seguida, Cassandra exige que seus funcionários tenham “boas maneiras e muita discrição”, queixa-se da altura da saia de Magda, que garante ter feito apenas uma barrinha no uniforme, porque estava meio “maria-mijona”, e a mãe promete transformar que vai afinar os “poliglotas”, quer dizer, “os trogloditas”, como uma orquestra... Ribamar pergunta das noivas, porque quer dar uma pegadinha, Cassandra ordena que ele fique na portaria, o porteiro argumenta que está tomando remédio para curar o trauma de interfone, Caco não quer o “anormal” da portaria, pois vai botar as noivas pra correr, e pede para cuidar delas, “eu tenho uma larga experiência com noivas, principalmente em Copacabana”, Magda defende Ribamar, sozinho na “garagem mediterrânea”, Caco rebate, “subterrânea, sua jumenta”, acreditando que jogou pedra na cruz, pois se casou com “uma anta em extinção”, Magda manda que ele vá procurar outra mulher imediatamente, mas igual a ela será como achar “uma fagulha no pandeiro”, pois é a única descendente dos Matias Salão, pois pesquisou sua “árvore ginecológica”... Ribamar pede para subir na árvore, Edileuza diz que vai fazer linguiça no jantar, usando ele como matéria prima, Cassandra dispensa o “psicopata porteiro”, pensa que Vavá vai escalar o Everest, porém ele está fugindo de Janete, Cassandra ordena que o irmão não seja desertor e vista o uniforme do “Chez Cassandra”, a campainha toca, ninguém quer abrir a porta, Cassandra proíbe Vavá, Ribamar se ajoelha implorando para ficar no “Chez Cassandra”, Magda diz que ele pode ser “leitão de chácara”, Cassandra aceita que o porteiro faça o serviço, “mas finja que é gente”, ele beija a mão da “Santa Caçarola”, e Caco ameaça fazer ele falar fofo... Ribamar abre a porta, não tem ninguém, Vavá reclama que ninguém atendeu e a pessoa foi embora, Ribamar acha bem feito, Cassandra quer mata-lo, Vavá passa na frente, Ribamar foge e retorna dizendo que não vão acreditar que ele viu Angélica, que finalmente comparece no apartamento... Na verdade, a princípio é apenas a cliente que tocou a campainha procurando pelo “Chez Cassandra”, que dá um “oi” a todos, Cassandra pede que sente, Vavá a considera muito parecida com Angélica, ela que diz que falam isso para ela todo dia, Ribamar vai ter que tomar remédio, pois tinha certeza de que era Angélica em pessoa, Magda argumenta que uma pessoa inteligente como a apresentadora nunca ia parar numa espelunca como esta (!!!), e a cliente pede a Caco, mas é ela quem fala o “cala a boca, Magda!!!”... Caco fica envergonhando, garantindo que vai cortar a garganta de Magda mais tarde, para Edileuza, basta cortar a língua, Cassandra pergunta se ele vai se casar em breve, a cliente diz que quer arrumar tudo antecipadamente, Ribamar pergunta se ela já tem noivo, Edileuza pede para o porteiro parar a palhaçada, senão fica sem ovo e sem pinto (!!!), a cliente diz que já tem, Cassandra oferece chá e café, ela quer “milk-shake”, Edileuza vai fazer, apesar de achar que a cliente vai casar de barriguinha, e a doméstica é dispensada por Cassandra, que vai receber um “milk-shake” com veneno de rato... Caco manda Ribamar ir para a cozinha e sugere a Cassandra e Vavá para aproveitaram a semelhança da cliente com Angélica e lucrarem em cima, Vavá é contra o golpe, Caco insiste,”taca uma pinta falsa nas coxas e vamo simbora”, Edileuza chega com o “milk-shake” que Ribamar dá uma provadinha enquanto Magda conversa com a cliente sobre a importância do casamento, Edileuza alerta que é melhor tirar a mula do caminho, Caco intervém e tampa a boca de Magda, dizendo que rachou a moleira quando era pequena, um trauma muito poderoso, e Vavá aponta que a sobrinha ficou assim porque casou com um crápula... Cassandra entrega a cliente o Catálogo de Serviços, Caco pede que Magda atende o telefone, informando a Janete que seu Vavá está na “resistência”, o tio repassa a tarefa para Edileuza, a qual informa que nenhum Vanderlei Matias mora ali, “é Vavá de Valtércio”, Caco elogia a cliente, dizendo que é “uma moça linda, com uma cútis perfeita, um olhar brilhante, parece muito com aquela cantora, apresentadora Angélica”, e propõe um acordo, anunciar a “Chez Cassandra” em troca de um “brutal desconto” nos serviços, a cliente pede para falarem com seu agente, Ribamar faz o Clodovil, “quem ela pensa que é, a Angélica”, e ela revela, “mas meu nome é Angélica mesmo”, e de fato é a apresentadora e cantora, mas se não querem atende-la, ela vai procurar outra “maison”, onde vão trata-la com muito carinho e sem essa desconfiança toda... Caco debocha, “eu sou Robert Redford”, Cassandra reclama da equipe, Caco tem certeza que é um impostora, com feridas de tanto oxigenar os cabelos, “é uma japonesa se passando por Angélica, deve ser