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Um megashow para 400 mil pessoas na praia de Copacabana, apresentado por Glória Maria, agora vai, Roberto... |
O “Roberto Carlos Especial” de 2010 foi a edição mais recente exibida pelo Viva (em 2021), a emissora prometeu no começo do ano que mostraria todos os especiais do Rei, de 1974 a 2017, porém o canal parou no de 1990, pouco antes de começarem os rumores de que o cantor não teria seu contrato com a Globo renovado e que o especial de 2024, a ser gravado no dia 27 de novembro, no Allianz Chiqueiro, seria o último da série iniciada há anos... Uma situação inimaginável em 2010, quando o Rei realizou um megashow ao vivo na praia de Copacabana, no dia 25 de dezembro daquele ano, ao qual teriam comparecido 400 mil pessoas, com apresentação de Glória Maria, uma “playlist” trazendo a trajetória do cantor de forma mais abrangente, mesmo com Roberto apresentando-se no sacrifício, sentado em um banquinho devido a lesão no joelho em um acidente de moto, duetos com Paula Fernandes, “a star is born”, Bruno e Marrone, Exaltasamba e Neguinho da Beija-Flor, este apresentando o samba-enredo com que a escola de Nilópolis homenagearia o Rei no Carnaval de 2011, inclusive ganhando o titulo na apuração, e falando na cidade da Baixada Fluminense, um das celebridades entrevistadas no gargarejo do show foi Marcius Melhem, o próprio, ai minha nossa... O programa começa com uma panorâmica do palco e do público que ocupam a praia, a orquestra tocando o “medley” de introdução com “Detalhes”, “Rede Globo apresenta”, agora é “As Curvas da Estrada de Santos”, entra o logo do especial, o RC ganhou degraus, ficando com uma aparência de pirâmide, a orquestra toca “Jesus Cristo”, foca no palco, “apresentação Glória Maria, roteiro Rafael Dragaud, direção geral Mário Meirelles Roberto Talma, núcleo Roberto Talma”, a orquestra toca diante de um telão estrelado, o tecladista é focalizado nos dois telões dos lados do palco enquanto trabalha forte na parte instrumental de “Cavalgada”, foca no maestro Eduardo Lages, a orquestra vai de “É Preciso Saber Viver”, Glória Maria fala, “muito boa noite Brasil, hoje é 25 de dezembro, um dia muito especial, primeiro porque é Natal, a festa da paz, mas também porque tem show do Rei, o maior presente que o Rio de Janeiro e o Brasil podiam receber, as emoções desta noite estão sendo transmitidas ao vivo, e já estão começando, e com vocês, Roberto Carlos!!!”, os músicos tocam “Como é Grande o Meu Amor por Você”, o coral acompanha, foca no teclado, “senhoras e senhores, com vocês, Roberto Carlos!!!”, a orquestra vai de “Emoções”, a multidão na praia vibra, Roberto Carlos comparece de blazer branco e camisa azul, muitas Tekpix na plateia, o Rei reverencia o público, põe a mão no peito, segura o microfone, apresenta os músicos, fala, “obrigado, obrigado, obrigado”, sorri, a orquestra para, os espectadores aplaudem, Roberto coloca outra vez a mão no peito e canta, “quandoeuestoueuvivoessemomentolindoolhandopravocêeasmesmasemoçõessentindo”, o público sabe de cor a letra de “Emoções”, de 1981, foca no teclado, o Rei aponta para o palco na parte das “histórias que eu contei aqui” e a citação de “Detalhes” na flautinha, um aceno ao cantar “saudades eu senti partindo”, close nos trompetistas, panorâmicas do palco na praia durante a parte instrumental, close no sax, Roberto abre os braços ao lado do maestro na hora do “eu estou aqui vivendo este momento lindo”, uma vista “discostas” antes do fechamento com o inconfundível gemidinho, “éééhéééé” – o especial foi o último com Roberto Talma na direção geral (ele saiu de cena em 23 de abril de 2015), em 2011, a atração foi substituída pela reapresentação do show “O Rei em Jerusalém”, dirigido por Jayme Monjardim, exibida originalmente em 10 de setembro daquele ano, em compensação, Roberto participou com o elenco da Globo da vinheta de final de ano da emissora... A plateia aplaude com entusiasmo, Roberto Carlos diz, “que prazer rever vocês”, de fato, tem muitas Tekpix no meio da multidão, “mais uma vez aqui no Rio de Janeiro, mas pela primeira vez nesta praia maravilhosa e a mais famosa do mundo, a praia de Copacabana, a gente fala lá fora na praia de Copacabana, todo mundo para, abre a boca, o queixo cai e a gente diz, é assim mesmo” – e perguntam se ele é o Barry Manilow, digo – “olha, quero agradecer ao convite do prefeito Eduardo Paes pra participar dessa festa maravilhosa, que para mim é uma honra estar aqui” – notem as curvas do calçadão no telão – “quero agradecer a vocês pela presença, por essa coisa, por essa emoção incrível, que estou recebendo neste momento” – aquela olhadinha de lado para conferir a “cola” – “e fazer desse show hoje o meu, maior presente de Natal” – a plateia nas areias vibra – “e eu quero dizer pra vocês, eu quero dizer uma coisa” - Roberto puxa um banquinho e senta – “eu essa semana, cheguei a conclusão que depois dos 35 anos motocicleta é uma coisa muito perigosa, delicada” – ajeita o microfone e ri – “e eu por causa de uma motocicleta, hehe, eu estou com uma questão muito delicada no joelho” – colocando a mão no local – “não tá dando pra fazer o show todo em pé, não, hehe”- close na bateria, Roberto se mexe no banquinho – “depois dos 35 anos a gente tem que ter um cuidado, lógico” – close no tamborim do Dedé, mais um “take” “discostas” – “há cinco anos que eu ando de moto, já passei dos 35, com certeza”, e canta “Além do Horizonte”, de 1975, a plateia vai junto, calçadão de Copacabana no telão, close no teclado, o Rei tampa os olhos com as mãos na parte que a música fala em “se amar na relva