quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

Diário de Los Angeles (IX): Os Portais da Paramount e as Suculentas de Culver City...

Moisés cansou de abrir o Mar Vermelho, mudou de ramo e fez do Tanque B da Paramount um estacionamento... 

 



























Com duas visitas a estúdios de cinema, teríamos o dia mais desafiador da nossa viagem a Los Angeles e região, deixamos o quarto às 9 horas da madrugada, após comer o último sanduíche do Walmart, o trânsito na “infinita highway” não favoreceu o Uber, Nehemi, 46,94 dólares, Toyota Mirai cinza, chegamos em cima da hora no  portão da Paramount no número 5.515 da Melrose Avenue, fotografamos a entrada e o ponto de ônibus do lado, com o anúncio de uma série de faroeste no streaming Paramount+, "Homens da Lei: Bass Reeves", nosso ritmo agora era mesmo de faroeste caboclo, fomos para a entrada do “tour”, nos postes estavam pendurados “banners” que anunciavam a exposição “John Waters: Pope of Trash”, realizada pelo  Academy Museum of Motion Pictures, sobre o ator e diretor consagrado pelos filmes “Pink Flamingos” (1972), “Mamãe é de Morte” (1994) e “Hairspray: Em Busca da Fama” (2007), entre outros, um LI-XO, como diria um colega de rede nosso... Abrimos a porta do Studio Tour e já deparamos com a portaria, uma garota de óculos levemente parecida com a Maylim Bialik, digo que é a Blossom ou a Amy???, nossos nomes foram conferidos no computador, recebemos os crachás,  pretos com detalhes em branco,  iguais às paredes da sala de espera do "tour", que mal tivemos tempo de observar,  numa parede, painéis contam a história do estúdio,  iniciada em 1912, o que inclui um setor de animação que funcionou entre 1930 e 1967, o painel destaca Betty Boop, mas sabemos que o grande "hit" do estúdio desde o primeiro desenho realizado por Max Fleischer em 1933 é  "Popeye", isso pode ser visto naquela animação brasileira,  "Macaco Feio... Macaco Bonito", realizado na década de 1930, que retrata também a popularidade adquirida pelo Me Queimou Zé com o surgimento do cinema sonoro desde o curta "Steamboat Willie", de 1928, que em 2024 cairá em domínio público, o insucesso do número um dos desenhos mudos, o Gato Félix,  em se adaptar aos novos tempos, seu produtor, Pat Sullivan, até lançou filmes sonoros, mas fechou o estúdio em 1932, uma tentativa de retorno em 1936 não funcionou, e em meio a tudo isso, o marinheiro Popeye é citado indiretamente, com um monte de latas de espinafre vazias indicando que saiu da jaula o monstro, muitos anos depois, com Orlando Drummond dublando o desenho para a televisão, aí ninguém segurou o marinheiro, é  aquilo, conforme o foco da produção de desenhos deslocou-se da exibição em cinemas para a televisão,  os grandes estúdios de Hollywood fecharam suas divisões de animação, eventualmente mandando colorizar os curtas mais antigos, como a Warner fez com "Gaguinho" na Coreia e a própria Paramount com "Popeye", razão que explica o pouco destaque dado hoje em dia aos personagens clássicos,  com exceção da Warner, embora os Looney Tunes às vezes fiquem em segundo plano diante de animações surgidas em outros estúdios,  muitas já da fase da televisão , em outra parede, manequins com figurinos, um deles os uniformes dos tripulantes da USS Enterprise,  em "Jornada nas Estrelas", somos da época  anterior a estreia da redublagem da série na Manchete em 1991, quando estava na moda a jogada de vôlei com esse nome,  então não estamos muito acostumados a falar "Star Trek", olha que os "trekkers" eram mais atuantes até do que os fãs de anime e mangá, além de um quadro com um desenho original de Edith Head, considerada a maior figurinista hollywoodiana de todos os tempos,  em um corredor depois dos sofás estão frente a frente o "backdrop" do Oscar e as cinco estatuetas de Melhor Filme ganhas pela Paramount... ...”Asas” (1928), o primeiro vencedor da história da premiação, “O Poderoso Chefão” (1972), “O Poderoso Chefão 2” (1974), “Gente Como a Gente” (1990) e “Coração Valente” (1995)... A essa altura, já estávamos em um canto do estacionamento do estúdio, trazido pelo nosso guia, Elias, mas pode chamar de Crispim, entendedores entenderão depois, que colocou a gente no carrinho, entregou os fones de ouvido com receptores de rádio para ouvirmos melhor suas explicações, e perguntou quais eram nossos filmes preferidos, no grupo temos uma mãe e uma filha francesa, outra mãe e outra filha do Texas, minha mãe e eu, a filha da francesa citou “Titanic” e a mãe dela concordou comigo quando mencionei as comédias de Jerry Lewis, muitas delas feitas nesse mesmo estúdio, citei ainda a série “iCarly”, que não foi muito comentada ao longo do passeio, talvez pelo fato do “remake” ter sido cancelado em outubro, encerrado na terceira temporada, a original durou sete, o fim da produção foi decisivo para não adquirirmos entradas para a versão “VIP” do “tour”, que incluía almoço e, imaginávamos, um “meet and greet” com Miranda Cosgrove, agora o carrinho se põe em movimento e depois de passar pelo portão da Melrose Avenue e o “trailer” que reunia uma equipe de produção, Elias parou, desceu em frente a uma placa com o mapa do estúdio e começou a explicar que os edifícios e ruas do complexo tem nome de personalidades relevantes na trajetória da Paramount, o que obviamente inclui a dupla Dean Martin e Jerry Lewis, nesse momento o gestual dele não deixou dúvidas de que éramos conduzidos pelo personagem de Emílio Orciollo Neto na novela “Alma Gêmea”, mas sem dizer “Anja!!!” ou “Mirnaaaa!!!”...


















Até o uniforme do guia Crisp..., digo, Elias,  lembra o filme "Mocinho Encrenqueiro", rodado ali, no Estúdio 4...































