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| Com ônibus, duas baldeações no Metrô (Linhas C, A e B) e caminhada, seguimos do aeroporto (LAX) até o hotel... |
O voo 8086 da LATAM pousou no Aeroporto Internacional de Los Angeles, o LAX, às 6h32, ao iniciar a aterrissagem, o comandante informou que a temperatura na cidade era de 11 graus, nosso celular da Samsung até travou e reiniciou, mas o “roaming” internacional funcionou perfeitamente, ajustando o relógio à hora local, a mulher que via o filme “Inteligência Artificial” na poltrona da frente assistiu o filme até o fim, mesmo com a aeronave já em terra, esperei o passageiro do lado sair para desembarcar, me despedi das aeromoças, os passageiros para São Paulo já estão no “finger” ou estamos imaginando coisas, o lugar estava lotado, porém o saguão que vinha logo depois permanecia vazio, suas grandes dimensões e a ausência de pessoas nos lembraram os cenários do filme, a mesma sensação de quando comparecemos na imigração, vimos o aviso e guardamos o celular no bolso para não fazer fotos, na verdade enquanto esperamos não usamos nem o WhatsApp... A viagem começou com um Uber que demorou seis minutos, pediu código e custou bem mais que o previsto, a estimativa era 47,90 reais, a viagem ficou 96,91, saí de casa 18h04 com o Heles, que dirigia um gol cinza e usava boné e camiseta azul, apesar de ter perguntado, já na Marginal do Tietê, se eu preferia ir do Tatuapé a Cumbica pela Ayrton Senna ou pela Dutra, a gente optou pela Ayrton, ele mesmo disse que não ia ter muita diferença, congestionamento mesmo, só no acesso à rodovia Hélio Smidt, chegamos na entrada do “check-in” F do Terminal 3, o da LATAM, às 18h55, a previsão do aplicativo era 18h50... Fomos até a entrada da fila Premium, falaram para a gente ir nos totens para imprimir o cartão de embarque, a orientadora encaminhou a solicitação e foi ajudar outro passageiro, tirei a etiqueta de bagagem, tinha gente na frente, inclusive um cadeirante, ela colou a etiqueta como se deve, passo por uma delegação chilena, vou para o Raio-X, andando adoidado, penso que nos Estados Unidos é pior, isso porque o estadunidense que viaja a trabalho, usando camisa polo da firma, se queixa de ter que colocar o laptop numa bandeja à parte, da nossa parte, tranquilo, boné, relógio, celular e chaves numa bandeja, netbook na outra, um computador portátil que peguei com a minha mãe, não quis levar meu laptop para ter uma preocupação a menos na viagem, nesse caso, o acesso à internet via Wi-Fi, e a terceira para a mochila da HP que comprei na Kalunga, bastante coisa, ainda bem que não usamos cinto nem tênis com cadarço, a mala está pesando 8,8 quilos, na volta será bem mais, digo... Passo pelo freeshop depois do raio-X do Ademar e do Suetônio, personagens de Nelson Freitas e José Santa Cruz no “Zorra Total”, pensamos neles porque num grupo de WhatsApp que frequentamos falaram em outro personagem do saudoso humorístico global, o taxista Frota Passos Dias Aguiar, interpretado por Chico Anysio usando peruquinha, Havaianas que no supermercado são mais em conta, Senna, Ypioca, Hudson News, M&M’s com os doces na cabeça, também já vi um desses no mercado perto de casa, Carolina Herrera, Chanel No 5, Lancome, Ralph Lauren, grife que certa vez fez um anúncio com uma loira que imitava o olhar de Che Guevara na foto clássica de Alberto Korda, quase uma previsão do que nos reserva o segundo mandato de Donald Trump, digo, Ode a Alegria, ou melhor, Anya Taylor-Joy anuncia a Dior, enquanto o pessoal da fila do “lounge” da Visa, o que é anunciado por Bruno Gagliasso e Fernanda Paes Leme parece lhe prestar reverência, ignoro o “lounge” da Nomad e a mulher de cintura fina para ver no totem de informações que ainda não saiu o portão do nosso voo... Acomodei-me próximo aos portões 307 e 308 às 