escutando o canto dos pássaros” (!!!), fazendo em seguida o gesto de que ouviu tudo – as aves cantando, claro – e vem o trecho no qual o Rei mudou a própria composição, “porque você vem comigo, é que isso tem valor, só vale o paraíso com amor”, o público acompanha o “larará” da parte instrumental, “quero ouvir!!!”, bolinhas de árvore de Natal no telão, o coral também acompanha, “porque você vem comigo, é que isso tem valor, só vale o paraíso com amor”, close na fã loira com faixa na cabeça, o Rei faz coraçãozinho com a mão, tome “larará”, outra fã, de Tekpix na mão, segue a multidão e agita os braços, “vocês, agora, vocês”, Roberto faz concha com a mão para ouvir, “agora eu descanso”, a mulher sorridente trabalha forte no refrão, um pouco mais de “larará de Roberto”, foca no homem sem camisa no meio da multidão, então é por isso que o Rei abriu os braços no final – o prefeito citado por Roberto, então no primeiro mandato, acaba de ser eleito pela quarta vez para administrar a cidade do Rio de Janeiro, e Eduardo Paes teve 60,47% dos votos, que coisa, não... Roberto Carlos é aplaudido, recebe uma orientação no palco, o público puxa o coro, “ei, ei ei, Roberto é o nosso Rei”, olha o Copacabana Palace, as pessoas nas areias trabalham forte nas faixas e nas Tekpix, o Rei, que tinha saído do banquinho, volta e comenta, “quando eu vim para o Rio de Janeiro, meu sonho era morar em Copacabana, é verdade” – mexe no blazer – “cada vez que eu ouço dizer lá fora que Copacabana é a praia mais linda, mais maravilhosa do mundo, mas eu morei um tempo aqui, eu fico muito orgulhoso de ver tudo isso e dizer que é do Brasil”, e sem prejuízo de sua residência na região da Urca, Roberto canta “Copacabana Princesinha do Mar”, feita por João de Barro, o Braguinha, e Alberto Ribeiro, gravada em 1946 por Dick Farney, e usada inclusive na trilha da minissérie “As Noivas de Copacabana”, o público também sabe a letra, close no violão, volta o tamborim do Dedé, calçadão no telão, tome vista aérea da praia, aplausos, o Rei retorna a seu repertório com “Eu Te Amo, Te Amo, Te Amo”, vibração nas areias, olha a mão no joelho, e que vai para o ouvido na parte do “vou telefonar dizendo, que eu estou quase morrendo de saudade de você”, close na guitarra e no sax, Roberto abre os braços para ouvir o refrão cantando pela multidão, olha o sax de novo, notem as flores posicionadas abaixo da estante de partituras, foca no prato da bateria, uma bandeira do Fluzinho na plateia, o homem é Vice, “Tuca na Hammond solo”, teclado trabalhando forte, um pouco de guitarra e de piano, o coral e a plateia cuidam do refrão, mais uma ajeitada no microfone, sax, tecladista e maestro inspirados, o Rei quer ouvir a massa cantando, fechando o último refrão fazendo coração com a mão” – não podemos esquecer que na região de Copacabana está localizado o Beco das Garrafas, considerado o berço da Bossa Nova, e segundo Roberto declarou certa ocasião, “pouca gente sacava a Bossa Nova”... Palmas, vem o agradecimento, “obrigado, obrigado, obrigado, obrigado”, Roberto Carlos segue no banquinho, arruma o microfone, passa a língua nos lábios, diz seu “stand-up”, “essa música eu gravei há muito tempo, mas eu acho que quem fez mesmo sucesso com ela foi Claudinha Leitte”, o Rei bate palmas, Dedé pega no ganzá, e Roberto canta e canta “Amor Perfeito”, de Michael Sullivan, Paulo Massadas, Robson Jorge e Lincoln Olivetti, o público vibra e acompanha, mão no peito ao falar do “amor perfeito”, vermelhou o telão, olha o Dedé de novo, alguns sobressaltos no áudio, o piano de Antonio Wanderley parece dar choque, a mulher de amarelo abre os braços, vide Tekpix em uma das mãos, o banquinho do Rei visto por trás, mais uma conchinha nos ouvidos para ouvir o “fazer feliz meu coração” da loira no meio da multidão, e mais, “o que passou, passou, então vem”, o que você anotou na mão, Roberto???, close na bateria, “Arlindo, Décio e Ubaldo nos saxofones solo”, será???, reloginhos no telão, foca no maestro, o Rei ouvindo o “já não importa quem errou”, Roberto de frente para a plateia e de costas para Eduardo Lages, mais teclado, mais sax, mais mexida no microfone, o “ê” do último “você” prolongado no fim - lançada no disco de 1986, "Amor Perfeito" é uma das interpretações mais memoráveis do Rei, no entanto demorou para entrar nos especiais, a prioridade eram as composições de Roberto e Erasmo, nesse caso, Roberto apenas deu nome à canção, piadinhas à parte, ela só apareceu em 2002, no show gravado na região do Aterro do Flamengo, depois da gravação de Cláudia Leitte com o Babado Novo, talvez por ser associada à lembrança de Maria Rita, a esposa que saiu de cena em 1999... Entra uma vista aérea do show quando a repórter Lilia Teles pergunta, “você tem amor antigo por Roberto Carlos???”, quem responde é Luiza Brunet, a própria, “ah, o Roberto, ele é uma coisa, né, a gente se apaixona por ele e nem sabe o porquê, eu acho que o Rio de Janeiro ganhou um presente que é imensurável, a gente poder estar comemorando o Natal com este presente maravilhoso” – a mãe de Yasmin Brunet sabe porque esteve lá, participou de três especiais, nos clipes de “Símbolo Sexual”, em 1985, “Se Diverte e Já Não Pensa em Mim”, em 1988 e “O Tempo e o Vento”, em 1989, e depois compareceu na plateia, do lado daquele cara que filmava com um celular do tipo flip-top... Ops!!!... A repórter mal termina a entrevista e declara, “vamos ouvir mais um pouquinho de Roberto Carlos”, que interpreta “Cama e Mesa”, de 1981, outra que a plateia sabe de cor, telão bolado, digo, com bolas azuis e vermelhas passando, o Rei gesticula para ressaltar a “maciez do toque dos seus dedos” e a “intimidade”, nesse caso tampando os olhos, presta atenção, ô do teclado, mais um gesto na parte em que está “imaginando coisas”, tome trombone de vara, tem o guitarrista também, o loiro sem camisa na plateia bate palmas, mais vistas aéreas do palco, Marquito, é você???, Roberto, que estava de pé, senta no trecho do “homem que sabe o que quer”, a moça negra canta de olhos fechados e braços abertos, “ele faz desse amor a sua vida, a comida” – “Cama e Mesa”, uma versão mais “cafona” de “Café da Manhã”, para quem viu os especiais que o Viva mostrou em 2024, é impossível não lembrar de Roberto no programa de 1982, vestido de Carlitos, soltando coraçõezinhos do Chaves ao ver Myriam Rios, dando a impressão de que a música é baseada em fatos reais... Aplausos, microfonia, Roberto Carlos ouve as orientações da produção, corta para Lilia Telles perguntado a cantora Rosemary o que acha da primeira vez do Rei na praia de Copacabana, a intérprete que cantou para o presidente estadunidense Jimmy Carter, que completou 100 anos de vida no último dia 1º de outubro, na Casa Branca, declara, “eu vou dizer pra você, o Roberto continua sendo o maior ídolo deste país, o que eu estou vendo, o que nós todos estamos vendo aqui , nenhum artista nesta praia de Copacabana conseguiu botar o público que ele botou aqui hoje, e é o que eu digo, ele tá numa fase linda, plena da vida dele, cantando cada vez melhor, é um profissional que tem uma obra, uma obra em vida, e dessa qualidade, desse porte do Roberto, e todos nós estamos emocionados, ele merece, já fazia tempo, eu achava que o Roberto já deveria ter feito esse grande show aqui na praia de Copacabana”, a repórter concorda, “a gente vê pela emoção das pessoas aí, vamos ouvir mais um pouquinho de Roberto Carlos”, Rosemary acrescenta, “ele é uma paixão, ele é uma paixão, o negócio aqui tá bacana”, Lilia confirma, “mais Roberto Carlos, então” – se bem que, apesar de Madonna ter se apresentado ali, segundo estimativas, para 1,6 milhão de pessoas, apenas em maio deste ano, os Rolling Stones teriam reunidos entre 1,2 e 1,5 milhão de espectadores em fevereiro de 2006, e o “Memória Globo” menciona que o show de Roberto em 2010 teve público estimado em 400 mil pessoas, em pleno Natal, de qualquer forma, Rosemary também sabe porque esteve lá, em duas ocasiões, fazendo uma dupla felina com o dançarino Paulette no clipe de “Negro Gato”, em 1981, e na reunião de turma da Jovem Guarda, em 1985... Roberto Carlos começa seu “stand-up”, quero convidar agora uma cantora que está fazendo um sucesso muito grande, que tem um estilo muito especial, é, um estilo inconfundível, inconfundível, realmente, professor, eu a conheci no projeto Emoções Sertanejas, a conheci pessoalmente, e além de tudo, ela é linda, e é maravilhosa naquilo que ela faz, Paula Fernandes, Paulinha Fernandes!!!”, que comparece com um vestido balonê curto “tomara que caia”, saudando o público após receber o abraço e os beijos na bochecha do Rei, “boa noite Brasil!!!”, e olhando para o cantor, antes de sentar num banquinho, “boa noite, Roberto!!!”, ele mesmo oferece o assento, “obrigada!!!”, cruza as pernas, assobios na plateia, o Rei diz, “e agora eu nem canto”, então é por isso que Paula vai de “Eu Te Adoro Meu Amor”, canção de Rossini Pinto que Roberto gravou em 1965, o Rei responde com “Eu Sou Terrível”, dele e de Erasmo, a única música em parceria do disco “Roberto Carlos em Ritmo de Aventura”, de 1967, a cantora devolve com “Eu Te Darei o Céu”, outra composição de Roberto e Erasmo, do álbum de 1966, o autor da música só observa, ela abre os braços, pede para o público cantar, tocando no braço de Roberto, o Rei retribui com a parte da “tudo isso é o que você meu bem me dá”, de “Na Paz do Teu Sorriso”, de 1979, mais uma feita com Erasmo, ela ajeita os cabelos, claro que o resto da música vem em seguida, apesar de Paula economizar nos sorrisos, justo nessa parte, até fazendo a tímida, o jeito é mostrar a bateria, o coral e o teclado, em seguida, a cantora se agita e vai de “Ciúme de Você”, canção feita de Luiz Ayrão que Roberto incluiu no disco “O Inimitável”, de 1968, mais bateria, coral e teclado, o Rei acompanha no refrão, foca nos guitarristas, Roberto chega com a parte inicial de “Não Quero Ver Você Triste”, do disco “Roberto Carlos Canta Para a Juventude”, de 1965, a cantora sorri ao ouvir que “a felicidade até existe”, o Rei emenda com “Nossa Canção”, outra criação de Luiz Ayrão, gravada no disco de 1966, a plateia na praia conhece e canta com Roberto, e o dueto só vem, close no pandeiro do Dedé, eis que Paula dá a mão para o Rei, “meu bem eu vou cantar, essa nossa canção”, foca no maestro, Dedé arremata no prato da bateria, a cantora beija a mão do cantor, que quase deixa o microfone cair, agora vai - anos antes de gravar "Juntos" ("e Shallow Now"), com Luan Santana, Paula Fernandes teve um momento "A Star Is Born" com o Rei, Lady Gaga, lembrando que a cantora na época era agenciada por outro astro, Leonardo, o próprio, ouvindo a apresentação, dá para perceber que então é por isso que Roberto chamou Ana Castela para o especial de 2023, o timbre de voz é parecido (com algumas diferenças, Paula é ligeiramente rouca, a extensão de Ana é maior), embora as duas cantoras tenham aparecido em épocas diferentes, e façam parte de vertentes distintas dentro do sertanejo, no caso de Paula, ela surgiu antes do "Feminejo", com um estilo totalmente diferente do que predominaria em seguida, mais para “diva” do que para “coleguinha”, o que torna totalmente equivocadas as tentativas de filiar ela ao movimento...