Sushiko Nakaboka, com um hematoma que ela força pra parecer pinta”, porém Edileuza descobre o RG que, ah meu Deus, comprova que ela é Angélica, e todos vão atrás... Angélica é trazida de volta por Cassandra, tem a promessa de um atendimento a altura de suas medidas feita por Caco, Magda diz que o marido é “fogo na rosca”, Edileuza pede para Angélica cantar, ela topa, desde que o pessoal do Arouche façam as vezes de Angélicos, e ataca de “Vou de Táxi”, ou melhor, uma paródia sobre o programa que faz ela gargalhar, “Sai Baixo, me faz rir, Marisa, Cláudia e Aracy, Sai de Baixo, tá na tela, com Tatá, Tom e Falabella”... Magda, assegurando ser boa de aritmética, quer saber a terceira coisa na qual Angélica é boa, Caco e Ribamar respondem com relinchos, Edileuza não desconfia, mas quer ver a pinta, e ela se levanta, tira a bolsa de cima e exibe o sinal, levando Ribamar ao desespero... Cassandra pede para o energúmeno parar e fala com Angélica sobre o vestido de noiva, Magda fala que faz pinta onde Caco quiser, sugerindo um “táxi perneta”, ele manda a esposa catar coquinho, Angélica não sabe se continua ou desiste do casamento, é muito jovem, “o César tem muitos compromissos, acho que é melhor pra ele ficar solteiro”, Vavá intervém, só um louco escolheria ficar avulso, Ribamar se oferece para entrar em campo com um filho, e Caco manda ele sair fora... O assunto do vestido volta a ser mencionado por Cassandra, Angélica diz que só quer casar no civil, Vavá não crê – “onde já se viu” – Caco não quer ser privado da beleza dela vestida de noiva, adentrando a nave da igreja, como Julie Andrews em “The Sound of Music” e as freiras cantando, e para tanto chama seu estilista de plantão, o Monseiur Ribê Pom Pom – quer dizer, Ribamar vestido como Victor Valentim, o estilista que Luiz Gustavo encarnava em “Ti Ti Ti”... Emocionado, o estilista CHOLA MAIS, vai tirar as medidas de Caco, Angélica lembra que ela é a noiva, Ribê beija sua mão e parte para o desfile das duas modelos internacionais Cláudia Chifre, trazendo “o último grito, uau!!!, da moda em Paris” – ou melhor, Magda vestida de noiva – usando um modelito cujo tecido também serve pra limpar carro, “crepe suzette com um abajur de vinagre na cabeça”, afora o chantili no corpete e o Moet & Chandon na tiara, a segunda noiva da noite, Demi Murei – Edileuza, também vestida de noiva – que “parece mais um Sonho de Valsa”, num estilo definido como “o voo da pomba branca” e “se veste como Catherine Deneuve”... Ribê pede palmas, beija as modelos, joga o chapéu para a plateia, Vavá pergunta o que Angélica achou do desfile, ela responde que achou muito interessante, Caco lembra que caso nenhum vestido tenha agradado, eles trabalham forte com vários costureiros orientais, o que leva Ribê a fazer caretas de contrariedade, Angélica alega que não há nenhum problema com os vestidos, mas precisa pensar melhor no modelo, pois é a primeira vez que ela casa, e Ribamar lembra que é a primeira vez que faz um costureiro... Angélica não acredita, Magda diz que para uma primeira vez, o porteiro arrasou, Edileuza alertado para a saia justa, Magda diz que a saia tá muito rodada, Cassandra não gostou do showzinho de Ribamar, que responde com um “magoei” e afirma que ela está preocupada com sua “opção sexual”, “eu sou um profissional de respeito, tenho identidade com a alta costura do mundo inteiro, não precisava ser humilhado”, Edileuza pergunta até quando vai ficar vestida de noiva, “eu vou tirar essa m...”, Magda pergunta se Angélica gostou do desfile da doméstica e dela, “do lar”, e solta o verbo, “vocês acham que a Angélica é burra, e vai fazer acasalamento dela nessa espelunca”, dizendo ter o endereço de “umas mesonas maravilhosas”, inclusive a que ela falou, Angélica dá no pé, lembrando que está atrasada para uma gravação, apesar de ter considerado o atendimento nota dez... Cassandra, Caco, Ribamar e Vavá se enfurecem, encarando Magda, e ela se obriga a dizer, “Cala a Magda, boca!!!”... Cassandra lamenta que foi embora a cliente de ouro, Angélica era o cartão postal da casa, lá se foram os sonhos, que se transformaram em fumaça, o interfone toca, Edileuza acha que é o Caçulinha, Vavá avisa que pediu para sair, vide gravidez da “baranga” da Janete, que quer casar a força, Cassandra reclama que o irmão está fugindo da responsabilidade e Edileuza fala que “a baranga está lá embaixo”... Vavá corre para a porta do apartamento, onde encontra-se com Janete – Ribamar fantasiado de grávida – dizendo que ele não vai dar o pulo do gato, “assume, cachorro!!!”, Caco pensa estar diante de uma assombração, “abriram a porta do cemitério”, Magda pede ao marido para não ser tão duro com sua futura titia, Janete insiste, “toma que o filho é teu”, Vavá pede