sexta-feira, 4 de outubro de 2024

Boa Noite, Mister M...

Cid compareceu pela última vez na bancada do JN, onde esteve de 1969 a 1996, em 2015, nos 50 anos da Globo... 

 














O apresentador, locutor noticiarista e narrador Cid Moreira saiu de cena nesta quinta-feira, 3 de outubro, às 8 horas da madrugada, aos 9.7 (5 pontos no Bolão Pé-Na-Cova), no Hospital Santa Tereza, localizado na região de Petrópolis, vítima de falência múltipla dos órgãos... Cid estava internado desde o último dia 4 de setembro, para tratar uma insuficiência renal crônica, após um período em casa cuidando de uma pneumonia... A doença, em estágio avançado, fez os rins pararem de funcionar, e após ser submetido a hemodiálise, vinha fazendo, em sua residência, a diálise peritoneal, uma alternativa ao tratamento tradicional, oferecida em poucas clínicas no Brasil e disponível para apenas 6% dos pacientes renais crónicos... A notícia da saída de cena de Cid foi dada em primeira mão por sua esposa, Fátima Sampaio Moreira, no programa encontro, apresentado por Patrícia Poeta... “Ele sempre falava que estava cansado, que os últimos anos tinham sido difíceis... O rim, o problema crônico, que cansa a pessoa, a máquina faz um trabalho maravilhoso, mas não é o seu órgão... Ele estava lúcido até o fim”, disse... “Não contei para ninguém para manter a privacidade dele, esperando que ele fosse voltar para casa... Fiz meu melhor como ser humano... Temos quase 25 anos juntos, não é brincadeira, é uma história e tanto. Sei da idade dele, mas sempre falava que queria mais um pouquinho”... Fátima estava envolvida na disputa judicial entre Cid e seus filhos Roger Moreira e Rodrigo Moreira, que moveram ações por danos morais, alegando abandono afetivo e dilapidação do patrimônio do pai pela esposa, arquivadas por falta de provas, além de uma tentativa de interditar o pai por não estar em condições de tomar decisões conscientemente... Fátima também é a autora da biografia de Cid, “Boa Noite, Cid Moreira, A Grande Voz da Comunicação do Brasil”, cujo título repete a frase com que o apresentador encerrava as edições do “Jornal Nacional”, que apresentou entre 1º de setembro de 1969 e 30 de março de 1996, um “boa noite” que era respondido por inúmeros telespectadores, inclusive as tias do Armando Nogueira, primeiro editor-chefe do noticiário, e as pequenas Patrícia Poeta e Renata Vasconcellos, um rotina quebrada apenas quando saiu de cena o poeta Carlos Drummond de Andrade, na edição de 18 de agosto de 1987, quando recitou trechos do poema “José”, escrito em 1942, terminando com a famosa pergunta ao personagem dos versos, “e agora???”... No “Jornal Nacional”, a saída de cena de Cid foi noticiada pelos apresentadores Renata Vasconcellos e William Bonner (não era verdade a lenda urbana de que Cid deixou uma gravação onde noticiava a própria saída de cena, digo...), já no “Jornal da Record”, a notícia foi dada por um antigo companheiro de bancada do “JN”, Celso Freitas, 7.1 o único de seus contemporâneos na apresentação do noticiário, que deixou aos 6.8, e também do "Fantástico", que entrelaçou as mãos ao dizer, “morreu hoje, aos 97 anos, o jornalista e apresentador Cid Moreira, uma das vozes mais marcantes da televisão brasileira”, e deu um depoimento incluído na reportagem de Pedro Paulo Filho, “eu gosto de ressaltar a capacidade que ele tinha de interpretar, e era a grande paixão do Cid, ele disse que tinha duas coisas que ele amava na vida, jogar tênis e gravar, interpretar, participar do trabalho do dia-a-dia”, sim, a matéria não citou que Cid e Nelson apresentaram o “Jornal Nacional” juntos, alis, o texto sequer menciona o nome do noticiário e nem mesmo cita a Globo, sendo que Freitas aparecia na galeria de apresentadores do "Show da Vida" na exposição montada ano passado em São Paulo, mas não Carolina Ferraz", hoje no comando do "Domingo Espetacular"...


















"Boa noite" foi repetido por 27 anos, exceto quando poeta Drummond saiu de cena e Cid recitou poema "José"...





