19h30, vejo o celular, posto no Instagram (C), a sala de espera esvazia enquanto anoto no "diário do Zacarias", essa a gente deve ao nosso humorista e fornecedor de DVDs, o Pancada, inspirado em um quadro antigo de "Os Trapalhões", cerca de 50 minutos depois, decidimos ir ao banheiro, melhor dizendo, ao “Banheirão da Band”, lembrando um comentário nosso no grupo de mídias perdidas do Facebook ©, o sanitário mais próximo estava lotado, passamos pelo Friday's, que não vamos há algum tempo, o mais próximo de casa, o do Center Norte, fechou, e ano passado em Los Angeles, o do Knott's Berry Farm não estava aberto, achamos o que procurávamos junto aos portões 321 e 322, até os mictórios estavam cheios, damos boa noite ao faxineiro na saída, antes de entrarmos ele havia acabado de dar um talento nos sanitários, fico ali perto do embarque do voo da Delta para Nova Iorque, devo dizer que estamos viajando sozinhos, penso em quem poderia estar nos acompanhando e finalmente, às 21h15, surge na tela a informação que meu voo partirá do exatamente do portão 322... A temperatura é de 20 graus, porém mesmo com o ar-condicionado do aeroporto, o agasalho ainda não faz falta, como não deve fazer no outono da Califórnia, de dias ensolarados e ventos gelados, observo as pessoas ao redor, o sósia do Joe Biden, chineses, casais com crianças pequenas, vou fotografar o avião, um Boeing 787, por algum motivo pensei que o voo fosse sair no portão 332, escondido em meio a uma reforma, depois do hot-dog, do Subway e da Casa do Pão de Queijo, mas vai ser no 322 mesmo, volto, entro na fila do Grupo 4, dou boa noite a Johnson Junior, que pergunta se ficamos longe da mochila e se levamos líquidos, a resposta é "não" para as duas questões, a moça que fez o despacho da nossa bagagem chamava-se Rachel, agora reparamos em nossos colegas de fila, o casal jovem, a garota de cabelos castanhos com passaporte armênio rindo do “ioiô” que um bebê leva no carrinho de outra passageira, a baixinha que precisou de ajuda para levar sua mala de mão, uma versão ruiva da Gabriela Priolli gravando chamada de vídeo para dizer que gastou “500 mil” no Friday’s porque não conseguiu acessar a sala VIP do seu cartão de crédito... Embarque pelo “finger” é outra coisa, dá até para fotografar a plaquinha do avião, o rapaz alto de bigodinho fino e cabelo escovinha está impaciente com o senhor de camisa branca que tenta colocar a mala no bagageiro acima do assento, pois vai ficar logo depois dele, passamos por uma família chinesa e chegamos a nossa poltrona, 40 L, janela, às 22h34, acho que nunca afivelamos o cinto tão rapidamente, alguém comenta após o aviso de reabastecimento, “então é por isso que este é um país de terceiro mundo”, ignoro o contexto, confiro os filmes e séries do LATAM Play, que reúne Max, Paramount e Valdisnei +, o reabastecimento termina 22h55, hora de ligar o modo avião do celular, o piloto avisa que o tempo é bom e o vôo deve durar 11 horas e 59 minutos, tem comissária que fala chinês e outra que é fluente em italiano, entra o vídeo com os avisos de segurança, na LATAM eles são dados durante uma viagem pela América do Sul, saudades da baixinha, uma comissária que estrelava uma versão anterior, quando o avião começa a taxiar na pista, às 23h27, uma criança começa a chorar, a passageira na frente assiste “Para Vender a Lua”, filme que tenta fazer graça com o terraplanismo ao contar a história da filmagem em estúdio de um “estepe” para o caso da viagem da Apollo 11 não chegue a seu destino, mas no fundo é um veículo para a Scarlett Johansson, a gente deixa pelo episódio de “Uma Família da Pesada” viaja de carro para fugir dos funcionários da Blockbuster que exigem a devolução de um DVD, param numa cidadezinha onde todos os moradores usam boné “Make The America Great Again” e são socorridos por