quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Diário de Los Angeles (I): O bolo de aniversário é a pizza...

E a velha Busscar garantiu o nosso embarque para Los Angeles e a permanência do Timão na Série A, não, pera...






























A chegada ao aeroporto de Guarulhos não teve nenhum problema,  o código localizador do cartão de embarque da minha mãe estava no WhatsApp da agência de viagens, mesmo restando apenas dois lugares para marcação do assento dela, o “check-in” e  a passagem pelo raio-X da imigração não foi demorada, pois eu acompanhava uma passageira prioritária,  e no setor de embarque cantarolavamos no banheiro "Angels", de Robbie Williams,  o tema do casal Judy e Tadeu, esse dos avatares nas nossas redes sociais, da novela "Corpo Dourado"... A tranquilidade da noite de terça-feira, no entanto,  terminaria por três motivos, o primeiro,  o cartão de memória do nosso celular principal começou a dar defeito,  o segundo, devido às chuvas, o embarque no voo para Los Angeles deixou o portão 305 e seria feito na pista, pelo portão 317, o que descobrimos após localizar a escada rolante para descer até o piso inferior,  e o terceiro,  o Timão ia jogar com o Bacalhau, necessitando de uma vitória para confirmar a permanência na Série A do Campeonato Brasileiro... O primeiro contratempo foi contornado com o cartão SD de outro celular da nossa “família” da Sony ©,  depois de percorrermos todas as lojas do setor de embarque e não acharmos o produto, o que levou a um certo alívio,  se uma garrafinha de água é vendida a 7 reais, imagina um dispositivo eletrônico, a argentina que precisava de um carregador de celular viveu um drama, o segundo nem chegou a ser necessariamente um problema,  pois os passageiros seriam levados até o lugar onde a avioneta estava na pistas por um ônibus da GRU Airport, a concessionária de Cumbica, e como todo mundo deve saber, não sou busólogo,  só tiro foto de ônibus,  e o terceiro... Ainda no piso superior da área de embarque,  o Vice abriu o placar em seu estádio,  São Januário, com um gol de “Puma” Rodríguez aos 3 minutos de jogo, num cruzamento do ex-corinthiano Lucas Piton... No caminho para o portão de embarque no piso superior,  o paraguaio Angel Romero fez 1 a 1 aos 13 minutos, jogada de Giuliano aproveitando uma bola de Maycon afastada por Gary Medel e Vegetti desempatou para os cariocas aos 25, após lançamento de “Puma Rodróguez”... Quando chegamos ao portão 317, com filas para o voo, o quiosque de bebidas, e até um biombo para revistas mais profundas e urgentes, Romero empatou o jogo de novo, 2 a 2, depois de Fagner cobrar escanteio e Lucas Veríssimo (OG) fazer o desvio... Quanto ao nosso embarque, a velha Busscar nos salvou com os Urbanuss Pluss do último lote adquirido na gestão da estatal Infraero, que administrava o aeroporto,  por volta de 2008, veículos que não estão mais presentes nas linhas urbanas de São Paulo,  e a maioria era de segunda mão,  e quando a marca Busscar foi arrematada pela Caio, após a decretação da falência da fábrica, sediada em Santa Catarina ela passou a ser usada apenas para modelos rodoviários... Sentindo um pouco de nostalgia  dentro do ônibus,  soubemos do terceiro gol  corinthiano,  marcado por Moscardo aos 16 minutos do segundo tempo... A chuva na pista prosseguia, e como cogitei com a minha mãe que talvez a escadinha para o avião não tivesse cobertura, ela logo sacou um pequeno guarda-chuva e abriu para a subida... Sentindo um pouco de nostalgia do sufoco do do transporte público paulistano dentro do ônibus, o veículo começou a movimentar-se