O carrinho elétrico volta a se movimentar e chega até um estacionamento, em frente a uma empena cega pintada de branco, com o asfalto num nível mais baixo que o restante da área, perto da caixa d’agua do estúdio, Elias parou, apontou para o estacionamento e revelou que ali ficava o Tanque B, onde foi filmada a cena em que Moisés ordenou a abertura das águas do Mar Vermelho em “Os Dez Mandamentos” (1956), abrindo em seguida o “tablet” para mostrar como a cena foi feita, filmaram a água sendo despejada pelas duas pontas do tanque e depois rodaram o filme de trás para frente, uma solução simples, efeitos práticos, mas que levou a uma sequência sensacional na telona, e com tantos cinemas no Brasil que foram transformados em estacionamento, por exemplo, o Brás Polytheama e o Piratininga, em São Paulo, chega a ser surpreendente para nós que o local onde foi feita uma das cenas mais impressionantes já filmadas teve o mesmo destino, ou então Moisés mudou de ramo, o guia cita outros filmes que usaram o tanque, como “Congo” (1995), “O Show de Truman” (1998), no qual o personagem principal, vivido por Jim Carrey, enfrenta uma tempestade ao tentar fugir de barco de sua cidadezinha que era apenas o cenário de um “reality-show”, e “Star Trek” (2009), a filha francesa lembra de “Titanic”, feito por outro estúdio, porém Elias conta que o tanque das filmagens, construído no México, é sete vezes maior que o Tanque B, penso que então é por isso que o Jack não se salvou, afinal, nós sempre preferimos a Rose... Falando em “Star Trek”, o carrinho passa pelo Edifício Gene Rodenberry, que tem o nome do criador da série original, produzida de 1966 e 1969, dublada no Brasil pela AIC São Paulo e depois, quando a distribuidora no país fechou, pela VTI Rio, para exibição na Manchete, a versão original foi mostrada pela última vez na Band, em 1983, o primeiro caso de redublagem que teve grande repercussão, porque os “trekkers”, muito antes dos fãs de “Cavaleiros do Zodíaco” e “Chaves”,  sempre foram muito mobilizados para essas questões, localizado na Avenida Leonard Nimoy, porque Spock é Spock, lógico (!!!), atravessamos ruazinhas estreitas, com prédios que lembram a região entre a Praça da Sé e o Pátio do Colégio, que segundo informações de bastidores do guia, estava sendo preparada para uma gravação da série “The Rookie” (2018), confirmado por materiais cobertos com uma lona preta grafitada com tinta amarela, “Prision Scene!!!”, mais adiante, paramos em frente a entrada dos Estúdios 23 e 24, em frente ao Gower Theatre, usado para projeções de teste, como os demais estúdios do complexo, e das outras grandes produtoras de Hollywood, ao lado da porta sempre há uma placa indicando que filmes e programas de televisão foram feitos ali, quando Elias mostrou que o estúdio 24 abrigou o set de filmagens da série “Family Ties” (1982 a 1989), contou que a produção quase impediu Michael J.Fox de protagonizar “De Volta para o Futuro” (1985), feito na Universal, apontei que no Brasil o seriado tinha o nome de “Caras e Caretas” e era o cartaz das quartas-feiras na “Sessão Comédia” em 1987, com o personagem de Michael, Alex, dublado por Nizo Neto... A próxima parada é a Lucille Ball Square, que tem esse nome porque ali se instalaram em 1967 os escritórios da Desilu, a produtora da protagonista de “I Love Lucy” (1951 a 1967), a quem o guia homenageia por sua importância como definidora do formato das “sitcoms” mostrando a cena da fábrica de chocolate, Pancada optaria pela do fortificante, que inspirou o esquete do “Tônico Piririco”, Elias menciona rapidamente que em “Drake e Josh” (2004 a 2007) os chocolates se transformaram nos sushis da empresa Ball & Vance, citando as atrizes da cena original, Lucy e Vivian Vance, não podemos esquecer que o criador dessa série, de “iCarly” e outros produtos da “Schneider’s Bakery”, Dan Schndeider, foi demitido em 2018, devido a acusações de assédio, voltando a Lucille Ball, ela gravou “O Show da Lucy” (1968), a série que se revezava com “Chaves” nas noites do SBT em 1987 um pouco mais a frente, no Estúdio 25, assim como “The Thundermans” (2013 a 2016), frequentadora assídua da grade vespertina da emissora nos dias de hoje, e a Lucille Ball Square serviu de locação para várias séries, como “The Brady Bruch” (1969 a 1964), e aqui mencionei ao guia que no Brasil a série foi denominada “A Família Sol Lá Si Do”, porque “The Partridge Family” (1970 a 1974), filmada nos estúdios da Columbia para a Screen Gems,, era “A Família Do Re Mi”, “Dias Felizes” (1974 a 1984), fazendo a mãe do Texas lembrar com um sorriso de Fonzie (Henry Winkler), o homem que pulou o tubarão, “Cheers” (1982 a 1993) e sua derivada “Frasier” (1993 a 2004), estrelada por Kelsey Grammer, o primeiro dublador do Sideshow Bob em “Os Simpsons”, tudo comprovado por seu incansável “tablet”... Percorrendo os caminhos quase sempre estreitos entre os estúdios, grandes galpões de pé-direito alto, paredes beges e teto em forma de arco, um padrão seguido pelas diversas produtoras de Hollywood, sem que os “função” interrompam sua rotina de trabalho, paramos na porta do estúdio 27, onde fizeram “O Poderoso Chefão”  e a série “Mork and Mindy” (1978 a 1982), protagonizada por Robin Williams, no papel de um alienígena que serviu de referência para a Globo criar “Super Bronco” (1979), com Ronald Golias de ET, o guia queria entrar para nos mostrar o interior do “stage”, porém a porta interna estava trancada, e só pudemos observar os avisos de “No Smoking”... Correndo para o carrinho e correndo com o carrinho, falamos por experiência própria, ficamos no banco de trás, chegamos até a “rua de Nova Iorque” que na verdade é um quarteirão que reproduz prédios do Soho, Greenwich