drones da Amazon, os cortes são excelentes, o episódio completo nem tanto, e então decolamos às 23h45... Decidimos assistir “Young Sheldon” depois do jantar, porque como diria o saudoso Silvio Luiz, o serviço de bordo está aí, para nós ele chegou um pouco depois das 0h50, quanto tocou o alarme do nosso relógio do Silvio Santos comprado no site da Jequiti, temos nhoque, peixe com quinoa e frango com batatas, opção que escolhemos, um copo de Coca Zero, pedimos gelo, biscoitos SP, talheres de madeira, uma confusão atrás da gente, “respect the crew!!!”, as bandejas são recolhidas 1h25, que tal dormir, a soneca dura até a turbulência das 3h10, uma hora depois fomos ao banheiro, com “escala” na “cozinha” do avião, onde pegamos dois copos de água e um de suco Del Valle antes do “suga-suga” do sanitário, na volta eu vi “Young Sheldon”, vale pela ironia com o mito da “criança genial”, a relação entre mãe e filho é central na série, mais ainda no episódio que assistimos, onde um tenta resolver os problemas afetivos do outro depois que o professor de matemática de Sheldon se apaixona loucamente por sua avó, o pai e os irmãos também contribuem, ele inclusive faz com a esposa aquela dobradinha típica das “sitcoms” estadunidenses, “mulher estressada, homem tranquilão”, porém aqui ficaram com tramas secundárias, mais ou menos como em “Os Simpsons”, que Bart e Homer alternam-se no protagonismo das histórias, com Marge e principalmente Lisa em segundo plano, agora nem tanto, ela costuma ser o centro dos episódios que falam do futuro da família, cada vez mais comuns numa série que está no mesmo lugar há 35 anos, emendamos com “Meu Malvado Favorito 4”, em que Gru enfrenta um colega de turma da Escola de Vilões, Maxime Le Mal e os Minions cavam um “gag” ao final de cada linha do roteiro e chegamos a “Os Farofeiros”, roteiro de Paulo Cursino, direção de Roberto Santucci, tem quem odeie, mas até que apreciamos essa comédia com Antônio Fragoso, Cacau Protásio, Charles Paraventi, Daniele Winits e Ronaldo Manfrini, mais conhecido como Paulinho Gogó, atualmente contando história na falta de dinheiro em “A Praça é Nossa”, que o Pancada grava toda semana para a gente, claro que gostamos mais da viagem no ônibus da Viação Urubu Marrom, embarque filmado na Rodoviária Novo Rio, do que da estadia na Bahia, aí o filme ficou parecendo “Turma da Mônica Origens”, aquele que a Louise Cardoso faz a Mônica na terceira idade esquecendo que conheceu o Cebolinha, o Cascão, a Magali e a Milena numa viagem a Poços de Caldas, e reclamar que a Milena entrou para a turma muito depois de sua criação é coisa de “otaku” que sabotou o filme da Turma da Mônica Jovem porque chamaram a Poliana da novela do SBT para interpretar a personagem-título, deu tempo de vermos os trailers de “Minha Irmã e Eu”, com Ingrid Guimarães e Tatá Werneck, e “Guerra Civil”, onde Wagner Moura interpreta o Capitão Nascimento estadunidense... Ops!!!... Faltam quatro horas para o pouso, tiro mais uma soneca, o passageiro no assento do corredor, a poltrona do meio estava vazia, até usou o cobertor, o café da manhã foi servido duas horas depois, pão ciabatta com queijo e presunto, bolo de cenoura, salada de frutas, o dia amanhece na janela do avião, mais uma ida ao banheiro, a passageira da frente começa a ver “Inteligência Artificial”, que no fundo é a releitura de “Pinóquio” na visão de Steven Spielberg, não tem nariz crescendo, mas, enfim, os cenários nos vieram a mente quando percorríamos os saguões do aeroporto de Los Angeles para chegar até a imigração... A fila não estava grande, enfrentamos de boné na mão, olhando para o piso de granito com brilhos, nada daqueles carpetes dos aeroportos da Flórida, na nossa frente, dois chineses, atrás da gente, pai e filho topetudos, como diria o policial Wiggum, o filho com uma mecha branca, além