sexta-feira, 15 de maio de 2020

Outra Vez 50 Anos Neste Boa Noite...

Série especial começou com William Bonner e Renata Vasconcelos no primeiro cenário do JN, que Cid Moreira não saiba, digo...














































Os 50 anos do Jornal Nacional foram comemorados entre 2 e 6 de setembro com uma série especial que apresentou um mosaico de matérias apresentadas pelo noticiário ao longo de meio século de história...O primeiro capítulo da série foi precedido por uma reportagem de Pedro Bassan sobre o lançamento do livro dos 50 anos do JN... Patrícia Poeta lembrou quando era uma criança na região de São Jerônimo, no Rio Grande do Sul, que respondia o “Boa noite” de Cid Moreira e Sérgio Chapelin... Que era um locutor do interior que falava para uma rádio de 100 watts de porência... O primeiro apresentador do JN, Cid Moreira, repete no palco o seu “Boa Noite”, e a atual titular da bancada do telejornal, Renata Vasconcelos, elogia a “curadoria” da informação feita pelos jornalistas da equipe do noticiário, que acredita combater as “fake news”... Alice-Maria, apontada como criadora do JN ao lado de Armando Nogueira, é mostrada rapidamente... Os que saíram de cena quando trabalhavam forte na produção de notícias foram homenageados – Samuel Wainer Filho, Luiz Felipe Ruiz de Almeida, Luiz Eduardo Lobo, Dario Duarte da Silva, Levy Dias da Silva, Jorge Antonio Leandro, Guilherme Van Der Laars, Guilherme Marques, Ari de Araújo Júnior, Tim Lopes... William Bonner explica que o livro contém depoimentos da equipe do “Jornal Nacional” colhidos pelo projeto “Memória Globo”... João Roberto Marinho afirma que o pai estaria muito emocionado se pudesse estar presente à comemoração dos 50 anos do trabalho forte de “nossas cinco estações” e 117 emissoras afiliadas, e acredita que a televisão aberta continuará a ser o grande veículo de comunicação de massa do Brasil, com a Globo liderando ainda por várias décadas... A crença do diretor-geral da Globo, Carlos Henrique Schroder é a entrega de um dos bens mais importantes que um cidadão pode ter, a informação correta todos os dias... Fátima Bernardes nem imaginava que as mulheres compareceriam naquela bancada... Cid Moreira recorda do jornal analógico, com bancada de compensado... William Bonner não desiste, mesmo que os percalços sejam grandes e crescentes... Entra então uma gravação de 1979, onde Cid Moreira mostra o velho “script” que leu na primeira edição do JN, em 1º de setembro de 1969... E outra de 2003, onde Bonner, na despedida de Roberto Marinho, faz uma pausa dramática para reafirmar o compromisso do noticiário... Logo depois, o Boa Noite de Cid, Chapelin, Lilian Witte Fibe – a primeira apresentadora fixa do noticiário, em 1996 – Fátima Bernardes, Patrícia Poeta, Renata e Bonner... O capítulo inicial, sobre comunicação, foi apresentado por Renata Vasconcelos e William Bonner em uma reprodução do primeiro cenário do telejornal, usado entre 1969 e 1971, ainda quando as transmissões eram em preto-e-branco... Renata explicou não se tratar de uma retrospectiva factual do período, já feita pelo JN em 2015, e Bonner complementou dizendo que a ideia era rever os últimos 50 anos a partir de cinco grandes temas... O primeiro deles é a comunicação, conforme o próprio Bonner explicou: “Dos arquivos do JN, nós vamos rever o surgimento e a expansão de tecnologias de comunicação e como essas tecnologias foram adquirindo uma importância cada vez maior na divulgação de informação, de diversão, de conhecimento, na transmissão sofisticadíssima de grandes eventos esportivos, agregadores de multidões, mas também na disseminação de preconceitos, e como as relações entre as pessoas, entre os gêneros, entre grupos e mesmo entre nações tiveram perdas e ganhos ao longo desses 50 anos de revolução na comunicação”... Mais adiante será possível perceber porque o texto teve esse tom...  