sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Interrompemos Nossas Lançadas Para Transmitir O...

 













“Gente, a eleição tá aí e ninguém tá prestando atenção de verdade nela... Não há debates e quase ninguém vê o horário eleitoral...” 

Todo ano de eleição, desde 2004, o nosso prêmio desmente afirmações como a do candidato do PSD à prefeitura de São Paulo, Andrea Matarazzo... O horário eleitoral tem audiência, sim, e mesmo com as restrições impostas pela legislação – cláusula de barreira, que deixou partidos importantes de fora, diminuição de tempo, candidatos a vereador com apenas 40% das inserções na programação – ele continua a ter influência decisiva na escolha dos eleitores... Ainda mais em uma campanha atípica, em que a pandemia reduziu um pouco a campanha de rua e fez as emissoras de televisão cancelar debates... Tanto que os dois candidatos que se qualificaram para o segundo turno das eleições paulistanas tiveram as melhores inserções no horário eleitoral... Em alguns pontos, o prefeito Bruno Covas, do PSDB, repetiu a campanha vitoriosa de João Dória (de quem era vice) em 2016... Em especial, o apoio de uma ampla coligação partidária, que garantiu um tempo generoso no horário eleitoral, e a ascensão meteórica nós últimos dias de campanha, simultaneamente ao já esperado derretimento de Celso Russomanno... Há diferenças também... As principais são a ênfase no apoio de lideranças associadas a igrejas (o vice é ligado a igreja católica e os quatro vereadores mais votados do PSDB têm vínculos com igrejas evangélicas), o apagamento de João Dória da propaganda eleitoral e o melhor desempenho do principal oponente de esquerda, reduzindo as chances de vitória no primeiro turno... Guilherme Boulos é uma liderança de massas, sem alusões aos presentes, que tirou o PSOL do nicho do "voto de opinião" e reforçou uma característica das campanhas do partido, a forte militância de rua, vide "Erundinamóvel"... Boulos não só atraiu eleitores petistas (desta vez, ao contrário de 2016, era o candidato do PT, Jilmar Tatto, que foi pressionado a retirar a candidatura...) como também ocupou o espaço do "voto de protesto", um pouco como sua vice Luiza Erundina fez em 1988... Apesar desse tipo de voto em geral não estar associado a orientações ideológicas, sobrou um bom espaço para o campo conservador... Ocupado com sobras por Arthur do Val, quinto colocado na eleição para a prefeitura de São Paulo... Menos pela campanha televisiva personalista, com traços de antipetismo, e pouco propositiva, e mais pelo trabalho intenso nas redes sociais, inclusive no convencimento de eleitores do NOVO com a saída de Felipe Sabará da disputa... O candidato do PATRIOTA conseguiu ficar a frente do petista Jilmar Tatto, que lutou durante todo o horário eleitoral para se fazer conhecido além de seu reduto na região da Zona Sul, sem sucesso, mas não superou Márcio França, cuja propaganda na televisão tinha promessas em excesso de olho no voto útil e mais um jingle sofrível, como em 2018, e Celso Russomano, do Republicanos, cujas inserções oscilaram entre mostrar e esconder o presidente da república, e no final não evitaram o previsível declínio da candidatura...  Atrás de Arthur do Val e Jilmar Tatto, ficaram Joice Hasselmann, do PSL, que na campanha foi do lavajatismo ao janismo, prometendo privatizações, cortes de impostos e distribuindo alfinetadas que não incomodaram os concorrentes, e Andrea Matarazzo,  que tentou se mostrar como “terceira via” e gestor, porém terminou apelando ao discurso de ordem e ao sobrenome familiar... E depois reclama que ninguém vê horário eleitoral...  Surpreendentemente, Marina Helou, da REDE, que não tinha tempo de televisão, conseguiu mais votos que Orlando Silva Júnior, do PC do B, que aparecia todo dia no horário eleitoral e fez uma campanha que agradou em cheio o internauta Pedro Henrique... As campanhas para vereador, que não tiveram um horário fixo na programação este ano, mostraram partidos que vivem um prolongado declínio criativo, mas também momentos de inspiração devidamente homenageados por este prêmio... 









































































MELHOR CAMPANHA PARA PREFEITO – Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL): Os dois candidatos quebraram paradigmas é inovaram a campanha de seus partidos... No caso de Bruno, a campanha do PSDB não teve dois elementos tradicionais... Promessas mirabolantes e ataques diretos aos adversários... Devido à doença do prefeito, a opção foi mostrá-lo como um prefeito realizador, preocupado com a própria saúde – vide candidato na academia de ginástica se exercitando com uma camiseta do Alice In Chains - e a da população na pandemia, e cuja determinação é sintetizada no slogan (não muito original, como veremos mais adiante...) “Força, Foco e Fé”... Alis, focar em Bruno levou a ocultação da figura de João Dória, o que poderia prejudicar a campanha, principalmente entre os adeptos do presidente da República, com quem o governador rompeu depois de apoiá-lo informalmente em 2018...  Algo na linha de José Serra e Gilberto Kassab em 2008, a diferença é que o prefeito que saiu e o vice que assumiu eram de partidos diferentes... Falando em vices, não fosse a menção nas inserções do candidato a vereador Marcelo Messias, do MDB, ninguém tomaria conhecimento da presença de Ricardo Nunes na chapa de Covas... Agora, apesar de prefeito e governador pertencerem a mesma agremiação, é preciso lembrar também que eles tiveram divergências quanto ao rumo que deveria ser adotado nas eleições deste ano, uma vez que o governador, antes de se afastar do presidente – e ele sair do PSL – pensou em apoiar uma candidatura do partido que conquistou a presidência em 2018...  O máximo de ataques a que o candidato se permitiu foram críticas genéricas ao desmatamento da Amazônia e às “fake news” dos concorrentes... 


Quanto a Boulos, a filiação do líder do MTST fez o PSOL deixar de lado as paródias de comerciais (que apenas imitavam as propagandas eleitorais do PT na década de 1980...) e os memes (que até funcionam bem no tempo reduzido do partido, mas desta vez foram concentrados onde são mais eficientes, nas redes sociais, vide Celtinha...) e enfatizar a comunicação direta do candidato com o eleitor, fazendo uma crítica em sintonia com a insatisfação da população... Um estilo que na esquerda tem como principal representante José Maria de Almeida, do PSTU... A  campanha de Boulos ainda deu dinamismo ao esquema, saindo do estúdio e gravando as falas do candidato nas regiões da Praça Dom José Gaspar e do Campo Limpo – onde ele reside - ideia também usada na campanha para vereador... O único senão é que essas falas dividiam os 17 segundos do partido com testemunhais de artistas, prática em desuso há uma década desde que o PT e o PSDB a deixaram de lado nas campanhas presidenciais... Um elenco heterogêneo, que ia de Felipe Camargo a Wagner Moura, passando por Lucélia Santos e Sônia Braga... E na reta final da campanha, Boulos começou a contracenar com uma versão dos cavalinhos do “Fantástico” para chamar de sua, o Boulinhos... Bonecos são participantes de campanhas eleitorais desde o Zé do Muro do PT em 1985, manipulado pelo saudoso Márcio Ribeiro... Criança não vota, mas influencia bastante no voto... E o surgimento de Boulinhos coincidiu com a comoção nacional causada com a saída de cena de Tom Veiga, o manipulador do Loro José... 











