de um atleta gaúcho de parapente, ao chegar no posto de Ramires, um barbudo de óculos, tive de ouvir, “da próxima vez, espere a chamada na fila”, como eu disse “good morning” e “buenos dias” ao mesmo tempo, ele fez as perguntas em espanhol, quantos dias, onde a gente vai, “vai no Valdisnei sozinho, tem algum amigo aqui???”, perguntou se eu trouxe alguma comida ou líquido na bagagem, claro que não, até as bolachas dos Minions, que pensei em levar, deixamos em casa, fica para quando o Pancada for lá em casa, no mês que vem, perguntou no que eu trabalhava, “periodista”, e então fui liberado às 7h23, fui ao banheiro pensando no Homer Simpson em passagem pela Austrália, “doce terra da liberdade”, desci a escada rolante, temos de pegar a mala na esteira 10, já tinha sido retirada, passei pelo cartaz com o letreiro de Hollywood, a vistoria do cachorro, e por fim, a saída do aeroporto, chegamos muito cedo, então decidirmos ir de metrô, também porque pelas nossas contas, a viagem no Uber iria custar 37,97 dólares...
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| Metrô corre em elevado, via segregada das highways, no nível da rua e em túneis para chegar a Pershing Square... |
Tomamos o ônibus até o metrô na segunda tentativa, às 7h44, a motorista negra vai anunciando as paradas, o percurso tem hangares e estacionamentos, chegamos na estação Aviation Boulevard, da linha Green (Verde...) às 8h01, do lado oposto ao local de desembarque, estão parados alguns ônibus urbanos de linha de Los Angeles, nas cores azul e cinza, um deles está adesivado com o anúncio do filme “Emilia Perez”, o grande concorrente da produção brasileira “Ainda Estou Aqui” na disputa do Oscar © de Melhor Filme Internacional, numa máquina próxima das escadas de acesso a plataforma, compro numa máquina o cartão TAP por 2 dólares, mais 18 dólares de créditos, a passagem custa 1,75 dólar, subo até a plataforma, que tem uma “sala de estar” com poltronas e sofás pé-de-palito feitos de concreto, bem anos 1950, pouca gente esperando o trem, basicamente latinos e negro, o trem para Norwalk chega 8h23, é cinza com uma faixa amarela, na verdade, está mais para “light rail”, ou seja, um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), a estação é elevada, porém logo o caminho passa a ser na superfície, em via segregada, bem no meio das autopistas, a “infinita highway” do Engenheiros do Hawaii, na estação que dá acesso ao SoFi Stadium, onde o Brasil jogou na última Copa América, um cara entrou com o cachorro, às 8h38 descemos na estação Willowbrook / Rosa Parks, uma homenagem a passageira de ônibus que deu um passo decisivo na luta contra a discriminação racial nos Estados Unidos, em meio ao barulho ensurdecedor dos carros na via expressa, demoramos um pouco para perceber que precisaríamos pegar o trem da linha Blue (Azul), em outra plataforma para chegar até Dowtown LA, a região central de Los Angeles, onde tem até uma passagem de nível, a famosa “porteira”, embarcamos em outro VLT às 9h08, com dois guardas no interior do carro, um branco de bigode e um negro, havia uma mulher negra sentada que se escondia debaixo de um cobertor, só dava para ver a cabeça, ou melhor, a peruquinha, e um latino que parecia o Yudi Tamashiro, sem Playstation, deitado no banco, ora dormindo, ora comendo pão, como a janela era adesivada, tivemos de mandar mensagens no WhatsApp para nós mesmos sobre a paisagem que avistávamos em cada estação, 103 St Watts Towers Firestone, pequenas casas térreas de madeira com gramado na frente e carros na garagem, o típico subúrbio de Los Angeles, Florence, Iglesia de Cristo Chama de La Santidad, Stavsow, pátios industriais e garagens, Vernon, a esquerda, galpões e trailers, a direita, mais casinhas de madeira, Washington, indústrias, moradores de rua e um negro que entrou usando