Village, Brooklin e até um pedacinho de Wall Street, um dos prédios que aparecem no filme “O Lobo de Wall Street” (2013), com Leonardo de Caprio (e Margot Robbie...), distribuído pela Universal, logo ali temos o hotel de Lady Gaga em “American Horror Story: Hotel” (2015) e no final da quadra, a casa do carinha que mora logo ali, ou seja, do Suco de Laranja, melhor dizendo, o prédio de apartamentos em que reside a família Rock em “Todo Mundo Odeia o Chris” (2005 e 2009), na série situado em Bed Stuy, parte central do Brooklin, o cenário estava vazio, sem fãs brasileiros para “trollar” Tyler-James Williams (se fosse a Rochelle, quer dizer, Tichina Arnold, tietariam e massageariam seu ego...), e nem o Jerome para pedir a Chris, “me passa um dólar”, Elias para o carro para demonstrar que as edificações do local são apenas fachada, e mais que isso, nos introduz em uma delas, em que as estruturas metálicas aparentes dividem espaço com geradores de eletricidade e dutos de ar, cenário para um videoclipe de Jennifer Lopez, destruído por um incêndio em 1983, no “tablet” aparece uma reportagem de televisão da época, estavam filmando “Jornada nas Estelas III: A Procura de Spock” (1984), um consternado William Shatner busca força na peruca e lamenta o ocorrido, e o guia assinala que o estúdio renasceu das cinzas como a Fênix (na sala de espera do “tour” há fotos de outro incêndio na Paramount, acontecido em 1929...), tanto que estamos nele agora, de volta a rua, é hora do “tablet” exibir cenas filmadas nesse cenário, como “O Crepúsculo dos Deuses” (1950), “Bonequinha de Luxo” (1961) – tirei uma foto da minha mãe na calçada e postei no Instagram © que ela estava esperando por Audrey Hepburn – “Nos Tempos da Brilhantina” (1978) – não confundir com “Nos Tempos da Vaselina” (1979), com João Carlos Barroso – “Quanto Mais Idiota Melhor” (1992) e “Jackass para Sempre” (2022)... Retornando ao carrinho, entramos pela Avenida Francis Ford Coppola, na esquina fica a barbearia do estúdio, e desta vez conseguimos entrar num estúdio, o de número 4, o mais antigo em operação, aberto em 1918, e que estava totalmente vazio, na realidade o guia queria explicar o processo de produção dos filmes e as dificuldades pelo caminho, caso dos problemas com o áudio das cenas, citando “Babilônia” (2022), Margot Robbie, corre aqui, quer dizer, para o Estúdio 22, onde rodaram o filme, mas não conseguíamos prestar atenção desde que vimos na placa da porta que ali se filmou “Mocinho Encrenqueiro” (1961), em que Jerry Lewis interpreta Morty S. Tashman, um colocador de cartazes contratado para trabalhar em um estúdio de cinema - e espionar suas atividades para o dono, TP – lembramos da cena em que Morty senta na mesa de reuniões da diretoria, acende um charuto e começa a gesticular como se desse ordens e distribuísse broncas, trabalhando forte na mímica, ao som de “Blues in Hoss Flat”, tocada pela orquestra de Count Basie, excelente... Deixando o Estúdio 4, somos levados até “O” portão da Paramount, o Bronson Gate, que teria feito seu “debut” no cinema em “O Crepúsculo dos Deuses”, aparecendo depois em “Ou Vai Ou Racha” (1956), o último filme que Dean Martin e Jerry Lewis atuaram juntos, com Anita Ekberg, anos antes de “A Doce Vida” (1960), em “Mocinho Encrenqueiro”, a entrada também é focalizada, mas o nome do estúdio foi trocado e aparece como Paramutual, e, obviamente, em produções mais recentes, como “Shrek” e a série “A Oferta” (2022) que retrata os bastidores de “O Poderoso Chefão”, filme que levantou o moral da Paramount nos anos 1970, na frente do Bronson Gate colocaram uma árvore de Natal e ao seu lado, uma praça onde fica o prédio da delegacia de outro filme de Jerry Lewis, “O Delinquente Delicado” (1957), o primeiro sem Dean Martin, minha mãe prefere “O Bagunceiro Arrumadinho” (1964), o meu preferido, nem preciso dizer, é "Mocinho Encrenqueiro", quando o guia mostra o banco de “Forrest Gump – O Contador de Histórias” (1994), ela não se importa de que a produção tenha sido rodada em Savannah, Georgia, sentou no banco e pediu para fazermos uma foto... A parada seguinte é no Prop Warehouse, um depósito de objetos de cena com o Bumblebee de “Transformers”, ao lado de seu “disfarce”, um Fusca 1971 amarelo, e também o Optimus Prime, este somente na forma de um caminhão Peterbilt Semi 1987, o Cadillac De Ville 1962 amarelo-ouro usado em “Dreamgirls” (2006), Beyoncé, corre aqui, o Greasing Lighting vermelho do especial “Grease Ao Vivo!!!” (2016), “estaltas” e quadros de “Um Príncipe em Nova Iorque” (1988), com Eddie Murphy, e “O Ditador” (2012), com Sasha Barton Cohen, com histórias ligeiramente similares, todos inspirados em “Um Rei em Nova Iorque” (1957), protagonizado por aquele que o funcionário do estúdio que chama o Chapolin diria, caso trabalhasse aqui, “o maior de todos”, um neon com o logotipo da Paramount na fase em que pertenceu ao grupo Gulf Western, de 1966 a 1994 (quando foi adquirida pela Viacom...), sem o nome do conglomerado, citado em “A Última Loucura de Mel Brooks” como Engulf and Devour (“Engolir e Devorar”, na tradução da Google...), colunas de templos, um túmulo, um caixão com o corpo da mãe do Beiçola (!!!), o robô policial de “O Exterminador do Futuro 2” (1991), a cabine de teletransporte de “Star Trek:  Sem Fronteiras” (2016) e uma escultura do cachorrinho Milou do live-action “As Aventuras de Tintim” (2011), que a mãe fez questão de fotografar bem de pertinho... Chegamos a lojinha do estúdio,  que tem quadro com Audrey Hepburn, camisetas de "O Poderoso Chefão" e "Top Gun", moletons natalinos com a caixa d’água e o símbolo do estúdio, por coincidência uma montanha coberta de neve, sim, os lenços Presidente se chamavam Paramount até a produtora levar pro