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Internet estava apenas começando no Brasil, entretanto Roberto Carlos já trabalhava forte fazendo uma "live"... |
O “Roberto Carlos Especial” de 1998, que a emissora apresentou naquele ano em 22 de dezembro, e o canal Viva em 2017, é o primeiro sob a supervisão de Roberto Talma, experiente diretor de novelas e musicais, na Globo e na qualidade de produtor independente, a chegada do ex-marido de Maria Zilda Bethlem acontece num momento que a Globo, já dirigida por Marluce Dias da Silva, que sucedeu o Bofão em 1997, sofria uma pressão enorme na audiência devido a ascensão do “Domingo Legal”, apresentado por Gugu Liberato, e principalmente com a transferência do apresentador Carlos Ratinho Massa da Record para o SBT, o próprio diretor, pouco menos de um mês antes da exibição do especial, dirigiu o piloto do que seria o programa policial “Linha Direta”, mostrado dentro do “Fantástico”, com o jornalista Marcelo Rezende entrevistando Francisco de Assis Pereira, o serial killer conhecido como "O Maníaco do Parque", um esforço para reagir a concorrência, de que o programa com o Rei também fez parte, a Globo precisava valorizar seu artista mais exclusivo, deixando em segundo plano as ondas do axé, do pagode e do sertanejo, surfadas pelas emissoras rivais, e seu produto dramatúrgico de maior importância, a novela das oito, vide comparecimento em peso do elenco de "Torre de Babel", e futuro diretor de núcleo do "Toma Lá Dá Cá", um dos humorísticos de maior sucesso no canal Viva, além de seu trabalho forte na direção, deu sua contribuição com duas aparições durante o programa, enquanto supervisionava as gravações com Roberto, Talma, que já havia dirigido "Roberto Carlos in Concert - Em Detalhes", exibido pela Globo em 19 de setembro de 1988, resgatou a estrutura do especial usada por Augusto César Vannucci, a primeira metade com números variados, concentrados em torno de um cenário onde Roberto recebe convidados e canta acompanhado pelo piano de Eduardo Lages e dos violonistas e guitarristas de sua orquestra, no meio o trabalho forte do elenco da Globo, além de músicos e do piloto Emerson Fittipaldi, dando depoimentos sobre o cantor (no programa de 1988, esse segmento correspondia a uma entrevista dada ao também cantor Léo Jaime) e a segunda “show, show, show”, nesse caso, gravado em estúdio, como atesta o grande número de closes no rosto de Roberto, que sentiu um pouco a ausência dos “stand-ups” que dirigia a plateia, aqui ocupada por uma figuração vestida a maneira da Jovem Guarda e na maior parte da apresentação, por um coral infantil, lacuna compensada por uma longa mensagem de Natal, em meio a imagens de santuários cristãos, suprindo ainda a falta da distribuição de flores enquanto sobem os créditos, trocada pelo refrão de “Cavalgada”, que homenageia os astrônomos, “estrelas mudam de lugar”... Ops!!!... O especial começa com uma mensagem de Roberto Carlos, de terno branco e camisa azul, “e aqui estou eu, atrás de um meio moderno, fax, e-mail, internet, tudo isso pra dizer pra você que as boas palavras sobrevivem, e eu gosto delas, gosto de cultivar boas e belas palavras, com as quais eu quero sempre continuar falando e fazendo canções”, um “flash” de luz faz a transição para o palco, montado nos estúdios do Projac, onde Roberto canta “Cavalgada”, de 1977, acompanhado pela orquestra na penumbra, o mesmo blazer, a mesma camisa, de calça azul, “Vou cavalgar por toda a noite, Por uma estrada colorida, Usar meus beijos como açoite, E a minha mão mais atrevida, Vou me agarrar aos seus cabelos, Pra não cair do seu galope, Vou atender aos meus apelos, Antes que o dia nos sufoque”, foca nos teclados, o Rei mexe no pedestal do microfone, faz gestos contidos, na maior parte do tempo, a câmera está fechada em seu rosto, olha o tecladista de novo, a voz se eleva na hora das estrelas mudarem de lugar e as luzes