um moletom com a estampa de Donald Trump marcado com um sinal na testa e os dizeres, “A Segunda Vinda de Cristo”, pena que não achamos o ambiente propício para fazer um registro, San Pedro, fábricas e comércios mexicanos, Grand, corte de justiça, colégio e “homeless”, Pico, grafites e estacionamentos, nesse momento, o trem, que trafegava no nível da rua, como os velhos bondes da Pacific Electric, entrou em um túnel, às 9h37 descemos na estação 7Th Street Metro Center, embarcando para Union Station rumo a estação Pershing Square, aqui é metrô pesado, lembra um pouco o do Rio de Janeiro, também pelo tipo esquisito na plataforma, às 9h45 estamos em Pershing Square, parada que leva o nome do comandante das tropas estadunidenses que lutaram na Europa durante a Primeira Guerra Mundial, e que pouco antes levou uma sova de Pancho Villa na fronteira com o México, no mezanino os alto-falantes tocam música clássica, como se fosse em Moscou, porém o “design” do ambiente lembra Tóquio, chegamos à praça, moradores de rua, um casal e o negro algo levando um cachorrinho, o acesso é bem em frente ao prédio com um grafite de Kobe Bryant na fachada, ou seja, a entrada dos fundos do Biltmore Hotel, onde vamos ficar hospedados, é do lado oposto, depois de uma praça de arquitetura moderna, algo como a Praça da Sé em São Paulo, entramos pela frente, pegando uma rua transversal, embora já tenhamos passado pela outra entrada num “city-tour” a pé que fizemos no ano passado, a porta dá acesso a um salão de refeições em estilo eclético, lembrando o interior de um castelo ou a nave de uma catedral, na medida do possível, fotografando os ônibus pelo caminho, pois estávamos levando nossa mala... Chegamos na recepção do hotel às 9h57, uma suntuosidade que remete ao filme “Esqueceram de Mim 2”, que foi rodado no Plaza Hotel de Nova Iorque, mas Donald Trump não está aqui, apenas é mencionado na manchete de jornal que fala sobre a formação do gabinete do presidente eleito, nos sofás, a tripulação toda da LATAM, sou atendido por um barbudinho chamado Miguel, sugeriu que eu fizesse um “early check-in” por 100 dólares, entreguei-lhe o cartão de crédito, “já é!!!”, recebi o cartão do quarto 843, atravessei o corredor com decoração em estilo neoclássico que dá acesso ao salão de festas e o bar do hotel, com um grande quadro mostrando os convidados de um jantar de entrega do Oscar realizado no local, sim, parece com aquele do filme “O Iluminado”, subimos no elevador da Westinhouse, onde demoramos um pouco até descobrir que precisa usar o cartão do quarto para a cabine se movimentar, no oitavo andar, encontramos uma máquina de Coca-Cola no corredor, antes de entrarmos no quarto, novamente por meio do cartão, fomos direto abrir a janela e descobrimos que o quarto é nos fundos, com vista para um pátio cercado por paredes de tijolos aparentes, por um instante, pensamos em pedir outro quarto, imaginando se a agência ou o próprio hotel fez a escolha, mas quer saber, dane-se, o hotel é um luxo só, basta manter a janela fechada, os corredores estão repletos de cenas de filmes e séries que tiveram o estabelecimento como locação, Taylor Swift esteve aqui gravando o clipe da música “Delicate”, o quarto tem quatro abajures, poltrona em estilo clássico, cama macia, ar-condicionado perfeito, não temos o que reclamar, fomos até o sexto andar pegar Coca Zero, porque a máquina do oitavo andar estava “Sold Out”, recebemos até uma Sprite que não pedimos, finalmente, às 10h30, pude me considerar acomodado no hotel, vou fazer umas anotações, postar no Instagram © sobre a viagem e a chegada em Los Angeles e tomar um banho, recebemos um telefonema da gerência do hotel às 12h10, “everything are ok in our room???”, respondo que sim, está tudo certo, claro que não mencionei o fato do quarto ser nos fundos, mas, enfim...