jurídico, um varejão de blu-rays, "Missão Impossível" (1996), "Pânico" (1996), “Dora e A Cidade Perdida” (2019), "Sorria" (2022), após as meias das Tartarugas Ninja, a mochila do Bob Esponja,  antes do banheiro,  a mesa da Red Dot Sale, um DVD por um dólar, um Blu-Ray Disc por três reais,  inclusive "Minha Mãe é Uma Viagem" (2012), com Barbra Streisand e Seth Rogen, esse saldão foi uma das visões mais impressionantes que tivemos em toda a viagem,  os livros estavam numa estante próxima, levei o volume sobre o "backlot" da Paramount,  do mesmo autor do livro sobre o estúdio da Warner,  uma obra sobre a Desilu, a produtora de Lucille Ball e Desi Arnaz, dois exemplares da coleção "Images of America" sobre a Paramount,  um abordando Hollywood como um todo entre 1940 e 2008 e o divertido "Hollywood Celebrates", com os artistas da era clássica caracterizados conforme as datas comemorativas, pagamos tudo no caixa da cafeteria da loja, que não vende refrigerantes, porém os potes da caixinha de Natal são enfeitados com fotos da série "The Rookie" e do filme "Assassinos da Lua da Flores" (2023), só faltou o meme do Scorsese dizendo "this  is cinema"... Elias, o nosso guia,  recolheu os microfones e nos levou até o portão da Melrose Avenue, o segurança na portaria, sósia de Patrick Stewart, que estreou "Jornada nas Estrelas: A Nova Geração" (1987 a 1994), disse que poderíamos ficar com o crachá, "souvenir" de um excelente "tour", o melhor é o uso do "tablet" para mostrar o que foi feito em cada cenário, fora do estúdio não quis muita conversa, a visita a Paramount terminou 13 horas, a da Sony está marcada para 14h30, sentamos com a mãe no abrigo de ônibus e já chamei o Uber, Levon, no Honda Accord vermelho, 29,95 dólares, apesar da distância para Culver City não ser grande...















No antigo Estúdio 6 da MGM, hoje pertencente a Sony, a sede da empresa que deu tanta alegria aos brasileiros... 

































































Meia hora depois, ao chegarmos no local, a mãe viu o canteiro ao lado do portão do estúdio e fotografou as suculentas plantadas ali, disse que nunca tinha visto plantas tão bonitas dessa espécie,  depois sentou um pouco na mureta do canteiro, ali perto de onde faziam uma entrega de bebidas da Coca-Cola (C), que foi dona da Colúmbia Pictures uma década antes da aquisição pela Sony,  em 1989, quando ainda dividia o estúdio com a Warner na região de Burbank, havia também três jovens orientais esperando,  perguntaram em inglês se iríamos fazer o "tour", igual a elas, passamos alguns minutos vendo uns funcionários entrando,  outros saindo de Camaro ou a pé,  direto para o Uber, poderiam ser de um  escritório qualquer,  olhei para o outro lado da rua, tem um condomínio residencial,  porém na esquina havia lugares que suspeitei serem viáveis pata comermos depois da visita, sugeri a mãe dar um pulinho até o cruzamento,  encontramos um Starbucks, que as orientais foram antes do "tour", encontramos um restaurante do outro lado, o Samosa House, comida  indiana e, mais adiante, na outra quadra, "Brazilian Cuisine", sim, a mãe ia matar a saudade do arroz com feijão... Quando as três asiáticas voltaram do Starbucks,  entraram direto pelo portão e nos chamaram, seguimos e logo estávamos dentro do estacionamento,  em frente a portaria do "studio tour", a moça do balcão,  uma oriental de cabelos loiros, pedia o "voucher" do passeio e os passaportes, ali descobrimos, pela flor na capa, que elas são japonesas, o documento tem um crisântemo estilizado, este "tour" tambem tem crachá, daí seguimos por um corredor com máquina de refrigerante quebrada e subimos uma rampa em aclive, com "banners" de filmes de animação da Sony e no final,  uma parede de "paparazzi", além das japonesas teremos no "tour" a companhia de uma família estadunidense,  avô que é quase um Walter White, avó fã de "game-shows" (descobrimos depois...), pai, mãe e filhos adolescentes, todos passam pelo detector de metais e pela revista feita por dois seguranças negros, "thank you", a moça da portaria volta, ela vai ser a guia do "tour", apresenta-se e dizendo seu nome, Tina, subimos, damos outra olhada no prédio da administração,  avistamos uma loja em reforma, passamos por uma portaria com bonecos de papelão das Panteras e do Homem-Aranha,  e entramos no The Studio Museum... As principais atrações do museu são o cenário de "Seinfeld", sala de estar, cozinha com farto sortimento de cereais, a porta do banheiro,  fitas VHS na estante que só não interessam o Pancada porque são seladas, e tudo sobre o Homem-Aranha, com o amigão da vizinhança pegando o beco, vilões subindo pelas paredes e uma parede com as melhores primeiras paginas do "Daily Bugle", tem seções específicas para "Breaking Bad" (2008 a 2013), “Better Call Saul" (2015 a 2022) e "Os Goldbergs" (2013 a 2023), objetos de cena de "As Panteras" (2000) - um porta-retrato - "MIB: Homens de Preto" - armas, carteirinhas, distintivos - "O Feitiço do Tempo" (2009) - o rádio-relógio, filme que inspirou o episódio de “A Grande Família”, “O Feitiço do Tédio”, de 2002,   - "Trem Bala" (2022) - o Momomon em pessoa - "Uma Equipe Muito Especial" - taco, luva e revista sobre beisebol feminino, "Pense Como Eles" (2012) - livro de auto-ajuda para mulheres com Steve Harvey na capa - "A Máscara do Zorro" - chapéu e máscara propriamente do herói mascarado, faltou a espada que cutucou a Catherine Zeta-Jones (!!!)  - "Ali" (2001) - luvas de boxe usadas por Will Smith - "A Rede Social" (2010) - computador e manuais de Harvard - cadeira do diretor Michael Mann, um Oscar e um Emmy para fazer fotos ou cantar a música do Troféu Imprensa, figurinos,  vários,  de "Funny Girl, A Garota Genial" (1968) - falando em Barbra Streisand, "Nosso Amor de Ontem" (1973) foi produzido pela Columbia, e aqui o estúdio de gravação de trilhas sonoras e canções dos filmes e séries, com espaço para orquestra, leva o nome da atriz e cantora que está comemorando 60 anos de carreira, vide autobiografia - uniformes dos Caça Fantasmas da versão de 2016 - e um quadro a óleo da formação original do grupo - o vestido da Cinderela de Camila Cabello, roupas de "Venom" (2018), que a mãe garante ter visto há pouco tempo, o sobretudo de James Spader na série  "Lista Negra" (2013 a 2023), as vestimentas do casal de "Outlander" (2014), e um manequim que Mark Squyres desenhou para Peg Bundy em "Um Amor de Família", afora a sala com o aviso,  "under construction,  new displays coming soon"... Então fomos levados pela guia por um corredor com cartazes enquadrados de “O Último Imperador” (1987), “Melhor é Impossível” (1997) e “O Casamento do Meu Melhor Amigo” (1997) até a sala de projeção, para assistir o filme sobre a história do estúdio, que começa com uma abertura de “Os Três Patetas” (1934),  aquela do “Hello... Hello... Hello!!!... Hello” e um “Hello!!!” extraído da série “Seinfeld” (1989 a 1998), comentei mais tarde com a guia que não gostei da escolha de uma abertura com Joe Besser, considerado o pior terceiro pateta da história, depois da visita consultamos um especialista brasileiro na série e ele apontou que a única abertura nesse estilo é essa, a última feita para os curtas de cinema, que tiveram sua produção encerrada em 1958, o sucessor dele, Joe de Rita,  o Curly Joe, só participou de longas-metragens, produzidos a partir de 1959, corta para a história da Columbia desde a fundação pelos irmãos Cohn, em 1918, e da Metro-Goldwyn Mayer, que era a dona do estúdio de Culver City, a Columbia vai de “Aconteceu Naquela Noite” (1934) e “A Um Passo da Eternidade” (1953), a Metro contribui com “O Mágico de Oz” (1939) e “Cantando na Chuva” (1952), mapas ajudam a situar as mudanças no estúdio, a Metro ficou em Culver City até 1986, anos antes, quando o estúdio foi adquirido por Kirk Kerkorian em 1969, que aproveitou o nome da produtora e o leão da Metro para construir um cassino e hotel em Las Vegas, aconteceu um grande leilão dos materiais de cena e demais itens da “memorabilia” da MGM em 1970, posteriormente, Ted Turner comprou a Metro em 1986 e repassou Culver City para a produtora de televisão Lorimar, em 1988 incorporada pela Warner, que ainda dividia o estúdio de Burbank com a Columbia, associação, conhecida como The Burbank Studios, que juntou as instalações da Warner com o antigo Columbia Ranch, que ficava a dois quilômetros de distância, e abrigava a produtora desde 1934, e que vendida para a Sony em 1989, desembarcou na região de Culver City em 1990, ainda não acabou, a área em Burbank, rebatizada como Warner Ranch, foi vendida em setembro e todas as suas instalações vem sendo demolidas, inclusive no período em que estivemos em Los Angeles, pois os novos proprietários, duas incorporadoras imobiliárias, vão construir um novo conjunto de estúdios, já anunciado em 2021, e alugar para a própria Warner, a Globo da Chucri Zaidan começou assim, a MGM atualmente pertence a Amazon, porém os direitos das produções realizadas até 1986 estão nas mãos da Warner desde que incorporou as empresas de Turner em 1996, ufa!!!... O vídeo menciona o êxito avassalador da divisão de televisão da Columbia, a Screen Gems, a própria, estabelecida em 1948, desde “Papai Sabe Tudo” e “Rin Tin Tin”, em 1954, continuado pela “distribuição Columbia Pictures Television” e a Sony Pictures Television, como demonstram “Um Amor de Família” (1987 a 1997), “Louco por Você” (1992 a 1999) e “Seinfeld”, aborda as atividades da Sony Music e da Sony Animation, a partir de “The ChubbChubbs!!!” (2002), premiado com o Oscar de Melhor Curta-Metragem de Animação, mencionando  “Tá Chovendo Hamburger” (2009), “Hotel Transilvânia” (2012),  “Angry Birds – O Filme (2016)” e “Homem Aranha no Aranhaverso” (2018), o filmete tem cenas de “Gilda” (1946), “A Ponte do Rio Kwai” (1957), “Doutor Fantástico” (1964) e “Taxi Driver” (1976), entre outras produções, e termina com o “trailer” de “Ghostbusters: Frozen Empire”, que deve estrear nos Estados Unidos em 22 de março do ano que vem, enfim, muita informação... Depois ver o filme, começamos o passeio pelo estúdio,  com os funcionários seguindo normalmente sua rotina de trabalho, Tina esclarece que devido a questões legais, não podemos fotografar o interior dos estúdios,  o que frustrou um pouco a gente,  sempre de celular na mão, dispostos a registrar tudo e suponho que um pouco mais as três turistas japonesas, que estavam com câmeras profissionais,  em seguida, fomos apresentados a uma tampa de bueiro com as iniciais MGM, um pequeno vestígio da produtora que foi a dona do complexo de Culver City, aberto em 1915 pelo produtor Thomas Ince e vendido em 1918 a Samuel Goldwyn, de 1924 a 1986, ficamos pensando, será que essa tampa apareceu em algum episódio de "Tom & Jerry", mais adiante, a guia nos introduziu no estúdio 15 para explicar como são feitos os filmes, o lugar estava vazio, as únicas coisas que não eram materiais de construção empacotados e colocados no chão se resumiam a um cartaz sobre o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) e uma cerejeira cenográfica com rodinhas para facilitar o deslocamento, porém não pudemos fazer uma única foto,  imagino o que deviam estar sentindo as japonesas, a sakura é a árvore típica do Japão,  o que nos salvou é que tivemos total liberdade para fotografar as placas que indicam os filmes e programas de televisão feitos em cada estúdio, a Sony mantém 18 estúdios em funcionamento, fotografamos as placas da maioria deles, um registro importante,  