ajuda, “mas será o Benedito”, Janete fala que não escolheu o sexo do bebê ainda, Caco alerta a Vavá que é a hora da porca torcer o rabo, Magda e Edileuza disputam o posto de madrinha, e Cassandra oferece os serviços de sua “maison”... Janete reclama que Vavá prometeu “de um tudo”, engravidou e não quer arcar com as consequências, Vavá diz que querem acabar com ele, “sai de baixo”, e corre para escapar de Janete, fugindo pela plateia, porém acaba sendo agarrado, “vem cá, Tatá”, e Angélica retorna para agradecer com o elenco os aplausos do público no Teatro Procópio Ferreira – claro que é uma grande coincidência a exibição da primeira participação global de Angélica ser num episódio que levava o nome da personagem de Aracy no título, mostrado exatamente no mesmo dia que retornou a emissora para fazer o “Criança Esperança”, porém a maneira com ela foi “enxertada” no roteiro (fica claro que Salete ia ser a primeira cliente da "maison" e Vavá ia se disfarçar de estilista para tentar fugir do casório forçado...) fez até pensar que a ideia do canal pago não era homenagear a atriz... Ops!!!... Em seguida ao “Sai de Baixo”, o Viva mostrou o “A Ilha do Doutor Ladir”, episódio da segunda temporada do “Toma Lá da Cá”, exibida pela Globo em 2008, em que a atriz interpreta Shafika Sarakutian...
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Cobradora Maria Faz Favor de "Coração Alado" (1980) fazia as maiores loucuras na catraca do Caio Gabriela... |
Na terça-feira, o Viva colocou no ar antes do “Damas da TV” com Aracy Balabanian um “disclaimer” de homenagem... “Uma trajetória brilhante que marcou palcos, telas e vidas. Obrigado, Aracy Balabanian 1940-2023”... Que poderia muito bem ter aparecido, junto com o programa, na segunda-feira, inclusive porque ao contrário de “Os Comediantes Que Amamos” com Miguel Falabella, “Damas da TV” tem cenas de Aracy no “Sai de Baixo”... A atriz começa relembrando que quando comparecia ao circo em Campo Grande, que não tinha teatro, sua parte preferida do espetáculo era o pequeno drama encenado no final, “eu gostava mesmo dos que representavam”, e na mudança para São Paulo, decidida pelo pai a fim de que os filhos fizessem faculdade, pediu às irmãs mais velhas para ver teatro, no caso, “Mirandolina” de Goldoni, com Maria Della Costa, no teatro Maria Della Costa, onde teve certeza do que queria fazer na vida... Aracy então volta no tempo para dizer que é filha de armênios, refugiados de guerra, explicando que todo nome em armênio termina em “ian”, que quer dizer “o filho de”, o pai se casou, teve a primeira filha no Brasil, perdeu a primeira esposa, que lhe deixou com cinco filhos menores de 14 anos, a mãe instalou-se em São Paulo, era casada, com um filho, e ficou viúva na mesma época, a colônia armênia juntou os dois, que foram morar em Campo Grande, onde ela nasceu, “eu sou a sétima”... O pai de Aracy tinha medo da instabilidade da profissão de ator, que “não era muito bem quista entre as boas famílias”, ela completou o colegial, fez os exames para a Escola de Arte Dramática (EAD) e o vestibular de Ciências Sociais na USP, curso que abandonou no terceiro, deixando para trás Fernando Henrique e Ruth Cardoso, seus professores “com muita honra”, dedicando-se inteiramente ao teatro e a EAD... Onde passou por um trote em que tinha de fazer um espetáculo, e como a turma estava apaixonada por “Um Panorama Visto da Ponte”, de Arthur Miller, encenada no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), que Aracy tinha visto “oito, dez vezes”, “e é claro que me apaixonei perdidamente por Nathália Thimberg, e num dos ensaios, eu tava meio resfriada, a voz ficou muito parecida com a dela”, mas melhorou na véspera da estreia, e admira Nathália até hoje... Corta para Cassiano Gabus Mendes pedindo exclusividade para a atriz fazer a novela “Um Rosto Perdido” na TV Tupi, com Hélio Souto, e pedindo para gravar na chuva na região do Guarujá, proposta que a atriz aceitou e aprovou o resultado, “ficou mais denso, mais intenso”... A atriz aponta que não parou de fazer televisão e nem de fazer teatro, pois um trabalho ajudava o outro, “eu fiquei uma atriz de teatro mais ágil, ao mesmo tempo que na televisão eu carreguei a profundidade, o verdadeiro que o teatro me obrigava, e até hoje, quando eu vou preparar o papel de televisão, como a novela é uma obra aberta, você tem poucos dados, eu sempre parto de princípios de teatro, o velho Stanislavski que eu pego, eu vejo que roupa que veste, que brinco que põe, se tem isso, se não tem aquilo, vou de fora pra dentro, se não tem material suficiente pra ir de dentro pra fora, eu vou de fora pra dentro e tem me ajudado parece que bem”... Segue-se uma cena de Aracy contracenando em “Que Rei Sou Eu” (1989), com