quarta-feira, 9 de outubro de 2024

A Peruquinha do Juquinha ou Vale Votar em Quem Não Vive São Paulo???...

Gesto de Juquinha, tirando uma peruquinha no horário eleitoral, não é muito original, mas visa o eleitor careca...

 




























Durante a campanha eleitoral, os candidatos de direita costumavam dizer que a esquerda não tem voto porque ignora os problemas da população,  mas ao analisar as peças de propaganda desses concorrentes, no rádio, na televisão e sobretudo nas redes sociais, é pura pregação partidária,  ataques a esquerda e informações falsas, tornando evidente que seu êxito não é apenas pela linguagem usada ou identificação de ideias, "sino" pela omissão das leis e da Justiça,  que com a cumplicidade da mídia hegemônica,  normalizam as práticas abusivas e antidemocráticas da extrema-direita... A principal atividade do candidato a vereador mais votado em São Paulo, Garoto Juca, que teve 161.386 votos, é gravar vídeos onde ataca, humilha e ironiza apoiadores do presidente Luis Inácio,  militantes e  simpatizantes da esquerda, um esquema que levou para o horário eleitoral,  como no vídeo em que diz "faz o L", repete o gesto associado ao presidente, mas diz que o “L “é de Lucas... No mais conhecido deles, Juca vai até um campus universitário, aparentemente para fazer um quiz, mas para “provar que existe doutrinação e faculdade pública”, ao mostrar que os alunos reconheciam imagens de Che Guevara e Frida Kahlo, mas não de Adam Smith ou de Roger Scruton, e quando é identificado pelos estudantes, é pedida sua saída, ele inicia um bate-boca, cercado pelos alunos e seu segurança, um guarda municipal fora de serviço, vestido a paisana, saca uma arma, dando cobertura a retirada de Juca... Um tipo de corte muito comum em seus vídeos e de outros canais direitistas é perguntar sobre o governo petista em entrevistas feitas nas ruas, inserindo na questão alguma denúncia, geralmente não fundamentada, ou notícia de viés negativo sobre o governo, o que normalmente embaraça o interlocutor mais desinformado, os que entram na montagem final do vídeo, óbvio, embora mesmo quando a pessoa consiga dar uma resposta satisfatória,  muitas das informações inseridas nas perguntas não resistem ao primeiro resultado da busca no Google ©, mas nem sempre se tem um celular com Internet à mão, e óbvio que ela não aparecerá na versão da entrevista postada nas redes sociais... Esse é um ponto observado nos canais e nos debates que os influencers e políticos direitistas tomam parte, e que por exemplo, o historiador e militante comunista James Manel levou para o debate com o deputado federal Kim Katacoquinho, um dos principais nomes do MBL,  grupo de extrema direita, realizado em 1º de outubro pelo podcast “Ignorância Ilimitada”, o ataque, a calúnia, a dissimulação,  a "fake news", vem na pergunta, a resposta não interessa, e quando é fornecida, amarra o diálogo, de modo a pautar o debate e dominar a discussão, replicando com os cortes, idealmente o melhor seria não debater, principalmente na véspera das eleições, quando as redes sociais são dominadas pelo discurso anti-esquerda, James assumiu um enorme risco, porém seu canal e outros do campo progressista,  sabendo que nos debates prevalece a versão e não os fatos, trabalharam forte para colocar cortes que desmontassem a estratégia de Kim nas redes sociais antes que pudesse subir seus cortes, e expor a tática dos extremistas de direita é mais eficiente que tentar responder suas perguntas com "pegadinhas"... Voltando ao Juquinha,  em outro vídeo do horário eleitoral, ele aparece ao lado do vereador Fernão Feriado, que é negro, e diz na propaganda,  "não vote em branco", porém estando ao lado do Garoto Juca, faz uma ressalva, "esse pode", e o candidato pede voto ao público dizendo ser “contra cotas raciais e para continuar o trabalho forte de Fernão Feriado”... Que foi o primeiro integrante do MBL a ser eleito em São Paulo e empregou Juca como assessor na Câmara, e alguns vídeos de seu canal mostram ele aprontando as maiores confusões dentro da sede do legislativo municipal, como numa sessão que comemorou o aniversário da central sindical CUT... Feriado deixou o MBL em janeiro de 2021, alegando não ter encontrado espaço para discussão sobre "as causas LGBT e as pautas anti-abortistas", porém na realidade devido a divergências sobre a condução do processo de impeachment de Jair Bozo, que não considerava prioritária, ou melhor, ele manteve-se fiel ao então presidente... Neste ano, Fernão abriu mão da reeleição para candidatar-se a deputado estadual em 2026, enfrentando a concorrência do representante do MBL na Assembleia Legislativa, o deputado Pluto Azarias... Que apesar de ter feito os cursos de formação política do movimento RenovaBR, não abre mão das artimanhas retóricas do MBL, em um vídeo gravado em Curitiba, conversando com uma simpatizante do PT, ele simplesmente repete as acusações envolvendo as palestras do Luis Inácio e do sítio em Atibaia, que não foram aceitas pela Justiça por falta de provas, outro ponto comum entre Feriado e Azarias é o ataque às cotas raciais, ignorando o fato de ser uma das mais bem-sucedidas políticas públicas implantadas no Brasil nos últimos anos, o que é também uma dificuldade para sua maior inserção nos meios universitários, principalmente nas faculdades públicas, onde até mesmo a direita tradicional conseguia ter espaço... 






