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| Sábado à tarde, em meio a uma agitação como a do Mercadão de São Paulo, saboreamos um House Chow Mein... |
Tomamos banho e percebemos que a cortina do chuveiro não ia até o final da banheira, então a água respingava para fora, alagando o chão do banheiro com interruptor de luz “vintage”, detalhe que fizemos questão de fotografar, às 12h45 vamos almoçar no China Cafe do Central Market, aproveitamos a caminhada para fazer umas fotos melhores do hotel e dos ônibus de Los Angeles, os bares, lanchonetes e restaurantes fazem com que a atmosfera do local lembre a do Mercadão de São Paulo, e está lotado, com fila para pedir com as atendentes hispânicas do China Café, na frente um pai de boné e suas filhas adolescentes, pedimos um House Chow Mein, equivalente chinês ao yakissoba misto japonês, com camarão, carne bovina, suína e de frango, com salsa de chile, pimenta forte, o molho de soja do ano do cavalo (2026...) e uma sopa de missô quentinha, pegamos também duas Cocas Diet com o Papai Noel nas latinhas, vamos levar de lembrança, o homem hispânico ao nosso lado pergunta em qual estação de metrô sai o trem para Hollywood, mostrei no mapa offline que baixei no celular, Pershing Square, tem um acesso do outro lado da rua, estava com a esposa, ele comeu todo o seu prato, ela não, meu almoço custou, com a bebida, 17,45 dóláres, o preço de dois yakissobas mistos no Brasil, saímos do mercado, atravessamos a rua e fomos no Angel’s Flight, o funicular de Bunker Hill, bondinho de madeira, pensamos em filmar a subida, mas não ficamos num lugar bom, aí no alto, depois de pagarmos um dólar pela subida, resolvemos fazer uma sequência fotográfica da descida, e um casal de chineses nos cedeu um lugar bem na frente, pagamos mais um dólar pela descida e ganhamos o bilhete de recordação, pensamos em ir no Los Angeles Memorial Coliseum, o estádio que recebeu a abertura dos Jogos Olímpicos de 1984, e receberá em 2028, porém o tempo não estava bom, garoa fininha, o dia da chegada é para descansar, podemos ir durante a cena, o que não impede de comparecermos no Walmart mais tarde, entramos no hotel pelo salão de refeições e ouvimos uma recomendação do segurança, naturalmente em inglês, mas que traduzimos mentalmente de pronto, “não fotografe o salão quando houver pessoas no local, por favor”, e voltamos para o quarto em seguida... Pegamos às 15h45 uma Coca Diet na máquina no quarto andar, com Molly Ringwald no corredor, uma cena de “Pretty In Pink”, em português, “A Garota de Rosa-Shocking”, gravada no hotel, nesse filme, James Spader tinha muito cabelo, nem se compara com a série “Lista Negra”, no quarto tomamos uma providência importante, acertar a hora do relógio falante do Silvio Santos, pesquisando na internet do celular, decidimos às 16h15 sair novamente, vimos um Walmart Neighbourhood na César Chávez Avenue, em Chinatown, a 1,6 quilômetro do hotel, tomamos o elevador com uma família uniformizada pronta para ir no jogo do Los Angeles Lakers, pegamos o Uber, não conseguimos fotografar a gravação de um comercial no caminho, chegamos, Burger King de um lado, Subway, 7 Eleven, uma academia e um Papa John’s Pizza, não confundir com “Papa Don’t Preach”, da Madonna, do outro... Aborta a missão!!!... Retornamos ao hotel e lá vamos nós pedir um Uber para o Walmart da Firestone Drive, veio uma Suburban, carro da Chevrolet fabricado desde 1935 e que foi comercializado por alguns anos no Brasil com o nome de Veraneio, ainda que muito usada como camburão de polícia, o motorista é o Hazam, que teve de nos socorrer para colocarmos o cinto, seguimos pelas “higways” ouvindo uma rádio tipo Alpha FM, “Tears In Heaven” do Eric Clapton, “September”, do Earth, Wind & Fire, passamos por regiões industriais, Shultz