porque ao contrário da Paramount, não há um livro que liste as produções feitas em cada estúdio,  no 15 foram rodados,  entre outros,  "Um Dia nas Corridas" (1937), dos Irmãos Marx, "MIB - Homens de Preto" (1997) e três filmes do Homem Aranha (2002, 2004 e 2007)... Para quebrar a monotonia de estúdios vazios que não podem ser fotografados, Tina nos leva para o Estúdio 11, que abriga o set de gravação do "Wheel of Fortune", "game show" equivalente ao nosso "Roda a Roda Jequiti" e seu antecessor no SBT, o "Roletrando", criado por Merv Griffin e exibido pela televisão estadunidense desde 6 de janeiro de 1975, entramos no estúdio-auditório e a sensação é de que tínhamos sido transportados para o Complexo Anhanguera, o logotipo semelhante, a mesma roleta, coberta por um plástico pois não era dia de gravação,  o mesmo painel em que aparecem as letras e as palavras conforme os jogadores acertam, até o desenho dos números dos valores na roleta é idêntico,  minha mãe garante que viu uns trechos do programa numa televisão na ante-sala do estúdio e conseguiu acertar três palavras,  mesmo sendo em inglês,  deve ser a prática que pegou com as reprises em "loop" do "Roda a Roda" na epoca da pandemia, a gente deixou por tirar fotos do cenário montado no palco e do luminoso "APPLAUSE", que faz as vezes do Liminha no estúdio,  no corredor de acesso, uma profusão de foto dos apresentadores, Pat Sajak e Vanna White, ele lembra vagamente o Otavio Mesquita, ela é uma loira platinada, responsável pelo painel que no Brasil, no tempo do "Roletrando" era movimentado pelas telemoças e hoje no "Roda a Roda" é automático,  Sajak até de Chapeleiro Louco já se vestiu,  televisores mostram grandes momentos da atração, que patrocinou os Jogos Olímpicos de Atlanta,  em  1996 (!!!), os bonecos de papelão de Pat e Vanna estão ao lado da estante dos prêmios,  até tirinhas de quadrinhos usaram o programa como assunto,  sei que Tina contou no auditório que o estúdio chegou a registrar um caso de "poltergeist" em 1995, deve ser alguém que caiu no Perde Tudo, o filme de 1982, "Poltergeist - O Fenômeno", escrito por Steven Spielberg e dirigido por Tobe Hopper, foi filmado aqui, quando a Metro ainda era dona do estúdio... Na saída do estúdio,  falei para a guia da versão brasileira do "Wheel of Fortune", o "Roda a Roda", tentei traduzir o nome, ficou "Wheel the Wheel", nem tentei arriscar uma tradução para "Roletrando", nome do programa quando estreou no Brasil em 1982, acrescentei que o programa era comandado por ninguém menos que "the most famous television host of Brasil" - Silvio Santos - preferindo não comentar sobre as atuais apresentadoras, suas filhas Patrícia e Rebeca Abravanel, logo estávamos na porta do Estúdio 10, local de mais um game show, "Jeopardy!!!", palavra que em inglês quer dizer risco ou "pre-ri-go!!!", e que tinha uma visão impressionante logo na entrada,  no começo do corredor à direita da bancada dos concorrentes do  programa, onde fiz uma foto com a minha mãe, "uma letra por 250 mil reais", antes de ficar perplexo com uma estante de vidro que guarda apenas e tão somente 40 Emmys, eu disse, 40 estatuetas do Emmy, segundo a Wikipédia,  a Globo inteira tem 18, o Brasil 22 (4 da TV Cultura) e a televisão lusófona 24 (2 de Portugal), uma das japonesas tira foto da maquete de Lego do auditório e do palco,  eu prefiro registrar a reprodução da bancada do apresentador,  que tem uma respeitável cola com o gabarito de todas as questões,  logo depois estávamos no set de verdadinha,  momento onde todas as gerações da família estadunidense bombardearam Tina com perguntas sobre o "game show", também uma criação do produtor Merv Griffin, que começou em 1964 e é transmitido ininterruptamente desde 1984, o estúdio ganhou o nome do primeiro apresentador dessa fase, Alex Trebek, que saiu de cena em 2020, depois de dois anos de programas comandados em parceria por Ken Jennings e Maylim Bialik, a própria, Ken se tornou neste mês o único apresentador da atração,  que é um "quiz" onde os candidatos precisam ir associando as respostas para saber qual é o tema da questão do apresentador,  uma espécie de "Jogo das Três Pistas" que vai além da charadinha e exige dos concorrentes toda uma proficiência em conhecimentos gerais,  igual ao "Show do Milhão" - sem essa de "Quem Quer Ser Um Milionário", Luciano Huck... Chegamos a mais uma área administrativa do estúdio, com o Edificio Robert Young, em memória de Jim Anderson, o “Papai Sabe Tudo”, setores especialmente destinados a Sony Music (na parede, fotos de Michael Jackson e Roy Orbison, nada de Roberto Carlos, o principal nome brasileiro da gravadora desde quando se chamava CBS...), aos games (Playstation, Yudi...), a animação (na vitrine, "Homem Aranha no Aranhaverso"...) e até ao Cruncyhroll, um "streaming" de animes, o grupo entrou na sala do fotógrafo do estúdio,  para os registros oficiais da visita,  olhamos admirados para as câmeras antigas na recepção, fizemos as fotos com minha mãe, que o fotógrafo,  um homem alto, forte, de cabelo e bigode brancos, que nos inseriu no cenário de "Jeopardy!!!", quando vi que ele fotografou com uma câmera Sony profissional,  tive a ideia de mostrar a minha Cybershot,  que não é mais feita no Brasil e nem usei no estúdio,  porque faço as fotos com a câmera do celular, que também é Sony,  o qual igualmente deixou de ser fabricado em nosso país,  nem vou falar do meu notebook Sony Vaio, divisão vendida ao grupo Positivo, enfim, mostrei a câmera e disse, "eu também tenho uma Sony", e o homem olhou como se estivesse diante de um animalzinho em extinção,  na entrada do estúdio há uma placa de bronze com o retrato de Akio Morita, um dos fundadores da Sony, empresa a que era atribuída a invenção do