quarta-feira, 30 de novembro de 2016

No mundo encantado de Valdisnei...

Aqui entre nós, olhando bem para essa "estalta", o tal "parça" do Valdisnei é um rato, digo...












































O visitante que passa da entrada do Magic Kingdom tem diante de si a estação central da Walt Disney World Rail Road... Que lembra a antiga gare de Campinas, embora a inspiração seja a estação de Nova Orleans... Depois da passagem sobre a via férrea, entra em ação o plano do guia publicado pela Dorling Kindersley no Reino Unido e editado no Brasil pela Publifolha para passeios de um dia, ali na página 35... Atravessar a Main Street USA – a típica rua de uma cidade do interior nos Estados Unidos no início XX, a princípio baseada na pequena Marceline, no Missouri, onde nasceu... Walt Disney!!! – e a Central Plaza, com a estátua “Partners” – Valdisnei com seu “parça” Mickey, que é um rato – e dobrar a direita na Tomorrowland – não confundir com o filme - para embarcar na Space Mountain... Nem dá tempo de ver a performance dos dançarinos ao redor de uma carruagem cantando “It’s a Most Wonderful Time of the Year”, é dezembro,  a varredora negra dança acompanha o ritmo da canção com mais graça que os dançarinos brancos, e o sistema de som dispara canções natalinas com mais intensidade do que os alto-falantes da avenida do Shopping Aricanduva, mas nada do Ivan Lins ou da Simone... É um clichê recorrente desses guias de viagens, no “Guia Não Oficial de Walt Disney World” dá até para recortar a página do roteiro de um dia, e há roteiros para dois dias, também...  Sempre orientam o leitor a ir primeiro numa atração muito radical e que costuma ter muita fila... Podendo ou não adquirir um “Fast Pass”, que serve para ingressar nas atrações com hora marcada... Mas como o brasileiro tem a cultura de esperar na fila, nem precisa lançar mão desses recursos... A fila na “Space Mountain” nem estava muito grande, pois são 9 horas da manhã e o parque acabou de abrir... O visitante embarca numa viagem pela escuridão do espaço profundo, rompida pelo brilho de estrelas distantes e por aclives, declives e curvas em altíssima velocidade... Recomenda-se guardar o boné ao entrar no brinquedo, senão ao invés do “Buzz Lightyear’s Space Ranger Spin”, será preciso procurar por um boné no “Venus Merchant”, que tem tudo o que se possa imaginar de “Star Wars”, pois a Disney trabalha forte na franquia que adquiriu... A indicação seguinte do “Guia Visual Folha de S. Paulo Walt Disney World © Resort Orlando” é o “Tomorrowland Speedway”... O preferido da garotada amiga, o que é notado pela grande quantidade de crianças pequenas na fila... Também, o brinquedo é um autorama gigante... Basta a pessoa ou seu filhinho entrar no carro e pisar no acelerador, pois o volante não tem absolutamente nenhum controle sobre o veículo nas curvas... Tanto que muitas mães entregam a direção para sua criança enquanto fazem milhares de fotos para por no Facebook ©... Ainda assim, quem achar o circuito muito perigoso, pode ficar na arquibancada (“Grand Stand”, como o programa da NBC na década de 1970...) registrando tudo...  