Ítala Nandi, a atriz lembra da novela “Angústia de Amar” (1967), na Tupi, com Cecil Thiré e Juca de Oliveira, “uma novela e tanto”, em “Meu Filho Minha Vida” (1967), fez uma cena de parto em que teve o auxílio da atriz Clenira Michel, vinda do rádio, como Laura Cardoso, que lhe ensinaram muitas coisas, por exemplo, numerar as falas em cenas de bate-boca... Surge então o autor Geraldo Vietri, “uma pessoa obsessiva, ele escrevia, ele dirigia, ele fazia tudo, então ele exigia de cada pessoa tudo, também, então ele seria considerado um homem difícil, mas era apaixonante, e foi ele que me pôs ao lado de Sérgio Cardoso pra fazer Antônio Maria” – olha o dossiê do Caco aí... Aracy confessa, “foi o momento que eu consegui dobrar meu pai, isso já tava completando quase dez anos de profissão, porque meu pai tinha dito lá no começo pra mim, nunca você chegará a ter a capacidade desse ator, que era o Sérgio Cardoso, e meu pai me lançou, nesse desafio e de repente ele foi obrigado a me ver trabalhando ao lado de Sérgio Cardoso” – como atestam as cenas de “Antônio Maria”, da Tupi (1968) – “e aí ele se rendeu a tudo, botou foto minha no bolso você sabe o pai de quem eu sou, ele se sentiu muito orgulhoso de eu estar ao lado de Sérgio Cardoso, ele disse, eu não quis, mas você escolheu o caminho mais difícil e chegou lá, eu ainda não tinha chegado a lugar nenhum, mas pro meu pai foi muito importante, e foi nesse momento que meu pai morreu, então eu me sinto, é um momento tão marcante na minha vida, Geraldo Vietri, Antônio Maria, Sérgio Cardoso, eu, porque eu precisava disso, sem ter armado nada, isso aconteceu, e foi um momento muito importante na minha vida, porque tendo perdido o meu pai, ele tendo aceitado a minha profissão, orgulhoso de tudo o que eu fazia, foi muito importante, pra mim e é até hoje” – o programa foi gravado em 2013, anos antes de Antônio Fagundes revelar que namorou Aracy exatamente na época de “Antônio Maria”... Sobre “Nino, o Italianinho”, ainda na Tupi (1969), Aracy aponta que “foi uma loucura, e é até hoje, e é muito engraçado, porque aí vem o Juca de Oliveira, que já tinha sido meu colega na EAD, e o Juca de Oliveira veio fazendo o italianinho, e eu era uma menina, que viva na vila, ao lado do italianinho, que era um açougueiro, profissão que não existe quase mais, e eu tinha um defeito físico, mas eu disse, eu não quero que esse defeito físico tenha cura, porque não a adianta, a mocinha sempre sara no final e casa com o mocinho, eu queria que as pessoas pudessem sentir ou perceber o que é conviver com um defeito, e que isso eu achava que particularmente seria possível”, vide imagens da atriz e Juca contracenando na novela, marcando o dia do casamento... Aracy lembra que a trilogia que fez de Vietri é completada por “A Fábrica” (1970), “foi um grande momento da minha vida e também da própria televisão, porque era uma novela que eu era a dona da fábrica, começa que na época da ditadura, isso foi 1970, 1971, ela, os empregados entrando em greve, e ela despedindo todos os empregados, olha, eu passei uns bons bocados ali em Brasília, discutindo que aquilo não era reação contra nada, contra ninguém, era uma fábrica, era uma história, era um romance”, e novamente ela aparece frente a frente com Juca de Oliveira, falando dos cartões postais dela e do jeito de falar diferente dele... A atriz relata que foi chamada pelo Bofão para fazer uma novela na Globo, porém ainda estava atuando em “A Fábrica”, e indo para o Rio, ficou acertado que o contrato começaria quando a novela da Tupi terminasse, vide assinatura com a Globo mostrada pelo “Jornal Nacional”, no caso, “O Primeiro Amor” (1972), “em que meu querido e amado Sérgio Cardoso faleceu, então foi uma novela meio trágica do Walther Negrão, e o Sérgio faleceu nessa ocasião” – o programa omite a participação dela em “Vila Sésamo” (1972), para a decepção de Caco Antibes, digo... Aracy se alegra falando de “A Corrida do Ouro” (1974), “a história tinha oito protagonistas, oito atrizes encantadoras, amicíssimas, a gente se divertiu muito, gostou muito de fazer, que era o início do Gilberto Braga”, e falando de “Coração Alado" (1980), “também foi fundamental a minha experiência com Janete Clair, porque um dia a gente tava num chá e ela falou assim, Aracy, tô te preparando um papel que você vai adorar, Maria Faz Favor, que nome maravilhoso, era uma cobradora de ônibus que imagina, namorava outro galã maravilhoso, que era Jardel Filho e foi um papel que eu botei tudo pra fora”, o que é atestado pela discussão entre os personagens de Jardel e Aracy dentro de um Caio Gabriela... Silvio de Abreu surge direto de seu “Cata Zorra” para os relatos da atriz, “foi meu colega de EAD, e nós fomos muito amigos desde a