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Muito antes de cantar "Juntos" ("e Shallow Now"), Paula Fernandes teve momento "a star is born" com o Rei... |
Glória Maria volta do intervalo animada, “já estamos de volta diretamente de Copacabana, são milhares de pessoas confraternizando na areia da praia, no famoso calçadão e até nas janelas dos apartamentos daqui da orla, tudo aqui vira arquibancada, e você aí em casa de camarote, assistindo o show do Rei ao vivo”, então é por isso que Roberto Carlos pega seu microfone, senta-se no banquinho, o rapaz da produção traz um violão e o Rei canta para a multidão a versão acústica de “Detalhes”, do álbum de 1971, a plateia vibra enquanto Roberto confere se o instrumento está afinado, uma providência mais que necessária, pois a câmera focou quase o tempo todo no cantor e no palco, flocos de neve no telão à parte, um acústico com orquestra, vide o maestro passando por trás do Rei o tempo todo, alis, o pianista Antonio Wanderley é flagrado “dis costas” e o tecladista Tuca de frente, com direito a closes dos respectivos teclados, pausa dramática, “por isso de vez em quando você vai... você vai lembrar de mim”, o público na praia curtiu, inclusive visto do alto, Roberto sorri, “não adianta nem tentar me esquecer, não... não” – o melhor dessa performance “unplugged” é a cara do cantor puxando pela memória sua letra mais conhecida, e que fala justamente de memórias... A produção leva o violão, o saxofonista trabalha forte no solo, Roberto Carlos manda o “stand-up”, “eu fiz esta canção há muito tempo com muita alegria, só posso dizer que faço isso hoje com a mesma alegria”, foca nas fãs no gargarejo com camisa da Beija-Flor, “mas com certeza com mais amor, apesar da saudade”, e canta “Lady Laura”, de 1978, outra música que a experiente plateia sabe de cor, “tenho as vezes vontade de ser novamente um menino e na hora do meu desespero gritar por você”, rosas no telão, o coral canta o refrão durante a panorâmica da multidão, o pianista aparece na parte das “angustias que só gente grande tem”, o Rei sorri ao ver o público cantando junto o refrão, inclusive a fã que chora nas areias de Copacabana, “eu quero ouvir”, Roberto aponta, “Décio no saxofone solo”, close no ganzá do Dedé, também no trompete, no teclado e no público cantando de braços erguidos, mão no ouvido para escutar o coral e o coro da multidão, o Rei abre os braços no final do instrumental que fecha a apresentação - a homenagem musical de Roberto a sua mãe, Laura Moreira Braga, entrou apenas uma vez nos especiais, em 1980, no show gravado no Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo, e retorna 30 anos depois, motivada pela saída de cena de Laura, em 17 de abril de 2010, e a letra cita o acidente que Roberto sofreu na infância, ainda que de forma mais sutil que “O Divã” e “Traumas”, isso sem contar que é uma composição que cita um nome de mulher, algo que se tornou pouco comum na obra do Rei depois da Jovem Guarda... Aplausos, ouve-se um “oi” e Lilia Telles faz mais uma entrevista, “a gente encontrou o Carmo Della Vecchia aqui, embalado pelas canções românticas de Roberto Carlos, o que ele te inspira”, o ator responde, “embalado ao som de Lady Laura, o que é que Roberto me inspira, o que Roberto inspira pro Brasil, Roberto inspira fé, inspira alegria, inspira um cara bacana pra caramba, que faz todo mundo sorrir, todo mundo ter fé, eu acho que as músicas dele me marcaram toda a infância, toda a adolescência, a fase adulta, marcaram todo mundo” – “todo mundo canta, né???”, fala a repórter – “todo mundo canta, todo mundo conhece, todo mundo fica feliz com ele, todo mundo vê ele no palco e tem vontade de sorrir, esse é o nosso Rei, esse é o Roberto”, Lilia fecha a entrevista, “que lindo, vamos ouvir então mais um pouquinho de Roberto Carlos” – afora o esforço para renovar o público do Rei, digo... Roberto Carlos parte para mais um “stand-up”, “vou chamar agora essa dupla maravilhosa, que faz sucesso no Brasil inteiro há muitos anos, sei lá quantos anos, eu era menino quando eles começaram a fazer sucesso e continuam fazendo a cada disco que eles gravam”, olha a “cola”, “só não entendo como esses caras, depois de tanto sucesso, né, tantas coisas que eles fizeram, de repente o cara dorme na praça, cara, Bruno e Marrone!!!”, que de camisa e blazer brancos abraçam o Rei, saúdam a plateia, “tudo bem???, um beijo, Rio!!!, um beijo, Brasil, obrigado, Roberto!!!”, Roberto agradece, “obrigado, querido, obrigado pela presença aqui”, sentando no banquinho, “é uma alegria muito grande ter vocês aqui, é um privilégio”, a dupla também senta e canta “Dormi na Praça”, de Elias Muniz e Fátima Leão, que saiu no LP de 1994 e virou sucesso quando lançada em CD, sete anos depois, em 2001, Bruno começa a cantar, Roberto sorri e toca no ombro de Marrone, segue-se a voz do povo, a segunda voz e a voz do Rei, “seu guarda eu não sou vagabundo eu não sou, delinquente, sou um cara carente, eu dormi na praça, pensando nela, seu guarda seja meu amigo me bata me prenda faça tudo comigo mas não me deixe ficar sem ela”, o Rei faz gestos e canta numa levada mais intimista, contrastando com o vozeirão dos sertanejos, nuvens no telão, tome panorâmica do público e das ondas na praia, o Rei cumprimenta Bruno e Marrone, “que maravilha, que emoção maravilhosa cantar essa canção com vocês, essa que é um sucesso, é um clássico”, Marrone diz, “com certeza, acho que o único sonho que faltava na nossa vida profissional, nas nossas vidas, era cantar ao seu lado, muito obrigado, que Deus te abençoe”, o Rei comenta, “muito obrigado, quando eles vieram aqui, eu disse, o dia que