vermelhas são acesas quando o sol espera para nascer (!!!), tocam as guitarras, o teclado está invocado, o instrumental é a parte “rock’n’roll” da música, aparecem imagens de Roberto com Dominguinhos, de Erasmo Carlos, de Eduardo Lages no piano, do Rei no show, dos depoimentos de Tony Belotto, Sérgio Britto, Marcelo Fromer, Paulo Miklos (não usado no programa), Nando Reis, Maitê Proença (também não aproveitado), Tais Araújo (idem...), o burrinho e o altar em Lalibela, Etiópia, a antiga basílica de Santa Sofia, em Istambul, imagens do interior do templo, da igreja de Nossa Senhora de Lourdes, na França, imagens da santa, outra vista de Santa Sofia, o grupo de pagode Katinguelê (que não falou e nem cantou no programa...), a plateia vestida de Jovem Guarda, Nicette Bruno e Paulo Goulart, Kid Abelha, foca em Paula Toller, Eva Wilma sorri, Emerson Fittipaldi entre troféus, Cássio Gabus Mendes (outro que não teve o depoimento veiculado...), Nana Caymmi (felizmente, ela também não...), Carlinhos de Jesus dançando e principalmente rodopiando com Karina Barum, dançarinos de forró, foca no teclado do show, uma panorâmica do palco, “Rede Globo apresenta”, uma estrela no canto da tela reflete as imagens, Roberto Carlos dá tchau – a Globo só lançaria a série “Teletubbies” em 1999, nos programas “Angel Mix” e “Turma do Didi” – visto de longe no palco, com Erasmo Carlos, o “Roberto Carlos Especial” vem na fonte Globoface, é a vez do coral cavalgar (!!!), tome teclado, “convidados Karina Barum”, entra o cantor em 1975, “convidados Carlinhos de Jesus”, em 1978, “convidados Dominguinhos”, segurando a campainha da Múmia Paralítica em 1979, “convidados Robertinho do Recife”, cantando “O Ano Passado” em 1982, interpretando “Além do Horizonte” e “Cama e Mesa” no mesmo especial, “convidados João Castilho”, de azul no Maracanãzinho em 1984, em 1987, 1990 e 1993, “convidados João Lyra”, em 1995, 1996 e 1997, “convidados Quarteto Bessler”, no palco em 1998, “e Erasmo Carlos”, os saxofonistas trabalham forte, “regência Maestro Eduardo Lages”, coralistas e tecladistas também, “direção Flávio Colatrello e Roberto Talma”, o Rei retorna com o refrão de “Cavalgada”, foca no baterista, Roberto vai de agudo no “pra nascer”, a câmera se afasta do cantor, “direção Geral Roberto Talma” – a ponta da estrela dá a abertura um ar de caleidoscópio, fazendo uma releitura das aberturas "retrospectivas" da era Jorge Fernando e indicando a retomada de uma estrutura posta de lado pela gestão anterior... A estrela passa, e Carolina Ferraz, a Lucinha do “remake” de “Pecado Capital”, fala dos camarins do Projac, na região de Curicica, “é impossível não pensar na minha vida, ou não pensar em músicas que eu gosto e pensar em alguma música do Roberto, pra mim, pelo menos assim, eu acho que não sou a única, com os meus amigos é a mesma coisa, é mais ou menos a mesma coisa, é um clássico” – e a Globo não pensa nela desde 2020, quando começou a apresentar o “Domingo Espectacular”, ela foi até excluída da galeria de apresentadores montada na exposição de 50 anos do programa, em 2023 – agora é a vez de Ângela Vidal e Henrique Lima Toledo de “Torre de Babel”, quer dizer, Cláudia Raia e Edson Celulari, ela diz, “Roberto Carlos canta a vida da gente, tantas emoções, quem é que não passou por alguma coisa que o Roberto Carlos canta, todo mundo se identifica com tudo que Roberto Carlos canta” – olha o tautismo, os atores da novela ganham espaço para elogiar o cantor, Wilson Ferreira, corre aqui – Letícia Sabatella, a Celeste, também de “Torre de Babel”, “eu vejo ele mesmo como alguém que canta com a alma, que canta com o coração e comunica com o coração das pessoas”, Glória Menezes, a Marta Toledo da citada novela, casada com César Toledo, que não é outro senão seu marido Tarcísio Meira, “Roberto, eu acho que como todo brasileiro, você faz parte da vida de cada um, na minha, particularmente, eu acompanhei