EAD, com ele eu fiz coisas maravilhosas, e ele me deu a Dona Armênia, foi a loucura total, pois essa sim parava a cidade, com aquelas três filhinhas que eu tinha” – e que aparecem hospitalizadas, numa cena em que a atriz está com o braço engessado de verdade – “teve uma cena que eu fui gravar um sábado e era o prédio da Caixa Econômica na Avenida Paulista, era uma coisa, me botaram numa escada de bombeiros, subi lá e gritava, tinha helicópteros, a Avenida Paulista inteira parou, e o Silvio dizendo, por favor, vocês não torçam por ela, porque o povo gritava, na chon, na chon, que eu botasse o prédio da Caixa Econômica na chon” – a cena de “Rainha da Sucata” (1990) mostrada em seguida não tem os apelos da multidão, porém registra a convicção de Armênia em implodir o prédio, colocando ele na “chon”... Depois do comentário sobre a explosiva Dona Armênia, uma revelação bombástica, “se passaram dez anos que seu fiquei fora da TV Globo, só que trabalhando na TV Globo, por obra certa, eu não tinha a segurança, eu faço uma viagem pelo Brasil todo com uma peça de teatro, quase dois anos com essa peça, e volto, e transformo todo o meu dinheiro que eu ganhei em dólar, na época, pra guardar, pra horas magras, quando acontece um incêndio no meu apartamento, e eu perdi tudo, aí foi quando eu percebi que eu tinha os amigos todos que eu tenho, correram todos os amigos, e é roupa, é isso, é aquilo, ajuda, é casa, e uma delas, que foi a Arlete Salles, foi correndo falar com o Bofão, ela precisa mais do que nunca de um contrato, que agora ela precisa de um dinheiro que entre mensalmente até pelo menos ela refazer a vida dela, o Bofão ficou boquiaberto, estatelado, eu nunca pedi explicações, eu tinha certeza que tava contratada”... A tensão, nós dissemos tensão, prossegue com a próxima cena, da novela “A Próxima Vítima” (1995), onde Aracy foi Filomena Ferreto e teria, segundo o dossiê de Caco Antibes, aprontado tudo nos bastidores (uma citação rápida demais para uma trama cultuada entre noveleiros...), e se desfaz quando a atriz fala do intérprete do personagem (porque a intenção era valorizar um produto que liderava a audiência do canal pago...), “Miguel Falabella é uma festa, eu conheci ele fazendo uma coisinha dessas, coisas que se faz, programa tentativa, tentativa de programa, e aí eu fazia uma mãe, que tinha que bater no quarto dos filhos, ele fazia um dos filhos, eu comecei fazendo aquela mãe que acorda cansada, mais um dia pela frente, batendo na porta, o café tá pronto, o café tá pronto, e eu arrastava o chinelo, e ele foi gostando daquilo, já muito criativo, aí um dia eu passei por ele e ele disse assim, vai um Valium???, até que a gente se encontrou no Sai de Baixo”... E se reencontrou, porque a fala de Caco é de um dos episódios gravados para o Viva em 2013, “que saudade dessa cútis, essa cútis que é uma seda, uma maciez absoluta, sexo, eu quero sexo, sexo!!!, uma maciez absoluta cultivada com leite das cabras de IEREVAN!!!, Cassandra, a sua pele deveria ser estudada pelos cientistas de Harvard, como é possível manter o frescor do século XVII até hoje, é um mistério, é um milagre” – então é por isso que “Damas da TV” deveria ter passado na segunda, digo... Aracy enfatiza, “entre tapas e beijos a gente se ama com loucura, eu tenho paixão por ele, eu creio que ele tem paixão por mim, já brigamos muito, não fale comigo, não olhe pra mim”, mas voltaram às boas, como indica a cena com Maitê Proença em “A Lua Me Disse” (2005), escrita por Miguel e Maria Carmem Barbosa... A seguir, mais uma figura marcante na trajetória da atriz na televisão, “nós estávamos fazendo uma peça de teatro, Boa Noite Mãe, que era dirigida pelo Ademar Guerra, e aí numa tarde de sábado, numa leitura, ele me trouxe a Denise Saraceni, e desde então, acho que foi em 1984, Denise e eu ficamos amigas, até que a Denise foi passando pra assistente de produção, assistente de direção, de repente ela faz trabalhos memoráveis, e é um prazer trabalhar com ela, porque ela modificou, do meu ponto de vista, muito da televisão, como mulher, mas como delicadeza, ela levou pra televisão a delicadeza, o que eu fiz com a Denise Saraceni, Sabor da Paixão, Da Cor do Pecado, Cheias de Charme” – novela de 2012 onde comparece caminhando na hípica com Jonatas Faro, apresentando a ele uma cavalariça... Mais uma confissão, “segundo Fernanda Montenegro, que veio jantar comigo, os amigos comemorando um pouco assim, ela disse, você não tem 50 anos de profissão, você não fez Ciano Case no Teatro de Arena, fiz, então ela disse pra mim, olha, diminua sua idade mas não me diminua o seu tempo de serviço, então não teria 50 anos, e sim 55, mas é assim mesmo, eu me sinto ainda um pouco insegura, muito cheia de expectativas, ao mesmo