a gente se encontrou no estúdio antes eu falei, ô Bruno, cadê o Azulone???, ele disse, mas porque Azulone, porque Marrone é meio Marrone, bicho, vou chamar você de Azulone, mas pode ser Marrone mesmo, fique a vontade, obrigado vocês, agora, ó, manda ver”, Roberto cede o palco para a dupla sertaneja cantar, com mais nuvens e alguns corações no telão, “Desabafo”, que o Rei lançou em 1979, e numa apresentação no Rio, em 31 de agosto último mudou o verso que diz “na hora que você quer” para “agora é na hora que ela quer”, olha a fã ao lado do cara da Tekpix cantando junto– e nada como um redator atento para fazer piada com uma lendária superstição de Roberto... Ops!!!... O tecladista trabalha forte na parte instrumental da música quando surge o humorista Marcius Melhem, o próprio, dando seu depoimento para Lilia Telles, “uma noite maravilhosa, Rio de Janeiro, show do Roberto já é uma coisa maravilhosa, na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, na noite de Natal, então a festa é completa”, a repórter da Globo questiona, “ele deixa tudo mais romântico, né???”, Melhem responde, “lógico, os casais todos abraçados, eu tô aqui com a minha mulher, que tá escondida, mas é óbvio, uma noite romântica, o Natal já tem essa aura familiar, então as nossas famílias estão todas aqui na praia, uma delícia de noite” – cuidado com o celular e com o comediante em Copacabana, digo, na ocasião, Marcius Melhem preparava-se para a segunda temporada regular do programa humorístico “Os Caras de Pau”, que estreou em abril de 2010, onde fazia com Leandro Hassum a dupla de seguranças Jorginho e Pedrão, surgida em um quadro do “Zorra Total”, e que o Viva exibiu até vir a público o caso de assédio sexual envolvendo Melhem, em outubro de 2019, quando ele supervisionada todo o setor de humorismo da Globo, posição conquistada graças ao êxito do “Tem Que Dar”, lançado em 2014, e da reformulação do “Zorra Total”, que virou “Zorra” em 2015, época em que Carlos Henrique Schroder respondia pela direção geral da Globo, e tudo o que Melhem fez nesse período, com exceção da “Escolinha do Professor Raimundo – Nova Geração”, sumiu da emissora matriz e da “filial”, o Viva, após sua demissão, em 14 de março de 2020, mesmo que falhas nas investigações tenham permitido ao humorista livrar-se de um dos processos por assédio, há outro que corre em segredo de justiça, é até surpreendente que o Viva não tenha cortado esse trecho do especial... De volta ao palco em Copacabana, Roberto aplaude Bruno e Marrone no final de “Desabafo”, aqui cantada em sua letra original, “na hora que você quer” – a dupla sabe porque esteve lá, cantou a música no show “Emoções Sertanejas”, gravado no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, em 17 de março de 2010, onde Roberto reuniu, como parte das comemorações de seus 50 anos de carreira, renomados representantes de um gênero que sempre teve muita afinidade, principalmente depois de gravar “Caminhoneiro”, em 1984, então é por isso que essa música ficou a cargo de Paula Fernandes (e Dominguinhos), e a lista inclui Milionário e Zé Rico, César Menotti e Fabiano, Nalva Aguiar, Gian e Giovanni, Martinha, Sérgio Reis, Almir Sater, Elba Ramalho, Victor e Leo, Roberta Miranda, Zezé Di Camargo e Luciano, Daniel, Rio Negro e Solimões, Leonardo e Chitãozinho e Xororó, bem, alguns nomes não são exatamente do sertanejo, mas, enfim...Mais um intervalo e Glória Maria tem a palavra, “estamos de volta diretamente da praia de Copacabana, onde milhares de pessoas estão vivendo esse momento lindo, que é o show do Roberto Carlos, já teve Paula Fernandes, já teve Bruno e Marrone, mas ainda vem muita coisa boa por aí, Roberto Carlos, ao vivo!!!”, e cantando no palco “Mulher Pequena”, de 1992, colocando o dedo nos lábios na parte do “beijo na boca”, flores no telão e foco nos trompetes da orquestra, na parte dos pelos do peito embaixo da camisa, quem aparece são os cabelos compridos do pianista, afora o gesto de blusa arrebentando feito por Roberto, close no saxofonista, o ganzá do Dedé aparece na parte da “coisa de mulher gostosa com jeito de menina”, foca no coral, palmas do Rei para “Paulinho no violão solo”, na panorâmica da multidão nota-se um braço erguido segurando um banquinho de plástico, sendo que Roberto já tem o seu, e acharam uma mulher de rosa dançando no meio da multidão – dá até para lembrar da participação de Patrícia França no clipe de “Mulher Pequena” no especial de 1992... Corta para o palco na praia visto de cima, o “stand-up” de Roberto Carlos vem depois do solo de piano, em pé, como pede o gênero, “um dia, faz algum tempo, eu, comecei a pensar nas canções que eu vinha fazendo e pensei, sempre tenho feito canções de amor, e falado de quase tudo do amor”, volta a sentar-se, “e pensei, será que eu já falei tudo o que eu gostaria de falar” – o público diz, “não!!!” – “me perguntei, né, aí cheguei a conclusão de que, sei lá, faltava falar alguma coisa, né, afinal de contas eu tenho falado do amor, e sexo e amor são coisas que andam juntas, com certeza” – a plateia vibra – “uma vez me perguntaram as coisas que eu mais gostava na vida, as três coisas, e eu disse, as três coisas que eu mais gosto na vida, a segunda é sexo, a primeira é sexo com amor” – mais vibração na praia de Copacabana – “aí o cara perguntou, e a terceira, e a terceira sorvete, cara, sou doido por sorvete, e aí me dou conta que faltava falar disso, mas aí eu pensei, cara, como é que eu vou falar dessas coisas que eu nunca falei, fiquei preocupado, o primeiro passo é sempre o mais difícil, mas eu me atrevi, e disse, eu te proponho, nós nos amarmos, nos entregarmos”, ou seja, toda