tanto a tua carreira, e com acontecimentos da minha vida, as tuas músicas fizeram parte desses acontecimentos importantes, quando Tarcisinho nasceu, voltando do hospital, o Tarcísio dirigindo o carro, com ele no braço, eu atrás, o Tarcísio vindo bem devagarinho, o que tava ligado no rádio tocando, ‘o calhambeque, bibi” – corta para Roberto mandando um beijo – “o Tarcísio indo bem devagarinho, levando o Tarcisinho pra casa, quando minha filha fez 15 anos, em 1970, 69, por aí, o que estava fazendo sucesso na época, Ciúme de Você’ – Roberto ergue as sobrancelhas, no melhor estilo Charles Chaplin – “79, 78, quando meu neto nasceu, que eu fui visitar minha filha, no próprio carro, sempre ouvindo música, o que eu ouvi você cantar, Café da Manhã, então veja, os acontecimentos da minha vida estão ligadas às tuas músicas” – Roberto de novo, “obrigado, obrigado”, agradecendo a plateia e seu “Ei, Ei, Ei, Roberto é o nosso Rei” – “você é isso, você é o nosso Sinatra, você faz parte da nossa vida, porque a tua música é universal, a tua voz é peculiar, aonde a gente estiver, que ouvir a primeira nota”, close no piano, Roberto Carlos canta “como vai você”, Gloria levanta o dedo indicador, “a gente diz, esse é Roberto Carlos”, que prossegue a música feita pelos irmãos Antônio e Mário Marcos, incluída no disco “A Janela”, de 1972, “eu preciso saber da sua vida”, acompanhado apenas pelo pianista Antonio Wanderley, num cenário que lembra uma sala de estar, com paredes de tijolos aparentes pintados de branco, o qual retornará em outros momentos do programa, a música é interrompida por uma locução em “off” que deixa cair a ficha do cantor, “Roberto Carlos Braga, capixaba, 57 anos, filho de Robertino e Laura, casado, pai, residente na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, sinais particulares, signo de Áries, vascaíno, romântico, amigo, mas de 70 milhões de discos vendidos, ocupação principal, cantor, a voz, a alma emocionada do Brasil”, pode terminar de cantar, “Vem, que a sede de te amar me faz melhor, Eu quero amanhecer ao seu redor, Preciso tanto me fazer feliz, Vem, que o tempo pode afastar nós dois, Não deixe tanta vida pra depois, Eu só preciso saber, Como vai você” - Tarcísio Filho nasceu em 1964, exatamente no ano que Roberto Carlos lançou “O Calhambeque”, no disco “É Proibido Fumar”, Frank Sinatra saiu de cena em 14 de maio de 1998, Daniela Mercury gravou “Como Vai Você” para a trilha de “Laços de Família” e Ana Castela cantou a música com o Rei no especial de 2023... Depois da tela estrelada, Roberto Carlos explica, “a gente faz música, de um modo geral” – “nós dois”, intervém Erasmo Carlos fora de quadro – “um dos dois traz alguma coisa, a música já começada, a letra, o primeiro verso, a primeira frase, até o primeiro verso, às vezes um pouco da melodia, e às vezes até a melodia toda já”, Erasmo aponta, “às vezes traz também a disposição”, Roberto ri, “trouxe toda a minha disposição, o que tem pra fazer aí, tem isso, aí entra com a disposição”, o Rei comenta, “às vezes a gente tem um tema que a gente quer fazer e às vezes demora anos também, é, pra chegar a melodia, colocar aquele tema ou pelo menos, ter aquela primeira frase daquele tema, daquele verso, pra começar, Nossa Senhora, por exemplo, uma música que demorou bastante tempo, nós demoramos uns cinco anos” – “O Terço”, lembra Erasmo – “o Terço demorou muito”, o Tremendão aponta, “pela preocupação com o tempo do verbo, a terceira pessoa, vós, falais, não tô dizendo agora, mas na hora”, Roberto faz uma capela da música, “com o terço na mão, peço a vós, minha Virgem Maria”, o maestro acompanha no piano, Erasmo Carlos prossegue, “então a gente tava compondo lá no Morumbi, na casa dele, e era a época que ele chegava na madruga, então aí ele ficava cansado, né, e a abertura dos olhos ia diminuindo, aí ele chegava, meu irmão, eu vou tirar uns quinze minutos aqui no cochilo e você me