PIOR CAMPANHA PARA PREFEITO - Arthur do Val (PATRIOTA):  Começou a campanha na televisão criticando o próprio horário eleitoral, de olho no eleitorado no NOVO...  Uma estratégia oportunista, pois o candidato do partido, Felipe Sabará, além de enfrentar problemas dentro de sua própria agremiação (e que levaram a retirada de sua candidatura...), evitou o habitual discurso da legenda contra o financiamento público de campanhas e preferiu fazer uma campanha propositiva... O que não impediu os bots do candidato de implorarem pelo apoio dos concorrentes à Câmara do NOVO em suas redes sociais depois da saída definitiva de Sabará da disputa... Enquanto isso, o concorrente do PATRIOTA começou a trabalhar forte no auto-elogio, visando captar o voto de protesto, com direito a uma queda de braço e citação de Rocky Balboa – “Não importa o quanto você bate, mas quanto aguenta apanhar e continuar”... Sem maiores rodeios, mostrou cenas de suas brigas, quer dizer, de seu ativismo, e proclamou-se um lutador contra “o sistema” – o que inclui a “indústria da multa”, seguindo o caminho trilhado por Camilo Cristófaro...  Então é por isso que ele começou a apelar para seu público no Youtube ©, majoritariamente jovem, pedindo para que mostrassem a seus pais os vídeos do canal Mamãe Falei, e voltou a recorrer ao antipetismo patológico que fez sua fama na época do impeachment de Dilma Rousseff... 


























MELHOR CAMPANHA PARA VEREADOR – PSOL:  Dois partidos que possuem orientações ideológicas completamente diferentes, o PATRIOTA e o PSOL tiveram a mesma (excelente) ideia... Fazer propagandas personalizadas para os candidatos a vereador... Nesse ponto, o PSOL se diferenciou ao tirar os candidatos do estúdio e colocá-los para falar ao ar livre, de preferência em locais relacionados com a região da cidade ou o setor da sociedade em que atuam – defesa dos portadores de deficiência, movimento negro, sem-teto – agregando às inserções uma das marcas do partido, que são as campanhas de rua... Até mesmo aquele modelo de inserção em que o candidato apenas diz o nome e número foi gravado em externa... Uma forma eficaz e econômica de fugir da mesmice e imprimir dinamismo à campanha... Evitando contradições como a de Rubinho Nunes, do PATRIOTA, que fez um voo de helicóptero para demonstrar a quantidade de dinheiro desviado por corrupção que como advogado recuperou para os cofres públicos e precisava explicar que a empresa de táxi aéreo que alugou a aeronave nada tinha a ver com sua campanha... As inovações fizeram efeito nas urnas, com o PSOL triplicando sua bancada na Câmara Municipal paulistana, passando de dois para seis vereadores...  O PATRIOTA também foi bem sucedido e da mesma forma, triplicou o número de representantes, indo de um para três vereadores... 
















































PIOR CAMPANHA PARA VEREADOR – PROS : Neste ano, as coligações foram proibidas na eleição proporcional... Ou seja, cada partido só contou com os votos da própria agremiação para eleger seus representantes para as câmaras de vereadores... Uma das consequências dessa alteração é o aumento do número de candidatos a prefeito, numa tentativa de reforçar a chapa proporcional de cada partido...  O caminho estava aberto para uma criatividade maior nas campanhas, mas não foi o que se viu, com algumas exceções...  Quatro partidos que já fizeram bonito em outras eleições decepcionaram com inserções sem imaginação: MDB, PSC, PL e PV... A única diferença era a cor do cenário – branca no MDB e no PL, azul no PSC e verde no PV...  A situação é ainda mais grave no caso do PSC e do PV, que sempre inovavam nas campanhas, mas com a redução de tempo do horário eleitoral perderam o estímulo para adotar novas ideias e se renderam ao “chroma-key” de cores chapadas...  Os onze partidos que apoiavam Bruno Covas (aqueles que não eram afetados pela cláusula de barreira, na verdade...) tiveram liberdade para adotar um visual próprio, com resultados bastante distintos...  No caso do PROS, o cenário de fundo, que lembrava uma bandeira tremulando em close, “brigava” com a imagem dos candidatos, que em muitos casos, também eram “escondidos” pelos letreiros com nome e número, nas cores do partido, azul e laranja... Para não desaparecer em meio a uma imagem tão poluída, valeu até se colocar no meme dos carregadores de caixão de Gana, como fez Betão do Lava-Rápido... Falando em sumiço, o NOVO voltou a fazer uma inserção genérica, em que os candidatos do partido apareciam em um mosaico de fotos (quase como as “cabeças voadoras” do PT em eleições anteriores...), só se preocupando em mostrar foto, nome e número deles após o candidato a prefeito ter sido descartado... Felizmente, graças a campanha nas ruas (sem referências aos presentes...) e nas redes sociais (os adeptos de Arthur do Val que o digam...), o NOVO conseguiu reeleger Janaína Lima, com 30.931 votos e eleger Cris Monteiro, com 18.085 votos, um resultado aceitável para uma legenda que desprezou o próprio concorrente à prefeitura... Já o PROS não conseguiu eleger nenhum vereador em São Paulo, e os três candidatos mais votados foram Protetor Eduardo Roz (que aparecia com seu cachorríneo na televisão), com 4.376 votos, Batata, com 3.014 votos, e  Betão do Lava-Rápido (o do meme...), com 1.330 votos... 















































MELHOR SLOGAN – “A Empatia Não Dói, o que Dói é a Exclusão”  (Morgana Siqueira, PSDB):  Na campanha para vereador, o PSDB adotou um visual onde os candidatos apareciam dentro de uma espécie de moldura, lembrando a tela da urna eletrônica, fundo roxo à parte... Dessa forma, era preciso ser criativo na hora de falar, de modo a conseguir se diferenciar entre tantos concorrentes no partido... Morgana Siqueira, surda bilíngue, capelã de ação humanitária internacional e voluntária, fez isso com um slogan que sintetiza sua defesa de uma maior inserção dos portadores de deficiência na sociedade... Um caminho muito longo a ser percorrido, pois Morgana teve apenas 1.539 votos e ficou muito longe de uma vaga na Câmara... O “slogan” de Bruno Covas – “Força, Foco e Fé” - causava impacto, especialmente entre as igrejas, mas já é muito usado em mensagens motivacionais, como “Foco, Força e Fé”, que também é o nome de uma música de Projota, e citada em "Meninos Mimados", de Criolo... Menção honrosa para “De 55 Cadeiras na Câmara, uma será de Rodas” (Andréa Ursula, PTB),  “Construir Pontes, Derrubar Muros” (Aline Torres, MDB), “A Moradia é a Roupa da Família” (Dalcides Neto, PODEMOS),  “Não Vote em Branco, Vote no Pretinho e Confirma” (Marcelo King, PSC), “Quer Mudança Aqui??? Vote na Vivi!!!” (Vivi Castro, PSB) e “O Caminho é pela Quebrada” (Tiago Praxedes, PC do B)... 
















