Cid Moreira nasceu em 29 de setembro de 1927, na cidade de Taubaté, região do Vale do Paraíba, seu nome foi inspirado no herói medieval espanhol Don Rodrigo de Bivar, o El Cid, que a mãe, Elza Moreira Vieira, conheceu ao ler o poema épico “Cantar do Meu Cid”... Apelidado de “Caolho” na infância, Cid, o mais velho de três irmãos, leitor voraz, em especial da Bíblia e do “Guia Prático da Saúde”, lançado por Frederico Rossister em 1938, fanático por cinema, cursou contabilidade e começou sua carreira de locutor na Rádio Difusora de Taubaté, em 1944, e após uma passagem pela Rádio Bandeirantes de São Paulo, entre 1947 e 1949, foi para a Rádio Mayrink Veiga, do Rio de Janeiro, onde Chico Anysio trabalhava forte como ator e redator de programas humorísticos, e então é por isso que muitos anos depois, em 1993, na “Escolinha do Professor Raimundo”, Chico chamava o personagem Seu José dos Campos, um caipira de cabelos brancos cujo nome fazia referência a uma cidade próxima de Taubaté, interpretado pelo comediante Jayme Filho, de “filho do Cid Moreira”... A carreira televisiva começou na TV Rio, teve uma passagem como apresentador do “Primeiro Plano”, um programa de “música, cinema, entrevistas e reportagens”, apontado por alguns como um precursor do “Fantástico”, em que Cid comparecia fortemente trabalhado na brilhantina nos cabelos, embora no YT não haja um consenso sobre a emissora que o exibiu, Tupi ou Excelsior...  Com a ajuda do irmão, Célio Moreira, também locutor, passou a integrar o time de apresentadores do “Jornal de Vanguarda”, surgido em 1962 na TV Excelsior carioca, dirigido pelo jornalista Fernando Barbosa Lima, e que seguiria no ar, mesmo com o golpe militar de 1964,  após passagens pelas TVs Tupi, Globo e Continental, até 1968, na própria TV Rio... Enquanto Cid lia o noticiário, Célio era uma das estrelas do “Jornal de Vanguarda”, seja como “Sombra”, sim, Ratinho, um locutor do qual só se via a silhueta, atrás de um biombo onde dava notícias bombásticas, e imitando as vozes dos políticos caricaturados por Borjalo no quadro dos “Bonecos Falantes”... Com o fim do “Jornal de Vanguarda”, devido a decretação pelos militares do AI-5, em 1968, que reforçou a censura e a repressão no país, Cid teve mais uma forcinha para entrar na Globo, substituindo ninguém menos que o locutor mais célebre da época, Luiz Jatobá, sem alusões a Rosana Jatobá, depois da aprovação de Armando Nogueira, o próprio, diretor de jornalismo da emissora... Que em 1969 era comandava pela dupla “Boni & Clark”, ou melhor, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o  Bofão, e Walter Clark, foi Bofão quem teve a ideia de aproveitar a recém inaugurada rede de antenas de micro-ondas da Embratel, a princípio destinada a telefonia interurbana, para lançar um telejornal em rede nacional, que por esse motivo chamaria-se “Jornal Nacional”, claro, depois o patrocínio seria oferecido ao Banco Nacional, o principal concorrente do noticiário tinha patrocínio no nome, “Repórter Esso”, mas, enfim...O “Jornal Nacional” estreou em 1º de setembro de 1969, uma segunda-feira, apresentado por Cid Moreira e Hilton Gomes, pai do diretor de novelas Rogério Gomes, o popular “Papinha”, com um tema musical definido de última hora pelo sonoplasta que correu para a loja de discos em frente a Globo, pegou o disco com a trilha do filme “The Happening” e selecionou a música “The Fuzz”, de Frank de Vol, para a abertura – a música do Pink Floyd viria pouco depois, para anunciar o patrocínio do JN na abertura feita por Joaquim Três Rios, e o mesmo tema criado por De Vol estaria na abertura do noticiário do Telesistema Mexicano, depois da Televisa, apresentado por Jacobo Zabludowsky, "24 Horas", vide paródia dos Polivoces... Em um tempo que a censura de verdadinha se impunha em todos os meios de comunicação, o noticiário privilegiava o factual, sem maiores comentários, com locutores de voz potente garantindo a isenção da notícia, as tão famosas “cabeças falantes”, não por acaso Cid lembrou em sua biografia que não era jornalista de formação, apesar de possuir diploma de “técnico em comunicação social” e de ter registro no Ministério do Trabalho... Sempre focalizado em plano americano, com cabelos grisalhos esvoaçantes e ternos fortemente trabalhados no colorido, a partir da implantação da televisão a cores, em 1972, já dividindo com Sérgio Chapelin a bancada, Cid viu surgir algumas lendas urbanas a seu respeito, como a de que não teria pernas, ou de que apresentava o “Jornal Nacional” de bermuda... Nesse caso, Cid declarou em entrevistas que só lançou mão do calção uma vez, quando as chuvas atrasaram sua saída de Petrópolis, região serrana