Ou, como aponta o guia, comparecer no Tomorrowland Arcade... O roteiro prossegue na direção da “Mad Tea Party”, de “Alice no País das Maravilhas”, em Fantasyland, a xícara maluca tão imitada em versões genéricas ao longo do mundo... Há a opção de fazer fotos e pegar um autógrafo com os gêmeros Twidledee e Twidledum, ou com a própria Alice... Ao contrário dos personagens que comparecem na região da Praça Mauá, no Rio de Janeiro, é de graça... Mais que isso... Nas lojas do Magic Kingdom são vendidos caderninhos com caneta para pegar a assinatura de próprio punho da Branca de Neve ou do Tico e Teco – sim, os dois neurônios da Magda do “Sai de Baixo” sabem escrever... Fotógrafos da própria Disney registram o encontro dos personagens com os visitantes, registrado no cartão de entrada, pois as fotos podem ser vistas e adquiridas posteriormente... As filas são sempre grandes, ou seja, Alice não pode pensar muito no que vai escrever para as crianças que lhe pedem autógrafos... Ali perto está a próxima atração carimbada pelo guia, o “The Many Adventures of Winnie The Pooh”... Sendo que o próprio ursinho Puff – a gente ainda não acostumou-se a chama-lo de Pooh, nem a imaginá-lo com outra voz que não a do saudoso Geraldo Alves chamando pelo “Menino Cristóvão” – e o Tigrão comparecem para o “meet and greet”... No lado oposto está a mina dos Sete Anões e um pouco mais à frente, perto do Carrossel, aquele lugar que tem muitos animais girando e você vai ser mais um, outro brinquedo recomendado pelo guia, o “Peter Pan’s Flight”... Que devido a um problema técnico, estará fechado por uma hora, avisa o funcionário com lábio leporino... O show das princesas está com muita fila, e a atração do Pinóquio só atrai mesmo o italiano de camisa da Roma que reconheceu seu conterrâneo, o jeito é seguir o roteiro e andar até Liberty Square, entrando na “Haunted Mansion”... Mas como é terça-feira, o brinquedo está fechado para manutenção... Então é por isso que o guia aponta que as terças são dias de pouco movimento no Magic Kingdom... Resta cunhar uma medalhinha a partir de um “penny” – moeda de um cent – ao custo de dois “quarters” – cada moeda de “quarter” vale 25 cents... O parque está repleto desses equipamentos, provando que Zé das Medalhas trabalha forte por aqui, Dona Lulu... Como no momento de qualquer compra feita nos Estados Unidos são acrescentados 7% de impostos, eles e os “dimes” – moedas de dez cents – estão em todas as contas a pagar... Há ainda as moedas de cinco cents, aquelas com o búfalo, mas... Onde está o 50 Cent???... Compras, antes as lembrancinhas que comidas e bebidas... Na porta do Crystal Palace, a propósito, há água geladinha e saborizada de graça, tomada em copinhos cônicos de papel... Para quem não solicitou reserva no restaurante às moças vestidas à maneira do final do século XIX, é excelente... Na loja de Main Street, há miniaturas do monotrilho que liga o Magic Kingdom a Epcot e carrinhos do Mickey... O pagamento é no caixa, com Jackie, a universitária que faz curso em Massachusets, Ohio, digo, em Austin, no Texas... Alis, a beleza das funcionárias do parque, inclusive as moças da segurança, de variados biótipos e idades, mas sempre esbanjando simpatia, o salário do Papai Valdisnei deve ser bom, renderia muito assunto para o internauta Chico Melancia... Mais adiante, no gramado onde os visitantes podem deitar e assistir a queima de fogos, Mary Poppins em pessoa dá autógrafos e faz fotos... Do lado oposto, nas mesinhas em frente a um restaurante de Main Street, a criançada se diverte com os patos... Nada a ver com o Donald, o Tio Patinhas ou Huguinho, Zezinho e Luizinho, aqui são aves de verdade, até voam... Nenhum pato branco, Bozena, para decepção da Fiorella Mattheis...