essa introdução para cantar “Proposta”, de 1973, Antônio Wanderley toca o teclado disfarçado de piano, um jardim de rosas surge no telão, o pai da plateia levantou a filha pequena para ver melhor o show, na parte da estrada depois do amor ao amanhecer, um flagrante da noite de Copacabana, uma chuvinha de pétalas no telão, um casal dança de rosto colado entre o público, ele sem camisa, ela de branco e faixa na cabeça, “Wanderley no piano solo”, as fãs agitam os braços na multidão, o Rei visto “discostas”, uma bandeira do Paraguai entre os espectadores, tocam os trompetes, mais flores no telão, toca o prato da bateria, “eu te... proponho!!!”, segue o “stand-up”, “como eu disse antes, o primeiro passo é sempre muito difícil, quando eu dei o primeiro passo na canção Proposta, fiquei preocupado com as opiniões, de tudo, mas quando eu cantei essa música pela primeira vez em público, eu vi que o aplauso não me criticava em nada, ninguém contestou, ninguém reclamou, todo mundo aplaudiu, então eu estou pronto para dar o segundo passo”, e interpreta “O Côncavo e o Convexo”, de 1983, enxugando o suor da testa e tudo, o baterista visto de baixo, o flautista de frente, no mesmo quadro, o tecladista, o coral e a produção arrumando a fiação do palco, close no teclado, na bateria e nos trompetes na parte instrumental, uma cadeira de praia circula entre a plateia, mais trompetes, Dedé nos bongôs, o coral acompanha, “coincidência total do côncavo e o convexo, assim é o nosso amor, no...”, Roberto ergue o indicador, o audiência completa “sexo”, ele repete, “no sexo” – o habitual “medley didático” da fase “romântico-sensual” de Roberto, foi direto do início ao fim, em 1984, o Rei lançou “Caminhoneiro”, um aceno para o sucesso emergente do sertanejo, a permanência na prateleira mais alta da MPB deixou de ser prioridade, além do mais, como os filmes de pornochanchada, as canções mais “eróticas” faziam bastante sentido no contexto de censura oficial e repressão moral da década de 1970, depois da redemocratização, em 1985, nem tanto, não esquecendo que a música foi o pivô de um polêmico depoimento veiculado na primeira semana de exibição da novela "Páginas da Vida", em 2006...
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De fato, é um privilégio cantar com um dos maiores nomes da música brasileira - e estamos falando do Péricles... |
Em meio aos aplausos, antes de entrar a vinheta de intervalo, é possível ouvir uma voz da produção, “apresenta a banda rapidinho”, depois dos comerciais, mais uma passagem de Glória Maria, “já estamos de volta diretamente da praia de Copacabana, e chegou o momento para quem gosta de samba e pagode, daqui a pouco tem Roberto Carlos com Exaltasamba”, não antes do Rei pedir desculpas pela limitação de movimentos causada pelo acidente e que o prendeu ao banquinho por muito mais tempo do que para cantar a versão acústica de “Detalhes”, “mas eu acho que vocês entendem tudo isso, essas coisas que acontecem, esses acidentes que a gente não prevê, eu tô tentando, mas realmente não dá, professor, dói muito”, e ajeitando-se um pouquinho, canta “Todos Estão Surdos”, de 1971, que por coincidência foi resgatada no “Acústico MTV” em 2001, cantor e plateia acompanham-se no “La la la la la la la la, la la la la la la la la”, a melodia marcante, o intérprete do ponto de vista do tecladista, a parte falada com sua mensagem religiosa de paz, close nas mãos de Dedé tocando os bongôs, uma estrela pontiaguda gira em torno de si mesma no telão, mudando de forma constantemente, agora é a vez do público solar no “La la la la la la la la, la la la la la la la la”, “quero ouvir”, foca na guitarra do Paulinho e no coral, “outro dia um cabeludo falou, não importam os motivos da guerra, a paz é mais importante” – o cabeludo, nesse caso, é John Lennon – closes nos guitarristas e tecladistas, “eles estão surdos”, os bongôs do Dedé de novo, a estrela do telão segue mudando de forma enquanto Roberto pede, “meu amigo volte logo, venha ensinar meu povo” – Jesus Cristo, eu estou aqui – o público na praia visto do alto em mais um “La la la la la la la la, la la la la la la la la”, bateria e teclado trabalhando forte, coral e bongôs, as mãos do tecladista, um caminho cheio de curvas aparece no telão, “glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade”, mais um close no Paulinho, o Rei fala “na verdade que há na cruz”, foca no pandeiro e nas guitarras, “La la la la la la la la, la la la la la la la la” - e esse arranjo que ficou meio “sambado” no final???... Na verdade, uma deixa, “e aí vem, e vem aí, essa banda que faz muito sucesso há muitos anos, tudo o que eles fazem, tudo o que eles fazem e cantam é um tremendo sucesso, Péricles, Thiaguinho, Pinha, Téo e Brilhantina, Exaltasamba!!!”, foca na bateria da Beija-Flor, que já está no palco, Thiaguinho abraça Roberto Carlos, o público só observa, Péricles é o próximo, e vem os demais integrantes do grupo de pagode, que assim como o coral agitam os braços para levantar a multidão na região de Copacabana, close no Pericão, depois dos cumprimentos, Roberto volta ao banquinho, “Exaltasamba, que maravilha”, os pagodeiros também tomam assento, “tudo bem, Thiaguinho, maravilha, obrigado, Péricles”, o Rei abraça ambos os dois, que retribuem, “a gente que agradece”, o cantor diz, “a todos vocês por essa alegria, é uma emoção ainda maior estar aqui em Copacabana e estar junto com o Exaltasamba” – ajeita-se no banco – “realmente, professor, é um ícone em matéria de banda, sem dúvida”, Péricles sorri, “obrigado!!!, legal, boa noite, gente, boa noite!!!, Feliz Natal pra todo mundo!!!”, Roberto acha uma maravilha, “vamos