do Rio, até os estúdios da Globo, na região do Jardim Botânico, Zona Sul da capital fluminense, quanto às pernas, o desmentido definitivo de que não era amputado viria somente em 1993, numa foto de Marcelo Tabach publicada na capa da recém-lançada revista “Caras”, onde dividia espaço com o então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, coando café, o futebolista Zico de quimono puxando os olhos e a atriz Maria Zilda declarando, “chega de paixões loucas”, tomando um banho de espuma com as pernas levantadas para o alto, uma pose de fazer inveja aos melhores ginastas, pois a matéria do “Fantástico” exibida anos antes, onde apareceu jogando tênis, seu esporte predileto, sem camisa, não foi suficiente... Alis, Cid também acumulou a apresentação do “Jornal Nacional” com a do “Fantástico”, a partir da estreia do “Show da Vida”, em 1973, nesse mesmo ano surgiu o "Globo Repórter", que também entra no currículo, lançando em disco dois anos depois, com grande sucesso a gravação do poema “Desiderata”, escrito pelo advogado e poeta estadunidense Max Ehrmann, em 1927 (na época da gravação, dizia-se que era de autor desconhecido, achado numa igreja de Baltimore em 1692...), que o levaria posteriormente às gravações da Bíblia, logo depois, em 1976, uma foto de Cid tirando o microfone de lapela na bancada do “Jornal Nacional”, feita por Walter Firmo, seria capa da revista “Veja”, que publicou uma extensa reportagem sobre a TV Globo, chamada de “A Hollywood Brasileira”, e ele era a cara da emissora, mesmo emprestando a voz para comerciais, vídeos institucionais do governo militar e narração de cinejornais, o mais famoso deles  o “Canal 100”, em que narrava os jogos de futebol filmados pelas câmeras da equipe de Carlinhos Niemeyer, o “boa noite” já estava consagrado como o fecho do noticiário, depois de uma notícia amena ou engraçada para compensar as “hard news” dadas durante o JN, conforme disse a Silvio Santos ao receber o Troféu Imprensa, o último de Silvio na Globo, em 1976, alis, Cid ganhou o troféu três vezes...O Brasil redemocratizou-se em 1985, a censura oficial chegou ao fim e Cid Moreira permaneceu na apresentação do “Jornal Nacional”, agora com os cabelos brancos, sobrevivendo a saída de Armando Nogueira da direção de jornalismo da Globo, em 1990, motivada pela controversa edição do debate eleitoral entre Fernando Collor de Mello e Luis Inácio Lula da Silva às vésperas da eleição presidencial de 1989, poucos meses depois de Cid e Chapelin terem posado para uma foto ao lado do fundador da emissora, Roberto Marinho, do Bofão, do próprio Nogueira, da editora-chefe Alice-Maria e dos comentaristas Alexandre Garcia, Joelmir Beting, Lilian Witte Fibe e Paulo Henrique Amorim, no cenário do JN, para celebrar os 20 anos da estreia do noticiário, porém não resistindo a profunda reestruturação sofrida pelo jornalismo da Globo a partir de 1995, quando Evandro Carlos de Andrade, vindo do jornal “O Globo”, com carta branca dos filhos de Roberto Marinho, substituiu Alberico de Souza Cruz, ligado ao Bofão, em abril de 1996, Cid Moreira e Sérgio Chapelin deram lugar a Lilian Witte Fibe e William Bonner, que também atuariam como “âncoras” no estilo dos telejornais dos Estados Unidos, onde normalmente os apresentadores não só apenas leem as notícias como também são os editores do noticiário, não no sentido que o termo ganhou no Brasil, a do apresentador que comenta as notícias, iniciado por Joelmir Beting no “Jornal Bandeirantes” no final da década de 1970 e consolidado por Bóris Casoy no “TJ Brasil” do SBT a partir de 1988... Por algum tempo, Cid foi o responsável pela leitura de editoriais no “Jornal Nacional”, isso depois de ter lido um direito de resposta de Leonel Brizola, governador do Rio em 1994, e depois foi fixado no “Fantástico”, narrando a escalada do programa, “domingo, vai começar o Fantástico!!!”, e alguns quadros, como “Isto é Um Espanto” e, principalmente, “Mister M, O Inimigo Número 1 dos Mágicos”, uma de suas frentes de reinvenção, ao lado das gravações da Bíblia, que concluiu em 2011, quando já era um frequentador assíduo de exposições gospel, um ano depois da controvérsia sobre a bola da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, fez ele gravar o memorável bordão “Jabulani!!!”... Apesar de ter mantido um contrato vitalício com a Globo, as participações de Cid na emissora diminuíram bastante, como a locução em que comparava um competidor do BBB 15 que furtava comida a Mister M, e ele começou a trabalhar forte ao lado da esposa nas redes sociais, espaço em que também travou discussões com os filhos...




























