PIOR SLOGAN – “Sabará Saberá” (Felipe Sabará, NOVO):  A campanha do candidato a prefeito do NOVO era boa... Mesmo com escasso tempo de televisão, ele foi propositivo - Saúde na Mão, GCM na porta das escolas, crédito para microempreendedores - pedindo aos eleitores que conhecessem seus projetos no site... O que fugiu do discurso habitual de campanha do partido, focado em críticas  ao fundo eleitoral (filão também explorado por Arthur do Val...) e em promessas de economia de verbas de gabinete... O problema era o slogan, um tanto quanto vago... “Saberá Saberá” o quê, exatamente???...  A aliteração lembra o famoso trava-língua “Será que o sabiá saberia assobiar???”, mas nesse caso fica bem claro do que o passarinho é capaz de fazer... Para complicar, Sabará foi expulso do NOVO durante a campanha, em 21 de outubro, devido a inconsistências no currículo e na declaração de patrimônio (e por apoiar o presidente da República, contrariando a direção nacional do partido...), mantendo-se no horário eleitoral por força de liminar...  Na sequência, a candidata a vice, Maria Helena, renunciou no dia 24 e o partido pediu a exclusão da chapa, que foi aceita pela Justiça Eleitoral no dia seguinte, com o próprio Sabará desistindo da candidatura no dia 29 após ser retirado do horário eleitoral... O que fez os seguidores de Arthur do Val começarem a pedir o voto no candidato do PATRIOTA nas publicações dos candidatos do NOVO nas redes sociais... Com a desistência de Sabará, todos os votos recebidos na eleição foram anulados... Três “slogans” merecem ser citados nesta categoria por não serem originais: “Chama a Neudes”  (Neudes Carvalho, PDT) – uma cópia do “Chama o Meireles”, da campanha presidencial de 2018 – “Tem Jeito, Tem Joyce” (Joice Hasselmann, PSL), versão de “O Jeito é Jânio”, usado pelo ex-presidente em 1985 – e “Milton Leite que Fez” (Milton Leite, DEMO), “kibado” do “Foi Maluf que Fez”, criado por Duda Mendonça em 1997... 














































MELHOR JINGLE - “Aperta 50 e Vem” (Guilherme Boulos, PSOL):  A redução do tempo do horário eleitoral reduziu drasticamente a produção de jingles... Um tema musical inspirado como “O Homem Disparou”, usado no Nordeste, é item cada vez mais raro... Antes, era bastante comum cada campanha ter mais de uma música... Hoje, além dos jingles serem raros na televisão (embora ainda sejam frequentes no rádio, por motivos óbvios, o melhor exemplo é a campanha do PSDB, a música que falava de “Força, Foco e Fé” só tocava no rádio e apenas no finalzinho do horário eleitoral ela apareceu na íntegra, junto com um funk listando as realizações do prefeito-candidato...), o PT de Jilmar Tatto também só compareceu com o “Coração Trabalhador” no apagar das luzes da campanha televisiva, os poucos que são executados deixam tanto a desejar que seria mais fácil escolher a música menos pior... Felizmente a salvação veio das redes sociais do PSOL, com um samba cantado a várias vozes graças a magia da internet – composto pelo músico Kiko Dinucci e pelo cantor Salgadinho -  o próprio – em um clipe dirigido por Gabriel Gallindo:  “Chega de sofrimento, amanhã vai ser muito melhor... Guilherme Boulos é 50, Erundina é também... Vão fazer São Paulo sorrir novamente... Aperta 50 e vem, Aperta 50 e vem... Guilherme Boulos e Erundina são comunidade também, aperta 50 e vem, aperta 50 e vem... Duas forças de responsabilidade e do bem”...  Para a campanha de rua e nas mídias sociais, o partido também dispunha de rap funk e até pisadinha... Menção honrosa para o forró que embalava as inserções da campanha de Ely Teruel, candidata a vereadora pelo PODEMOS: “Para vereadora em São Paulo, chega desse zumzumzum, vem aí Ely Teruel, 19001”... Não que a candidata não tenha credenciais – e “sócia” do evangelizador, escritor e radialista brasileiro Fábio Teruel, filho do jornalista radialista e deputado estadual Ataíde Teruel, muito atuantes em Osasco, Barueri e região – mas um “jingle” envolvente sempre ajuda, mesmo que ilustrado com cenas de bancos de imagens... Sendo que Ely foi a mais votada entre os três vereadores eleitos do PODEMOS,  com 23.084 votos... 











































PIOR JINGLE -“Tem Bolsonaro apoiando, São Paulo é quem sai Ganhando” (Celso Russomanno, Republicanos):  O presidente da República foi o bode na sala da campanha de Celso Russomanno...  No começo do horário eleitoral, nenhum candidato (com exceção de Guilherme Boulos...) investiu em ataques diretos ao governo federal, dado o receio de que, como em 2018, eles fortalecessem a imagem anti-sistêmica do hoje presidente... Ao contrário, no vácuo do auxílio emergencial, vários concorrentes fizeram propostas envolvendo renda básica e microcrédito - Márcio França prometeu frentes de trabalho, Felipe Sabará e Joice Hasselmann linhas de crédito para microempreendedores, o PT reafirmou seu compromisso com a renda básica, apesar de ter preterido Eduardo Suplicy como candidato a prefeito... Sendo o representante do presidente na disputa pela prefeitura - por falta de opções, pois ele rompeu com o PSL e não conseguiu formar um novo partido - Russomanno e seus marqueteiros imaginaram que era só mostrá-lo com o presidente e prometer um complemento ao auxílio emergencial, tendo como trilha sonora “Vote bem, vote direito... Com Celso Russomanno 10 prefeito...  Tem Bolsonaro apoiando... São Paulo é quem sai ganhando”... Na prática, entretanto, a situação foi bem diferente... Os adversários logo lembraram que Russomanno como deputado foi contra o auxílio emergencial – e o presidente cortou drasticamente as verbas para a capital paulista – o que somado a exibição exaustiva nas redes sociais do vídeo de uma reportagem onde o candidato humilha uma caixa de supermercado e aos impactos da pandemia em São Paulo, fez a candidatura desidratar, o que já ocorrera em 2012 e 2016... Russomanno, por sua vez, cortou os versos que citavam o presidente, mas continuou a prometer o Auxílio Paulistano para complementar o Auxílio Emergencial, adotando o discurso do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, seu colega de partido, falando em “cuidar das pessoas”...  Também passou a atacar diretamente Guilherme Boulos, principalmente com o vídeo “Receita de um Boulos de Problemas”, percebendo que ele um pouco tardiamente que ele ocupou a vaga do candidato contra o sistema, aquele que recebe o voto de protesto de eleitores que não fazem distinções partidárias para manifestar sua insatisfação, espaço que acreditou ter lugar pelo alinhamento com o presidente... Ao mesmo tempo, outros  candidatos perderam o medo de criticar o governo federal...  O primeiro foi Orlando Silva Júnior - vide batida do martelo interrompida - seguido por Márcio França e Jilmar Tatto... Arthur do Val e Joyce Hasselmann, antigos aliados do presidente, preferiram investir contra Celso Russomanno, um lembrando o apoio a Dilma e a outra comparando os desempenhos como parlamentares... Surpreendentemente, na reta final da campanha, Russomanno começou a exibir um depoimento do presidente, ignorando eventuais impactos a sua imagem causados pela pandemia, pela redução e o fim anunciado do auxílio emergencial e até pela derrota de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos... 



























