E para atrair os eleitores confundindo sua mente, vale até fazer o "J", um sinal associado ao seu rival declarado...



























Em outro vídeo, Garoto Juca tira uma peruquinha loira da cabeça, o que remete ao gesto do deputado federal Nikito Berreira, que em 8 de março de 2023, Dia Internacional da Mulher, foi a tribuna de peruca para dizer que "a esquerda disse que eu não poderia falar, pois eu não estava no meu local de fala, então, eu solucionei esse problema aqui, hoje eu me sinto mulher. Deputada Nikole" e também que “mulheres estão perdendo espaço para homens que se sentem mulheres”... A manifestação transfóbica gerou um pedido de cassação do mandato de Nikolas, feito pela deputada Tabata Amaral, candidata a prefeitura de São Paulo pelo PSB em 2024, que não foi em frente, enquanto isso, o deputado Glauber Braga, do PSOL, que em 16 de abril expulsou do Congresso o integrante do MBL, Geniel Costenabo, também um produtor prolífico de vídeos atacando a esquerda física e verbalmente,  e que na ocasião repetiu o esquema de provocar o parlamentar enquanto é filmado pelos colegas de movimento para postar vídeos alegando agressão, manobra popularizada pelos filhos de Jair Bozo quando filmaram a cusparada de Jean Willys, parlamentar do PSOL, ao ser provocado pelo pai depois de votar contra o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, gesto que iniciou uma série de ataques a Jean que o levaram a renunciar ao mandato de deputado e mudar-se para o exterior, Glauber, no último dia 11 de setembro passou a ser alvo de um processo de cassação, criticado e deserdado até por parlamentares de esquerda, assim como Jean foi depois do incidente com Bozo, ao mesmo tempo que Nikito distribuía autógrafos e sorrisos, tirando fotos com bebês, na Bienal do Livro em São Paulo - protegido por um esquema de segurança que servia mais para alegar que supostamente estava sendo perseguido, pois estava dentro de um espaço fechado do estande de uma editora evangélica, na mesma feira, também esteve Pablo Boçal, que não sabia se fazia campanha, dava autógrafos para a garotada amiga que também foi atrás do Cafu e do Esnaldinho, ou vendia seus livros de auto-ajuda a 40 reais o exemplar...  Depois de tirar a peruquinha, Juquinha declara, "contra a ideologia de gênero e em defesa de nossas crianças", na campanha de rua, o candidato do PL distribuiu folhetos onde aparecia ao lado de Nikito – que no horário eleitoral apareceu na inserção de outro candidato a vereador, Felinto Cacarejo, também do PL, "estou escolhendo meu lutador para me representar aqui em São Paulo" - e do ex-presidente Jair Bozo, com o slogan “Coragem para endireitar SP”, pretendendo que o eleitorado confunda o mote com o do candidato a prefeito pelo PSOL, “Coragem e Experiência”, e apresentando propostas afinadas com a ideologia direitista, porém sem nenhuma consequência visível para a população da cidade, como “proibir trans no banheiro feminino”, quando há pessoas sem saneamento básico, “recursos para instituições pró-vida”, na verdade um pretexto para defender a criminalização do aborto, questão que deveria ser tratada do ponto de vista da saúde pública, “CPI da Cracolândia” e “CPI das Invasões”, esta última supostamente para “investigar grupos terroristas que invadem propriedades na cidade de São Paulo”, mas que não seria muito diferente da CPI do MST no Congresso Nacional, mais um instrumento para tentar paralisar o governo e seguir com a criminalização dos movimentos sociais, ignorando (certamente de propósito) o conceito de função social da propriedade existente na Constituição, porém mesmo isso seria demais diante de um histórico que não vai muito além da perseguição aos progressistas... Ou como disse, Alessandro Xícaras, candidato a vereador pelo MDB do prefeito Riscado Nunis, que formalmente teve na campanha o apoio do Bozo, apesar do diálogo do “Gabinete do Ódio” com Pablo Boçal, e que não se