durante o intervalo do jogo, a chuva na pista prosseguia, e como cogitei com a minha mãe que talvez a escadinha para o avião não tivesse cobertura,  ela logo sacou um pequeno guarda-chuva e abriu para a subida... Não nos perguntem como a sombrinha passou pelo raio-X,  mas o fato é que o acessório,  mais a prioridade garantida por lei para as pessoas com a idade da minha mãe garantiram uma chegada rápida ao nosso assento,  em um corredor quase vazio, onde o único obstáculo era uma pequena fã de Taylor Swift, cuja mãe colocava no compartimento de bagagens sua mala de mão decorada com fotos da cantora,  a garota talvez não faça ideia do ódio que Taylor recebeu nas redes sociais durante sua turnê pelo Brasil, mais ainda devido à morte da fã, o RBD tambem passou por isso em 2006, o que não levou a "julgamentos" sumários nem ao arrefecimento do "fandom", mas, enfim... A menina não deve sequer ter noção daquela "fic" que associa os discos e as turnês de Taylor aos êxitos e títulos da equipe corinthiana, e na verdade citamos isso porque quando já estávamos acomodados na poltrona 42L, soubemos que Gabriel Moscardo tinha feito o terceiro gol corintihano, aos 16 minutos do segundo tempo, dando um chute de fora da área... Continuamos a acompanhar o jogo pelo celular,  a bola ainda rolava às 23h05, quando o comandante do voo anunciou o final do embarque, no horário previsto para a decolagem, sobre a qual  informou, por volta de  23h30, enquanto as bagagens ainda eram colocadas na avioneta, que aconteceria,  assim como boa parte das 11 horas e meia de voo, sob forte turbulência... Coloquei o celular no modo avião me sentindo apreensivo, quando já eram decorridos três minutos dos acréscimos da prorrogação, depois soubemos que o Timão fez o quarto gol, um minuto depois, aos 49 do segundo tempo, Giovane com assistência de Matheus Araújo, porém sem acesso a internet o resultado do jogo era imprevisível, e apesar de terem sido feitos os avisos de segurança (seguidos da propaganda de uma consultoria de imigração estrelada por ninguém menos que Giovanna Antonelli, a Judy de Corpo Dourado, que hoje se divide entre o Rio de Janeiro e a Flórida...), o avião começou a taxiar pela pista meia-noite e decolou somente 0h19...

















No aeroporto de Los Angeles, todos os táxis e aplicativos saem exatamente do mesmo ponto, o chamado LAXIT...


































Agora a turbulência anunciada era real, e continuou durante o serviço de bordo, o nosso apostando na “pasta”, com nhoque, Bolacha SP, Polenguinho, pão e Twix... De todo o entretenimento à bordo, aproveitamos três filmes: “Medida Provisória”, “Os Minions 2: A Origem de Gru” e “Super Mario Bros, O Filme”... “Medida Provisória, dirigido por Lázaro Ramos e estrelado por sua esposa, Thais Araújo, é aquela distopia do futuro que alerta para os problemas do presente, no caso, um programa governamental para deportação de negros evidenciando o racismo estrutural que existe de fato no Brasil, a produção de Daniel Filho garante vilões, ou melhor, antagonistas, familiares ao público das novelas da Globo, caso das personagens de Adriana Esteves, a burocrata que supervisiona as deportações, muitas vezes executadas com abuso da força policial, e Renata Sorrah, a vizinha que dedura a presença de negros em seu condomínio, e um “happy-end” para Thais... “Os Minions 2: A Origem de Gru”, no qual aparece o nosso destino, o aeroporto de Los Angeles, segue a fórmula consagrada da produtora francesa Illumination, para as crianças, a graciosidade e a graça intermináveis dos Minions e para os adultos, toneladas de referências a cultura pop dos anos 1970 e até mais recentes, como a personagem que fala e gesticula igual a Rochelle de “Todo Mundo Odeia o Chris”, a Universal, distribuidora do filme, desde os tempos do Pica-Pau manja o gosto dos brasileiros, sabe que eles se identificam com os Minions e reinventaram o Gru no canal “Pobre Também Dubla” e sua recorrente questão, “os Minions dão o botico???”