Ao comparecer no Magic Kingdom, tem-se a sensação de que a estação de Campinas mudou de endereço...













































Enquanto a funcionária de um dos quiosques passeia com um cachorrinho de mola ao som da música do “My Bone” que o Caco Antibes sempre cantava no “Sai de Baixo”, o jeito é continuar nos passos do roteiro de um dia do guia e comparecer na Frontierland... Já que o “Country Bear Jamboree” é a cara do “Show dos Ursos” do saudoso Playcenter,  o coelho Quincas, aqui chamado de Brer, oferece duas opções de brinquedos... “Splash Mountain” e “Big Thunder Mountain Railroad”... Quem não quer se molhar na “Splash Mountain” deixa pela “Big Thunder Moutain”... A fila adentra por uma mina de ouro típica da “Gold Rush” do oeste dos Estados Unidos no século XIX... Aqui se percebe um pouco da expertise da corporação Disney na operação de parques... A fila é toda pontuada por ventiladores para refrescar os visitantes, em um local fechado... Ela serpenteia, mas em todo o trajeto há objetos de época relacionados a atividade da mineração... Dá para fazer umas fotos até chegar a vez de fazer trenzinho pelos túneis da mina... A pessoa até fica molhadinha, não tanto como a Splash Mountain, mas não sai seco do “Zé da Mina Abandonada”... A montanha é uma excelente preparação para o “Pirates of the Caribbean”... Esse sim “padrão-ouro” no que diz respeito a filas que serpenteiam em meio aos ventiladores e a ambientação característica... Não bastasse a espera para embarcar no passeio, o barquinho trava bem na hora de partir para a aventura... Os funcionários discutem em antiquados telefones de mesa e o cientista cético de “Jurassic Park” tinha razão em dizer que os piratas bugaram... Mas não a ponto de atacarem os visitantes... Depois de quase meia hora de espera, é a vez de navegar pelas águas caribenhas, e encontrar os restos mortais do pirata Alma Negra, digo... Como o brinquedo com robôs animatrônicos – faltou só a pedra folgada -  inspirou o filme e não o contrário, o pirata Jack Sparrow ostenta o figurino e as feições de Johnny Depp... Que está nas camisetas vendidas na saída da atração, a qual é acessada por uma esteira rolante da Goodyear ©... Também é possível adquirir papagaios de piratas, bolas de ferro para colocar nos tornozelos, algemas, os ganchos que custaram a vida do Capitão Gancho, bandeiras que significam PRE-RI-GO... Nessa altura do campeonato, o brasileiro que comparece no Magic Kingdom está tão acostumado com as filas que na entrada do “Jungle Cruise” recebe um cartão vermelho amarrado em cordão para colocar no pescoço... Não é um passe VIP, mas deve ser entregue ao embarcar nos barcos da atração para que a produção do parque possa calcular o tempo médio de espera... Que neste caso não é tão grande, já que os barquinhos tem capacidade para atender uma elevada demanda... Aqui os barbados impacientes ao telefone dão lugar a intrépidas exploradoras das selvas... Tão ou mais interessantes do que a travessia hidroviária por regiões com animais selvagens e tribos africanas, todos robôs animatrônicos, empolgação do condutor do barco à parte...  O guia não foi esquecido e, apesar da alimentação nos parque custar os olhos da cara, é o momento de dar um tchauzinho para o “Echanted Tiki Room Under New Management” – dizem que a Ofélia do Fernandinho é a dona – e deixar Frontierland para voltar a Fantasyland... Seria até pertinente comparecer no “Mickey’s Plihar Magic”, mas “Fast Pass” é para os fracos... E o “It’s a Small, Small World” está com pouca fila... A música e o cenário são muito familiares ao brasileiro... Vieram diretamente do programa “Domingo no Parque”, apresentado por Silvio Santos na década de 1980... Claro que a atração é mais antiga, criada para a Feira Mundial de 1964, em Nova York, em homenagem ao Unicef – o passeio de barco mostra bonecos animatrônicos de crianças de todo o mundo cantando a música-tema da atração em vários idiomas, exceto o português – porém quem disse que o Tio Silvio atenta-se a esse detalhe???... Mesmo os adultos mais sisudos correm o risco de terem um cisco caindo no olho, afora o desejo incontrolável de comprar um chapeuzinho com as orelhas do Mickey... Era isso ou o “Dumbo Flying Elephant”, que usa aquela BGM do Chaves, digo... 