elegeu, obtendo 12.701 votos, “não podemos deixar que a extrema esquerda assombre as famílias de bem de São Paulo”... Ideologia de gênero não existe, é um rótulo criado pelos conservadores para atacar os LGBTs, da mesma forma, falar de “cultura woke” é referir a algo que não passa de um rótulo dos extremistas de direitas para estigmatizar o campo progressista, os políticos direitistas frequentemente apontam os ativistas identitários, que defendem os direitos de mulheres, trans e negros, como o principal motivo do eleitorado afastar-se da esquerda, um pensamento que existe também entre esquerdistas, entretanto a razão por trás dessa crítica à direita é o fato desses movimentos sociais serem organizados, mobilizadores e com uma força eleitoral que vem das bases...  Na cidade de São Paulo, a vereadora mais votada, Amanda Paschoal, do PSOL, é uma mulher trans, ligada a deputada Erika Hilton, outra representante do segmento, a segunda e a terceira também são mulheres, Luna Zarattini do PT e Luana Alves, do PSOL, primeira mulher negra a se reeleger para a Câmara Municipal paulistana... Ao contrário dos movimentos sociais por terra e moradia, além dos sindicatos, esses ativistas contam com alguma visibilidade da mídia, menos por idealismo e mais por motivações econômicas dos donos dos veículos, e mesmo a obtenção desses espaços veio ao fim e ao cabo de uma luta constante desses movimentos, ao passo que os sindicatos convivem há anos com noticiários repetindo discursos anti-greve e exaltando uma Reforma Trabalhista que retirou direitos e enfraqueceu o sindicalismo, sem gerar os empregos prometidos, além de legitimarem a criminalização dos movimentos de sem-terra  e ocupações urbanas... Então é por isso que o MBL e outros movimentos fazem questão de ter como porta-vozes mulheres e negros, segmentos da sociedade que mais resistem a seu discurso conservador e excludente, e não se fala aqui de ativistas, mas de votos nas eleições... Um problema agravado pela cassação do deputado Arthur do Val, mais conhecido como Mamãe Falei, em 17 de maio de 2022, por ofensas a mulheres ucranianas veiculadas em vídeo de visita ao país em guerra com a Rússia...  Assim, uma das candidatas do movimento em São Paulo é Apanda Bestorazzo, que elegeu-se vereadora com 40.144 votos, um de seus vídeos ela aparece como sendo vítima de agressão, argumentando, “enfrento a esquerda nas redes e nas ruas”... Algum tempo depois da cassação de Arthur do Val, ela, candidata a deputada estadual apareceu em vídeos sendo “conquistada” Kim Katacoquinho, que concorria a uma vaga na Câmara dos Deputados, em Brasília,  na realidade um “bait” para promover a candidatura de ambos, criticar a alta do preço dos alimentos durante o governo Bozo, e, num plano mais simbólico, uma tentativa de abafar o caso e reduzir a repulsa que o eleitorado feminino tem pelo MBL... Em 3 de agosto de 2023, Apanda, acompanhada de outro integrante do MBL, Aluir Scarface, compareceram ao campus da PUC de São Paulo, dizendo-se jornalistas da TV PUC, para tentar entrevistar os estudantes, ou melhor, constrangê-los com perguntas sobre aborto e drogas, inserindo críticas ao governo federal e ao STF, porém, ao serem reconhecidos, tiveram de sair correndo da universidade, dizendo-se agredidos pelos gritos de “recua fascista” dos estudantes... Pouco menos de um ano depois, em 5 de julho, Apanda e Scarface, acompanhado de outros quatro integrantes do MBL, compareceram a inauguração de um prédio da Unifesp (uma universidade pública, um dos alvos preferidos do grupo) na região de Osasco, especificamente para aproveitar a presença do presidente da república e gritar em coro, “Luis Inácio ladrão, seu lugar é na prisão”, uma tentativa medíocre de estender a “fake news” sobre a anulação do julgamento da Lava Jato, que já levou a rádio Jovem Pan a ser punida em 2022 por divulgar informações falsas, no caso, a tese de que Luis Inácio foi “descondenado”, quando na verdade, por diversas falhas