tempo acho que tava errado, deveria ter feito de outra forma, e não só eu, eu tô me sentindo um pouco um pouco peixe fora d’água atualmente, indo mal com essa digitalização, mas enfim, tô tentando, ir buscando sem dúvida alguma uma coisa que tá sendo deixada fora de lado, que é o afeto, o contato, o carinho, e tão assustada, como quando eu comecei, lá nos idos de 1958” – o programa termina com a mesma mensagem do início, homenageando a atriz, logo depois do aviso, “esta obra reproduz comportamentos e costumes da época que foi realizado”, e ao contrário da “Folha” não ficou insistindo em perguntar sobre casamento ou filhos... Logo depois, começa “A Festa de Babete”, primeiro episódio exibido pela Globo do “Sai de Baixo”, em 31 de março de 1996 – e na inauguração do canal Viva, em 18 de maior de 2010 - escrito por Maria Carmem Barbosa e Miguel Falabella, registrando, de acordo com a Wikipedia, 34 pontos no Ibope... O programa surgiu a partir de uma sugestão do ator Luiz Gustavo ao diretor Daniel Filho, na época em que fazia a peça “Batom”, de Walcyr Carrasco, com Fúlvio Stefanini, no Teatro Imprensa, de propriedade do Grupo Silvio Santos... Então é por isso que, junto com o fato que Daniel Filho estava na Band com as atrações de sua produtora, o projeto foi oferecido primeiro ao SBT, desenvolvido inicialmente por um dos sócios de Daniel, Euclides Marinho, e o personagem que viria a ser Caco Antibes seria interpretado por Fúlvio, o que explica ainda a posição de Miguel Falabella como um dos autores do episódio de estreia – o nome do personagem foi criação de Maria Carmem - e o projeto ainda previa a escalação de Hebe Camargo no papel que seria de Aracy, na Globo, Luis Fernando Guimarães foi cotado para ser Caco e pensou-se em Arlete Salles e Nair Bello no papel de Cassandra... Na verdade, “Família Trapo” à parte, e apesar do foco da peça ser a rivalidade de dois jornalistas – Ana Paula Arósio inclusive vivia a filha estagiária de um deles, vide “Telegrama Legal” - Tatá tinha em mente as comédias de costumes típicas do teatro paulistano, em especial as de Jandira Martini e Marcos Caruso – praticamente um caso de paternidade não reconhecida – vide “Trair e Coçar e Só Começar”... Na qual a empregada era uma personagem central na história, Denise Fraga... Então é por isso que Ribamar, quer dizer, Tom Cavalcante foi parar na capa da “Veja”, digo... Claro que seus improvisos e imitações garantiam boas risadas da plateia, e na estreia foi o único ator aplaudido quando entrou em cena... Só que a “expertise” adquirida em anos de teatro besteirol no Rio de Janeiro fez com que Miguel Falabella se destacasse no palco como Caco Antibes... Afora a presença da amiga Cláudia Jimenez como Edileuza... Marisa Orth garantiu seu espaço com os trocadilhos e frases célebres truncadas de Magda, enquanto Tatá e Aracy Balabanian faziam uma escada eficientíssima como os irmãos Vavá e Cassandra... Com o tempo, a interação entre os atores faria surgir cacos, não só do Caco, inspiradíssimos, sobre eles próprios, vide alusões ao cabeção de Cassandra... No sofá da sala do apartamento na região do Largo do Arouche, Vanderlei Matias, o Vavá, dorme de suspensórios, abraçado com sua namorada, Anita... Esta, vivida por Paula Burlamaqui, só de lingerie preta... A cena surpreende, não pelo fato de Paula namorar Luiz Gustavo na época, mas porque Vavá construiu ao longo da série uma enorme fama de encalhado, mesmo com o sexo sendo uma constante nos textos... O telefone toca e a empregada Edileuza atende... Claudia Jimenez precisa fazer sua imitação de secretária eletrônica para dispensar um grupo de seminaristas interessados em uma excursão para o Vaticano pela Vavá Tur, a agência que funciona no apartamento... Depois de Anita se vestir e ir embora, Edileuza vai até a mesa de trabalho de Vavá e reclama das namoradas dele – a mulher barbada, a anã... Também sugere que ele se case, forme uma família nuclear e pare com essa vida de Beto Rockfeller... Quando Vavá diz que mora sozinho por causa dos parentes, soa a campainha do apartamento... É Magda, a sobrinha de Vavá... Que devido ao elevador quebrado, subiu as escadas carregando uma pilha de pacotes de presentes... Entregues a Edileuza, que os joga no chão, pois não tem cara de prateleira... Marisa Orth fazia uma Magda menos burrinha e mais esnobe, o que mudaria rapidamente ao longo da temporada... “Ô doméstica, pega um copo d’água para mim, por favor”... Relutante, o “negrinho do pastoreio” vai pegar a água, pois Vavá não quer briga... Magda diz que sua mãe, Cassandra, irmã de Vavá, irá comparecer no apartamento, por causa do gato que subiu no telhado de seu marido Caco... Que também comparecerá... Nesse momento, Cassandra entra no apartamento e