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Sem conseguir comparecer a segunda final seguida, restou a Croácia tentar repetir o terceiro lugar de 1998... |
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Sendo que naquela Copa, o Marrocos, que hoje é Top 4 do Mundial, não logrou ir além da primeira fase... |
Croácia e Marrocos fazem neste sábado, no Estádio Internacional Khalifa, o melhor jogo da Copa do Mundo da FIFA ™, quer dizer, a decisão do terceiro lugar, uma partida que por isso mesmo costuma ser movimentada e com muitos gols, isso apesar do meme onde os jogadores de ambas as duas seleções, sentados no gramado, esperam pela decisão por pênaltis... A Croácia, impossibilitada de ir além do histórico vice-campeonato mundial obtido em 2018, pode tentar repetir o seu primeiro grande feito em Mundiais, o terceiro lugar no torneio de 1998, na França, quando venceu a Holanda, eliminada pelo Brasil nas semifinais, na disputa de pênaltis... Alis, o brasileiro não desiste nunca, depois da Seleção do Adenor ter enfrentado a Coreia do Sul ao invés do Uruguai com Arrascaeta, já imaginou que o raio, que no caso não é o Rodrygo (OG) cairia duas vezes e o adversário nas quartas seria o Japão, que afinal estava ali por ter sido primeiro colocado em seu grupo, desbancando nada menos que Alemanha, eliminada, e Espanha, que ficou em segundo, esfregando as mãos quando a equipe asiática marcou o primeiro gol e esquecendo que quatro anos antes, os japoneses tinham feito dois gols antes de tomarem a virada da Bélgica, e os croatas souberam dar a remontada do seu jeito, empataram, seguraram o jogo e levaram para os pênaltis, onde o goleiro fez a diferença e eliminou o time do Japão no mesmo ponto onde parou na Rússia... Claro que os mais otimistas imaginaram que tal situação não se repetiria contra o Brasil, acreditando que pelo futebol jogado contra os coreanos, a Croácia não criaria maiores dificuldades, além do mais, enquanto a Seleção fazia o placar no primeiro tempo e poupava os principais jogadores no segundo, os croatas estavam exaustos com prorrogação e pênaltis, não lembrando que em 2018 a equipe chegou a fazer praticamente um jogo a mais, três prorrogações e duas decisões por pênaltis, chegando assim a final da Copa... A preocupação era com a Argentina, vista como a provável adversária nas semifinais, que vinha subindo lentamente de produção, mas em todo o caso, tinha Messi... E nós contávamos com Neymar (OG), que dera uma demonstração de maturidade e senso de coletividade nas oitavas, voltando de lesão em tempo recorde e contribuindo com a equipe, sem contar que ele chamou a responsabilidade e marcou o gol na prorrogação, um pouco tarde, porém era o suficiente para enfrentar os argentinos... Todavia, a classificação brasileira para as semifinais esteve assegurada apenas por cerca de 15 minutos, quando o “Petkovic do Mal” marcou o gol cujo feitio é a típica padronagem quadriculada croata, uma jogada coletiva rápida no contra-ataque, e então vieram os pênaltis, o jovem Rodrygo (OG) batendo primeiro, a defesa de Livajkovic e a bola na trave de Marquinhos, condenando o Brasil a cair outra vez no “round of 8” para uma seleção europeia... Isto seria o suficiente para a Argentina entrar com mais consciência em campo, somada às dificuldades impostas pela Holanda, por fim superada nos pênaltis, no entanto a atitude dos argentinos foi diferente, não deixar os croatas segurarem o jogo, o que com a ajuda do talento consagrado de Messi e do talento emergente de Julián Alvarez fez o jogo ser definido no tempo normal, a ponto dos croatas entregarem os pontos e Modric ser substituído, a pretexto da bolada que deu em si mesmo, mas principalmente para ser poupado com vistas ao melhor jogo da Copa, cujo adversário foi definido no dia seguintes... Croatas e marroquinos já enfrentaram-se nesta Copa, na primeira rodada da primeira fase do Grupo F, no Estádio Al Bayt, empatando em 0 a 0, onde o Marrocos apresentou algumas de suas credenciais, a