TROFÉU PINÓQUIO -  Márcio França, PSB, pelo conjunto da obra, e Joice Hasselmann, PSL, Lava Jato Paulistana:  Nesta campanha, dois fortes concorrentes de anos anteriores foram surpreendentemente tímidos em suas promessas... O PT estava mais preocupado em tornar Jilmar Tatto mais conhecido nas regiões da cidade fora de seu reduto eleitoral, a “Tattolândia” nos extremos da Zona Sul, destacando suas realizações como secretário de abastecimento e transportes nas gestões Marta e Haddad... Assim, as principais promessas do candidato tinham a ver com o retrofit de iniciativas de outras gestões petistas, como os programas Rede Hora Certa 24 Horas (exames e cirurgias com hora marcada na rede de saúde municipal...) São Paulo Para Todos (mudanças no Bilhete Único e passe livre para desempregados...) e Minha Casa Paulistana (programa habitacional para população de baixa renda...)... Também investiram pouco em “campanha negativa”, menos contra o governo federal e mais contra as administrações tucanas no Estado e na prefeitura - a crítica aos cortes no Leve Leite lembrou um pouco a comida sumindo na mesa dos ataques a Marina Silva em 2014... O PSDB insistiu em reiterar que Bruno Covas tem força, foco e fé para continuar na prefeitura e priorizou mostrar as realizações da gestão atual (inclusive obras de outras administrações paradas durante boa parte do mandato, vide CEUs iniciados por Haddad...), garantindo sua continuidade... Claro que por força do hábito soltaram um BRT da Avenida Aricanduva, mas isso é quase nada se comparado, por exemplo, às propostas de João Dória em 2016... Portanto, o caminho estava aberto para Márcio França, que combinou um discurso de "terceira via", tentando se distanciar do presidente da República e do PT e uma cutucada em Dória, que o derrotou na eleição para governador em 2018 ("Aqui tem palavra"...), com um pacotão de promessas que deixaram a campanha com cara de loja de aplicativos para celular... Para cada problema da cidade, o candidato propunha a criação de um app – educação, saúde, segurança, transporte público... Também prometeu criar 150 mil vagas em frentes de trabalho temporárias de zeladoria para substituir o auxílio emergencial, com pagamento de 600 reais mensais mais benefícios, linhas de crédito de 3 mil reais para microempreendedores  (Programa Aqui Tem Palavra) e  50 mil reais para  comerciantes prejudicados pela pandemia,  universidade digital municipal, alistamento civil para 40.000 jovens por meio da Guarda Civil Metropolitana (Programa Jovem Cidadão), dobrar o orçamento destino a cultura, plano de carreira com aumento salarial para os funcionários da prefeitura, Plano Márcio de urbanização da periferia e moradia no Centro, o que inclui, lotes urbanizados de 125 metros quadrados e cartão vale construção de 8 mil reais, corredores verdes com passagem liberada para o transporte coletivo, ônibus de graça aos domingos... Ufa!!!...  Do meio da campanha para frente, começou a pregação pelo voto útil, ao som de um jingle em ritmo de sertanejo universitário, que repetia o mesmo cacoete da campanha do candidato do PSB em 2018, ou seja, abusar do direito de fazer uma música pegajosa abusando das rimas com França: “São Paulo quer mudança, Agora é Márcio França, meu voto é 40, 40 é Márcio França... Agora é 40, a nossa esperança, meu voto pra prefeito, 40 é Márcio França”... Nem colocando os candidatos a vereador de PDT (do candidato a vice, Antonio Neto...) e PSB para repetirem suas promessas o ex-governador conseguiu repetir a façanha de 2018, quando surpreendeu com sua ida ao segundo turno... 


Joice Hasselmann, a candidata do PSL, ao romper com o presidente e não conseguir o apoio do governador, lembrou que escreveu uma biografia do juiz e ex-ministro Sérgio Moro e tentou capitalizar em cima do Lavajatismo, prometendo uma versão para a capital paulista da operação Lava Jato, atribuindo todos os problemas da cidade às "máfias" – afinal, Guilherme Boulos falava em “esquemas”...   Sem reagir nas pesquisas, partiu para uma campanha propositiva, associando propostas como médico na escola, redução da fila de cirurgias, fim da máfia dos transportes e diminuição da tarifa de ônibus às privatizações do Anhembi, do Autódromo de Interlagos, a realização de uma nova licitação dos transportes (ignorando a que foi concluída em 2019, com seis anos de atraso...) e redução do IPTU...  Mais adiante, para não ficar atrás de Arthur do Val, que se dizia “contra o sistema”, na disputa pelo eleitor de protesto e os conservadores, reforçou o personalismo com um slogan de inspiração janista - "Tem Jeito, tem Joice" – e cortejou o voto conservador dizendo que sempre lutou contra o PT e declarou ser #DIREITARAIZ... Também lançou farpas em direção a Celso Russomanno, fazendo uma comparação de sua atividade parlamentar com a do candidato do Republicanos como se fossem personagens de videogame e colocando no horário eleitoral o boneco Cavalo Paraguaio... Sem medo que o personagem tivesse um efeito inverso do esperado e aumentasse a popularidade do concorrente, na medida em que em as crianças simpatizam com boneco e acabam influenciando os pais na hora do voto... Por fim, começou a falar baixinho no horário eleitoral, numa indireta a propaganda de Bruno Covas, que o mostrou dormindo na Prefeitura durante a pandemia...





































PRÊMIO IPHG: PC do B: A campanha do PC do B, tanto para prefeito quanto para vereador, acertou em cheio no gosto do internauta Pedro Henrique, responsável exclusivo pela escolha do vencedor na categoria que leva seu nome... As inserções de Orlando Silva Júnior o conquistaram pelo uso intenso da cor preta, o texto lido por Leci Brandão e Rappin’ Hood - “Quando uma preta ou um preto disputam uma mesma vaga com um branco, possuindo as mesmas qualificações, na maioria das vezes escolhem um branco” – e a imagem do candidato se sobrepondo a palavra “PREFEITO” e a transformando em “PRETO”... A campanha para vereador, além de usar a mesma identidade visual, contou com Leci apresentando candidatos que atendem os requisitos do internauta, como Ademir do Vale, Daniel Reis, Edson Pássaro, Peixe, Ubuntu Periferia, Tião Carvalho e Tiago Praxedes... Infelizmente, o eleitorado não teve a mesma compreensão do nosso colega de rede e conseguiu apenas 12.254 votos, ficando em décimo lugar na eleição para prefeito, entre duas candidaturas que sequer apareciam na televisão, Marina Helou, da REDE (22.073) votos e Levy Fidélix, do PRTB (11.960 votos)... Claro que o internauta faz questão de mencionar candidatos de outros partidos que mereceram  a sua homenagem:  Claudinho de Oliveira – que improvisou um samba melhor que o jingle da campanha de Mário França - Luiz Paztel e Jesus da Periferia (PDT), Tião Nicomedes e Professor Xikão (PT), Nunes (PTB), Daniel da Orpas  e Doutor Zito (MDB), Anderson da Acessibilidade (PSL), Marcelo King (PSC), José Leite Filho, Reinaldo Renna e Tequinho Artesão (Cidadania), André Negão (PSB), Natanael Arceno (PSOL), Denilson Ribeiro (PSD), Ricardo Borges e Tim Maia do Prima (Avante), Bento de Jesus e Jorjão (PROS)... 
























































MESTRE – Toninho Paiva (PL): Em anos anteriores, sempre se podia esperar uma inovação nas campanhas do PL – viradinha dos candidatos, programas temáticos – mas agora as inserções do partido foram absolutamente convencionais... Um fundo branco com faixas verticais nas cores do partido (azul e vermelho...) na borda da tela... Já que a forma não ajudava, o conteúdo fazia a diferença, e nisso o Mestre do ano tem de sobra...Vereador desde 1992, Antônio de Paiva Monteiro tem como base eleitoral a Zona Leste de São Paulo, o que inclui a região do Tatuapé, onde nasceu... É da Zona Leste que se declara defensor no horário eleitoral, levantando o dedo indicador a altura do rosto e destacando seu trabalho forte pela região com uma voz que lembra muito a de Nair Bello - isso sem contar o seu inconfundível bigode, facilmente reconhecível pelos eleitores... O que representava uma grande vantagem em relação a seu concorrente na Zona Leste (e na maestria...), Gilson Barreto (PSDB), cuja calvície dava a impressão que se tratava de outro candidato... Maestria não significa necessariamente eleição garantida, e Paiva foi apenas o quarto colocado entre os concorrentes do PL (que elegeu apenas dois candidatos, Thammy Miranda e Isac Felix), com 17.234 votos... Da mesma forma, Gilson Barreto ficou em nono lugar entre os candidatos do PSDB, que teve oito eleitos, com 17.540 votos... E Arnaldo Faria de Sá, vencedor da categoria em 2018, foi o candidato mais votado do Progressistas (e o único eleito do partido), com 34.213 votos... Menção honrosa para Marcelo Aguiar (DEMO), que pode não ter tanta experiência política, mas é um nome consagrado no horário eleitoral graças ao seu “Me dá o poder de filho”, ainda que não tenha conseguido ficar entre os seis vereadores eleitos pelo partido, obtendo apenas o décimo-primeiro lugar na legenda, com exatos 8.700 votos...














