O vídeo começa com imagens da superfície terrestre, feitas pela NASA, aludindo às comunicações via satélite, o que serve de gancho para recordar a primeira edição do JN, em 1º de setembro de 1969... Que entre outros assuntos, noticiou um aumento da gasolina e a saída de cena do boxeador Rocky Marciano – faltou a substituição do presidente Costa e Silva pela Junta Militar dos “Três Patetas”, mas, enfim... Corta para Berto Filho apresentando em 1981 um computador falante – com forte sotaque estadunidense – e Sérgio Chapelin em 1982, um ano antes de sua breve passagem pelo SBT, Mara Maravilha – chamando a reportagem de Tonico Ferreira sobre a aula de computação para crianças que tem até um provocativo jogo de forca... Ops!!!... Daí para Bonner anunciar o site da Globo na internet em 1997, a Globoplay em 2015 e os novos estúdios cariocas do jornalismo global em 2017 é um pulo... Depois de um fala-povo dizendo que a tecnologia não muda a essência das pessoas, Cid Moreira noticia as apurações das eleições municipais de 1976, Renato Machado menciona a onça e seus amigos que atrasaram a totalização dos votos das eleições presidenciais de 1989 e Bonner anunciando a eleição de Jair Biroliro em 2018, com o presidente eleito trabalhando forte nos agradecimentos aos líderes mundiais nas redes sociais... Então é por isso que o texto dele estava um tanto quando reticente, digo... Depois de um trecho de matéria que cita as grandes desigualdades do acesso à internet no Brasil, um recuo no tempo para mostrar os primeiros orelhões em 1974 e os primórdios da telefonia celular em 1991 – um “off” de Marcos Hummel, podiam pelo menos resgatar a reportagem em que Marcelo Rezende demonstrava o funcionamento do telefone dentro de um carro... Em 2016, Renata reporta que o celular se tornou o principal meio de acesso à internet entre os brasileiros, vide “selfies”, e a própria apresentadora ensina na Praça Mauá a manter o telefone na horizontal para os televidentes gravarem os vídeos da série “O Brasil que Eu Quero”, dois anos depois... A conexão proporcionada pela internet pode ser tanto um avanço quanto um retrocesso, assinala Pedro Bassan, ao descrever o trabalho forte do “Fato ou Fake” da Globo... Ainda se fosse só isso... Ops!!!... Quando o repórter afirma que o que é verdadeiro e importante vira notícia, Fátima Bernardes noticia os atentados terroristas de 11 de setembro  de 2001 – sem alusões a interrupção da exibição de “Dragon Ball”, digo – a Guerra ao Terror subsequente – com mensagens para as vítimas nas bombas lançadas pelos Estados Unidos no Afeganistão  - o atirador que registrou e transmitiu a si mesmo metralhando uma mesquita na Nova Zelândia neste ano e Márcio Gomes introduzindo a retomada do Complexo do Alemão pela polícia fluminense em 2010, cobertura que renderia à Globo um Emmy, comemorando por Bonner na bancada do JN com aquele tautismo que só a emissora é capaz de ter, Wilson Ferreira...  Então é por isso que o assunto seguinte são as Copas do Mundo que são notícia no telejornal desde 1970... O que incluí a crônica lida por Fátima Bernardes e Pedro Bial na abertura da Copa de 1994, Galvão Bueno gritando “Acabou!!! Acabou!!! É tetra!!! É tetra!!! É tetraaaa!!!” na final da competição, vencida pelo Brasil nos pênaltis, o “Tema da Vitória” que evoca o tricampeonato de Ayrton Senna na Fórmula-1 em 1991, a conquista do penta pela Seleção descrita pelo capitão Cafu em 2002 e a celebração do esporte destacada no texto de Galvão sobre a Copa realizada no Brasil em 2014... O tautismo dá uma pausa quando Ilze Scamparini narra o atentado terrorista que interrompe um jogo entre as seleções de França e Alemanha no Stade de France em 2015...  Obra do Estado Islâmico, que desde 2014 divulgava na internet vídeos de execuções, com Tonico Ferreira explicando o islamismo distorcido, ultra-radical e totalitário que o grupo tenta impor, e tendo o trabalho forte nas redes sociais como diferencial... O que serve para lembrar o atentado terrorista nos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972, também porque foi a primeira edição do evento transmitida ao vivo para o Brasil, que o sediou em 2016... O tautismo volta com o tricampeonato olímpico do vôlei, o gol de Marta e o ouro de Rafaela Silva, mulher, negra e vítima de preconceito racial nas redes sociais  – que é associado à matéria apresentada em 1983 por Léo Batista sobre outra judoca negra, Soraia André, que aplica um “ippon” no repórter - não creditado... Bonner muda de assunto ao falar em 2011 da mudança do perfil nas famílias