comete a maior gafe do episódio – um indicativo de que Aracy ainda estava ajustando o “timing” da comédia depois da dramática Filomena de “A Próxima Vítima”... “Valdemir Matias... Eu posso considerar essa visita um homicídio qualificado... Essa escada acabou de me matar”... Em seguida, abraça Vavá e elogia a troca da tintura de cabelo preta pela castanha... Cansada da subida, Cassandra não quer contar o que aconteceu... Vavá e Edileuza pedem para ela detonar... Cassandra explica que desde que seu sócio, o Brigadeiro, “detonou”, ela voltou para São Paulo, abriu mão de morar no apartamento do Arouche e foi viver numa mansão na região dos Jardins, com Magda e seu genro Caco... Que quebrou, vide foto na página policial em que ele ficou com cara de bandido, Magda... Cassandra prossegue e diz que a mansão foi vendida e todos os bens foram confiscados... Além disso, Caco também irá morar no apartamento... A notícia faz Vavá passar mal exatamente na hora que Caco comparece e fala que ele arrumou um lutador de sumô para abaná-lo... Questionado por Vavá, Caco explica que é uma vítima... “Um vítima do poder... Uma vítima dos gangsters da economia!!!... Isso é uma coisa que se faça com um homem de bem???... Da noite para o dia acabam com a inflação, com o ágio, acabam com a especulação financeira... Como é que eu fico nessa história toda???... Não tem mais uma mamata, uma isenção, um privilégio... Não tem um gomo de laranja pra eu dar uma chupada!!!”... Criticando o Plano Real, quem diria... O fato de ser um dos redatores permitiu a Miguel Falabella entregar um personagem praticamente pronto, com todas as pretensões elitistas e hipocrisias da alta classe média brasileira... Acabou-se tudo e Caco ficou até sem o canil com seus amados cachorrinhos... Agora quem chega sobraçando malas é Ribamar, “zelador, porteiro, eletricista”... Que depois de ter negado o carinho que pediu a Edileuza, “minha Globeleuza”, se apresenta para Cassandra, que se espanta diante do “anormal”, e aproveitando um telefonema de Caco em seu celular tijolo, a pretexto de uma placa de platina energizada no crânio colocada, permite a Tom Cavalcante que faça seu primeiro solo... Uma imitação do presidente Fernando Henrique Cardoso... Que rende os primeiros aplausos em cena aberta da plateia no Teatro Procópio Ferreira... A linha cruzada faz Cassandra lembrar que no tempo do Brigadeiro, os Urutus estariam na rua... Caco pensa em faturar com os poderes extraordinários de Ribamar... Que prefere pegar o restante das malas, antes que elas entrem no cio e cruzem... O jeito é Caco escolher seu quarto... Se Vavá permitir, pois ele já disparou o primeiro “Aqui, Farroupilha” da série... Magda fica revoltada, diz que agora é uma mulher sem CEP, e Caco para acalmá-la, fala pela primeira vez o bordão clássico... “CALA A BOCA, MAGDA!!!”... E vai ao banheiro, pois está apertado... Cassandra pede a Edileuza que cuide das malas... Edileuza lembra a Cassandra da Lei Áurea... Vavá exige que Cassandra e Magda deixem o apartamento e revela que está noivo... Vai até competir nos Jogos Olímpicos de Atlanta, Ribamar... Vavá vai casar e ter quinze filhos, “aquela criançada catarrenta”, Edileuza... Todos no apartamento, acompanhados da sogra que tem quatro dobermanns, Ribamar... Muito maduro de sua parte, elogia Magda... Vavá está caindo do galho, critica Caco... “Você quer o quê, que ele traga uma família para morar aqui dentro???... Com direito a uma tia com as varizes estourando nas pernas, fazendo sanduíche de pão de forma com patê e cobrindo com pano de prato pra não ressecar... E isso que você quer, um bando de pobre escovando os dentes na nossa pia???”... O enorme apreço pelos pobres indica que Caco é mais um personagem da ficção que estaria apoiando o Bozo até hoje... E pensar que Miguel Falabella não era a primeira opção de ator para o papel, Fulvio Stefanini, corre aqui... Mas afinal, quem é a noiva de Vavá???... Babete, a ponta-esquerda do XV de Piracicaba, quer dizer, que Vavá conheceu no reveillon em Copacabana... “Em Copacabana???... Então ela é uma noiva de Copacabana!!! Eu adoro uma noiva de Copacabana”, empolga-se Caco, soltando seu lado Donato Menezes... O casal irá se unir em um casamento interativo, ele dirá o sim na igreja da Consolação e ela na de Santa Cecília, em som estéreo, Rede Globo 30 Anos Tudo a Ver, Ribamar... A plateia aplaude e Cassandra decide ficar para o jantar, uma vez que Babete, loira e de coxas grossas, deve comparecer daqui a pouco no apartamento e a família precisa conhece-la... Caco aproveita para inaugurar seu quarto com Magda, fazendo canguru perneta, canoinha furada, tocha cubana, cascatinha de Oxum... Havia mais variações táticas naquele tempo, digo... Enquanto isso, Vavá precisa