MUSA - Andrea Reis (Progressistas) e Tielen Oliveira (Solidariedade):  O Progressistas apoiou a candidatura de Bruno Covas e adotou um visual próprio – um cenário azul com uma vista da Ponte Estaiada da Marginal Pinheiros... Para preencher a lacuna deixada por Paulo Maluf, que atualmente cumpre prisão domiciliar, colocou ao lado de cada candidato a vereador um pequeno mosaico com as principais lideranças do partido no Estado... Isso sem contar a apresentação feita pelo presidente regional do partido, o delegado Olim... Alguns candidatos optaram por fazer inserções personalizadas, caso do coronel Falconi e de uma das premiadas nesta categoria... A empresária Andrea Reis Lopes Bertazzo apareceu com seus olhos claros e um tailleur cinza numa inserção em que defendia mais segurança – uma bandeira histórica do partido – o aumento do número de vagas nas creches e melhorias na merenda escolar, e era encerrada pelo slogan “Gente Nova na Política” - apesar de seus 48 anos de idade... Temas também abordados em sua fala no cenário padronizado do Progressistas – a diferença é que o cinza deu lugar ao branco... Apesar do charme com que conduziu a campanha, Andrea foi apenas a décima-sexta colocada entre os candidatos do partido, conseguindo apenas 1.031 votos...


O Solidariedade, depois de impedir Marta Suplicy de concorrer à prefeitura, declarou apoio a Márcio França, e seus programas copiavam a identidade visual  dos outros partidos coligados ao candidato do PSB:  um fundo cinza em degradê, com nome e número do candidato a esquerda da tela e o retrato de França a direita... Para se diferenciar em meio a tanta monotonia, a relações públicas Tielen dos Santos Oliveira vestiu um tailleur preto e abriu um largo sorriso para falar em defesa das mulheres, por mais saúde e segurança... Uma aparição breve e insuficiente para melhorar seu desempenho eleitoral – 310 votos, 47ª colocada no partido... Menção honrosa para Maisa Setin (PDT) Luna e Tamires Sampaio (PT),  Débora Moral (Podemos), Bella Oyaa e Giza Lemos (PL), Letícia Vasconcellos (PATRIOTA) e Keila Pereira (PC do B, egressa do PPL)... 
















































MÚMIA – Eduardo Suplicy (PT) e  Medeiros (SOLIDARIEDADE):  A criatividade das campanhas petistas ficou nos anos 1980... A maior evolução nós últimos anos foram os candidatos a vereador aparecerem no horário eleitoral e um maior cuidado na hora de filmar os concorrentes no eterno fundo branco, para evitar o “ton sur ton”... O símbolo da mesmice na campanha proporcional petista é Eduardo Suplicy, que já foi bom nisso... Conhecido por uma vigorosa atividade parlamentar e de militância, Suplicy funcionou como uma espécie de apresentador de seus colegas de partido candidatos... Infelizmente, a dificuldade de falar sobre seu principal projeto – a renda básica de cidadania - demonstra que ele já não tem o mesmo fôlego de antes... O que fica mais evidente na comparação com o próprio Suplicy na propaganda partidária do PT, exibida em 5 de maio de 1985 e postada no último dia 26 de setembro no canal do jornalista Gabriel Priolli no Youtube ©, onde ele recebia na casa onde morava com a esposa Marta e seus filhos várias figuras ilustres, como Antônio Fagundes, Juarez Soares, Lucélia Santos, Luiza Erundina e Paulo Freire – o próprio... Sem contar que apesar dele ter sido preterido nas prévias que escolheram o candidato do PT a prefeitura, o partido colocou ele apresentando os companheiros de chapa, dando margem a repetição da queixa feita em campanha de 2016 – a de que Suplicy tirava o espaço eleitoral de outros nomes da esquerda... Apesar de tudo, o vereador ainda tem apelo junto ao eleitorado e conseguiu ser o candidato mais votado em São Paulo, com 167.552 votos, repetindo o feito de 1988 e 2016... 


Luiz Antônio de Medeiros Neto, metalúrgico e sindicalista, primeiro presidente da Força Sindical, foi candidato a governador de São Paulo em 1994 – “Força São Paulo, Sou Mais Medeiros, Isso Eu Vou Mostrar na Eleição” –  deputado federal entre 1999 e 2007, e secretário das Subprefeituras em São Paulo em 2015... Passou por PFL, PL e PDT, onde disputou sua última eleição, em 2012, como candidato a vereador... Ou seja, é um autêntico fóssil vivo da política... O Solidariedade, braço político da Força Sindical, apoiou Márcio França – cujo candidato a vice é o sindicalista Antônio Neto, do PDT – e o partido seguiu o mesmo padrão visual do PSB, fundo cinza, nome e número à esquerda e retrato 3X4 do candidato a prefeito – houve algumas exceções, no caso do PSB as inserções de Diego Hypólito, Doutor Tanaka e Eliseu Gabriel, entre outros,  gravadas no mesmo cenário do candidato a prefeito, a de Dalmo Viana, que não tinha a foto de França e na verdade consistiu num ataque a Celso Russomanno... Quando ao Solidariedade, a única diferença era a apresentação feita pelo presidente municipal do partido – Pedro Nepomuceno...  Medeiros aparecia com uma camisa azul, e o close no rosto quando pronunciava a frase “Só o emprego salva São Paulo” – uma pálida imitação do “slogan” “Emprego é Tudo”, usado por seu companheiro de Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, na campanha de 2004 – ressaltava as marcas do tempo, tanto quanto a visível dificuldade para articular às palavras, traço em comum com o outro vencedor do ano, Eduardo Suplicy... Para tentar compensar a quase paralisia do candidato, colocaram um “jingle”, mas aí já era tarde demais... Mesmo com o nome de urna “Medeiros é Trabalho”, obteve apenas 5.095 votos, sendo o quarto colocado do Soleidariedade – que não elegeu nenhum vereador... Menção honrosa para a promotora Eliana Passarelli (Republicanos), que ainda usava um pretinho básico para ressaltar o aspecto sombrio... 





