brasileiras, vide aprovação da Lei do Divórcio em 1977, de autoria do senador Nelson Carneiro e repercutida nas ruas do Rio por Glória Maria, a própria... Sandra Moreyra fala das novas famílias, Bonner do aumento do número de casamentos entre pessoas do mesmo sexo – faltou dizer que eles só são permitidos no Brasil por força de decisão do STF, mas, enfim –e Giuliana Morrone do crescimento do número de idosos no país... A cara do Brasil vai mudar, e quando entram as cenas dos protestos de junho de 2013 – “o SBT é uma emissora de TV” – fica a certeza de que a mudança foi para pior... Ops!!!... No capítulo das grandes mobilizações, entra a Primavera Árabe em 2011, o bombardeio a Aleppo na Síria, o jovem Pedro Bial em Paris, otimista com a União Europeia em 1992, o Brexit fazendo a premiê Thereza May renunciar em 2019, os acordos para eliminação de armas nucleares celebrados por Reagan e Gorbachev em 1987 – que chegaram ao fim neste ano – o acordo de Paz no Oriente Médio em 1993, a eleição de Barack Obama em 2008, internauta Pedro Henrique... Presidente que em 2016 defendeu com Angela Merkel a democracia e a liberdade em Berlim, Rodrigo Alvarez, onde o muro caiu em 1989, Silo Boccanera... Mesma Merkel que parecia pressentir Trump e sua descortesia com a rainha Elizabeth em 2018, Luiz Fernando Silva Pinto... O sagaz Bonner observa que “as pessoas andam mais fechadas pra opiniões diferentes, mais cheias de certezas sobre todos os assuntos, mais intolerantes com quem não pensa da mesma forma, e não é só nas redes sociais”... Vide muro de Trump, a crise dos refugiados da Europa – vide chutes na Hungria - a imigração de venezuelanos para o Brasil... Felizmente ainda temos o Papa Francisco pedindo paz, porém o pontífice é podado para entrar o resgate do time de futebol de uma caverna na Tailândia, durante a Copa do Mundo de 2018... Mais rápido ainda, o assunto muda para o bicampeonato da França... Assim fica difícil, Globo... O vídeo termina com o boa noite do primeiro JN – o gol do Edson (OG) que classificou o Brasil para a Copa do Mundo de 1970...



















No episódio sobre cidades, compareceu o Caio Gabriela da Borborema rodando na região de Brasília Teimosa, em Recife, em 1982...



















































O segundo episódio da série, apresentado numa reprodução do cenário do JN entre 1981 e 1983, é sobre a educação no Brasil... Bonner falou dos problemas, Renata das soluções...  Apesar do foco ser a situação brasileira, o vídeo começa com Malala, em 2013... O Brasil comparece com uma reportagem da década de 1970, com crianças estudando no chão, sem mesas ou cadeiras... Pedro Bial registra o desânimo da professora Socorro, em 2006 e as crianças falam o que querem ser como crescer – inclusive a que pretende escrever poesias como Mário Quintana... Citado o artigo 205 da Constituição, Sônia Bridi enfatiza a importância de se educar as crianças desde cedo... Voltando a 1996, o Fundef começa a fazer efeito e Fátima Bernardes anuncia a criação do Fundeb em 2006 – o mesmo que o atual governo quer acabar... Pula a Base Comum Curricular, de 2017, Vladimir Netto... É melhor que Neide Duarte, numa sala de aula em 1983, cite que de 40 alunos de uma classe de primeira série, apenas oito terminarão o primeiro grau... O governo promete capacitar os professores em 1990, mas em 2017 o jeito é eles correrem atrás de novas tecnologias, Cláudio Moura e Castro... Ou usar tampinhas para aprender matemática em 2011, ou ensinar biologia na horta escolar, em 1999, quem sabe fazer teatro para ensinar inglês em 2000... Alexandre Garcia defendendo a necessidade das escolas terem infra-estrutura em 1996, pula...  Escolas equipadas com computadores comparecem em 1984 e 1997 – nos Estados Unidos, Roberto Cabrini... Aqui, as aulas de informática para crianças de periferia chegam em 1996, Chico Pinheiro... Não é uma sala de aula com computador na carteira online com a lousa em 1999, Sônia Bridi, mas, enfim... Em 2010, o Brasil tem o desafio de universalizar a pré-escola e o ensino médio, Mozart Ramos...  Até porque as crianças e jovens de famílias mais pobres só tem pleno acesso à escola agora, em 1999, Heraldo Pereira... Em 2015, Renata fala das insuficiências na aprendizagem do ensino médio, que não vão ser resolvidos pela reforma de 2017, Bonner...  