na condução do processo, o julgamento foi anulado, como se nunca houvesse acontecido, o que aconteceu em seguida em Osasco é previsível e faz parte do plano, o grupo do MBL foi retirado, segundo eles próprios à força, um celular teria sido furtado, e Apanda até mostrou nas redes sociais um chumaço de cabelo que teria sido arrancado dela na saída da Unifesp, o que explica as agressões simuladas a candidata no horário eleitoral, no entanto, o ministro da Justiça, Robert Lewandowski determinou que a PF abrisse um inquérito para a investigação de crime contra a honra, e Apanda foi intimada a depor em 12 de setembro, não sem antes usar a propaganda eleitoral para se defender, “Luis Inácio quer acabar com a minha candidatura, fui intimada pelo governo por chamar o Luis Inácio de ladrão, posso ser presa mas não vou me calar por dizer a verdade, duvida, joga no Google © Apanda Bestorazzo Luis Inácio”, contando com os veículos pró-direita que compraram a versão de Amanda, porque a verdade ela não disse, insistimos ela cavou um “bait” para surfar a onda antipetista que inunda as redes sociais na véspera das eleições... Isso reforça a necessidade de adotar três estratégias contra os vídeos do MBL, além de não falar com os membros do movimento: expor informações falsas, questionar sobre autorização de uso de imagem e indagar sobre quem financia os vídeos, o próprio Pluto Azarias oferece um prêmio em PIX para quem conseguir mudar sua opinião, não que ele vai pagar de fato, mas sigam o dinheiro, sempre...



















Juquinha irá suceder na Câmera seu mentor,  que em nome do pupilo descartou o slogan "não vote em branco"...



























É muito estranho ver o ex-presidente Jair Bozo,  que organizou uma tentativa de  golpe de Estado para suprimir a democracia no país,  pedir votos para candidatos dos PL e, mais que isso, eles serem votados... Aparentemente é um sinal da manutenção da divisão do eleitorado na eleição de 2022, porém o buraco é beeem mais embaixo, não é difícil perceber que os direitistas usam o antipetismo como "bait", a Operação Lava Jato e o impeachment de Dilma Rousseff,  junto da respectiva cobertura pela mídia,  impregnaram a sociedade com tanto ranço do PT que fica muito fácil mobilizar as redes e conquistar votos, não pelos grupos que conspiraram contra Dilma, "sino" por extremistas que vem no embalo do autoritarismo derivado do passado escravista do país, e por mais que digam ser contra o sistema, no fundo passam pano para o "status quo"... A doença antipetista segue como pandemia no Brasil, mesmo que as alegações do impeachment de Dilma não se sustentassem e os julgamentos da Lava Jato tenham sido anulados devido à erros grosseiros na condução do processo e ausência de provas (e o temor do STF ser aniquilado pelo Bozo)... Ao mesmo tempo, uma trama contra a democracia deveria provocar uma imediata repulsa da sociedade e da mídia, a tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023 até  foi repudiada pela mídia empresarial, que reflete o pensamento das classes dominantes, todavia a inelegibilidade de Bozo e a chance das  investigações sobre o ex-presidente levarem a sua prisão fez crescer o temor de que não haveria nenhuma opção à direita para 2026, daí o enfoque que normalizou as manifestações em defesa dos atos antidemocráticos,  que também o são,  colocando elas como parte do jogo democrático e da disputa política,  somada ao cortejo de figuras como o governador Tarcílio de Fritas e Pablo Boçal,  cuja questão principal não é ser contra o sistema, porém quando ele deixará de dividir a direita para ser assumido pelo sistema, razão pela qual foi chamado para debates mesmo sem seu partido ter o mínimo de representantes no Congresso, a chance de vitória do candidato do PRTB estava em sua subida nas pesquisas fazer despencar a candidatura do prefeito Riscado Nunis, levando ao apoio oficial de Jair Bozo, esposa e filhos, engajados na campanha do concorrente