acorda tal hora, daqui a quinze minutos” – Roberto começa a rir – “e eu falava, tá tudo bem, aí ele tirava o cochilo dele, a gente tava compondo Sentado a Beira do Caminho, e não saía, não havia jeito da gente fazer a segunda parte” – “o refrão”, observa o Rei – “o refrão, o refrão, aí ele dormiu, então me acorda daqui a quinze minutos, acorda aí, rapaz, acorda aí, vamo bora lá” - Roberto intervém, “pera aí deixa eu te interromper um pouquinho” – não foi assim que eu te acordei, Roberto, uhu!!!”, o Rei acha graça, “não foi assim, não foi assim não, isso aí é o seguinte, antes da gente dormir a gente parou na parte que diz o seguinte, preciso acabar, como é que é, preciso acabar logo com isso, e a gente parou aí, e a gente ficou querendo achar a frase pra terminar essa parte, né, completar esse pensamento, e eu falei, bicho, eu não aguento mais, e eu dormi”, Erasmo diz, “porque eu tava falando, deixa eu falar, aí a figura dormiu, então eu acordei ele, ele acordou, espreguiçou, não sei o quê, olhou pra mim, preciso lembrar que eu existo, falou, ele sonhou com a frase, então pronto, matou a música”, o Rei volta a rir, “matou não”, o Tremendão corrige, “cutucou a música”, Roberto aponta, “aí sabe o que ele disse pra mim, dorme de novo que a gente é capaz de terminar a música agora!!!”, rindo litros, a estrela traz os depoimentos dos integrantes do Titãs, Marcelo Fromer, “eu acho que eles são os dois maiores compositores da música pop brasileira, que a gente acostumou a chamar agora, eu acho que a gente tem uma ligação direta com eles, como a gente teve a referência de lá de fora, os Beatles, acho que pra dentro, fora a MPB toda, foi Roberto e Erasmo, sempre e sempre será”, Tony Bellotto, lembrando Osmar Santos, “são os pais da matéria”, Sérgio Britto, “se você não viveu alguma situação que remeta a alguma música deles”, e do ator Tony Ramos, que vivia José Clementino em “Torre de Babel”, “é às vezes até loucura destacar uma só, mas o espírito do programa é esse, tem de destacar uma, destacando uma, eu destacaria Detalhes”, cabendo a Roberto Carlos interpretar a música de 1971, com acompanhamento de piano e violões, o Rei encarando a câmera, fazendo seus gestos habituais acompanhando a canção, conforme o enquadramento da câmera permitia, o maestro Lages sorri, “Não adianta nem tentar me esquecer, Não!!!, Não” – o encontro informal calcado na resenha de Roberto com Erasmo apareceu pela primeira vez no especial de 1985, e ganhou a adesão de Eduardo Lages em 1989, mesmo a “live” que o Rei realizou no Dia das Mães em 2020, dirigida por Bofinho, sem o Tremendão e com Lages trocando o piano pelo tecladinho, é inspirado nesse formato, os closes são inspirados nos musicais de Fernando Faro na TV Cultura, e se nota que Roberto levou um tempo para adaptar a esse enquadramento, em especial na parte do show, e o clima descontraído, despojado musicalmente, mostra que o Rei já flertava com a ideia de fazer um acústico na MTV, o que aconteceria em 2001...
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Mesmo focalizado em close na maior parte do tempo, o Rei não resistiu e se acabou no forró com Dominguinhos... |
Voltando do intervalo, o grupo Kid Abelha surge na tela e Paula Toller, a própria, fala em nome dos integrantes do conjunto, “aí quando a gente começou a tocar, uma das referências que era comum a nós três era Roberto, e eu acho que até hoje, quando a gente compõe músicas a gente pensa nele, algumas melodias”, George Israel acrescenta, “volta e meia a gente se olha, Roberto e Erasmo total, eles são mestres da composição”, a experiente atriz Eva Wilma também se pronuncia, “ele foi feito pra gente ouvir, pra gente cantar, pra gente dançar, pra gente se enlevar”, de volta a “live”, Roberto ensaia uns passos de forró ao lado da sanfona de Dominguinhos, em quem coloca a mão no ombro e elogia, “é um prazer ter aqui Dominguinhos, esse maravilhoso Dominguinhos, com