Vide IDEB em 2011, Gustavo Ioschpe... Mauro segue os passos da irmã e trabalha forte na OBMEP em 2017, elogiada pelo matemático Artur Ávila em 2015, vencedor da Medalha Fields, considerada o Nobel da área, Paulo Renato Soares... A evasão escolar é problema em 1993, 2007 e leva Poliana, grávida, a abandonar o ensino médio em 2011, e a situação ainda é grave, Roberto Kowalick... Tanto quanto as balas perdidas que atingem as escolas do Rio em 2015, ou a dificuldade de acesso às escolas rurais em 2012, Ary Peixoto...  O acompanhamento dos alunos pode contornar as dificuldades de aprendizado em 2017, Renato Biazzi, e a disposição para comparecer as aulas, inclusive de barco, também é importante em 2014... Escolas rurais progridem em 2015 e em 2008, Beatriz Thielmann, porém o que realmente interessa é o professor...  Em 1980, o assunto é debatido em Brasília, Marcos Hummel... Em 1993, metade dos docentes quer mudar de profissão, Bonner... Superlotação e sobrecarga de trabalho estão presentes desde as matérias em preto-e-branco, ainda assim uma professora paulistana consegue ser finalista de um prêmio internacional de educação... O ensino à distância comparece em 2009, quando o Telecurso – olha o tautismo aí – transforma o vidraceiro Paulo Cavalcanti em professor de filosofia, escrevendo o manual do próprio telecurso, Stavros Xanthopoylos... No entanto, o analfabetismo apontado em reportagem de 2002 permanece em 2019, apesar de Dona Maria, essa personagem fundamental do telejornalismo, ter retomado os estudos... Francisco José fala do vestibular de 1978 em frente ao logotipo da IBM e o calouros da época comemoram... A Universidade de Brasília implanta a avaliação ao longo do ensino médio em 1995 e o ENEM, o SISU, o Prouni e até mesmo o FIES ampliam o acesso ao ensino superior... Sem contar as cotas raciais e sociais garantidas por decisão do STF em 2012, Bonner, vide Bianca na Universidade Estadual de Londrina...  Tudo o que o atual governo se empenha em destruir, vide os cortes de bolsas da Capes e do CNPq, reportados segunda e briga política do presidente com a UNE na questão da emissão de carteirinha estudantil, noticiada na sexta-feira... Não que o enfoque do JN ajude, enchendo o vídeo de depoimento de pensadores do modelo neoliberal de ensino, e a falta de menções às ocupações escolares em São Paulo em 2015 é sintomática, mas, enfim...  O terceiro episódio, apresentado no cenário adotado entre 1983 e 1989, é sobre as cidades brasileiras... Desta vez Renata enumerou os problemas e Bonner as soluções...  Em 1970, a fome na região de Itaporanga é em preto-e-branco – e colorida na distribuição de alimentos no sertão do Araripe, em Pernambuco, Francisco José, vide sandália com mensagem da doadora...  Quanto ao êxodo rural, Sérgio Chapelin apresenta matéria sobre retirantes em 1981... Que chegam de trem e de ônibus às cidades em 1982... Decorre daí o inchaço das capitais e o crescimento das favelas, ocupadas por aqueles que se empregam na construção civil, como cobradores de ônibus ou auxiliares de cozinha, Fátima Bernardes... Em 1975, Cid Moreira narra a desocupação na região da Maré e a transferência dos moradores para a distante – e com luz fraca – região de Santa Cruz... Já vi esse filme, digo... A evolução da comunidade de Brasília Teimosa, vide asfalto e linha de ônibus, é mostrada por Francisco José, esse cronista do Brasil profundo, em 1982... As casas das comunidades chegam ao terceiro andar em 1992, Ilze Scamparini, e os turistas suecos sobem o morro no Rio em 1998 – será que eles acreditam que há prosperidade ali???... Se bem que...  O fornecimento regular de energia elétrica na região de Paraisópolis só é implantado em 2007, Bocardi, e o bairro periférico de Ribeirão Preto é urbanizado somente em 2010... A população brasileira dobra em 2004, Sandra Moreyra, e a solidariedade aumenta, Bonner... Vide Teto trabalhando forte em 2018, o mutirão em Campo Grande e Clarisnei deixando de morar de favor depois de 30 anos...  