Corujice das mães é tanta que entregam a direção de carros de corrida aos filhos pequenos...











































A orientação do guia da Publifolha agora é voltar para Tomorrowland, pois o “Monster’s Inc. Laugh Floor Comedy Club”, o “Astro Orbiter ©” e o “Walt Disney’s  Carousel of Progress” estão à espera... Mas aí acontece um desfile de fanfarras escolares, com balizas e tudo, na Central Plaza, entre a Main Street e o Castelo da Cinderela, que serve de lugar para as fotos dos turistas brasileiros, e o instinto do visitante o conduz para Liberty Square... Que representa uma pequena cidade dos Estados Unidos na época da independência, vide encenação dos Muppets na janela de uma das casas,  Teixeirinha trabalhando forte, quer dizer, Caco, O Sapo... Aqui as “cast members” estão vestidas como se fossem aparecer no rótulo do Leite Moça... Na beira do lago, há um passeio de barco a vapor, igual àqueles que cruzam o Mississipi nos filmes, vide imensas pás de madeira na traseira... Com um pouco de imaginação, dá para pensar que é um passeio de chalana no Pantanal, internauta Chico Melancia... Do lado oposto, temos o “Hall Of The Presidents”... A espera da atração é numa réplica do Salão Oval da Casa Branca, com o selo presidencial – que tem uma águia, não uma foca (seal...) – objetos que pertenceram aos presidentes estadunidenses e retratos de alguns dos mandatários mais representativos da história do país... Jimmy Carter vá lá, os nossos militares da ditadura odiavam a Dona Rosalyn, Glória Maria cobriu a posse em 1977, mas Ronald Reagan???... Esse foi recebido no Palácio dos Bandeirantes por José Maria Marin... Que nem figurava na lista de procurados do FBI... Introduzidos em um imenso auditório, os visitantes conhecem a história dos Estados Unidos, apresentada por alguns de seus mais ilustres presidentes, como George Washington e Abraham Lincoln... No caso, robôs animatrônicos... Mesmo caso de Barack Obama, cujo criador não pegou muito bem as feições, o boneco não parece com ele, que apresenta um a um os seus antecessores, inclusive os que viraram piada nos Simpsons por serem menos conhecidos... Bem, no próximo ano a apresentação ficará a cargo da peruquinha de Donald Trump, pois o “Hall Of The Presidents” continuará a ser um “Clube do Bolinha”, apesar de Cassandra, digo, de Hillary Clinton, ter ganho no voto popular... Um detalhe, nenhum presidente é vaiado ou sequer apupado durante o show, nem mesmo George W.Bush... Uma atração similar no Brasil viraria treta na hora do FHC e do Luis Inácio... O clima nostálgico conduz diretamente a Main Street, onde até o carro de bombeiros é de época, e a estação de trem da WDWRR... O saguão não tem as balanças inglesas da estação de São Caetano da CPTM, mas há algumas máquinas de “peep show” e até um antigo pebolim de origem  britânica... A ferrovia do Magic Kingdom é operada com duas locomotivas a vapor, batizadas com os nomes de Walt e Lillian, o criador do parque e sua sócia...  Duas “Maria-Fumaça” de verdade, importadas do México... Pena que o trem fique estacionado na plataforma em um local inacessível para fazer fotos... Em compensação, um chefe de estação sinaliza quando a locomotiva está para sair... A viagem tem paradas em duas estações, em Frontierland, esta toda em madeira, e Fantasyland... Em cada uma delas o maquinista aproveita para conversar com os passageiros no espaço para cadeirantes...  Uma viagem tão excelente quanto a do Memorial do Imigrante, em São Paulo, embora na região do Brás não haja uma aldeia de peles-vermelhas no caminho, digo... São 18 horas e o sol se põe criando um panorama da Main Street e do Castelo da Cinderela dignos de registro no mirante da estação... Hora de voltar para Epcot, ponto final dos ônibus de “shuttle” que levam os visitantes para os hotéis... O modal de transporte da vez é o monotrilho, que sai de uma estação com cobertura em ferro, vagamente parecida com a da antiga estação de Pirassununga... O sistema é moderno, mas não há escadas rolantes, Pancada... A demanda elevada não assusta os brasileiros, acostumados com situações piores nos metrôs do Rio de Janeiro e São Paulo... Nem mesmo a baldeação no Ticket And Transportation Center surpreende quem vem do Brasil... O Magic Kingdom fecha às 19 horas, mas nessa altura o visitante à espera do “shuttle” assiste a queima de fogos que encerra diariamente as atividades do parque de um local privilegiado... O terminal de ônibus de Epcot... 













Não pense muito, Alice, porque a demanda para fotos e autógrafos está muito elevada, digo...

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