Cid reinventa a si mesmo quando "Fantástico" reinventa "Quebrando o Código dos Mágicos" e cria Mister M... 


































Em abril de 2015, nas comemorações dos 50 anos da TV Globo, Cid Moreira foi convidado pra voltar a apresentar o “Jornal Nacional”, na companhia de outro parceiro que teve no telejornal. Sérgio Chapelin, sendo recebido pelos apresentadores da época, os mesmos de agora, Renata e William, este o substituto de Cid e Chapelin em 1996, junto com Lilian Witte Fibe, que depois cederia seu lugar a esposa de Bonner, Fátima Bernardes, que ao migrar para o entretenimento, seria substituída por Patrícia Poeta, outra que ao fazer a transição, foi trocada por Renata, que segue até os dias atuais... Nessa ocasião, Cid Moreira foi homenageado junto com os cinegrafistas do jornalismo global, como Newton Quilichini, que assinaram alguns de seus trabalhos mais importantes, e bateu um papo com Chapelin e seus sucessores no comando do “Jornal Nacional”... Alguns anos depois, em 2019, nos 50 anos do “JN”, Renata e William apresentaram uma série de reportagens temáticas sobre os fatos e as mudanças ocorridas ao longo da história do noticiário em reproduções dos primeiros cenários do programa, além das narrações de algumas das notícias resgatadas pela série, a participação de Cid aconteceu numa reportagem sobre o lançamento do livro com a história do “Jornal Nacional”, o quarto de uma série iniciada na "festa de debutante" do noticiário, em 1984, com novas edições em 2004 (também com uma versão em DVD) e 2009 (um "modo de fazer" surgido de uma visita de universitários a redação, em que Bonner colocou Homer Simpson como o telespectador médio do "JN"...), onde o apresentador lembrou da bancada de compensado, apareceu na edição de 1º de setembro de 1979 mostrando o “script” da primeira edição do programa jornalístico, levada ao ar exatamente dez anos antes, tudo o que restou como registro da estreia, além dos filmes que ilustraram algumas reportagens, como a da posse da Junta Militar que sucedeu o general Arthur da Costa e Silva na presidência da república ou o gol do Edson (OG) sobre o Paraguai no Maracanã que classificou o Brasil para a Copa do Mundo de 1970, no México... A experiência de resgatar Cid foi repetida em 2023, no primeiro episódio da série sobre os 50 anos do “Fantástico”, de forma diferente, com o apresentador repetindo seu trabalho forte na primeira edição do também chamado “Show da Vida”, em 5 de agosto de 1973... Amparado por dois produtores do “Show da Vida”, Cid compareceu com um terno laranja e posicionou-se a frente de uma tapadeira multicolorida, para ser rejuvenescido meio século por meio de inteligência artificial e voltar a narrar os destaques da estreia, como a entrevista de Cidinha Campos com Ricardo Trajano, sobrevivente da tragédia com o voo da Varig no aeroporto de Orly, na França, refeita pela própria Cidinha devido à ausência da original, além dos musicais com Sandra Bréa e Secos e Molhados, este impressionando um cético Ney Matogrosso, desconfiado da inteligência artificial desde o anúncio da Volkswagen com Elis Regina dirigindo uma Kombi, e o stand-up de Chico Anísio sobre seu compadre Azambuja, feito pelo filho, o ator e dublador Nizo Neto, ficou bom, mas o personagem de Nizo na série “O Rei da TV”, sobre Silvio Santos, ficou mais parecido com o papi do que o “deepfake” do Fantástico,  mesmo Léo Batista, outro pioneiro do programa, por falta de referências mais antigas, surgiu em 1973 com a cara que tinha em 1979, já totalmente