do MDB (apesar de alguns aliados do ex-presidente estarem engajados na campanha de Marçal), o que levaria a uma unidade na direita, fazendo a mídia começar a normalizar suas práticas abusivas... E Boçal praticava o mesmo expediente de cortes controversos e ofensivos consagrado pelo MBL, tanto que os candidatos a vereador do Movimento aderiram à campanha do PRTB depois que o União Brasil, por influência de sua principal liderança paulistana,  o presidente da Câmara Municipal,  Nilton Milk, fechou questão em torno de Nunis, aproveitando para eleger dois assessores para substituí-lo, Niltão Milk (63.988 votos) e Niltinho (53.453 votos)... Assim, não faltavam candidatos para defender Bozo no horário eleitoral, tanto antes da figura do prefeito ter sido retirada das inserções do PL enquanto os concorrentes do partido passaram a ser precedidos pelos depoimentos do ex-presidente, os homens, e de sua esposa, Michelle Bozo, as mulheres, o eleitorado difícil de conquistar, tudo isso no meio da campanha, o próprio Juquinha fez do ex-presidente  o feat. de seu "jingle" de campanha, aproveitando que pode comparecer nos atos antidemocráticos de 7 de setembro na região da Paulista, aqueles que o Boçal foi impedido de ir atrás do trio elétrico, também é o caso de Cássia Birolisky, mulher do deputado Pablo Birolisky, que abria a propaganda da candidata, “para que nosso presidente Bozo volte, precisamos lutar contra a esquerda com inteligência, força e capacidade”, e só então ela podia falar, “médica pediatra, defendendo os valores da direita”, outros preferiam defender realizações de Bozo postas de lado pela atual gestão, como Tenente Crescimento, ex-deputado estadual, candidato pelo PL, que teve 8.598 votos e não se elegeu, “sou o autor do programa das escolas cívico militares”, desativado pelo governo federal, que no entanto permitiu que os Estados seguissem com o programa, como o Paraná, ou o implantassem, caso de São Paulo, que aprovou as escolas cívico-militares na Assembleia, mas o projeto teve sua aplicação suspensa para o caso ser julgado no STF, sob a alegação que as diretrizes e bases da educação nacional são de competência do governo estadual, e aqui temos problemas com o Novo Ensino Médio, herança de Michel Temer que perpetua a lógica da “escola dos meus filhos e a escola dos filhos dos outros”, a ausência de formação específica e de concurso para os militares e policiais exercerem funções pedagógicas, e sabe-se que por trás do projeto há uma intenção de fidelizar a categoria por meio de comissionamentos, além do evidente desvio de função das forças de segurança, e a falta de estudos fundamentados sobre a eficiência do modelo, reforçando que a ideia por trás do programa é criar bolsões de excelência para filhos de militares e o resto, transformar em reformatório... Também há quem tente convencer o eleitorado simplesmente demonstrando sua proximidade com o inelegível e aliados, como Olivares, do PSD, que não conseguiu eleger-se, recebendo 16.550 votos, que se proclamava “o único ministro de Bozo candidato em São Paulo”, por ter ocupado a pasta do Trabalho e Previdência Social em 2022, mas também uma cutucada no deputado federal Rivaldo Selos, que foi ministro do Meio Ambiente e teve a pretensão de ser prefeito preterida pelo apoio do PL ao atual ocupante do cargo, nesse mesmo partido, Beto Zambitos que teve apenas 6.100 votos nas urnas, declarava, “sou policial e representante municipal dos deputados Berto e Kátia Zambitos”, a mesma que apontou sua arma para um jornalista na véspera da eleição de 2022,  também no PL, Soneira Berrantes, que reelegeu-se com 33.957 votos, e dizia no horário eleitoral, “candidata a vereadora que defende a família e a vida ao lado da família Bozo, seguirei lutando contra os ataques da esquerda”, a campanha da da candidata distribuiu folhetos impressos em papel couchê onde o “O” de seu nome é substituído por um girassol e ela aparece ao lado de Bozo e de seu filho