Corta para a poluição do Rio Mogi Guaçu, na região de Pirassununga, em 1978, as espumas do Tietê na região de Pirapora do Bom Jesus em 2003, a poluição da Baía da Guanabara prejudicando a pesca do Seu Valdir em 2008, a limpeza da sujeira no Rio Tietê na região de Salto em 2014... Falando em sustentabilidade, William Bonner cita o desafio do fornecimento de eletricidade em 1999... Há energia solar, garantindo o trabalho forte na costura de Severina na região de Ouro Branco, em Alagoas, e a água nas cisternas da caatinga...  Quem em 2014 garantem a fixação do homem ao campo...  Um biodigestor construído pela própria comunidade é realidade na região do Jardim Nakamura, em 2017... De volta a Paraisópolis, em 2008, Monalisa Perrone mostra que o esgoto a céu aberto convive lado a lado com a rede canalizada... Alis, a ocupação desordenada leva a inundações, Fátima Bernardes... Seja em Santa Catarina em 1983, Berto Filho, na região serrana do Rio em 2011, ou na capital fluminense neste ano... Sem contar o desabamento dos prédios construídos irregularmente na região da Muzema, que vitimaram 24 moradores, Maju Coutinho... Tonico Ferreira acreditou que o piscinão do Pacaembu eliminou as cenas de monoblocos O364 percorrendo ruas inundadas... Ops!!!... Corta para o desabamento do edifício incendiado na região central de São Paulo em 2018, com sete mortos, evidenciando a questão dos sem-teto, Renato Biazzi... Mas a Globo está mais interessada em abordar as 16 vítimas do incêndio do Andraus em 1972, ou as 187 do incêndio do Joelma em  1974... As normas de incêndio mudaram e em 2013, apenas 10% dos atendimentos dos bombeiros em São Paulo eram devido ao fogo, enquanto em 1997 Bonner constata que as capitais estão parando de crescer e Fátima aponta que as indústrias estão se expandindo bem longe delas... Então é por isso que em 2011, as cidades de porte médio são as que mais crescem, Palmas, no Tocantins, inaugurou seu primeiro shopping center,  Aparecida de Goiânia rouba moradores da capital do Estado, e Rosimere vai de São Paulo a Paranamirim e continua enfrentando ônibus lotado em 2012... Cenas de congestionamentos ilustram a questão do trânsito e em 1981, Marcos Hummel noticia o quebra-quebra motivado pelo atraso dos trens de subúrbio em São Paulo, destruindo duas estações, sete composições, 18 ônibus e uma Kombi... Mais adiante, em 1990, Cid Moreira reporta a crise do sistema ferroviário que atende os subúrbios... Voltando no tempo, Rodolfo Gamberini entrevista usuários do Metrô de São Paulo na estação Sé em 1980 e um ano antes, Berto Filho chama reportagem que explica didaticamente o funcionamento do recém-inaugurado metrô do Rio de Janeiro...  Em 2008, Márcia aderiu há dois anos ao sistema de transporte coletivo  de Curitiba e os 190 quilômetros de faixas exclusivas de ônibus trabalham forte em São Paulo de em 2013... Gloria Maria e Carlos Nascimento abordam o problema dos carros estacionados nas calçadas e em locais proibidos em 1978... Anos depois, em 1987, o cinto de segurança ainda não é um hábito e dez anos depois, o estacionamento em fila dupla é um mal crônico no Rio... O Código de Trânsito chega no ano seguinte e Brasília consegue sucesso no respeito à faixa de pedestres, que atingiu níveis de primeiro mundo... Ah, sei, acredito, Alexandre Garcia... O uso do cinto de segurança está disseminado em 2017, as motos substituem o jegue no Nordeste, Pedro Bial, e dominam a paisagem em Araguaína, no Tocantins... Alan Severiano noticia as ciclovias em 2011, o bikeboy fazendo entregas é romantizado e o patinete é a modinha de 2019... Ops!!!... Aplicativos de ônibus funcionam, Márcio Gomes, e o vídeo encerra com Graziela Azevedo e os muros grafitados, João Dória, o Porto Digital de Recife em 2015 e o Porto Maravilha do Rio em 2016... Nesses 50 anos, mazelas urbanas deixaram de ser assuntos exclusivos de reportagens sobre os  grotões do Brasil , porém ainda há um longo caminho a percorrer... Repensar mais a prioridade ao transporte individual e desqualificar menos os movimentos sociais ajudaria muito, digo... Algo que vai demorar para acontecer, vide cobertura do JN sobre a greve de ônibus em São Paulo na quinta e na sexta-feira... 


















Também esteve presente o trem da CBTU, em uma reportagem de 1990 sobre a precariedade do transporte ferroviário urbano...


















































