segunda-feira, 14 de outubro de 2024

RC Especial Bônus - Roberto Carlos e Silvio Santos (I): Troféu Imprensa, Coisa Bonita...

Silvio Santos, para falar da trajetória do Rei, lançou mão da sacada clássica e contou sobre o "tempo do papai"...


































No meio da plateia, com a estatueta do Troféu Imprensa ao fundo, Silvio Santos começa a apresentação, “em 1992, quando perguntamos aos jornalistas, aos nossos colegas de rádio e televisão, ao público, qual o melhor cantor do Brasil de 1992, três cantores foram os mais votados, um que foi o mais votado, foi Fábio Júnior” – aplausos – “outro cantor muito votado foi Caetano Veloso” – mais aplausos – “e o outro cantor muito votado foi Roberto Carlos!!!” – muito mais aplausos – “os três foram os melhores cantores do Brasil em 1992, aqui no palco, os jornalistas concluíram” – Silvio coloca a ficha com o logo do Troféu Imprensa no bolso do paletó – “que o melhor cantor de 1992 foi o nosso colega, o grande cantor brasileiro Roberto Carlos!!!”, Roberto sai de uma cortina azul e atravessa a plateia sob aplausos, “vem aí Roberto Carlos para receber o Troféu Imprensa!!!”,  o Rei cumprimenta e abraça Silvio, “como vai, Roberto???”, o público puxa o coro, “Roberto!!!, Roberto!!!”, o apresentador comenta, “não,, não, isso aqui, vocês têm que dar para caprichar mais, vocês não foram bem ensaiados, é Roberto!!!, Roberto!!!, Roberto!!!”, e as colegas de trabalho acompanham, “Roberto!!!, Roberto!!!, Roberto!!!”, Silvio prossegue, “agora, hip, hip”, o auditório completa, “hurra!!!”, e quer mais, “hip, hip, hip”, e recebe, “hurra!!!”, o Rei mexe no cabelo e coloca a mão no ombro de Silvio, que inicia a entrevista, “mas Roberto, é bom começar o ano com você aqui de branco, nesse dia 9 do mês de janeiro, praticamente a segunda semana do ano, e fazendo pergun...”, Roberto pega o microfone de mão de Silvio, “não pega esse microfone que é o único que eu tenho”, o cantor responde, “eu entrego pra você de novo”, rindo litros,  o apresentador continua, “mas o relógio é o mesmo” – “é o mesmo”,  confirma Roberto – “a pulseira, o que mais você tem de novidade aí” – “não tem novidade aqui”, afirma o Rei – “aqui tem outra pulseira, é aquela antiga, mas Roberto, me diz uma coisa, você tá cantando desde o tempo do papai???” – “é, por aí, já tem um tempo, né”, concorda o cantor – “eu tenho um álbum lá em casa, e de vez em quando eu fico folheando, aí eu vejo assim, aí eu perguntava pro papai, eu falava, pai, quem é esse moço que tá aqui com o senhor???” – Roberto ri litros – “ah esse aqui é o fulano, esse aqui é o sicrano, verdade, aí quando eu telefonei pro papai, tá dando risada porque, é verdade!!!, quando eu telefonei pro papai essa semana, eu falei, papai, vai ter um moço lá no meu programa, um que tem a mania de cantar de branco, um que tem a mania de cantar com o microfone pendurado, o microfone fica assim quadrado, ele falou, ah, esse um, conheço, conheço, falou que ele conhece, aí eu falei, ah, mas ele é muito famoso, também aqui em Miami ele é muito famoso, você vai a Miami de vez em quando, é???” - o cantor responde, “de vez em quando eu vou” – “você canta lá, joga buraco com Júlio Iglesias” – ambos os dois mal seguram o riso – “mas anda de barco em Miami, é verdade”, o Rei explica, “não, não é verdade, não é sempre que a gente tem oportunidade de ir a Miami encontrar o Júlio Iglesias lá, porque ele viaja tanto, e encontrar o Julio Iglesias em casa é uma coisa rara”, Silvio vai em frente, “ah, mas eu falei, papai falou que te conhece, ah, aí ele mandou eu pegar o álbum de recordações, peguei o álbum, fiquei folheando lá, aí eu vi realmente, professor, era você, era você, mas eu não acreditei, aí eu falei, papei, acho que o senhor está enganado, o rapaz que vai hoje no meu programa não pode ser esse, ele falou, é, aí ele me mandou um filme, vou te mandar um filme, olha só, olha você com o papai, olha lá tá vendo só, o papai com a Wanderléa, tá vendo o papai com a Wanderléa???”  - na tela dividida, Roberto acende o cachimbo enquanto Silvio Santos caminha com a Ternurinha numa rua na região do Aeroporto, em São Paulo, numa cena do programa “Dia D”, exibido pela TV Record, em 1970 – “esse aí quem é???”, o Rei entra na brincadeira, “esse aí é meu filho” – já no estúdio da emissora, na região da Avenida Miruna, Wanderléa põe a mão no peito de Roberto, que usa colete, uma camiseta do Capitão América e o famoso medalhão dado por uma freira em Cachoeiro do Itapemirim, mostrando o muque em seguida – “você usava blusão do Capitão América” – no vídeo de 1970, Roberto e Silvio se abraçam, o cantor afirma, “esse é meu filho, o Robertinho, eu sou o Robertão”, o apresentador indaga, “o que você estava fazendo nessa época”, o Rei mal tem tempo de responder, porque Silvio percebeu o cachimbo na mão de Roberto, “você fumava cachimbo???”, o Rei confessa, “ah, fumava naquela época”, Silvio Santos traz uma informação importante, “isso aí era no estúdio da Record, é???”, o cantor confirma, ou quase, “eu acho que sim”, o apresentador vai adiante, “que que, que que nós estávamos falando, nós estávamos falando da Wanderléa, eu acho”, novamente Roberto confirma, “provavelmente”  – no estúdio da Record, Roberto Carlos joga a bolsa que carregava, enquanto Wanderléa se maquiava ao fundo, conforme a descrição de Silvio no auditório do SBT – “aquela no canto é Wanderléa comendo melancia, hahaha” – agora Silvio Santos chama a cantora, que estava ao lado de uma das câmeras do estúdio, a Ternurinha o cumprimenta, um aperto de mão e um beijo no rosto, levando a mais uma pergunta do apresentador, enquanto “papai” focaliza Roberto e Wandeca com a câmera – “naquele tempo você namorava com a Wanderléa, acho que não”, a resposta vem rápida, “não, não, não” – “Robertinho” assume a câmera para focalizar Silvio e a cantora”, o apresentador comenta, “olha o papai, papai era, tá vendo só, o papai era o galã da novela mexicana”, o Rei ri litros, Silvio Santos entra no personagem, “olha eu tirando as minhas casquinhas da Wanderléa”, Roberto Carlos acreditou, “ora, vejam, só, malandro, malandro!!!”, o apresentador se auto-elogia, “tá vendo só, tá vendo só”, voltamos a entrevista, “mas, Roberto, nessa época você já tava fazendo a Jovem Guarda???” – “já”, responde o cantor – “quer dizer, nessa época já era a Jovem Guarda, daí você chegou no Brasil e começou a cantar essa música, vamos lá, todo mundo levantando”, no caso, “O Calhambeque”, o auditório bate palmas, Silvio quer saber, “essa foi a primeira???”, Roberto conta, “essa foi uma das primeiras, né, Silvio, esse foi o meu primeiro sucesso realmente, professor, foi o Calhambeque e Parei na Contramão, não sei se Parei na Contramão foi antes dessa”, Silvio e o Rei divergem, “foi antes”, “foi um pouquinho antes”, “o que me tornou conhecido em São Paulo e no Brasil todo foi O Calhambeque” – Roberto Carlos e Silvio Santos foram concorrentes nas “jovens tardes de domingo”, na década de 1960, o “Programa Silvio Santos” estreou em 1963, na TV Paulista, depois TV Globo São Paulo, e o “Jovem Guarda”, apresentado por Roberto, começou em 1965, na TV Record, depois da proibição das transmissões de futebol ao vivo aos domingos, restrição que durou mais de duas décadas, e beneficiou ambas as duas atrações, numa entrevista, Silvio lembra que comemorou muito quando seu programa bateu no Ibope o “Jovem Guarda”, que seguiu até 1969, quando a Globo começou a transmitir o “Programa Silvio Santos” nacionalmente, a entrevista do “Dia D”, feita na antiga sede da Record, na região da Avenida Miruna, foi resgatada pelo programa “Arquivo Record”, em 1993, ocasião em que foram apresentados dois programas sobre Roberto Carlos, e no lugar do velho estúdio, foi erguido um hospital...

