... “Super Mario Bros, O Filme”, co-produzido pela Illumination e pela Nintendo é muito fiel ao videogame, no visual e no roteiro, basicamente o resgate da Princesa Peaches, raptada pelo monstruoso Bowser e seu exército de tartarugas do mal, pelos irmãos encanadores Mario e Luigi, ajudados por Toad e demais cogumelos súditos da Princesa, até o Donkey Kong, primeiro rival de Mário nos games, tem seu espaço, o toque da produtora francesa vem na família de Mário e Luigi na região do Brooklin, em Nova Iorque, e para além dos games, além do interesse romântico do vilão Bowser pela Princesa Peaches garantir o alívio cômico, a própria Princesa trabalha forte na história sem dar muita bandeira ao público mais canônico, e aqui também entra um pouco de “Efeito Mandela”, porque assistimos o filme legendado, sem áudio porque estávamos voando na madrugada e a maioria dos passageiros estava dormindo, exceto os bebês das poltronas de trás, mas quando víamos Mario, Luigi e o cogumelo Toad falando, imediatamente pensávamos nas vozes dos dubladores do desenho com “live-action” do início dos anos 1990, na versão exibida pela Globo, Antônio Patiño, Jomeri Pozzoli e Oberdan Junior, embora essa função seja desempenhada por Raphael Rossato, o experiente Manolo Rey e Eduardo Drummond, sendo que no original a princesa Peaches, que no desenho é dublada por Guilhene Conte e no filme por Carina Eiras, tem a voz da atriz Anya Taylor-Joy... E a minha mãe? O lugar que lhe foi designado, 38 F, era no corredor,  no meio da fileira... Ali pelas seis horas de viagem, quando resolvi ir ao banheiro,  fui até seu assento e vi que estava na ponta,  assistindo o filme "ET", e assim fui satisfeito ver os dejetos serem sugados do vaso (!!!)... A temida turbulência na verdade ajudou a gente a pegar no sono e acordar pouco antes de ser oferecido o café da manhã... Que também foi a oportunidade de conhecer os passageiros do nosso lado, Lúcia, a paraibana de Campina Grande que não é a Juliette e vai ficar na Califórnia até janeiro com o filho, que é casado com uma ex-modelo de 1,85 metro de altura e já lhe deu três netinhos, o primeiro deles já é fluente em espanhol e inglês, ano passado, foi ao Havaí, deveria ter vindo em julho, no verão estadunidense, mas operou, ao lado dela, no corredor,  o paranaense de boné, que vai ficar seis meses em Los Angeles, a trabalho, ele informou que a luz da nossa janela estava desligada,  e sem isso não conseguiríamos ter feito as fotos aéreas que tanto apreciamos, nesse caso, as pistas expressas e uma garagem de ônibus em primeiro plano, e os arranha-céus da região central ao fundo,  nas poltronas de trás,  o filho pequeno de um brasileiro e de uma estadunidense que tagarelou o voo todo, e na frente o sósia do Luan Santana, que não era brasileiro e ficou assistindo o último filme do John Wick, e o mineiro de cabelos grisalhos e camiseta branca que ligou o desconfiômetro típico de seus conterrâneos quando o comandante anunciou que estávamos perto de pousar em Las Vegas... Felizmente, aterrissamos em Los Angeles às 7h04 da madrugada,  e colocamos o roaming internacional para funcionar 7h14, o que é um prova não só apenas da eficiência do Passaporte