O cenário do JN entre 1989 e 1996 foi recriado para o quarto capítulo da série, sobre as transformações no mercado de trabalho... Bonner menciona que o Brasil alterna períodos de pleno emprego com épocas que a taxa de desocupação é enorme... Embora o brasileiro não tenha medo do batente, a automação industrial ganha força em 1985, Carlos Nascimento, levando ao sobressalto no mercado de trabalho em 1996, Joelmir Beting... A constatação do comentarista econômico é mostrada ao vivo nas filas em busca de emprego em 1985 para garantir o cacau e o rango, Caco Barcelos, outro cronista do Brasil profundo... As filas continuam em 2003, mas o desemprego atinge seu ponto mais baixo em 2011, vide empregos com carteira assinada – e em 2014 ainda estava em 4,8%, Sandra Annemberg... Em 2019, as filas voltaram e a taxa subiu para 12%... Claro que não vão ponderar o quanto a mudança abrupta de governo contribuiu para esse retrocesso, mas, enfim...  Ao mesmo tempo, o mercado informal  de trabalho cresce e o número de pessoas que trabalham por conta própria chega a 24,2 milhões, Carlos De Lannoy... Já em 1983, Elena de Grammont mostrava os metalúrgicos que viraram ambulantes nas portas das fabricas onde trabalhavam... Em 2015, os vendedores de quentinhas comparecem na região do Largo da Carioca, no Rio...  Anos antes, em 1988, Eliakim Araújo observa que a Constituição ampliou os direitos das empregadas domésticas – o reconhecimento dos patrões é outra história, digo... Sem contar que a regulamentação só apareceu em 2015, quando começaram a tramar contra Dilma... Ops!!!... Fátima Bernardes alerta para a questão do trabalho infantil em 1999, no campo e na cidade, e Bonner se surpreende ao ver que o programa de erradicação do trabalho infantil deu resultado em 2004, Giacomo Mancini, vide placa “Bolsa Escola” numa sala de aula, rápida o bastante para não terem que mencionar a contribuição dos programas de transferência de renda...  Marcos Hummel noticia os 50 anos do salário mínimo em 1986 – e Roberto Kowalick constata em 1997 que o mesmo mínimo que enchia dois carrinhos de supermercado em  1959 agora só abastecia um e olhe lá...  Seguem-se os aumentos da era Luis Inácio – 240 reais em 2003, Bonner, R$ 350 em 2006, Renato Machado, R$ 505,90 em 2010, Fátima Bernardes – sem citar quem era o presidente ou que os aumentos eram acima da inflação... Para garantir que ninguém se lembrará desse detalhe, entra uma estatística de 2016 apontando que 44,5 milhões de brasileiros recebem em média R$ 747 por mês... A seguir, a coisa descamba para o neoliberalismo ao se abordar a questão das aposentadorias, que em 1991 não garantia descanso para ninguém, Ernesto Paglia... A previdência precisa ser uma pirâmide, mas o aumento da expectativa de vida do brasileiro, apontado por Sônia Bridi em 1999, a derruba, enfatiza Roberto Kowalick em 2016... Segundo Cid Moreira em 1981, o Palácio do Planalto acreditava que o déficit se devia aos benefícios dos inativos e os altos custos da assistência médica – o SUS apareceria apenas em 1988... O rombo chegaria a R$ 5 bilhões em 1998 e a R$ 270 bilhões em 2017, Bonner... E que venham as reformas:  a do fator previdenciário em 1998, Fátima Bernardes, a dos servidores públicos em 2003, Júlio Mosquera, a que derrubou o fator previdenciário em 2015, Zileide Silva, a que afastou o fantasma da capitalização, sonho de consumo do ministro Paulo Guedes, em 2019, ao menos por enquanto... Nada sobre a vinculação dos benefícios ao salário mínimo, as aposentadorias dos trabalhadores rurais, o BPC...  Corta para a questão da qualificação, Joelmir Beting, figura marcante da história do JN... Fábio Turci enfatiza a questão da produtividade e Alan Severiano lembra que o trabalhador brasileiro produz em seis dias o que o estadunidense obtém em apenas um dia... E o próprio empregador tem que qualificar seu empregado, mostra Ary Peixoto em 2015... A seguir, a mulher no trabalho... Não eram valorizadas em 1980, Dona Luiza não foi admitida porque não comprovou a ligação das trompas em 1989, porém elas chegaram lá, Neide Duarte, e em 2019 chefiavam 45% dos lares, Roberto Kowalick, apesar de ainda terem um longo caminho pela frente, Elaine Bast, pois ganham 20,5% a menos que os homens... O tema agora são as leis trabalhistas, vide Lilian Witte Fibe apontando a redução das exigências de contratação para aumentar o emprego nos Estados Unidos e Europa em 1997... Joelmir Beting dá as caras em 1996 falando da modernização da legislação de trabalho...  