Cenas do programa Dia D, de 1970, mostram dois jovens despreocupados com o pagamento de direitos a Marvel...





































































Silvio Santos opina, “eu tenho a impressão que você era um garotinho que gostava de calhambeque pensava em automóvel, mas depois começou a ficar mais romântico, começou a arranjar umas namoradas” – “outras, Silvio, outras namoradas”, diz o Rei – “começou a cantar essas músicas, olha que música linda, quantas vezes eu, olha aí”, chega a vez de “Detalhes”, de 1971, “nãoadiantanemtentarmeesquecer”, aplausos, o apresentador elogia, “que coisa bonita”, Roberto Carlos declara, “aí foi realmente, professor, o início da minha fase romântica” – “fase romântica, tava no maior dos amores”, observa Silvio – “se bem que todas as músicas que eu cantava antes de Detalhes já eram românticas, só que tinham outro tipo de ritmo, outra levada, eu comecei a entrar nas baladas românticas”, o apresentador intervém, “mas quando você cantava Detalhes, quando você lançou Detalhes, dava a impressão que você estava mais apaixonadíssimo” – toca mais um trecho da música, “detalhestãopequenosdenósdoissãocoisasmuitograndespraesquecer” – “tá vendo só, mas aí ele saiu dos detalhes e continuou romântico, aí passou a tomar o café da manhã, olha só que música linda” – entra “Café da Manhã”, de 1978, Roberto ri – “mas olha, a gente procura descobrir pra quem ele fazia essas músicas, eu tenho a impressão que é pra aquela moça que você faz chorar” – aponta para uma mulher no auditório, que não é focalizada – “ele fazia pra você, viu, essa música que faz chorar, mas eu nunca, eu nunca tinha visto um homem tão apaixonado quanto o Roberto naquela época, ou se não era apaixonado, fingia” – a nossa impressão é que ele queria ser chique para não ser rotulado como brega, digo -  mas aí resolveu fazer uma turnê, comprou um avião, ou foi de trem, mesmo???”, o Rei responde, “foi no caminhão, né, bicho, foi no caminhão”, o apresentador aponta, “aí lançou aquela turnê chamada Emoções” – “Emoções”, repete Roberto – “e aí começou a cantar essa música, olha só, quem não lembra de Emoções”, e começa a tocar a música de 1981, celebrizada pela turnê de 1983, “quandoeuestouaquivivendoessemomentolindoolhandopravocêeasmesmasemoçõessentindo”, Silvio questiona, “eu tenho a impressão de que essa música você fez pro seu público”, o Rei afirma, “fiz, essa música, eu sempre quis fazer um show chamado Emoções, entende, então eu tava pra fazer um show no Canecão naquela época  e me lembro que a ideia tava na cabeça, então de repente eu falei, puxa, eu preciso fazer um show chamado Emoções, mas eu precisaria fazer uma música chamada Emoções pra ter nesse show como tema, e aí comecei a fazer, e aí liguei pro Erasmo, bicho, tô fazendo uma música”, o apresentador interrompe, “ele ligava pro Erasmo todo dia, dava a impressão que eles tinham alguma coisa” – Roberto ri – “tinha, amizade, pareceria, é verdade???”  - “claro”, observa o cantor – “uma parceria, tinha os dois, não sei porque deram risada, eram dois bons amigos e ele então, pensando no Erasmo, fez essa música, olha só”, toca “Amigo”, de 1977, “vocêmeuamigodefémeuirmãocamarada, amigodetantoscaminhosdetantasjornadas”, Silvio acompanha, as colegas de trabalho batem palmas, o apresentador diz, “mas nesse meio tempo eu não lembro se o Roberto tava casado, mas eu lembro que de vez em quando, eu era vizinho dele, e olhava da minha casa pra casa dele, eu via que ele furtivamente, às três horas da madrugada, e chegava num carro preto, com vidro fumê, e ninguém sabia