Mundo da Claro, que lhe dá os mesmos dados móveis do Brasil,  mas também da diferença no fuso horário entre o Sudeste do Brasil e a Costa Oeste dos Estados Unidos... Sem pressa, sabendo o tempo que íamos gastar na imigração,  fomos saindo por último, sendo surpreendidos no meio do caminho por uma comissária de bordo loira, vagamente parecida com a comediante Maíra Charken, nos desejando "feliz aniversário", parei e questionei como ela sabia,  sem perceber que ela ouviu minha conversa com a Lúcia enquanto servia o café da manhã,  e esse tempo foi o suficiente para não encontrar a minha mãe na saída da aeronave,  ponto em que não poderia retornar,  informou a brasileira Carolina, funcionária do aeroporto,  o mineiro e uma comissária imaginaram que tivesse sido a senhora que foi ajudada pelo sósia do Luan Santana a procurar seus óculos,  entretanto ele só falava espanhol e não entendeu a nossa pergunta,  resignado, fui a imigração,  um guarda bigodudo me indicou a fila, e estranhou quando retornamos para a entrada, como naquele setor é proibido usar celular,  voltei para mandar um WhatsApp a minha mãe e lá estava ela, dizendo que estava ali fazia algum tempo... Pelo menos pudemos encarar juntos a imensa fila, mais ou menos às 7h40, a impressão era de que apenas dois guichês atendiam a multidão,  cada vez que eu cruzava com o mineiro ele me fazia uma pergunta sobre o processo da imigração,   fazia calor no recinto fechado, sem janelas, e no que eu tirei meu casaco de nylon fiquei com a forte impressão de que trouxe a vestimenta apenas para passear nos Estados Unidos, voos procedentes da Ásia multiplicaram as filas com coreanos, chineses, japoneses e taiwaneses,  inclusive crianças sentadas no chão,  olha o sósia do Ibrahmovic aí,  ao menos o serviço de imigração colocou mais guichês para funcionar, e depois que o oficial Díaz,  calvo e de bigode, tirou nossa foto, 9h36 da madrugada, ficamos prontos para ir ao banheiro e repetir a frase de Homer Simpson no episódio de "Os Simpsons" ambientado na Austrália,  "doce terra da liberdade", e fotografar aquele cartaz com um cachorro beagle simpático,  mas responsável por farejar substâncias proibidas, até alimentos,  que tem ao seu lado um "slogan" taxativo, "don't pack a pest", ou como diria o Quico,  "quem mandou não tomar banho???"... Vimos alguns desses cães meio de longe, é proibido fazer carinho para que não se distraiam, quando fomos pegar as malas, as nossas eram as últimas na esteira 10, que seria usada em instantes por um voo da empresa japonesa ANA, miramos a saída e do lado de fora do aeroporto demoramos alguns minutos andando com o carrinho de bagagens  pela calçada para perceber que para pegar o Uber, teríamos que pegar um ônibus para o LAXIT, que não é "laxity", a palavra em inglês para "frouxidão", "sino" um terminal de onde saem todos os táxis e carros de aplicativos que levam os passageiros que desembarcam no aeroporto,  onde descobrimos que dá para chamar um motorista falante de espanhol ao mesmo preço do Uber X, nesse caso por 63 dólares,  para o endereço que decoramos ainda no Brasil,  South Harbor Boulevard 921, Califórnia,  hotel Solara Inn and Suites,  código postal 92.895, e alguns minutos depois estávamos no Toyota Camry de Rigoberto desfrutando da primeira amostragem das "highways" de Los Angeles, ouvindo um repertório musical variado que incluía "Don't Let Me Down", "Show Me The Way", "Have You Ever Seen The Rain" e "Losing My Religion"...














De repente, na saída do Walmart de Anaheim, uma grande surpresa, crepúsculo acontecendo às 5 horas da tarde...



