grisalho, se pegassem o “Copa Brasil”, de 1977, ele pelo menos apareceria com uma mecha branca no cabelo tingido,  alis, Cid reproduziu as mensagens com que finalizava o “Show da Vida”, e que serviriam de inspiração muitos anos depois para as gravações da Bíblia, com seu visual atual, a cores, "o Show da Vida nunca termina, e ele é Fantástico"... Cid Moreira retornou a série do “Fantástico” no capítulo sobre os anos 1990, para um reencontro com o personagem que ajudou a reinventar enquanto reinventava a si próprio, Mister M, astro do quadro “Mister M, O Inimigo Número Um dos Mágicos”, exibido no programa entre janeiro e setembro de 1999, a partir dos segmentos de quatro especiais exibidos pela Fox nos Estados Unidos, “Quebrando o Código dos Mágicos”, com textos do editor Luiz Petry, narrados por Cid, sendo que o próprio nome do mágico foi uma criação do próprio “Fantástico”, ou melhor, de um dos repórteres do programa, Geneton Moraes Neto... Alis, quem apareceu primeiro para o “revival” foi Mister M, que cobriu uma cadeira vazia com sua capa e num passe de mágica fez Cid Moreira aparecer, um tanto quanto surpreso, “epa, como vim parar aqui”, e encarando a câmera, “Mister M, você é Fantástico”... Petry explicou como tudo aconteceu, “o Mister M foi a grande felicidade no Fantástico, porque a gente tinha comprado um programa enlatado, que era um mágico que explicava como funcionavam as mágicas, aí a gente estava na ilha de edição olhando, olhando, aí eu tive uma ideia meio ridícula, falei, por que a gente não bota o Cid Moreira pra ler isso, a ideia parecia ridícula porque até então o Cid, ele foi a voz da sobriedade no Jornal Nacional, e a proposta que tava sendo feita pra ela era fazer uma brincadeira, e eu preocupado com a reação dele, e aí eu fiquei surpreso quando ele ouviu a ideia e adorou”... Então é por isso que Cid e Mister M, ambos com a saúde debilitada, conversaram com a intimidade de velhos amigos, “faz um bocado de tempo que a gente não se via”, “sim, tempo demais, eu passei bastante tempo esperando por este dia”, recordando o passeio que deram num carro conversível pelo Rio de Janeiro em 1999, com perguntas incisivas, “Mister M, você é espada”, funk em homenagem ao mágico e tudo,  e no final do bate-papo, como uma gentileza que se faz a um parceiro de longa data, a identidade de Mister M não foi revelada, embora já seja conhecida por quem viu há 25 anos atrás o “Programa do Ratinho” ou o “Domingo Legal” de Gugu Liberato, ou ainda as exibições da série original no Viva, onde ele próprio tirou a máscara e disse seu nome, Val Valentino, o curioso é que nesse caso o “Fantástico” manteve segredo, porém não teve nenhuma restrição em revelar que o jornalista era o “repórter secreto” que conduziu matérias investigativas no programa, uma tarefa bem mais arriscada que revelar truques de mágicos... Para as comemorações dos 60 anos da TV Globo, em 2025, a emissora pretendia chamar Cid Moreira para comparecer mais uma vez na bancada do “Jornal Nacional”... Também queria chamar Silvio Santos, global entre 1965 e 1973,  em busca de uma exceção que o apresentador não abriu nem para as próprias filhas, no especial de 60 anos de seu programa, porém ambos os dois saíram de cena antes, restando a emissora insistir no “remake” da novela “Vale Tudo”... Ops!!!...



































































No "Jornal da Record",  saída de cena de Cid foi noticiada por antigo colega de Jornal Nacional,  Celso Freitas...


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