quem estava dentro, e depois, não sei por qual razão, começou a cantar essa canção”, Silvio ri, entra “Amada Amante”, de 1971, “esseamordemaisantigoamordemaisamigoquedetantoamorviveu”, agora cantor e apresentador riem, o Rei repete, “Amada Amante, Amada Amante, Silvio”, que questiona “agora, quem era essa amada dele, essa amante que ele tinha, eu não descobri, mas teve uma senhora que descobriu e só não contou pra mim porque não quis, olha”, segue-se “Lady Laura”, de 1978, “tenhoasvezesvontadedesernovamenteummeninoenahoradomeudesesperogritarporvocê”, Roberto ri, “Lady Laura te contou, né”, Silvio aponta, “essa sabia de tudo, não???, é Lady Laura, é a mamãe do Roberto Carlos”, o cantor abraça o apresentador, “é, mas ela não te contou nada não, as mães são fieis aos filhos, não, não tinha nada, a música Amada Amante era pra falar do amor de duas pessoas que agem como verdadeiros amantes, independente de qualquer situação”, Silvio fala sério mas esculhamba em seguida, “mas não tinha nenhuma amante não, você chegava com um guarda civil mesmo, hahahaha!!!” – para não perder a piada, o “stand-up” de Silvio mandou a cronologia para aquele lugar, porém em um ponto, o relato de Silvio é baseado em fatos reais, Roberto morou na região do Morumbi, em São Paulo, onde o apresentador residia, na década de 1970, com a primeira esposa, Nice Rossi, os filhos e o cachorro, que serviu de inspiração para a música “O Portão”, nessa época, o repertório romântico, tendendo ao sensual, aumentou a fama de sedutor de Roberto, que o sorridente Silvio também tinha, bem como os rumores de abalos no casamento de ambos os dois, o apresentador com Cidinha Honório, a qual saiu de cena em 1977, o qual por muito tempo não foi revelado publicamente, na mesma época em que foi aprovada a lei do divórcio, um ano antes de Roberto lançar a música “Lady Laura”, em homenagem a mãe, época em que se separou de Nice, e Silvio já estava com Íris Passaro, que ajudou a criar uma imagem mais “família”, não sem notícias do fim do casamento em jornais populares e programas de rádio, o que com Roberto aconteceu principalmente após casar-se com Maria Rita, alguns meses depois da aparição no SBT, em maio de 1994, quando Ayrton Senna sofreu o acidente fatal na pista de Ímola, o cantor chegou a ser comparado com o piloto, que participou do especial de 1988, por serem ambos os dois considerados amantes discretos porém muito eficientes... Hora de Silvio Santos continuar com o “stand-up”, “agora, uma das músicas mais bonitas, não sei se é essa, mas vamos ver se é essa aí que eu tô pensando, vamos ver”, é a deixa para tocar “Rotina”, de 1973, “oSolaindanãochegoueorelógiohápoucodespertou”, Silvio comenta, “bonita essa música”, Roberto diz, “Rotina”, o apresentador pede, “pode continuar”, “seucorpoadormecidoemalcobertoquasenãomedeixair”, e segue a resenha, “ok, mas essas foram músicas que eu tenho a impressão que foram passagens da sua vida, mas qual foram as músicas mais vendidas ou mais bem recebidas pelo público não só apenas no Brasil, como nos países de língua latina, na Itália, nos Estados Unidos, na América Central, quais foram, você lembra, Roberto???”, uma questão mais formal pede uma resposta no mesmo patamar, “bem, lá fora, as principais músicas foram, é, primeiro a Namoradinha de Um Amigo Meu, né, depois o Calhambeque também foi muito forte lá fora, e depois, na fase da música romântica, com Detalhes, com A Distância”, Silvio interrompe o Rei, “pelas informações que eu recebi, essa foi uma das músicas mais vendidas e mais aceitas pelo público latino”, nesse caso, “Proposta”, de 