ESTAILE – Rafael Shouz (PDT): O produtor cultural Rafael Almeida Silva, nome de urna Rafael Shouz, estudante de gestão de políticas públicas e presidente do Movimento Cultural Darcy Ribeiro (MCDR), defendia em suas inserções mais cultura e educação para a periferia... Um discurso até bastante comum, não fosse por um detalhe - o candidato falava com um skate embaixo do braço... Além de uma sacada estilosa, um sinal do compromisso, feito nas redes sociais, de lutar pela criação de mais pistas de skate nas quebradas de São Paulo... Shouz também participou da peça mais criativa entre as inserções da campanha proporcional gravadas em estúdio, um discurso feito em conjunto com outros quatro candidatos do partido:  “Nós do PDT acreditamos em você ( Rafael Shouz)... Acreditamos que devemos ter mais direitos para as mulheres (Ana Paula Passos)... Acreditamos que todos merecem uma moradia digna (Fabíola Baani)... Acreditamos que todos tem direito a cidade (Luis Paztel)... E ter o direito de ter esperança (Luiz Vitta)”... A propaganda terminava com os cinco candidatos segurando uma rosa vermelha, o símbolo do partido, e dizendo em coro “Acredite no PDT e vamos juntos mudar São Paulo”... Essa e outras peças similares usam cores alegres – azul, rosa, laranja – diferente do cinza opaco das demais inserções do PDT... Na mesma linha, os grupos de candidatos apresentaram as propostas do candidato a prefeito, com menos brilhantismo... As inovações vieram tarde, porque o PDT não elegeu nenhum candidato a vereador – e Rafael ficou em 11º lugar entre os concorrentes da legenda, com 948 votos... Cabe mencionar mais alguns nomes que mostraram ter estilo no horário eleitoral: Matheus Serafim (Progressistas), que fazia a saudação dos lutadores de artes marciais – “Oss!!!”... Todd Tomorrow (PDT), brindando com suco de laranja a descoberta do Queiroz... Delegado Marçal Honda (MDB), que fazia um “X” com os braços... Bahêa (MDB), com seu cabelo cor-de-roda e a promessa de wi-fi grátis em toda a ciddade... Cássio 26 da Norte (PSC), que aparecia segurando dois capacetes de motociclista – que ele próprio comercializa, olha o “merchan”... Gláucia Máximo (PSC), que mostrava um “X” marcado na palma da mão, símbolo do combate a violência contra a mulher... Douglas Viegas (DEMO), “poderosíssimo ninja”, que defendia o esporte como solução para os problemas de educação, saúde e segurança pública, Alexandre Pires (PSDB), que juntava os punhos e dizia seu slogan, “Conectado com Você”...  Dácio Pretoni (PSD), que surgia com uma lupa em sua inserção para fiscalizar o governo... Engenheiro Ernani (PSD), pedindo voto de capacete... Ivanete Colega (Solidariedade), que com o punho cerrado, defendia a criação de centros de convivência para idosos... 
















































HERDEIRO – Abou Anni Filho (PSL):  Graças a expressiva bancada de deputados federais eleita em 2018, o PSL teve direito a um generoso quinhão de tempo no horário eleitoral... Que lamentavelmente preencheu com um visual pobre – fundo branco, depois acrescido de uma faixa ondulada azul, amarela e verde – e uma chapa de candidatos a vereador que deixava muito a desejar... Onde pontificavam figuras esdruxulas como o vereador Rinaldi Diglio – um negacionista da pandemia – o motorista de ônibus Jacky Maluco, o Fiscal do Povo Wellington, de colete amarelo e megafone na mão, e Zé do Bode... Colocar os candidatos a vereador ao lado da postulante à prefeitura deixou a coisa mais grotesca ainda...  Por sorte, em meio a tantas bizarrices, havia um candidato empenhado em manter o nome de sua família na política... Vitor Abou Anni tem 29 anos, é instrutor de trânsito, defensor dos transportadores escolares,  (mais um) crítico feroz da  “indústria da multa”, e sobretudo, filho do deputado federal Paulo Sérgio Abou Anni, filiado ao PSL... Abou Anni pai, que também foi instrutor de trânsito, antes de se tornar vereador, eleito pelo PV em 2004, defendendo na Câmara Municipal a permanência dos cobradores de ônibus, não deixou de ajudar o filho com um depósito de 2 milhões de reais, recurso proveniente da cota do PSL no Fundo Eleitoral... Não que os outros 82 candidatos a vereador do partido tenham curtido, mas felizmente a candidata a prefeitura, Joice Hasselmann, conversou com a direção nacional do partido e o dinheiro foi devolvido para ser redistribuído mais igualitariamente em São Paulo... O tempo de televisão não foi bem aproveitado pelo PSL, que apenas elegeu, ou melhor, reelegeu Rinaldi Diglio, com 13.673 votos... O filho de Abou Anni foi o quinto colocado da legenda, com 7.537 votos, a pouca distância de Marcelinho Carioca (OG), que conseguiu 7.574 votos e anunciou que pretende se afastar da política, insatisfeito com o resultado da votação...  O principal concorrente de Abou Anni Filho foi Jorge Wilson Filho, herdeiro do deputado estadual Jorge Wilson, o popular “Xerife do Consumidor” da Record TV... Inclusive ele já apareceu na telinha com o pai – sendo chamado de “Xerifinho do Consumidor”... Foi o quinto colocado de uma legenda que elegeu quatro candidatos, com 12.576 votos... Gilberto Nascimento Filho, do PSC, desprezou a herança familiar, trocando o pai, o deputado federal Gilberto Nascimento, pela ministra Damares Alves – a própria... A reeleição não foi prejudicada, já que ele foi o mais votado de seu partido, com 22.659 votos, e representará sozinho o PSC na Câmara... Houve uma dobradinha de sobrinho e tio: Bruno Covas (PSDB) para prefeito e Mário Covas Neto (Podemos) para vereador... O sucesso do sobrinho não se repetiu com o tio, que teve 10.568 votos e ficou em sétimo lugar na agremiação, longe dos três eleitos do Podemos... Nessa categoria, também houve uma curiosa inversão:  Eli Corrêa, o célebre radialista e garoto-propaganda da Relojoaria “A Suissa”, pai do deputado federal Eli Corrêa Filho, foi candidato a vereador pelo DEMO, e alcançou a segunda maior votação do partido (34.482 votos), atrás apenas do ex-presidente da Câmara, Milton Leite (132.716 votos)...



















































PEZINHO – Ricardo Teixeira (DEMO): Entre os partidos que apoiavam Bruno Covas, o DEMO tinha o visual mais agradável aos olhos, com cores suaves, onde o cenário de fundo não “brigava” com a figura dos candidatos... Uma diferença significativa em relação a outros partidos coligados ao candidato tucano, como o Cidadania e seu azul metálico – de sorte que Soninha Francine, que atuava como apresentadora das inserções do partido, variava as cores de seu figurino - ou o PSC e o PV, com um azul e um verde chapados... Dessa forma, o vereador (eleito pelo PROS em 2016...) engenheiro e entendido em mobilidade urbana, Ricardo Teixeira pode falar com desembaraço da principal realização de seu mandato: a proibição do consumo de cigarros nos parques municipais... E o ponto culminante de sua fala é o delicado gesto de mandar um beijo a seu eleitorado: “Um beijo no seu coração!!!”...  Arrasou!!!... A performance nas urnas também foi do babado – reeleição com 23.280 votos, o quinto colocado entre os seis eleitos do DEMO...




