a gente”, corta para Karina Barum, a Shirlei de “Torre de Babel”, a própria não confundir com Cristiana Pompeo, do “Zorra Total”, que o Viva mostrou de 2016 a 2020,, dançando, a palavra ainda está com o Rei, “eu tive o prazer de ter a participação dele no meu disco”, um pouco mais de Karina entre os casais trabalhando forte no forró, lembrando que Shirlei, não confundir com a personagem de Sabrina Petraglia em “Haja Coração”, mancava de uma perna, sem alusões aos presentes (!!!), Roberto canta “O Baile da Fazenda”, do disco de 1998, “O baile vai correndo solto a noite inteira, Começa cedo e não tem hora pra acabar, Gente dançando só pelo prazer da dança, E outros só pelo prazer de se abraçar, O povo todo se diverte nessa festa, E vai até o outro dia clarear”, Roberto dança, Dominguinhos toca, olha a Karina no forró, “Quem já chegou, acerta o passo nesta dança, Quem não chegou, aperta o passo pra chegar”, o parceiro de dança de Karina comparece, Carlinhos de Jesus, o próprio, “Casais dão passos soltos no salão inteiro, Um casalzinho quase não sai do lugar, ‘Que tal o baile???’, Alguém pergunta e eles respondem, ‘Baile tá bom, mas nós queremo é namorar’”, Carlinhos e Karina seguem o baile, “Quanta alegria está no rosto dessa gente, Que esquece tudo e não vê o tempo passar, Na madrugada, o sanfoneiro toca forte, O baile esquenta e o povo começa a cantar”, os músicos só observam Roberto e Dominguinhos, “Ai, ai, ai ai, ai, ai, A madrugada que passou não volta mais, Ai, ai, ai ai, ai, ai, A madrugada que passou não volta mais”, Dominguinhos comparece no forró na hora do refrão, solo de sanfona para os competidores da “Dança dos Famosos”, digo, uma lamparina cai no chão e incendeia o salão, agora vai, pois nossa dupla não para de dançar, de volta a “live”, a sanfona não para, uma chuvinha no forró, Dominguinhos canta o refrão com o Rei, no meio da chuva, o dançarino ensaia um beijo na atriz, Roberto abraça Dominguinhos, “eh, mas que beleza, obrigado” – os diretores mudam, porém a força do hábito do elenco da Globo ilustrar as músicas de Roberto permanece, quanto ao cantor propriamente dito, o Rei se mostra antenadíssimo com o fenômeno do forró universitário, numa época que ainda era mais conhecido pelo sucesso nas festas de faculdade, o grupo Falamansa estava apenas se formando, aproveitando também para enfim incluir no especial o precursor do movimento, o Forró Pé-de-Serra, representado por Dominguinhos, seguidor da tradição de Luiz Gonzaga, o rei do meu baião, então é por isso que ele foi distinguido com a honraria de fazer dueto com o Rei Roberto Carlos num álbum de estúdio, isso porque supostamente críticas de Roberto teriam afastado ele de Gonzagão... A estrela passa e Erasmo Carlos fala, “pela felicidade que a gente sente de imaginar que possa essa música fazer bem a alguém, contribuir de alguma forma positiva pra vida de alguém, meu Deus do céu, muito obrigado por essa dupla existir”, o Tremendão abraça Roberto, que diz, “aí ele começa a chorar”, o Rei ganha um beijo de Erasmo, “aí eu choro também”, outra estrela traz Nicette Bruno, ao lado de Paulo Goulart, “ele é uma pessoa que é verdadeira, que é autêntico, ele diz as coisas que sente, as coisas que pensa, com segurança, com firmeza, sem temores, então é por isso que eu gosto de você”, Paulo vai de Jovem Guarda, “amigo Roberto Carlos!!!”, risos, o cantor volta a falar, “O Portão” ao fundo, “uma coisa que eu e Erasmo temos, que eu acho muito importante no nosso trabalho, é a verdade, a nossa verdade, então muitas vezes a gente pensa numa frase que é muito bonita, mas ela não representa exatamente aquilo que a gente gostaria de dizer, então a gente leva outras três horas mais para fazer uma frase, pra colocar uma coisa que a gente não pensa”, Erasmo Carlos acrescenta, “e sobre a questão do cineminha, ele existe mesmo, a gente faz mesmo, a gente analisa, a gente enquadra” – um rolo de