1973, “euteproponhonósnosamarmosnosentregarmos”, o cantor confirma, “essa também, também”, o apresentador quer saber, “você lembra em que ano gravou essa, ou não lembra???”, o Rei diz, “Proposta, eu acho que eu gravei em 1971 no disco que rolou em 1972”, Silvio se impressiona, “já faz 20 anos, mais de 20 anos”, Roberto faz graça, “há pelo menos uns cinco anos” – os redatores de Silvio pesquisaram bem, incluíram músicas que não frequentavam a “playlist” dos especiais, sobre sucesso internacional, nos países de fala hispânica, pode-se mencionar também “Eu Quero Apenas”, “Amigo”, vide visita do Papa João Paulo II ao México, e no caso de Cuba, “O Côncavo e o Convexo”, Marcelo Tas, corre aqui... Mais uma pergunta de Silvio, “mas Roberto, até hoje você gravou quantos LPs, tem ideia???”, o cantor puxa pela memória, “eu acho que eu tô  no trigésimo, qual é, hein???”, o apresentador intervém, “parece que são 35, pela informação que eu recebi”, o cantor tem outro número, “trigésimo-oitavo???”, Silvio Santos reafirma, “trinta e cinco, você já gravou mais de 350 músicas, mas a informação que eu recebi é que você é o compositor de mais de 400 músicas, é verdade isso???”, o Rei responde, “eu acho que tem em torno de 400 músicas mesmo, não parei pra contar, mas deve ser por aí”, outra questão, “mas quando você tem mais inspiração, de manhã, à tarde ou à noite”, resposta rápida, “tanto faz, a inspiração é uma coisa inesperada, vem em qualquer momento, em qualquer lugar, inspiração, tem o momento da inspiração e o momento da transpiração, o momento da inspiração é o momento que a gente pensa numa música, e ela vem, e a gente começa a fazer, e depois para, e aí trabalhar em cima dela, e o trabalho” – impossível não lembrar da imagem de Silvio abrindo o terno e mostrado a camisa suada na entrevista que concedeu ao júri do “Show de Calouros” em 1988, tão reprisada nas homenagens ao apresentador – Silvio pergunta, “mas já houve alguma noite que você levantou da cama e escreveu uma música pra não esquecer no dia seguinte???”, outra resposta expedita, “já”, o apresentador emenda, “teria sido essa, que foi um grande sucesso mundial”, mais precisamente “À Distância”, de 1972, “nuncamaisvocêouviufalardemimmaseucontiueiatervocê”, nova questão, “Roberto, quantos discos de ouro você já ganhou, tem ideia”, o cantor pensa um pouco, “não, não tenho ideia, eu acho que entre Brasil e exterior, acho que eu tenho uns cento e poucos, discos de ouro e de platina”, mais uma pergunta, “mas eu acho que você pode nos contar, o prêmio que te deixou mais emocionado, o prêmio que mexeu com seu sistema nervoso, foi recebido no Brasil, no exterior”, o intérprete passa a língua nos lábios, “é difícil dizer, Silvio, porque todo prêmio me deixa emocionado, porque ele representa um reconhecimento do trabalho da gente, do que a gente faz, das noites que a gente fica compondo, das horas que a gente vive dentro de um estúdio, entende, do palco que a gente faz, então eu acho que é muito difícil dizer qual prêmio é o mais importante, eu me lembro que o Festival de San Remo teve uma importância especial pra mim, mas por outras razões, vamos dizer meu primeiro prêmio recebido na Europa” – lembramos que Roberto Carlos tem um Grammy (duas indicações), oito Grammy Latino (11 indicações), um Billboard Latin Music Award, três premiações no Festival de Viña Del Mar, no Chile, um Prêmio Multishow da Música Brasileira, 22 Troféus Imprensa (30 indicações) e três Troféus Roquete Pinto, entre outras premiações...


















Ponto alto da apresentação aconteceu quando Roberto cantou "Coisa Bonita" no microfone trazido pelo Roque...

























