Algo muito diferente do que foi aprovado em 2017, Renata... Não é só pelo avanço da tecnologia, Tonico Ferreira, e tampouco a alteração do uso dos direitos por meio da negociação, mas, enfim... Agro é pop, agro é tech, agro é tudo, vide Pedro Bial acreditando durante a Caravana JN de 2006 que o agronegócio interiorizou o desenvolvimento do país... A mecanização avança em 1981 e a fronteira agrícola se expande em 1984, vide migrações, expandindo a criação de gado e os cultivos de soja e algodão exaltados por Bial... Os fugitivos da seca do Nordeste em 1987, mostrados pelo experiente José Raimundo... Que em 2006, também durante a Caravana JN, acreditou que os investimentos em irrigação mudaram o quadro... E tome abacaxi na Paraíba, Caju no Ceará, melão no Rio Grande do Norte... Em 1997, Miriam Leitão enfatiza que o avanço da tecnologia cria novos empregos – e até o porteiro Fernando precisou se reposicionar em 2019... Sem contar as startups, vide centros de inovação tecnológica em Santa Catarina, a economia compartilhada, demonstrada por Hélter Duarte em 2015, e a “uberização”, que transformou o técnico de informática Mário em motorista de aplicativo em 2018... Patrícia vende roupas pelo WhatsApp ©, porque o comércio eletrônico veio com tudo, Renata Ribeiro, inclusive no caso de Wesley, que faz compras para os usuários de um app, e de Felipe, que dobrou seu salário de pizzaiolo ao trabalhar forte como entregador de comércio eletrônico... Afinal, o mercado de trabalho pede um profissional ágil e empolgado, que tenha espírito empreendedor, o que é a cara do brasileiro, Miriam Leitão... Não necessariamente... O vídeo acabou por se tornar uma grande defesa do modelo econômico neoliberal, em que a tecnologia anda de mãos dadas com a precarização do trabalho – apresentada como flexibilização das relações de trabalho... O próprio mosaico enfatizou mais os progressos tecnológicos do que a qualificação dos trabalhadores, mas, enfim... E tem a pergunta que não quer calar... Cadê o Paulo Henrique Amorim???... E enquanto isso, o atual ministro da Economia está mais preocupado em dizer que a primeira-dama da França é feia.... Ops!!!... O tema do último vídeo, apresentado no cenário do JN entre 2000 e 2009 é saúde... Bonner, acredite, falou em retrocesso, Renata  exaltou o SUS, dizendo que é único no mundo em países com mais de 100 milhões de habitantes, e Bonner enfatizou que antes os brasileiros dependiam de caridade e hoje saúde é um direito... Também juntou no mesmo balaio os antivax e a permanência do mosquito da dengue, mas, enfim...  A medicina avançou, como atestam em diferentes épocas Sérgio Chapelin, Elaine Bast e Rodrigo Alvarez... Bonner, no entanto, aponta que o Brasil precisa trabalhar forte contra a fome e a miséria e Fátima Bernardes lembra o enfrentamento da mortalidade infantil, vide mãe cearense que perdeu seis filhos em 1983... O Unicef alerta em 1986 que o país, oitava economia do mundo, estava se igualando às nações mais miseráveis em termos de mortalidade infantil, noticia Cid Moreira... Metade das crianças de São Paulo tinham alimentação insuficiente, Heraldo Pereira, e os nanicos nordestinos eram um fenômeno crescente em 1987... Três anos depois, o Brasil está entre os países com os maiores índices de desnutrição do mundo, conforme reporta Sérgio Chapelin e comprova pessoalmente o experiente José Raimundo ao mostrar a única refeição diária dos cinco filhos da Dona Maria de Fátima... Em 1993, Betinho lança a campanha da fome – uma iniciativa do que hoje é chamado de “terceiro setor” – e em 2000, o soro caseiro e o farelo vitaminado de sementes da Pastoral da Criança zeram a mortalidade infantil nas regiões atendidas pelo programa, Zilda Arns – indicada mas não ganhadora do Nobel, esse prêmio que tem ojeriza ao Brasil... Ops!!!... Edney Silvestre constata que em 2003 os programas assistenciais reduziram a fome no Brasil, ajudados por políticas públicas, inclusive de transferência de renda, Armando Castelar... Eis que então entra em cena o Bolsa Família, melhorando a alimentação de 9 milhões de famílias em 2006, Bonner... Que em 2013 aponta a queda de 75% da mortalidade infantil desde 1990... O mesmo que fez aquela leitura patética dos grampos ilegais de Sérgio Moro em 2016, acelerando a derrubada de Dilma Rousseff - e que hoje ignora solenemente a "Vaza Jato", se juntando aos esforços do governo para incriminar Glenn Greenwald...  Na parte sobre vacinação, pula o repórter da década de 1970 que a chama a mãe no posto de saúde de “madame” e corta para Celso Freitas – que só apareceu em “off” na série – falando da epidemia de meningite que o governo militar escondeu até 1975... Cid Moreira relata em 1981 que a vacina Sabin praticamente acabou com a paralisia infantil no mundo... E Glória Maria entrevista Albert Sabin – o próprio – que enfatiza a importância de todas as crianças serem vacinadas neste ano – em português, já que era “sócio” de uma brasileira... Francisco José mostra vacinadores subindo as escadas dos morros de Recife em 1986 e Carlos Nascimento anuncia a vitória pólio em 1994, vide certificado da OMS... Só faltou o Zé Gotinha, Mestre... Ops!!!...  