cantar???”, Thiaguinho e colegas de grupo vão de “Tá Vendo Aquela Lua”, lançada em agosto de 2010, de Pezinho e Thiaguinho, recente e o público canta junto mesmo assim o refrão, “Tá vendo aquela lua que brilha lá no céu???, se você me pedir eu vou buscar só para te dar, se bem que o brilho dela nem se compara ao seu, deixa eu te dar um beijo vou mostrar o tempo que perdeu”, na vez de Péricles, ele aponta para o Rei, que comenta, “rapaz, a rapaziada sabe tudo, sabe quando chegaram aqui e já mostraram, mas deixa eu dizer também que eu também curto um samba, e às vezes até boto meu bloco na rua, vocês cantaram pra Lua e eu vou cantar agora, uma canção que eu fiz há muito tempo, vamos ver, vamos ver se eu me dou bem nessa”, e traz de volta aquela que é sua composição mais “sui generis”, “Nega”, de 1986, Thiaguinho sorri, Péricles acompanha, o pianista do Exalta assumiu o posto de Antônio Wanderley, Dedé também está de folga, o tecladista do Rei não, close no pandeiro e nos teclados, os pagodeiros fazem coro na hora do “gosto dela”, um “opa!!!” de Roberto na parte que sobe o morro e enlouquece, “rapaz!!!”, mãos na cabeça, “quando ela sambou eu pedi socorro”, Pericles fala, “ela apareceu pro Roberto, ela sambou, e lógico que ele gostou”, Thiaguinho acrescenta, “é que além de Rei, ele é esperto”, o cantor é ligeiro, “eu só canto, Rei é o Edson (OG)!!!”, risos, Pericão prossegue, “com o Rei ficou claro, mas a gente lembra de outra gata pra gente cantar agora nesse especial”, Thiaguinho aponta, “vou ser mais ousado agora”, Péricles fala, “esse é o nosso presente de Natal pra vocês também”, Thiaguinho começa a cantar “Fugidinha”, também de 2010, escrita por ele e Rodriguinho, o próprio, o público canta junto, foca na bateria da Beija-Flor, olha o ganzá do Dedé, a plateia vista do alto, que sabe a letra de cor, “o jeito é, dar uma fugidinha com você, o jeito é, dar uma fugida com você”, Péricles e Thiaguinho riem litros, close no pandeiro, Roberto comenta, “pois é, quando a gente acha que a gente sabe alguma coisa, ou sabe muito, ainda tá aprendendo com os caras, olha só, outra forma de chegar, mas sabe como é, todo mundo bole”, foca em Raíssa, rainha de bateria da Beija-Flor, de vestido branco, com uma rosa no cabelo, “vamo aí, pessoal, manda ver”, e vai de “Além do Horizonte”, “porque você vem comigo, é que isso existe lá, no horizonte esperando por nós dois”, e claro, “só vale o paraíso com amor”, pedindo acompanhamento no refrão, “comigo!!!”, Thiaguinho pede ao público, “mão pra cima, naquele clima, vem que vem!!!”, de modo a reforçar o “larará” da música, Pericão elogia, “que maravilha, meu povo”, Thiaguinho também, “aí sim!!!”, o Rei apresenta, “e olha aí a bateria da Beija-Flor, com a maravilhosa rainha dessa bateria, Raissa, que vem sambando, beija e abraça Roberto, e continua a sambar, enquanto Péricles pede palmas, os ritmistas da escola de samba trabalham forte no “larará” – nesse ponto, Zeca Pagodinho foi mais canônico que o próprio Roberto, não mexeu na letra, já o comparecimento de Raíssa lembra a passagem de outra passista pelos especiais, Fatinha, a estela do clipe de “Nega”, em 1986, e do musical de outro samba bissexto do Rei, “Só Você Não Sabe”, de 1989, sobre o Exaltasamba, o grupo seguiu até 2012, quando tanto Péricles quanto Thiaguinho iniciaram carreira solo, Thiaguinho também casou-se com a atriz Fernanda Souza, depois de ter anunciando o namoro no programa da Xuxa em 2011, de brincadeira disseram que ela era “a Yoko Ono do pagode”, a união começou em 2015 e terminou em 2019, a atual “sócia” de Thiaguinho é a baiana Carol Peixinho, empresária, influencer e ex-BBB, já Fernanda está com a empresária Eduarda Porto, após anunciar que era bissexual em 2022... Lilia Teles está de volta no gargarejo, a frente de
Rosemary, “a gente encontrou aqui a Glória Perez também nesta noite iluminada,
estrelada, ouvindo o Roberto Carlos em Copacabana, é lindo isso, né”, a novelista
responde, “uma noite linda, uma noite mágica, o Rio merece”, a repórter questiona,
“é um Natal diferente, esse vai ficar na memória, né”, Glória concorda, “esse
Natal vai ficar, vai ficar registrado pra nós, é uma noite muito bonita”, Lilia
observa, “eu te vi cantando Roberto Carlos, ali ouvindo, é muito romântico”, a
autora de “Caminho das Índias” explica, “bom eu faço questão de ter Roberto
Carlos em todas as minhas novelas, e tenho o privilégio de ter”, a jornalista está
de acordo, “combina mesmo, então vamos ouvir mais um pouquinho de Roberto Carlos” – em 2012, na novela “Salve Jorge”, o tema dos
personagens Morena e Théo, Nanda Costa e Rodrigo Lombardi, foi uma música de
Roberto, “Esse Cara Sou Eu”, em 2017, Roberto gravou “Sereia” para a trilha de “A
Força do Querer”, Ísis Valverde, corre aqui, já “Caminho das Índias”, de 2009,
tinha ao invés de Roberto, seu amigo de fé e irmão camarada Erasmo Carlos,