Silvio Santos pergunta, “mas ô Roberto, os anos foram-se passando e você continuou sendo famoso no Brasil, como nos países de mundo latino e agora você surge com um LP, com um CD” – que o apresentador saca do bolso do paletó – “que eu recebi da Sony, a Sony mandou pra mim” – cantor fica impressionado e acha graça, “do bolso, do bolso!!!” – “a Sony mandou pra mim, uma mocinha muito simpática da Sony, que sempre que sai um LP ela manda pra mim”, Silvio pega um óculos sem hastes para conferir as faixas do CD, ou melhor, “das faixas desse LP, eu ouvindo do meu carro, eu acho que O Velho Caminhoneiro, você vai vender muito, os caminhoneiros vão comprar muito essa música, porque a classe dos caminhoneiros é uma classe muito grande, e gosta muito de você, agora, esta segunda música, é uma coisa extraordinária, quando eu comecei a ouvir no carro, eu tive vontade de gravar essa música” - o Rei não acredita, “é mesmo, Silvio???” – “você vai cantar, porque essa vai ser sucesso, aposto com você, traz o microfone porque eu quero ver o Roberto cantando nesse microfone” – lá vai o Roque trazer o pedestal – “de frente pra cá, agora você me dá o meu microfone e canta essa música, Coisa Bonita, vamos ver”, o auditório bate palmas e o Rei arregaça as mangas para cantar uma das faixas do disco lançado em 1993, “Coisa Bonita”,  “amovocêassimenãoseiporquetantosacrifícioginásticadietanãoseipraquetantoexercícioolhaeunãomeincomodoumquilinhoamaisnãoéantiestéticopodeatémebeijarpodemelamberqueeusou dietético”, apesar da câmera focalizar as colegas de trabalho mais jovens, que costumam ser colocadas pela produção nas cadeiras da frente do seu auditório, Roberto canta para seu público mais fiel, as senhorinhas de meia-idade e além, o Rei até passa a mão no rosto para ressaltar a parte do “pode me lamber”, cantor e plateia batendo palmas na parte instrumental, “nãoachoqueéprecisocomerdetudoquetemnamesamaspassarfomenãocontribuiemnadaparaa belezajánopassadoosmestresdaartediantedaformosuranãodispensavamocharmedeumagordinhaemsuapintura”, notem a garota do franjão segurando o Troféu Imprensa, no fim de cada estrofe, palmas, “gostodemeencostarnesseseudecotequandoteabraçodeterondepegarnessamaciezenquantote amassoeunãosoumassagistaenãoentendonadadeestéticamasanossaginásticaémaisgostosaemenosatlética”, mesmo sentadas, as colegas de trabalho dançam no ritmo da música e acompanham na hora do refrão, “coisabonitacoisagostosaquemfoiquedissequetemdesermagrapraserformosacoisabonitacoisagostosavocêélindadojeitoqueeugostoémaravilhosa”, Roberto se anima tanto com a levada caribenha do instrumental depois do refrão quando com a resposta do auditório, mão no peito ao falar do decote, na testa na parte da “nossa ginástica é mais gostosa e menos atlética”,  as colegas de trabalho não esquecem do refrão e o Rei só batendo palminha – faz sentido Silvio Santos achar que poderia gravar essa música, o instrumental, o uso sem restrições de expressões de duplo sentido e algumas partes mais explícitas deixam a música, pertencente a fase das homenagens temáticas às mulheres da década de 1990, tão jocosa quanto as melhores e mais maliciosas marchinhas de Carnaval de Silvio, como “Marcha do Barrigudinho”, “Pacote de Mulher” ou “Marcha do Furunfa”... Ops!!!...Antes da próxima música, Silvio Santos revela alguns bastidores da apresentação, “ah, vá, pra entrar aqui, pra entrar aqui nesse corredor da fama, é difícil, pra sair é mais difícil ainda, tá, agora você pode ficar tranquilo, porque a Globo, a Globo, muito obrigado a Rede Globo de Televisão, muito obrigado ao Bofão, mas, não vai sair daqui tão cedo, ele tinha que vir aqui no ano passado” – Roberto Carlos confirma, “ano passado” – “no ano passado você tinha que receber o troféu, esse ano mais um, são dois troféus, então tem que ser duas músicas”, o Rei ri litros – na verdade, depois de ter ganho o Troféu Imprensa em 1988, Roberto ficou três anos seguidos sem figurar entre os indicados da categoria Melhor Cantor, reaparecendo e ganhando nas premiações de 1992 e 1993 – “deixa eu ver, deixa eu escolher aqui, Coisa Bonita é o sucesso do disco, não tenha dúvida, é boa essa música???”, o auditório responde, “É!!!”, “é boa, essa aí é um sucesso, tem uma outra aqui, essa também é boa, eu acho que esta aqui vai ser um sucesso, agora esta, você tá fazendo fé nesta, tá” – “Obsessão???”, pergunta Roberto – “tá fazendo fé, vamos cantar Obsessão, vamos ver”, e o Rei canta mais uma faixa do disco de 1993, “Obsessão” - esta mais "vernácula" que "Coisa Bonita" e sua breguice escancarada, digo... 



























E, claro, o Rei recebeu dois dos 22 Troféus Imprensa (30 indicações) que conquistou ao longo de toda a carreira...


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