Quanto ao sarampo, Cid Moreira anuncia a produção da vacina pela Fiocruz em 1982, a ser aplicada no Pará, e Alexandre Garcia o retorno da doença, no mesmo Pará, em 2018... Sendo assim, o país perderá o certificado respectivo da OMS, Renata e Bonner, que aponta a queda da cobertura vacinal em 2017, o que abre o caminho para retorno de doenças antes erradicadas no território nacional, Carla Rodrigues... Então é por isso que o assunto seguinte é a dengue, vide “fumacê” alegrando a garotada amiga nas ruas de Recife em 1987... O mosquito deu uma folga nas décadas de 1950 e 1970, porém voltou com tudo em 2015, vide casos de hidrocefailia causados pelo zikavírus, Heraldo Pereira... E o mosquito causador da dengue, do chikungunya e da zika continua encontrando formas de se multiplicar, Bonner, e o jeito é eliminar os criadouros...  Hermano Henning descreve a Aids no seu início em 1983 - prounciando "Êidis" - e a repórter Fátima Bernardes mostra a campanha de prevenção da doença com Ayrton Senna, Caetano Veloso Chico Anysio e Susana Vieira em 1989... Seguem-se as perdas de Lauro Corona em 1989, Cazuza em 1990, Freddie Mercury em 1991 e Renato Russo em 1996... O coquetel aumenta a expectativa de vida dos doentes de Aids e o Brasil se torna referência no tratamento da doença em 2001, Alexandre Garcia... A clonagem da ovelha Dolly em 1997 abre caminho para o uso terapêutico das células-tronco em 2007, Sandra Passarinho... Vide cordão umbilical de Mateus, que pode salvar a vida da irmã Giovana, que sofre de anemia falciforme, em 2017... Em 1989, Maria Cristina Poli fala do sucesso do Incor nos transplantes cardíacos, que se estendeu aos transplantes de fígado quatro anos antes – e que já somavam mais de 2.000 em 2018... O coração artificial usado em Zurique em 1977 foi bem sucedido, Cid Moreira – e a primeira mulher a passar por um transplante cardíaco no Brasil é operada em 1986, em Belo Horizonte, Celso Freitas... A Universidade de Telavive imprime um coração em 3D enquanto a fila dos transplantes é grande, Fábio Turci... As doações aumentam em 2008, vide gesto da família de Eloá, a própria, Ernesto Paglia... A tecnologia médica avança e proporciona um pulmão artificial a Christopher Reeve, o próprio, enquanto cirurgias de miopia são transmitidas ao vivo em shoppings dos Estados Unidos... O sequenciamento do genoma humano termina dois anos antes do previsto em 2003, Bonner... Em 1979, o grande avanço da medicina brasileira era o tomógrafo, aparelho que chegou ao país dois anos antes, Cid Moreira... Uma versão mais avançada do equipamento diminui a fila do Incor em 1997 e em 2013 o acelerador de prótons trabalha forte contra o câncer, José Roberto Burnier... Berto Filho reporta em 1981 que nos Estados Unidos os cientistas apontam que 80% dos casos de câncer podem ser curados se diagnosticados a tempo – número que subiu para 90% em 2013, Ademar Lopes... Em 2018, no entanto, Renata cita uma estatística da CGU que aponta a ausência para um terço dos brasileiros que vivem em cidades de hospitais do SUS para tratamento do câncer – caso de Sabrina, que perdeu a mãe antes que pudesse ver o nascimento dos netos gêmeos... Filas para atendimento médico são reportadas em todas as épocas: 1978, 1982, 1992, 2005, 2018... Então é por isso que o próximo assunto é o sistema público de saúde no Brasil... O INAMPS surge em 1977, sobe o morro em 1981, Sérgio Chapelin, vide Glória Maria na favela Marcílio Dias, e as suspeitas de fraudes se avolumam, Caco Barcelos... Cid Moreira anuncia a promulgação da Constituição em 1988, vide artigo 196, e o ministro Alceni Guerra lançando o “Sistema Unificado de Saúde” em 1990... As greves, falta de dinheiro e superlotação continuam nos hospitais públicos em 1992, Sérgio Chapelin... A situação não melhora em 1997 e 2007 e em 2014, Tonico Ferreira o funcionamento bem sucedido do Programa Saúde da Família, criado em 1994, na região de Santa Rita, na Paraíba... Sendo assim, Walter Cintra deve estar certo ao dizer em 2018 que os governos valorizem o SUS, com financiamento e gestão compatíveis... E os bons exemplos existem, inclusive na região de Três Lagoas, Graziela Azevedo... Depois da elegia ao neoliberalismo econômico do episódio anterior, surpreende que o último capítulo da série defenda as políticas públicas de saúde... Uma constatação de que o trabalho forte contra o governo Dilma levou ao descalabro da gestão Biroliro???... Demorou, Bonner... No encerramento da série, volta o ônibus percorrendo as enchentes de São Paulo, tão marcante para o internauta Chico Melancia quanto o “Yes, we can” de Barack Obama para o internauta Pedro Henrique, ainda mais no dia em que disse adeus a Robert Mugabe... Ops!!!...






















Na matéria sobre piscinão do Pacaembu, monobloco MBB O364 percorreu as ruas inundadas da capital paulista nos anos 1990...

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