Chegamos ao hotel 11h10, sua fachada é idêntica a mostrada no Google Earth, com a diferença de que havia uma obra de recapeamento da pista bem em frente a entrada, entre o hotel e o restaurante Silk Road, de comida asiática,  e que está fechado, na recepção,  venda de alimentos,  bebidas - inclusive garrafa de 600 mililitros de Coca Light por 2,50, compramos uma para fazer troco dos dólares que trouxemos do Brasil - e produtos de higiene pessoal,  a estante com folhetos de atrações turísticas tão típica dos hotéis de Orlando - escolhemos um hotel em Anaheim pela proximidade com os parques do Valdisnei - e na recepção nos informam, em espanhol, que o meu quarto, o 226, no andar de cima, já está pronto, o da minha mãe, o 211, a um corredor de distância,  ainda não, somente as 15 horas, pago o depósito de 100 dólares e vamos para o 226, que tinha uma cama muito macia e confortável, além de saídas USB suficientes nas cabeceiras das camas para carregar os celulares com nosso "polvo" e usar o adaptador apenas para ligar o notebook... Depois de confirmar que o Timão marcou o quarto gol no Bacalhau e não corre mais risco de ser rebaixado para a Série B do Brasileirão,  enchi a garrafa de Diet Coke vazia com água da torneira do lavabo, deixei no frigobar e tirei uma soneca de duas horas, testando em seguida o wi-fi do hotel, que funcionava perfeitamente,  e indo ajudar a mãe com o registro do quarto 211 na recepção,  o que não foi nenhum terror,  apesar de estar tocando "Thriller" no rádio, a gente até comprou mais uma Diet Coke, uma nota de 5 dólares dos 400 que compramos no Banco do Brasil em São Paulo já foi, o quarto da minha mãe é maior, tem vista para um estacionamento de "motorhomes" e ela pediu a garrafinha de Coca Diet que eu ia jogando no cestinho de lixo, a lâmpada do banheiro estava queimada, e pedimos na recepção para "cambiar", só a lâmpada, não o quarto, “la bombilla, no la habitacíon”,  porque precisávamos sair para fazer o reconhecimento da região, e comprar itens para o café da manhã,  que não está incluso na diária,  nem vimos cafeteria no hotel, só uma piscina, menor do que nas fotos da Internet... Apesar dos parques temáticos e dos hotéis,  estamos numa região residencial,  do outro lado do South Harbor Boulevard há uma agência do Serviço Social e uma escola pública,  junto ao hotel, na direção do viaduto que dá acesso aos parques do Valdisnei,  temos o Frontier Motel, fortemente trabalhado em madeira,  no estilo do Velho Oeste, perfeito para a lua-de-mel de Chico e Selena em "Corpo Dourado" caso ela não estivesse presa na delegacia dele em Marimbá, o Anaheim Harbor RV Park, o estacionamento ao lado da janela do quarto 211, o Shakey's Pizza Parlor, o restaurante que descobrimos no Google Earth para celebrar nosso aniversário,  pois tem buffet de pizza,  o hotel Days Inn and Suites at Disneyland Park e no ponto de ônibus,  um senhor de barbas brancas que lembrava Papai Noel, mas que era um "homeless" que repetia "have a nice day" na expectativa de um auxílio... No cruzamento com a Ball Road, em frente a um posto da Shell, nem reparei no preço da gasolina,  um "Press The Button For" faz aparecer o homenzinho da contagem regressiva no semáforo de pedestres e logo chegamos a via transversal,  onde fica o estacionamento para "Cast Members" dos parques do Valdisnei,  do outro lado do viaduto, razão pela qual um ônibus estava de partida para levar os funcionários , logo depois conferimos pessoalmente o que já tínhamos visto no Google Earth, estamos numa região residencial de Anaheim,  com casas de madeira, muros baixos e flores nos jardins,  também há a típica comidinha brasileira do Subway, KFC, Mc Donald's, este com a promoção de dois sanduíches de queijo e ovo por 5,50 dólares,  o posto de gasolina do 7Eleven, rede de lojas de conveniência que tentou fazer a Oxxo no Brasil em certa época, sem sucesso, e, por fim, o Walmart Anaheim Market,  que há pouco tempo atrás se chamava Walmart Neighbourhood Market, sendo recepcionados pelos moradores de rua na calçada,  um deles, ao se apresentar, recebeu uma contribuição de 4 dólares... Nosso problema do café da manhã foi resolvido na seção de comida pronta congelada,  com sanduíches New York Deli e Turkey Breast and Cheddar, além de lanchinhos feitos para as crianças levarem na