filme passa a esquerda da tela, mostrando o Kid Abelha e um teto de igreja, foca no próprio diretor do especial rindo litros do Tremendão, enquanto Eduardo Lages só observa, “tem personagens, tem cortes, não é, e tem as imagens”, no caso do filme, pessoas passeando no parque, uma igreja, uma ciranda, “tem as imagens, por exemplo, essa música que o Eduardo tá tocando, você de repente bola uma imagem, que o cara chega em casa depois de muito tempo sem voltar”, no filminho, Caetano Veloso e os caracóis de seus cabelos no exílio, “e aí chega, então aí já começa o cineminha da gente”, nos fotogramas, um vitral de igreja, “por exemplo, o cachorrinho abanando o rabo”, ilustrado no filmete por uma animação de Miguel Paiva, mais Talma, “como é que a gente vai botar isso, meu cachorrinho abanando o rabo”, Roberto ri, “não fica bonito, então aí que a gente tem que encontrar, meu irmão”, no filme, o cachorro de Paiva sorri latindo, Nando Reis recorda, “a música que eu acho mais linda e mais alegórica é O Portão, eu cheguei em frente ao portão, meu cachorro me sorriu latindo, quem sabe ver o sorriso de um cachorro latindo sabe de tudo”, Roberto e Erasmo só observam o depoimento e cantam, acompanhados pelo piano de Eduardo Lages, “O Portão”, de 1971 – aparições do diretor à parte, deveriam ter feito mais especiais com essa “live”, a descontração de Erasmo sempre faz o tímido Roberto se soltar, e a animação lembra a fase que o “plim-plim” da Globo era ilustrado pelo trabalho forte de cartunistas e desenhistas... A estrela agora traz uma máquina do tempo, com cenas de Roberto nos especiais de 1998 até 1974, avançando até encontrar Caetano Veloso em 1971, exilado em Londres, “e vou cantar essa canção, que eu tenho a honra de cantar com esses músicos maravilhosos, uma canção que eu e Erasmo buscamos inspiração longe, buscamos numa esquina de Londres, lá naquela esquina de Londres encontramos inspiração para fazer esta canção”, olha a ciranda de novo, “aquela canção que há muitos anos atrás dedicamos a esse cara maravilhoso, a esse grande artista, essa pessoa também maravilhosa, esse grande amigo da Jovem Guarda, a gente sabe disso, Caetano Veloso”, logo, o Rei interpreta “Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos”, do disco de 1971, luz baixa, violão e violino acompanhando, num ritmo que lembra o da versão do próprio Caetano – não podemos esquecer que a primeira vez da música nos especiais não foi na voz de Roberto, “sino” da dupla sertaneja Cristian e Ralf... Aplausos, vem o intervalo, na volta, Edson Celulari, ao lado de Cláudia Raia, revela, “eu cantei pro Enzo, muitas vezes, na barriguinha da Cláudia, e que hoje quando a gente canta, ele relembra, ele se desperta, ele tem uma memória disso já”, Cláudia prossegue, “é, desde que nós soubemos, que eu soube que estava grávida, o Enzo ouve essa canção, cantada pelo papai, pela mamãe”, Edson intervém, “pois é, é uma versão dupla, uma versão pra mamãe e pro papai cantar, fica aí a dica”, os dois, “Como é grande, o nosso amor por você”, adivinha que música Roberto Carlos interpreta em seguida???, “Como é Grande o Meu Amor por Você”, de 1967, gravada em 1996, dos anúncios da Nestlé, Eduardo Lages trabalhando forte no piano, close na mão sobre as teclas no final – Cláudia Raia interpretava a vilã Angela Vidal em “Torre de Babel”, vide paródia do “Casseta e Planeta”, intitulada “Torre de Papel”, “já sei, vou matar o Jamanta!!!, mas aí eu estaria fazendo um bem para a humanidade”, seu filho Enzo, nascido em 15 de abril de 1997 deu origem a série, quer dizer, tornou-se um dos nomes mais usados para batizar crianças nos dias de hoje, junto com o da irmã, Sophia, que nasceu em 15 de janeiro de 2003, digo... Mais um depoimento de Roberto Carlos, eu me lembro que foi um dia, acho que o dia do meu aniversário, depois que todo mundo foi embora eu peguei o meu violão, eu fiz um pedacinho, um pouquinho, aí eu me