walkman até reconhecerem o stereobelt do brasileiro nascido na Alemanha,  Adreas Pavel, criado em 1972, quanto a mim, modesto consumidor da tecnologia da empresa,  Morita teria desenvolvido o conceito do walkman a partir dos aparelhos para surdez, apenas queria apresentar as criaturas,  a câmera e meus celulares,  a seu criador, porém a guia estava chamando para entrarmos no Studio Museum, na hora do filminho descobrimos que aquela placa é cópia daquela dedicada a Harry Cohn, fundador e presidente da Columbia até sair de cena em 1958, no antigo Ranch... Quem diria que o estúdio possui uma cooperativa de crédito para dar aos funcionários uma oportunidade de “realizar seus sonhos”, perguntei a Tina para confirmar, “loans???”, “yes, loans!!!”, ela respondeu, tudo isso bem em frente ao Capra Bank, uma homenagem a Frank Capra, um dos maiores diretores que passaram pela Columbia, um cineasta que costumava ir além da materialidade nas mensagens que passava em seus filmes... No caminho para a pós-produção da Sony, encontramos o “Cata Zorra” do estúdio, o “Tape Library Vault”, fizemos questão de comunicar a descoberta por WhatsApp © ao Pancada e seu parceiro Burro, um grande entendido em Três Patetas, que adorariam fazer uma visitinha para garimpar algumas preciosidades, nem que fosse algum curta perdido com o Joe Besser, digo... Por fim, entramos no setor de Pós-Produção, que tem uma máquina de videoteipe, para fitas quadruplex, na entrada, somos colocados numa sala acarpetada com sofás confortáveis e mesinhas com “snacks”, água, sucos e refrigerantes, também há microfones e um telão, ali é feita a dublagem das produções do estúdio, além de serviços contratados por terceiros, a gente ia fazer a foto, Tina não permitiu, falou de Hugh Jackman, Jennifer Lawrence e Tom Cruise, pensamos imediatamente no dublador do Wolverine, o experiente e saudoso Isaac Bardavid, e do encontro com Jackman promovido pelo “The Noite com Danilo Gentili” em 2017, essa o Palmito mandou bem, fotos também não são permitidas na sala seguinte, a de sonoplastia, chamada por aqui de “foley”, um lugar repleto de tranqueiras, quase como as casas da série “Obsessivos Compulsivos”, neste caso pela necessidade de reproduzir o menor som que aparece sendo feito nos filmes, mesmo que seja amassando fitas cassete usadas, como fez a guia, para imitar passos na floresta, incêndio e até chuva, na entrada havia portas com vários tipos de fechaduras e maçanetas, ignorando que Caco Antibes disse no “Sai de Baixo”, “abrir porta humilha o artista”, Tina diz que ali é feito até o barulho do cozimento de um ovo ou da mastigação de um pão, então é por isso que a sala tem uma cozinha onde a pia está entupida de objetos,  o chão é revestido com variados pisos, até areia,  cascalho e terra, a fim de obter sons de passos mais realistas, vimos também telhas, tijolos, tabuas, portas de carros, tábuas de madeira, nada podia ser fotografado, seguimos para a sala do técnico em efeitos sonoros,  sem acender as luzes, que mesmo tendo potentes computadores a sua disposição, ainda adota técnicas de sonoplastia dos tempos em que Lima Duarte começou a exercer a função na Rádio Tupi, no final dos anos 1940, com excelentes resultados, confirmados pelo apelido "record recorder", ou seja, trabalha forte e rápido,  e os pôsteres de filmes autografados na parede,  um deles por Quentin Tarantino... Na saída da pós-produção "secreta", entramos na Ivan Reitman Way, onde uma das entradas do Edifício David Lean foi redecorada para replicar a fachada do QG dos Caça Fantasmas, recebendo o nome de Harold Ramis Hall, e bem na sua frente está o Ecto-1, um Cadillac customizado por uma empresa especializada em montar ambulâncias, naquela Câmera Escondida do SBT usaram uma Caravan, na sequência vemos a caminhonete dos Grizwold,  quer dizer, dos Goldbergs, o Chevrolet adaptado para correr na Nascar com patrocínio do pão de forma Wonder (cuja embalagem inspirou a dos pães da Seven Boys...) que Will Ferrell pilotou em "Ricky Bobby: A Toda Velocidade" (2006), um carrinho em forma de capacete de futebol estadunidense de "Anjos da Lei 2" (2014), em que o distintivo da equipe é Arnold Scwazenegger com os cabelos e o chapéu do velhinho da Aveia Quaker, e em frente a fachada de um depósito com o logo da Bellboy Biscuits, parecido com o da nossa cera Parquetina,  o Pontiac Aztec e o motorhome Jeep Grand Wagoneer de Walte White, aquele mesmo,  de "The Breaking Bad", o carro e a  van usada como laboratório impressionaram e até assustaram a família estadunidense, menos o avô, por motivos óbvios,  quem sabe porque, como minha mãe observou,  há cinco buracos de bala na porta... No lugar onde funcionou o Estúdio 6, com um tijolo amarelo e hidrantes na calçada sinalizando que ali filmaram “O Mágico de Oz” e “Cantando na Chuva” nos tempos da Metro, encontra-se a sede da Screen Gems e da Sony International Acquisitions, porque o estúdio trabalha forte para se inserir nos mercados internacionais através de co-produções com empresas locais, quem não se lembra de “Santo de Casa” e “A Guerra dos Pintos”, que estrearam na Band em 1999, hoje a Screen Gems é uma unidade de produção de filmes da Sony, mas mantém o logotipo da época em que estava focada no mercado televisivo, que fotografamos incansavelmente na entrada do prédio, uma lembrança tão presente quanto a narração feita pela AIC São Paulo, “a Screen Gems do Brasil apresenta uma sessão de bom humor e gargalhadas com Os Três Patetas”, série que resgatou para a televisão em 1959, antes que todos os episódios caíssem em domínio público, levando a um “boom” que culminou no lançamento de sete longas metragens até 1965, ano da estreia do desenho, outra sensação, com 156 episódios e 41 sequências em “live-action”, alguns anos antes, em 1954, a Screen Gems lançou os exitosos “Papai Sabe Tudo” perto da sede temos o Edifício Robert Young, homenageando o ator principal da série, seu similar brasileiro, Renato Corte Real, o “Papai Sabe Nada”, é nome de rua em Jaguariúna, interior de São Paulo, e “Rin Tin Tin”, que certa vez foi alvo das queixas do executivo de televisão Walter Clark, numa entrevista de 1983 para o “Vox Populi” da TV Cultura, “eu enfrentava Rin Tin Tin na TV Rio em 1962”, dando a entender que a série estava superada, algo que quatro décadas depois os responsáveis pela programação do SBT não levaram em conta, programando o seriado, em versão colorizada, na faixa da madrugada, o parceiro de Clark na ascensão da Globo, o Bofão, pensava um pouco diferente, e tinha vínculos bastante estreitos com o representante da Screen Gems no Brasil, não por acaso, a produtora era um fornecedor de séries de grande sucesso, “A Feiticeira” (1964 a 1972), nem tanto com a continuação focada na filha de Samantha e James, “Thabita” (1977), “Jeannie é Um Gênio” (1965 a 1970), não quando decidiram que Jeannie devia casar com o Major Nelson, e “All In The Family” (1971 a 1977), esta por ter influenciado a criação na Globo de “A Grande Família”, em 1972, com remake em 2001, afora a distribuição dos desenhos de Hanna-Barbera, hoje em poder da Warner... Chegamos ao final do arco-íris,  quer dizer, a Studio Store, o arco-íris na verdade fica alguns metros adiante,  em frente ao edifício da  diretoria, na loja tem até camiseta e outros itens de Dragon Ball Z e Naruto, um box de filmes clássicos da Columbia vem com "Aconteceu Naquela Noite", "A Um Passo da Eternidade", "Ao Mestre com Carinho" (1967), "A Última Sessão de Cinema" (1971), "Annie" (1984) e "Melhor é Impossível", bonecos do Miranha e do Geleia, Playstation, LPs de Bob Dylan e os natalinos de Elvis Presley e Mariah Carey, quanto a nós,  tomamos uma latinha de Dr. Pepper Diet, refrigerante de cereja, excelente,  compramos com critério, porque a maioria dos livros disponíveis era da coleção "Images of América", que já tínhamos visto na Paramount, assim, ao invés de três livros sobre Culver City, levamos só o que focava nos estúdios,  abrimos uma exceção para o de Beverly Hills, novidade mesmo, tinha o livreto com postais de estúdio,  a obra sobre as primeiras produtoras instaladas em Hollywood e o que aborda os programas de televisão feitos pelas emissoras locais,  um deles "Bozo", o original,  economizamos bem, ainda que tenhamos pago um dólar pela sacola reutilizável,  preta, com a caixa d'água do estúdio em branco e um arco-íris do lado,  minha mãe,  após ver garrafas de água em forma de cabeça de unicórnio,  escolheu um boneco funko pop de Elvis no figurino "Faraó", que paguei com meu cartão,  porque aqui também não se aceita dinheiro vivo...Voltamos para o portão principal,  passando pelo estúdio 15 e sua cerejeira com rodinhas,  o prédio principal da administração,  que pode ser visto da rua, está mais bonito no final da tarde, um pouco depois da loja vazia em obras,  Tina se despede,  pensei em fazer uma foto da mãe com a guia, porém ela foi conversar em particular com as tres japonesas e preferimos abrir o portão onde entramos,  pesado também,  e sair, consideramos o passeio excelente e com gostinho de "quero mais", devido a rica história do estúdio, que já abrigou mais de uma produtora...Fomos direto para o restaurante de "Brazilian Cuisine" no centro comercial, entre um varejão de colchões e uma "pet shop" tipo Cobasi, reencontrando no caminho o restaurante indiano que nos lembrou o Samosa & Company do "Pesadelo na Cozinha", aquele que o dono, Vijay, tentou vencer o Jacquin pelo cansaço e pelo excesso de pimenta na comida, porém o chefe francês esculachou geral, atravessamos a rua e chegamos ao Pampa's Grill, que é nada mais nada menos do que o bom e velho self-service por quilo com churrasco,  tem até luvinha para manejar os pegadores de comida, que custa 13 dólares a libra, cerca de 450 gramas,  minha mãe serviu-se primeiro e eu fui com moderação no "buffet", arroz primavera, feijão preto,  salpicão de frango, mandioca frita, farofa, ovo, maionese de batata e uma colher de estrogonfe, porque nossa prioridade eram as carnes, frango e linguiça não,  alcatra,  picanha e maminha sim, só não pegamos cupim porque aquela foto era de um espeto de abacaxi com canela, o prato da mãe deu 1,2 libras, o nosso, 2,3, mais dois Guaranás da Antarctica,  o nosso Diet,  tudo deu 56 dólares,  pagos com o meu cartão,  a mãe depois me pagou uma Coca Zero, tinha molho de pimenta jalapenho para dar aquela alegrada nas carnes, saímos satisfeitos,  como aquele policial que se servia no "buffet" quando chegamos, brasileiro mesmo, só os funcionários, o barbudinho dos espetos, a moça do caixa e a gente, porque a maioria dos clientes no restaurante, ao menos durante nossa permanência,  era de chineses e hispânicos,  ouvimos português,  mas aquela mulher que tomava vinho com os amigos alternava-se entre  nosso idioma e o inglês, o Uber da volta, Peter num Toyota Camry branco,  cobrou 67,99 dólares, porém fez uma viagem tranquila, cortando por bairros residenciais próximos de Culver City e não pegando muito trânsito nas "freeways", sem contar que estávamos bem alimentados, talvez com um pouco de sede, pois chegamos 19h15 ao hotel e duas horas depois fomos no “Liquor” garantir a saideira de Coca Zero enquanto fazíamos o “check-in” do voo de retorno ao Brasil e nos atualizávamos na internet...






















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Visita ao estúdio da Sony deixou aquele gostinho de "quero mais", daí fomos comer no restaurante brasileiro...

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