encontrar uma noiva e Edileuza denuncia o bichinho do ram-ram de Caco antes de pensar em um plano para a festa de Babete, nome de novela, Magda... Que reclama do chuveirinho que não funciona... Caco pede reformas no apartamento, ameaçando ir embora, Vavá sugere que o casal vá morar com os tios em Taubaté, vide trabalho no campo... “Quem gosta de pegar na enxada é pobre!!!”, revolta-se Caco... Inconformada com a toalha de mesa colocada por Edileuza, “Dona Casseta” diz que a empregada transformou o apartamento num pardieiro... E ao ouvir os gemidos de prazer de Caco vindos do quarto, Edileuza diz que Magda transformou o local num bordel... Um telefonema para a Vavá Tur é a chance de todo o elenco explicar que Vavá é com “V”, de verruga, Caco, vide aplausos... Negócio perdido, Ribamar comparece para dizer que consertou o elevador com um motor de Chevette recondicionado... Não adiantou Vavá pedir para o porteiro não mexer no elevador... Ele explodiu e Anita ficou presa nele... Caco pede para Magda comprar um presente para os noivos – com o cartão de crédito de Vavá, claro – e quando descobre que a geladeira está fechada com correntes e cadeado, mede forças com Edileuza no primeiro “ÓÓÓÓÓÓÓ!!!” da história do programa... Vavá cobra Edileuza a chegada de Bernadete, quer dizer, Babete... No entanto quem comparece é a paquita, quer dizer, o couvertzinho, digo, Anita, que apesar de ter ficado presa no elevador, vai embora assim que descobre o seu “Derlei” debaixo da mesa, procurando a lente de contato que não usa, e fica sabendo que ele tem uma noiva... Pois é, não é, Magda... “Quem com ferro fere, tanto bate até que fura”... Ribamar comparece de peruca loira e óculos escuros, fazendo o papel de Babete para Cassandra e Magda – mesmo visual usado para invadir o palco do Mineirinho no show de Roberto Carlos, gravado para o especial de final de ano de 1994... Ela acreditou... Edileuza canta... “Ai, ai, ai, ai, tá chegando a hora, o dia já vem raiando meu bem, Cassandra já vai dar o fora”... No voo 171, anuncia a doméstica... Magda, por sua vez, já troca segredos com Babete sobre Vavá... “O coração é como lenha verde, chora mas pega fogo”, já dizia Getúlio Vargas... Assinado por um fã de John Lennon... Ops!!!... Vavá não quer que Babete coloque uma camisola presenteada por Magda... Que observa... “Quem tem ciúme vai a Roma”... Alis, Carlos Alberto Antibes fica muito impressionado com a “noivinha de Copacabana”... Melhor Babete contar como jogará o buquê para Edileuza, que encontrará um lindo homem cearense... Caco trabalha forte no assédio a Babete, prometendo mostrar o canguru perneta, entretanto ela sabe que ele está que nem carburador, trabalhando só pela boia... O jeito é sugerir a contratação de um artista para o casamento... Babete quer Roberto Carlos... “Detalhes tão pequenos de nós dois”, Babete... “São coisas muito grandes pra esquecer”, Caco... Para que Ribamar não ponha tudo a perder, Edileuza o leva para a senzala a fim de ensinar como se fazem bolinhos de aipim... Magda está encantada com Babete... “É nos menores fracassos que se encontram os melhores perfumes”, Magda... Antes de ser abatida a tiros, ela segue os conselhos de Gandhi e pede champanha para brindar o casamento... Só que Magda mudou de ideia quando ouviu os gemidos de Babete e Edileuza vindos da cozinha... Cassandra decide prosseguir com o brinde enquanto Caco liga para Roberto Carlos... Que começa a ser imitado por Babete... “O show já terminou”... Caco, Cassandra e Magda brindam à permanência no apartamento enquanto Vavá desaba inconsolável no sofá... Edileuza vai dar aquela forcinha... “Eu vou fazer da vida deles um inferno... Eu te prometo... Olha aqui... Sai de baixo!!!”... Então é por isso que o programa tem esse nome, digo... A graça do episódio é exatamente o confronto que se estabelece entre Vavá e Edileuza contra Caco, Cassandra e Magda, com Ribamar no meio, esquema que se sustentou mesmo com as saídas de Cláudia Jimenez e depois do próprio Tom Cavalcante, demonstrando que a carpintaria também deu sua contribuição para o êxito do programa, ao lado principalmente do elenco e da dinâmica das gravações (cada episódio era apresentado no teatro duas vezes, dando mais material para a montagem final...) e um pouco menos dos roteiros, que em alguns casos serviam mesmo de deixa para os solos e improvisos dos atores...
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Complicado gravar "Rainha da Sucata" (1990) na Paulista, Armênia tinha torcida para por prédio na "chon"... |
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Crise causada por topless de Dercy Gonçalves em "A Estátua da Libertinagem" (1996) mudou direção da Globo... |
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