solidez defensiva (Saiss ainda estava inteiro, digo...), a aplicação na marcação, a criatividade da dupla Hakimi e Ziyech pelo lado direito, um diferencial em relação a outra equipe do norte da África que causou boa impressão na fase inicial, a Tunísia, e a torcida inflamada batendo bumbo e vaiando a posse de bola adversária, facilitando a mensuração pelos estatísticos da FIFA... O gol acabaria não saindo, entre outras razões, porque Renata Silveira, a heroica narradora global das partidas das 7 da madrugada, teve de substituir Luis Roberto, vetado do jogo entre Alemanha e Japão devido a problemas com a voz, dando a ela a oportunidade de narrar uma das partidas mais memoráveis do Mundial, mas privando a partida entre croatas e marroquinos de sua quase infalível sorte que fazia os gols saírem nos minutos finais... No caso do Marrocos, eles vieram nas vitórias sobre Bélgica e Canadá, que revelaram outros valores importantes da equipe, como Ounahi e seu trabalho forte no primeiro combate, similar ao de Modric na Croácia, a velocidade de Boufal pela esquerda e as conclusões de En Nesyri, garantindo o primeiro lugar no grupo e o direito de enfrentar ninguém menos que a Espanha, a qual sucumbiu nas oitavas menos pelas contradições do modelo do “tiki-taka” e mais pela contenção imposta pelo adversário às suas já problemáticas finalizações, coroada pelas defesas do goleiro Bounou, inclusive nas cobranças de pênaltis, gols perdidos por Cheddira à parte... O adversário seguinte dos marroquinos foi Portugal, que a despeito da controvérsia causada pela saída de Cristiano Ronaldo do time titular, executava com rapidez a transição dos toques na intermediária para a conclusão na área, estas com mais eficiência e havia vencido bem uma equipe famosa por jogar trancada, a Suíça... Um adversário a princípio temível, mas que sucumbiu a uma jogada rápida de cruzamento na área finalizada por En-Nesyri, o suficiente para prescindir das conclusões precipitadas de Cheddira, que acabou expulso, contando com o incansável trabalho de Amrabat na defesa... A essa altura, Marrocos havia realizado o maior feito de uma equipe africana numa Copa do Mundo, ultrapassar as quartas-de-final e assegurar um lugar entre as semifinalistas da competição... O jogo da França e a ida a final eram um desafio difícil, porém não impossível, alguns detalhes não ajudaram de saída, como a formação com três zagueiros e o gol nos minutos iniciais, porém os marroquinos não se entregaram, mantiveram a pressão sobre os franceses e concentraram o jogo no ataque depois de tomarem o segundo gol, onde um pouco mais de pontaria de Hamdallhah teria trazido uma alegria suprema a torcida e às mães dos jogadores...
Domingo, no Estádio Lusail, Argentina e França decidem quem será o campeão da Copa do Mundo da FIFA ™, e ambas as duas seleções têm a chance de conquistar o tricampeonato, tendo em comum ainda o fato de terem conquistado o primeiro título em casa, em 1978 e 1998, não sem algumas suspeitas, mas, enfim... Uma disputa que também acontecerá na artilharia da competição, pois o argentino Messi e o francês Mbappé tem cada um 5 gols, isso sem contar que Julián Alvarez e Olivier Giroud correm por fora, tendo cada um marcado 4 gols... A Argentina foi surpreendida na estreia, depois de ter aberto o placar com um gol de pênalti de Messi, sucumbindo à ofensividade da Arábia Saudita, que alguns julgaram ser apenas a famosa “linha burra”, e que se materializou nos dois gols da virada, num momento em que o predomínio das torcidas árabes nas arquibancadas estava se refletindo em resultados positivos para suas equipes em campo... Depois da derrota, os argentinos deram início a uma gradual porém constante ascensão, com Messi tornando-se a cada jogo mais decisivo, fez o primeiro gol no México e a jogada do segundo, de Julián Alvarez, perdeu um pênalti contra a Polônia, é verdade, porém os gols vieram com Mc Allister e Julián, assistidos por Di Maria e Enzo Fernandez, experiência e juventude trabalhando