cantando com Nana Caymmi “Não Se Esqueça de Mim”...Voltando ao palco, Roberto Carlos trabalha forte no “stand-up”, “e agora, eu tenho mais uma emoção maravilhosa, de ter aqui a banda, a bateria da Beija-Flor, mostrando o samba-enredo que ganhou para o Carnaval deste ano, onde eu tenho a honra, a alegria, a emoção, de ser escolhido como enredo da Beija-Flor, a minha escola de coração, olha a Beija-Flor aí, gente!!!” – bate palmas – “Neguinho da Beija-Flor e toda a bateria da Beija-Flor, e a Raíssa”, o interprete da escola aperta a mão do Rei, “que beleza, olha nós aí”, e beija seu rosto, cantando após o “olha a Beija-Flor aí gente, chora cavaco!!!” o samba-enredo “A Simplicidade de Um Rei”, de Samir Trindade, Serginho Aguiar, JR Beija Flor, Sidney de Pilares, Jorginho Moreira, Theo M. Netto, Kleber do Sindicato e Marcelo Mourão, guitarras e o pavilhão da escola no telão, “o beijo na flor, é só pra dizer, como é grande o meu amor por você”, foca nos ritmistas, beija-flor no telão, a porta-bandeira leva o Rei no peito (!!!), a plateia na praia vista de cima, Neguinho da Beija-Flor traz o casal de mestre-sala e porta-bandeira da escola, comparecem as passistas, Roberto beija o pavilhão azul e branco e dá a mão para a porta-bandeira, foca na Raíssa, no meio da bateria, surge o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, portelense de usar chapéu, com o instrumento na mão (!!!), no ritmo da exaltação ao Rei, calhambeques no telão, passistas no palco, “quero ouvir vocês agora!!!”, mestre-sala, porta-bandeira, coroa e beija-flor, close na cuíca, uma linha de passistas, outra de ritmistas, olha a Raíssa de novo, vai ter beijo no escudo, sim, o interprete sua, “outra vez estou aqui, vivendo este momento lindo”, Copacabana vista de cima, mais mestre-sala e porta-bandeira, o público na praia e corta para o intervalo – o samba-enredo entrega o que promete em seu título, uma letra simples, que usa com parcimônia, em momentos precisos, as citações de música de Roberto, ao contrário da homenagem anterior, da Unidos de Cabuçu, em 1987, então é por isso que a Beija-Flor foi a campeã do Carnaval do Rio em 2011...Glória Maria faz sua última participação no programa, “estamos de volta diretamente de Copacabana, e agora vamos aos momentos finais do show, é a mensagem de Natal do Rei, esse momento tradicional, que acontece há 36 anos aqui na TV Globo”, mas diga, meu Rei, “abençoados pelo Cristo Redentor, que lá do alto, de braços abertos, nos abençoa, a todos nós do Brasil inteiro, do Rio de Janeiro, todo mundo, a todos, recebemos essa benção maravilhosa no dia do nascimento de Jesus, e quero desejar a todos um Natal maravilhoso, com muito amor, com muita paz, com muita saúde, e que nossos sonhos se realizem, que todos os sonhos se realizem, sempre com as bênçãos do Menino Jesus, obrigado por esse amor, por esse carinho, essas coisas que eu tenho recebido de vocês, hoje é um dia muito especial porque eu tô recebendo um presente tão maravilhoso, estar com vocês aqui dessa forma tão maravilhosa, que com certeza é pra gente não duvidar que Papai Noel existe”, e canta “Noite Feliz”, de Franz Gruber, flocos de neve no telão, acompanhado pelo Coro Infanto-Juvenil da Escola de Música da Rocinha, todos de camiseta azul com o RC no peito, elogiado na hora do solo, “coral maravilhoso”, um agradecimento no fim, “obrigado, obrigado a vocês por mais essa emoção especial”, e emenda com “Jesus Cristo”, de 1970, agora o coral é da plateia, estrelas no telão, Antônio Wanderley reassume o piano, corta para Lilia Telles, “na multidão, a gente encontrou muita gente emocionada, apaixonada, embalada pelas músicas românticas de Roberto Carlos, esse casal aqui, o Paulo e a Lúcia, ele se emocionou agora, ouvindo Jesus Cristo, é isso mesmo, é muita emoção o tempo todo, Paulo responde, é muita emoção, e eu gostaria de agradecer em nome do povo do Rio de Janeiro, esse show do Roberto Carlos que é muito emocionante, e ele representa pra gente uma alegria e uma renovação pra gente”, a repórter fala com Lucia, “ele tava chorando e você também, não”, ela responde, segurando uma taça de champanhe, “é, o povo do Rio tava precisando de um momento desses, uma alegria, e o Rei tá aí cantando pra todo mundo, né, independente de classe social, estamos aqui comemorando”, Lilia conclui, “uma noite linda, vamos ouvir mais Roberto Carlos” – em 2010 aconteceu a ocupação policial do Alemão, quando ainda acreditavam na eficiência das UPPs do governador Sérgio Cabral – Roberto continua cantando “Jesus Cristo”, coração de estrelas no telão, “vocês!!!”, a fã canta “Jesus Cristo, Jesus Cristo, Jesus Cristo eu estou aqui”, tome Tekpix, “obrigado, obrigado a todos, por esse amor, por essas coisas lindas que mais uma vez eu recebo de vocês” – foca na bateria da Beija-Flor – “por essa emoção maravilhosa de estar com vocês aqui na praia mais linda do mundo, Copacabana, e sentir tudo isso que eu estou sentindo, obrigado a todos, um Ano Novo maravilhoso, de muita paz, de muito amor, de muita saúde, Deus abençoe a todos, obrigado, obrigado, obrigado, obrigado”, os ritmistas da Beija-Flor vão para a frente do palco, Roberto, de pé, pede que a produção traga a estante de partituras onde estão as flores para oferecer ao público, que é grande, foca no Cristo Redentor – em 2009, a revista “The Economist” publicou uma capa onde a “estalta” decolava do Corcovado como se fosse um foguete, representando a pujança da economia brasileira no segundo mandato do Luis Inácio, que nas eleições de 2010 fez a sua sucessora, Dilma Rousseff, o clima do especial reflete o momento em que o Brasil era feliz e sabia – o Rei oferece flores, panorâmica do palco, sobem os créditos, começando pelas músicas cantadas no show, “Produção DC Set”, na fusão das imagens do palco e do Cristo, bolinha na tela, “Realização Central Globo de Produção © 2010 TV Globo”, e só o Cristo Redentor no final – é inegável a contribuição da empresa do agente de Roberto Carlos, Dody Sirena, na grandiosidade dos especiais de 2003 em diante, como que em sintonia com o crescimento do país nos dois governos do Luís Inácio, ao longo de uma década que começou com uma sequência de programas abaixo da média...
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Marcius Melhem destacou a "aura familiar" do Natal e do show e afirmou que estava acompanhado da esposa... |
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