REVELAÇÃO – Sérgio Augusto da Cultura (Podemos):   Quem ouve falar em Sérgio Augusto, 61 anos, divorciado, funcionário público municipal, morador da região de Guaianazes, apelidado de Serjão, não vê nada de mais... Mas quando ele aparece no horário eleitoral com o nome de urna Sérgio Augusto da Cultura, defendendo mais cultura e inclusão social na periferia, todos os eleitores prestam atenção em seu slogan, “Juntos Podemos Mais”... O destaque, entretanto, foi menor nas urnas – somente 853 votos, o 54º colocado no partido de Renata Abreu... 




























































VIRA-CASACA – Todd Tomorrow (PDT): Bruno Vieira Maia, mais conhecido como Todd Tomorrow, formado em relações internacionais e militante da causa LGBT, ficou conhecido por sua atuação no PSOL, onde foi assessor parlamentar, candidato a vereador em 2016 e deputado estadual em 2018, quando chegou a ser agredido durante a campanha... Em junho deste ano, auxiliado por Heloísa de Carvalho, filha do filósofo Olavo de Carvalho, Tomorrow descobriu o paradeiro de Fabrício Queiroz, o ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, que estava escondido na casa do advogado Frederick Wassef, na região de Atibaia... Na ocasião, ele e Heloísa fizeram uma foto em frente ao imóvel brindando com uma taça - de suco de laranja... Gesto que repetiu em sua participação no horário eleitoral... Um mês antes, porém, ele se filiou ao PDT... No Instagram ©, disse que mantinha a lealdade aos amigos e aliados que fez no PSOL... Porém, afirmou que o PDT vive um momento parecido com o do antigo partido em 2014, e que  na nova agremiação poderá fazer a diferença para enfrentar com urgência os políticos que atacam com seu discurso a ciência e a democracia no Brasil... Em resumo, trocou Guilherme Boulos por Ciro Gomes, uma reviravolta afrontosa... Nem tanto na eleição, já que ele foi o sexto colocado entre os candidatos do PDT (1.721 votos), que não elegeu nenhum vereador...  









































COADJUVANTE – Andressa Pires, filha de Dinei (Republicanos):  A redução do tempo de propaganda eleitoral tem cortado dramaticamente o elenco de apoio dos programas dos partidos... É cada vez mais raro ver apresentadores e atores de esquetes... O personagem que era comunista e bolsonarista na campanha de Márcio França e os bonecos nas campanhas de Guilherme Boulos e Joice Hasselmann são honrosas exceções... Um grupo que sobrevive é o dos presidentes de partidos, mas estes infelizmente apenas tomam o preciso e escasso tempo destinado aos candidatos a vereador... Afinal, para cada Dra. Thelma Ribeiro há cem delegados Olim... Ciro Gomes, Eduardo Jorge e Luis Inácio também cumpriram a tarefa de apresentar os concorrentes de PDT, PV e PT...  O PSOL lançou mão de um expediente que durante um bom tempo foi o centro de uma disputa particular entre PSDB e PT: depoimentos de artistas... Cachorros e crianças tiveram também  já tiveram seu auge há uma década atrás... Alguns candidatos ainda aparecem ao lado de seus doguinhos, como Matheus Mafepi (PL), Thayz Martinez (Cidadania) e Eduardo Roz (PROS), porém a vencedora  dessa categoria está inserida na estratégia de recrutar o "supporting cast" no seio da família... O jogador de futebol, quando atua, pode ser questionado ou não, mas quando ele entra na política é sempre visto com muita desconfiança... Claudinei Alexandre Pires, o popular Dinei, que já foi candidato em eleições anteriores, procurou driblar as críticas feitas aos futebolistas candidatos (como a pouca fidelidade partidária, já que ele foi candidato em 2012 pelo PDT e em 2018 pelo Solidariedade...) colocando Andressa a seu lado para traduzir sua fala em linguagem de sinais, demonstrando que quer trabalhar forte pelos portadores de deficiência auditiva, como a filha... Um diferencial importante dentro das inserções do Republicanos, onde os candidatos precisavam dividir espaço com um enorme retrato de Celso Russomanno – no PTB, partido do vice, Marcos da Costa, o “concorrente” era a Ponte Estaiada da Marginal Pinheiros... Ainda assim, Dinei não foi além do décimo-sexto lugar entre os representantes de seu partido (que elegeu quatro vereadores), com 2.960 votos... Nessa mesma linha, Thammy Miranda (PL) disputou sua segunda eleição aparecendo no horário eleitoral ao lado da mãe, Maria Odete de Brito Miranda, mais conhecida como Gretchen... Nesse caso, com um resultado mais proveitoso, já que Thammy foi o candidato mais votado do PL, com 43.321 votos... 













































TROFÉU CATHO ® - Doutor Bactéria (PSD) e Fábio Arruda (PSL):  Caso concorressem apenas policiais ou militares, a escolha nessa categoria seria bem complicada, pois há muita gente querendo mudar de emprego nesse segmento: Major Palumbo e Sargento Janethe (PP), Major Costa e Silva e Major Ventura (PTB), Delegado Palumbo e Delegado Marçal Honda (MDB), Coronel Coimbra, Sargento Paulo, Policial Lucélia do Proerd, Tenente Coimbra, Tenente Breno Freire, Subtenente João Marcelo, Coronel Velozo, Coronel Castro e Major Cardoso (PSL), Delegada Mônica Gamboa (Podemos),  Cabo Lígia (PL) – que aparecia fardada ao lado da deputada federal e policial militar Kátia Sastre, do mesmo partido – Capitão Silva Rosa (DEMO) – com direito a “esculacho” em suspeitos, no estilo que consagrou Sastre em 2018, em flagrante desrespeito a legislação eleitoral -  Capitão Laroca (PSB), Coronel José Roberto (PSDB), Cabo Regina (PATRIOTA), Coronel Salles (PSD), Cabo Máximo – que também burlou a lei mostrando  cenas de uma ação policial onde matou assaltantes na região do Morumbi - Sargento Alexandre e Policial Tobia (Avante) e Bombeiro Queiroz (Solidariedade)... Ao todo, foram 65 policiais militares e membros das forças armadas... Nenhum deles se elegeu... Dois policiais civis conseguiram vaga na Câmara, mas esses já tinham se reinventado, um como “digital influencer” e o outro como apresentador de televisão...  Representantes de outras categorias profissionais também buscaram uma recolocação no mercado de trabalho: Repórter Carlos Cavalcante (Republicanos), Diretor Goiabinha (Progressistas), Kelly do Basquete e Kid Bengala (PTB), Bananinha  Maluco(MDB), Diretor Elias Júnior (PSL)  - “dos filmes da ROTA” - Ernesto Teixeira (Podemos) – intérprete dos sambas-enredo da Gaviões da Fiel no Carnaval – Leiliane Mulher Maravilha (PL) – “dia 11 de fevereiro de 2019, em um grave acidente, eu salvei o seu João, caminhoneiro, mas o jornalista famoso eu não consegui” - Eli Corrêa e Gari Ester Lopes (DEMO), Renata Falzoni (PV), Diego Hypólito (PSB), Neném (PROS)...  Com exceção de Eli Corrêa, que literalmente deu um baile nas urnas, nenhum desses postulantes a uma nova colocação profissional se elegeu... Carlos Cavalcante teve 7.364 votos... Diretor Goiabinha 775 votos... Kelly do Basquete 464 votos... Kid Bengala 956 votos... Bananinha Maluco 922 votos... Diretor Elias Junior 6.230 votos...  Ernesto Teixeira 3.450 votos...  Leiliane Mulher Maravilha 2.711 votos...  Gari Ester Lopes 3.099 votos... Renata Falzoni 26.078 votos...  Diego Hypolito 3.786 votos... Neném 827 votos... Mesmo figuras conhecidas na internet mostraram insatisfação com seu atual emprego, casos do “digital influencer” Felipe Beccari (PSD), Cleber Jacob (PSD), do site São Paulo da Depressão e a “influencer” Mylene Tubero (Podemos), da página Poderosas de Batom – e só Beccari se elegeu...  Falando em reposicionamento, o PSD, concorrendo com candidato próprio à prefeitura de São Paulo,  teve uma excelente chance de fazer uma campanha com personalidade própria... Infelizmente, da parte de Andrea Matarazzo, o que se viu foi uma campanha pouco empolgante, apesar do candidato ter atirado em todas as direções... Num momento, enfatizava as realizações como secretário municipal e subprefeito, como a urbanização de favelas... No outro, partia para o discurso de ordem, dizendo-se o Xerife da Cidade, vide Lei Cidade Limpa e Operação Delegada... Também teve seus rompantes de negação da política, como no desabafo que serve de epígrafe ao texto de apresentação dos vencedores do prêmio, porém houve uma altura em que chegou a apelar para o sobrenome familiar ao prometer a recuperação da economia da cidade... Algo que com a candidatura a vereador de Chiquinho Scarpa dava um jeitão burguês a campanha, e todo mundo sabe que quem bate cartão não vota em patrão... Nas inserções dos candidatos a vereador, os cenários eram em cores chapadas, as mesmas do partido, verde, amarelo e azul... No caso de um dos vencedores desta categoria, o plano de fundo era verde... O biomédico Roberto Martins Figueiredo ficou conhecido por sua participação no quadro “Tá Limpo”, do “Fantástico”, onde ganhou o apelido de Doutor Bactéria por alertar sobre os riscos de contaminação provocados pelos micro-organismos existentes em alimentos e objetos de uso cotidiano... No horário eleitoral, Doutor Bactéria declarou que a pandemia de Covid-19 fez ele perceber que poderia fazer mais pela saúde das pessoas caso entrasse para a política...  Tanto que sua principal proposta de campanha foram leis sobre saneamento básico e medidas de prevenção e fiscalização em saúde... Pandemia à parte, Doutor Bactéria foi apenas o oitavo colocado entre os concorrentes do PSD (3.569 votos), partido cujo campeão de votos (e terceiro colocado no geral) foi justamente o “digital influencer” focado em proteção animal (98.717 votos)...