forte, quando as lesões permitem, no que diz respeito a Di Maria, voltou a marcar contra a Austrália, abrindo o placar que Julián ampliou com uma bola roubada do goleiro, e que só não foi maior porque Lautaro Martinez desperdiçou um sem-número de bolas passadas pelo camisa 10, frente a Holanda, fez a jogada do gol de Molina, marcou de pênalti no tempo normal e nas cobranças (onde até Lautaro fez o seu...), momento em que o goleiro Emiliano Martinez brilhou com duas defesas, compensando o fato de que a Argentina pensou estar com o jogo resolvido diante de uma Holanda que sempre tem uma carta na manga, Weghorst, apesar da crítica de Messi, de bobo não tem nada, ainda assim “La Pulguita” converteu mais um pênalti na vitória sobre a Croácia, em que a equipe não se permitiu ser cozida em banho-maria pelos adversários, e participou da jogada dos dois gols do jovem Julián... Os dois artilheiros tem desequilibrado em favor da Argentina, e olha que Germán Cano, o maior goleador do último Campeonato Brasileiro, está apenas na torcida no Catar, imagina o estrago que teria feito, por exemplo, impedindo a virada da Arábia Saudita, porém a equipe também tem a seu favor a presença de Emiliano Martinez no gol, uma segurança que não existia há tempos, Otamendi tem realizado um trabalho forte na defesa, assim como Tagliafico, que tem servido de opção no banco, Acuña e Molina vão bem na contenção, De Paul e Enzo tem papel importante na construção das jogadas de ataque, da mesma forma que Mc Allister nas finalizações, Di Maria ainda tem o seu brilho, quando as condições físicas permitem, e Lautaro Martinez precisa melhorar a pontaria, não, pera... A França, que chegou ao Mundial para defender o título conquistado em 2018, leia-se, não cair na primeira fase, não fez uma Copa que se possa dizer brilhante, embora tenha superado bem os tantos desfalques que privaram-na de importantes jogadores, venceu de virada a Austrália, onde o “plot twist” do jogo foi a lesão de Lucas Hernandez e a entrada de seu irmão Theo Hernandez, com direito a Giroud fazendo gols, ganhou da Dinamarca graças a boa atuação e os dois gols de Mbappé, que esteve ausente da escalação do jogo com a Tunísia, em que a soberba de poupar jogadores devido a classificação assegurada num Mundial de resultados inesperados a todo momento levou a uma merecida derrota, e uma façanha histórica dos tunisianos, e as dúvidas sobre as possibilidades da equipe se dissiparam com a goleada sobre os poloneses nas oitavas, em mais um show de Mbappé, com Griezmann convertendo-se em uma peça-chave na movimentação da equipe... Em seguida vieram as vitórias suadas sobre Inglaterra e Marrocos, duas equipes que estavam melhores em campo em boa parte do tempo, os ingleses mais que os marroquinos chegando a ter nas mãos a chance de liquidar o jogo, porém quando a engenhosidade do camisa 7 e o talento do camisa 10 tiveram espaço, acabaram sendo letais, junto com as subidas de Dembelé pela direita, o trabalho forte de Upamecano e Tchouameni resguardando o goleiro Lloris daqueles momentos que não condizem com seu histórico de quatro participações em Copas, permitindo a França manter vivo o sonho do bicampeonato, como demonstram os discretos aplausos do presidente Emanuel Macron depois do segundo gol em cima da equipe marroquina... Cabe lembrar que o antecessor de Macron, Nicolas Sarkozy, foi um grande entusiasta da realização do Mundial no Qatar, devido aos acordos de investimento com o emirado do Golfo Pérsico, que por meio de um fundo controla o principal clube da França, o PSG de Mbappé e Messi, os dois grandes protagonistas da decisão, que coisa, não...
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Em 1998, a Argentina, hoje finalista, também enfrentou a Holanda nas quartas-de-final, mas foi derrotada... |
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Desnecessário dizer que Didier Deschamps sabe do título da França em 1998 porque esteve lá... Ops!!!... |
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