escola, tem até com manteiga de amendoim e ovo cozido,  fizemos uma provisão de seis dias, a minha mãe se decidiu depois de pegar um carrinho do lado se fora do mercado, pegou um lanchinho do Minecraft,  sanduíches e um achocolatado em lata Milo da Nestlé, perto do leite condensado La Lechera,  o nosso Leite Moça, e outros produtos destinados aos consumidores latinos... Em seguida fomos atrás dos "itens críticos", as "commodities", não por acaso trouxemos uma sacola reutilizável comprada no Lopes da Rua São Jorge, na região do Tatuapé, até porque o preço da Coca Zero de dois litros é parecido,  9,60 reais, ou melhor,  1,96 dólares,  o outro item é um desodorante em "spray" Rexona,  aquele anunciado pela Anitta, que aqui se chama  Degree ("Grau", em inglês...), e que fica numa vitrina que você abre apertando o botão para chamar um funcionário, e como minha mãe queria um batom da vitrine, vieram logo dois, o efetivo e seu "trainee", alguns minutos depois, fomos ao caixa, o  homem parecido com o "juiz falecido" Carl Robertson, derrotado poelo Tio Phil numa eleição para a Suprema Corte em “Um Maluco no Pedaço” não tinha dinheiro suficiente no cartão e deixou as compras ali mesmo,  fizemos graça com a caixa, ela achou que fossemos da Itália, paguei 61 dólares "cash" e tudo coube na sacola que veio com a gente do Brasil... Na saída do mercado, fizemos a descoberta mais surpreendente de toda a viagem,  o por do sol às 17 horas, embora tenhamos optado por um caminho diferente da ida, e as mesmas casas de madeiras com cerca baixa ou até sem elas figurassem lado a lado com um parque público,  o Walnut Groove Park, perto de uma residência em estilo colonial com uma fonte que lhe dava um ar de casa de bonecas, apertamos o passo porque qualquer cidade do mundo a noite exige cuidados para se andar na rua, descobrindo perto do hotel um "liquor", um mercadinho para compras mais emergenciais... Banho tomado, lamentando a perda do boné que só percebemos quando chegamos ao hotel, fomos comemorar nosso aniversário no restaurante "Shakey's Pizza Parlor", cujo fundador, o músico de jazz Sherwood "Shakey" Johnson, aparece em vários retratos na parede, usando terno listrado, gravata-borboleta, chapéu-coco e vastas costeletas,  um visual que nos lembrou o comediante Harvey Korman, que fez, filmes com Mel Brooks e era um dos preferidos de Chespirito, e o senso de humor de Shakey era notado nas placas que ofereciam generosamente pizzas grátis a pessoas maiores de 90 anos acompanhadas dos pais ou que pediam para as pizzas serem comidas com as mãos porque eles detestam lavar pratos... O ambiente,  apesar das mesas e cadeiras que lembravam outros restaurantes de "casual dining", aqui muito comuns, ao contrário do quase monopólio do Outback no Brasil, tinha tudo o que faz o Cici's Pizza de Orlando ser considerado "o retrato verdadeiro dos Estados Unidos": salão de jogos com fliperamas,  pratos de plástico rígido, guardanapos rústicos,  famílias enormes e multiétnicas,  com muitas crianças,  dava até para fazer um "remake" de "Carrossel" com Cirilo e Maria Joaquina, televisão sintonizada no canal de esportes, aqui o play-off da Liga MX de futebol, Monterrey X San Luis, respeito profundo a filas, e por aí vai... A frustração de não ter "buffet" de pizza a noite logo se esvaiu quando a atendente que lembrava um pouco Lady Gaga, impressão reforçada quando perguntou se a massa da pizza "thin or thick", olha que não sou fã da cantora e atriz,  disse que eu comeria de graça por ter informado que era meu aniversário... Pedimos uma pizza de pepperoni, batata-fritas ("mo-jos"), um prato para nos servirmos no "buffet" de saladas e um copo de "large drink", ou seja, refil de refrigerante,  sendo que a máquina daqui só tinha as bebidas do portfólio da Pepsi, para cometer heresias com a pizza, além do catchup Heinz, havia um vidro do molho de pimenta Tapatio,  contendo no rótulo um mariachi com a cara do Diogo Vilela, forte como costumam ser as pimentas estadunidenses,  dessa forma, nosso primeiro dia em Los Angeles terminou com a pizza fazendo as vezes de bolo de aniversário...































































Na falta de um bolo para o nosso aniversário, os seguidores de Shakey Johnson ofereceram pizza de pepperoni...


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