Steel Co, o inconfundível anúncio da Adriana’s Insurance, o Walmart fica num shopping que também possui um Friday’s, faz tempo que não vamos, são duas entradas, a de Home & Pharmacy, bandeira dos Estados Unidos, confirma o que pensei no aeroporto, pensa no patriotismo dessa gente, fomos para a do Market, o carrinho é um pouco mais difícil de tirar que o dos supermercados da região do Tataupé, em São Paulo, pelo menos o cabo não está quebrado, entre um produto latino e outro, molho de pimenta, jalapeños, tacos, não achamos lanchinhos iguais àqueles que tanto sucesso fizeram em nossos cafés da manhã em Anaheim, nenhum tinha ovo, Coca Zero foi fácil de achar, tinha Sprite Zero também, porém não levamos, nada de misturas, encontramos os sanduíches numa seção de comidas para comprar e levar, “Grab & Go”, levamos dez sanduíches grandes, um para cada dia de nossa estadia em Los Angeles, os sabores já conhecíamos de Anaheim, passamos tudo no “scanner” do caixa “self-service”, parecido com o que tem, por exemplo, no Supermercado Lopes da Rua São Jorge, no Tatuapé, ou no Sonda do Shopping Penha, só que pudemos pagar com dinheiro, inserindo uma nota de 100 dólares e recebendo moedinhas de troco, indo direto para a saída pedir um Uber, tem um Subway dentro do Walmart, que já foi bom nisso, mas quem vai no Subway hoje em dia???... Voltamos em um Kia Soul, desta vez vimos a fábrica FHC, nesse caso, Frawless Hardware Company, notamos que o caminho é o mesmo da linha amarela do metrô, tomamos nota de algumas músicas que tocaram no rádio, “Don’t Speak”, do No Doubt, clássico tema da temporada 1997 do “Palhação”, “Take On Me”, do A-Ha, vide clipe com Chris Griffin, You Make Me Feel, de Michael Jackson, vemos os anúncios de advogados, inclusive o do time de basquete Los Angeles Lakers, chegamos ao trecho da 5Th Street que passa pelo Skid Row, a área mais degradada do centro de Los Angeles, tomada por barracas de “homeless” em ambas as duas calçadas, o rádio tocando “Shout”, do Tears For Fears, até então o que mais havia me impressionado no caminho era uma garagem de ônibus, e toda essa concentração de sem-teto está a três quarteirões de distância do hotel... Ao chegarmos, disse ao motorista, “Thank You, Muchas Gracias, Muito Obrigado, que somos brasileiros, aqui é Timão!!!”, não sei se ele entendeu, porque o “bellboy” já estava abrindo a porta do “lobby”, além do “chapéu de bico”, ele tem um bigode que o deixa parecido com o Albamerindo, o amigo do Popó, personagem do Jomba, que contracenava com Chico Anysio, sei que acelerei o passo para atravessar a recepção, tem uma festinha casual tipo “Friends” no bar, subir e fui para o quarto, e não é que todos os sanduíches e as Cocas Zero couberam no frigobar???, duas garrafas de dois litros e nove lanches, o décimo separamos para o jantar, Roast Beef And Cheddar, com maionese e mostarda da French’s, Erick Jacquin aprovaria, assim, às 19 horas, a minha questão era, colocar calção para dormir ou usar calça, mais do que isso, temos até roupa de dormir, a camiseta dos 50 anos do Magic Kingdom da Valdisneilândia de Orlando, pegamos a mala no closet e colocamos a roupa, ajustamos o ar-condicionado para 18 graus, o aparelho vai até 16 graus, a sacola que levamos ao Walmart, acostumada aos supermercados brasileiros, desde já está convocada para ir aos parques e estúdios, tudo que a gente quis colocar no Instagram nós publicamos na hora, o Samsung A54 com o passaporte da Claro é excelente, às 19h38, terminada a “janta”, já poderíamos dormir, assim, às 20 horas fomos para a cama...
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| Comparecemos à noite no Walmart para nos abastecermos de certos itens críticos, como sanduíches e Coca Zero... |
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