Fábio Luciano Moura Arruda, que declarou ao TRE ser ator e diretor de espetáculos públicos, ficou conhecido como consultor de etiqueta, autor de vários livros sobre o tema (“Chique & Útil”, “Etiqueta Não Tira Férias”, “Sempre, Às Vezes, Nunca”...), e por suas participações televisivas, principalmente em duas edições de “A Fazenda”, em 2009 e 2017... Em ambas, teve uma breve participação, sendo mais lembrado pelos embates com Théo Becker – que apelidou de “demente” – e Dinei – que por coincidência, também é candidato a vereador em São Paulo... Falando em Théo Becker,  o ator costumava dizer no confinamento na região de Itu que Arruda era “um nada” – e tinha um bafo terrível...  Criticas que com certeza tiveram grande influência na decisão de mudar de emprego e tentar a carreira política... No horário eleitoral, propôs a criação de creches para idosos e se comprometeu a apoiar o setor de eventos – do qual faz parte – e a classe dos taxistas... Isso apesar do PSL ter em sua chapa um representante sindical dos motoristas de táxi – Salomão Pereira – e o motorista de aplicativo Alan Quintas, e cujo principal compromisso de campanha era ser “posição” ao vereador Adilson Amadeu, do DEMO, que em 2018 apresentou um projeto de lei que limita o número de veículos de aplicativos em São Paulo... Ainda no setor dos motoristas, o PATRIOTA tinha Marlon do Uber, um defensor da livre iniciativa que acredita no poder dos vereadores para reajustar os preços do aplicativo, defasados há seis anos... Fabio Arruda alcançou a modestíssima 41ª posição entre os candidatos do PSL (809 votos), menos que Alan Quintas (2.963 votos) e Salomão Pereira (1.344 votos)...  A “posição” a Adilson Amadeu (reeleito com  30.549 votos, terceiro colocado no DEMO...) terá de ser feita por Marllon do Uber , terceiro colocado entre os candidatos do PATRIOTA (25.643 votos)... 
















































(NOVIDADE!!!) PRÊMIO BUSER ® - Luciana Trindade e Coletivo São Paulo Inclusiva (PSB): Esta campanha marcou a consolidação das candidaturas coletivas, ainda que a Justiça Eleitoral insista em fazer registros individuais... Os coletivos se espalharam por vários partidos:  Mandato Progressista e Wesley Periferia Ativa Búfalos(PDT), Direito a Cidade (PT), Bruno  do Todos pela Acessibilidade (PSDB), Elaine do Quilombo Periférico, Nós Juntas Mulheres Sem Teto e Zé Nildo Com Coletivo Direito Pra Quem??? e Bancada Feminista (PSOL)... Para efeitos legais, o coletivo São Paulo Inclusiva foi representando por Luciana Trindade de Macedo, portadora de distrofia muscular congênita, que em 2018 candidatou-se sozinha a deputada estadual... Desta vez, a defensora dos direitos das pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, esteve acompanhada de outros cadeirantes, que depois da fala da candidata se movimentavam até se juntarem a ela e se apresentarem como o Coletivo São Paulo Inclusiva, porque mais do que nunca, a união faz a força...  Dois coletivos conseguiram um lugar na Câmara Municipal, ambos do PSOL: Silvia Ferraro da Bancada Feminista (46.257 votos) e Elaine do Quilombo Periférico (22.742 votos)... Luciana e o São Paulo Inclusiva, porém, tiveram só 2.177 votos, ocupando a décima-terceira posição entre os candidatos do PSB, que elegeu, digo, reelegeu o polêmico Camilo Cristófaro e o Mestre Eliseu Gabriel...












































(NOVIDADE!!!) O PROFESSOR – Professor Oberto (PSB): Realmente, a categoria dos professores é indispensável para a formação de todos os profissionais dos mais diversos ramos de atividade, e é natural que eles tenham muito a ensinar quando entram para a política... A nova categoria deste prêmio teve um número razoável de concorrentes:  Professor Jorge e Professor Xikão (PT), Professor Cláudio Paranhos e Professor Toninho Beraldo (PSL), Professor Cláudio Fonseca (Cidadania), Professor Eliseu Gabriel (PSB), Professor Roberto Carlos e Professor Elias Mascena (PSOL), Professor João Carvalho Fio e Professor José Valdene (PC do B)... Mas apenas um docente compareceu no horário eleitoral vestindo jaleco e com um slogan afiado, “Vote Certo, Vote Professor Oberto” – Guilherme Oberto Rodrigues, professor de graduação e pós graduação em técnicas radiológicas, e pesquisador na área de saúde, também sua maior prioridade, conforme os vídeos postados em seu canal no Youtube ®... O que não permitiu ir além de 1.187 votos e a 22ª colocação entre os candidatos do PSB a Câmara...


































































AUSENTE – Marta Suplicy: A ex-prefeita de São Paulo, que não se reelegeu em 2004 e tentou voltar ao cargo em 2008 e 2016, filiou-se ao Solidariedade em abril, tentando mais uma candidatura a prefeitura, mas o partido decidiu apoiar Márcio França, do PSB, e ela deixou o partido, declarando apoio a Bruno Covas, do PSDB... Dessa forma, o horário eleitoral ficou sem uma candidata que sempre foi uma forte concorrente na categoria Pior Jingle, com suas composições infames, premiadas em 2008 (“Deixa a Marta Trabalhar”...), 2010 (“Vote Marta 133”...) e 2016 (“Foi a Marta que Fez”...)... Outra ausência a se lamentar é dos partidos que não tiveram direito a tempo no rádio e na televisão devido à clausula de barreira... Que excluiu do horário eleitoral da cidade de São Paulo nada menos que quatro candidatos a prefeito:  Vera Lúcia (PSTU), Marina Helou (REDE), Levy Fidelix (PRTB) e Antônio Carlos (PCO)... 

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