Eduardo, de quem foi assessora, ou como é relatado, “ajudei nosso eterno presidente Jair Bozo em sua candidatura presidencial vitoriosa”, “a candidata da família Bozo”, “e agora busco, com fé em Deus, continuar dando voz aos cristãos e conservadores na Câmara Municipal”, isso tudo em meio a fotos em um  culto evangélico, com o governador Tarcílio, que a nomeou Secretária da Mulher (a lacuna de sempre da direita radical), e abraçada a Bozo, observada por Michelle, em outro panfleto, a candidata coloca numa coluna vermelha aquilo que é contra, “a divisão causada pela esquerda entre raças e sexos” (na verdade, a esquerda critica e é contra essa divisão), “a ideologia de gênero e a linguagem neutra” (insistimos, não existe “ideologia de gênero”, é um rótulo criado pelos conservadores e homofóbicos...), “burocracias e tributos, já pagamos impostos demais” (especialmente os super-ricos...) e “tudo o que venha da esquerda socialista”... A fidelidade de Sonaira ao clã Bozo quase dá a impressão de que a família não costuma sugar a energia dos aliados e descartar eles quando não são mais necessários, embora haja um exemplo prático na candidatura de Joyce Hasselmann, pelo Podemos, que obteve apenas 1.673 votos, depois de uma votação recorde para deputada federal em 2018, pegando embalo com o lavajatismo e o bozismo, uma afinidade que estava sumindo em 2020, nas eleições para a prefeitura de São Paulo, em que foi apenas a sétima colocada, com 98.342 votos, e que chegou ao fim em 2022, quando não conseguiu reeleger-se para a Câmara dos Deputados, hoje Joyce tomou como bandeira em sua propaganda eleitoral o combate a obesidade infantil, quem sabe uma candidatura em outra cidade fosse mais bem sucedida, como a de Alexandre Frota, outro aliado descartado pelo Bozo, que elegeu-se vereador em Cotia com 2.893 votos pelo PDT – e por média... Na propaganda eleitoral dos candidatos direitistas são comuns os questionamentos direcionados a esquerda sobre a Venezuela, como no caso de Janaína Paschoal, autora do pedido de impeachment de Dilma Rousseff e candidata a vereadora pelo Progressistas, que dizia, "você sabia que Guilherme Boulos foi o único candidato que não condenou o regime de Nicolas Maduro???"... Um questionamento que Boulos enfrentou na entrevista ao “SPTV” da TV Globo, novamente uma pergunta onde a resposta não importa mais que atribuir ao governo petista o mesmo modelo de atuação dos mandatários venezuelanos, algo que os três governos do Luis Inácio demonstraram não ter a menor lógica e conexão com a realidade, inclusive falta conhecimento até sobre pontos importantes da questão da Venezuela, como o Acordo de Barbados, a própria Janaína mostra ter consciência desse discurso sem nexo, um de seus pronunciamentos no horário eleitoral aborda uma questão prática,  a prevenção e o tratamento da demência... Falar de contextos distantes dos problemas da cidade também está no discurso de Zoe Martinez, eleita vereadora pelo PL com 60.272 votos, cubana de nascimento, Zoe dizia no horário eleitoral, “só quem viveu o comunismo na pele sabe os perigos desse regime, sou cubana e paulistana e estou pronta para endireitar a Câmara de São Paulo”, a parte o fato de Cuba ter servido de pretexto para golpes de Estado que derrubaram governos eleitos em toda a América Latina, e a propaganda anti-cubana feita pelos Estados Unidos ter impregnado de tal forma o debate público, que é quase impossível explicar os efeitos do bloqueio econômico no país, então é por isso que voltando ao questionamento inicial,  o que tem a ver uma situação vivenciada no exterior com os problemas da cidade de São Paulo... Já não basta o absenteísmo e a falta de noção sobre as questões mais prementes do atual prefeito, alis, qual é o nome dele???...







































Apesar das muitas confusões nas redes sociais, candidato não dispensou um "jingle" na tevê e o apoio do Bozo... 


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