animei, e no dia seguinte, naquela semana, eu desenvolvi mais a música, terminei a música e não contei nada pra ele”, Erasmo comenta, “então foi dois presentes, eu não sabia desse detalhe, nem do presente que era pra mim a sua música, o dia do aniversário, em vez de você ganhar o presente, você me deu o presente”, o Tremendão aperta a mão do Rei, “muito obrigado, Roberto, você é um cara legal pra caramba, rapaz, e aí eu tô em casa onde eu bem morava em Ipanema, né, e aí chega ele com a música” – “com o disco já”, observa Roberto – “então chegou ele, ah, aí todo mundo fazendo um suspense danado, não, fique lá, não ouça, daqui a pouco a gente chama na hora, sabe, uma coisa assim, e eu lá, aí daqui a pouco começou a tocar a música, a introdução, aí eu não sabia, né, eu fiquei ouvindo, poxa, legal, a introdução, né, pô, aí começou a música, e eu que pra chorar, eu choro até nos Simpsons, vendo os Simpsons eu choro” – Roberto ri, a série animada, que estreou na Globo em 1991, mudou-se para o SBT em 1997, e quando exibida depois do “Programa do Ratinho”, nessa mesma época, chegava a liderar a audiência – “então todas as vezes que eu vou em algum lugar e toca Amigo, sabe, sou eu, Amigo, embora seja pra todos os amigos, embora seja uma música pra mim, eu acho que é pra mim”, o Rei contesta, “você acha nada, foi feita pra você, a letra!!!”, o Tremendão continua, “porque Roberto Carlos do Brasil fez essa música pra mim, Roberto Carlos da América do Sul, Roberto Carlos do mundo” – o Rei ri litros – “Roberto Carlos fez essa música pra mim, e pronto, tá acabado!!!”, a sala de bate-papo se abre surge um palco com a reprodução da capa do disco de 1971 de Roberto, com uma plateia de crianças de branco, onde Erasmo Carlos, de blazer branco e camiseta vermelha, canta, vejam só, “Amigo”, de 1979, Roberto abraça o Tremendão e parte para o dueto, foca no maestro batendo palmas e na bateria, o coral faz um “tchu tchuru” de “backing vocal”, olha o pandeiro da orquestra, é a vez da criançada em coro, “Não preciso nem dizer, tudo isso que eu lhe digo, Mas é muito bom saber, Que eu tenho um grande amigo”, vide beijo de Erasmo na cabeça de Roberto – a presença do coral infantil lembra a mais famosa apresentação da música sem o comparecimento do Rei ou do Tremendão, na Cidade do México, em 1979, durante a visita do Papa João Paulo II... Falando em religião, entram imagens do teto decorado de uma igreja, com narração em “off”, “e assim andamos pelo mundo como peregrinos e cristãos, como nem sempre se encontra a paz, é bom rezar, beijo as mãos de Santa Rita de Cássia, rosas vermelhas, um sonho de rosas num ritual, ah, Nossa Senhora de Lourdes, rainha que se eleva sobre nossas mãos” – entram imagens do santuário de Lourdes, na França - sobre nossas cabeças, nossos pensamentos, rainha que se sobrepõe às miudezas humanas, às fraquezas, aos horrores” – aparecem ilustrações da aparição de Nossa Senhora numa gruta em 1858 – “rainha recolhida às árvores e às colinas, a gruta, a uma paisagem santa por natureza, rainha em mármore de Carrara, olhai por nós, rogai por nós, dai-nos a benção e a dimensão de Deus, ah, Santa Tereza de Lisieux” – foca na basílica francesa consagrada a Santa Terezinha do Menino Jesus – “eis-me diante de ti, são as asperezas da vida, as aflições do pouco que sou, as lamentações, as vigílias noturnas e impuras, sou eu o pó que sou, por ele todas as coisas são belas, são nossas, são santas, todas as igrejas são casas, todas as casas tem pão, todos os homens tem por trás a boca e o pão do homem, e disso se faz o mundo, e a nossa pequenez”, foca no teclado, a orquestra e o coral vem com a introdução “gótica” de “Jesus Cristo”, e sobre um turbilhão de luzes, a música de 1970 é cantada junto com o coral, que imita Roberto e bate palmas, trabalhando forte em conjunto no refrão, olha o vocal gótico de novo, foca no coral e na bateria, o Rei aplaude a orquestra – a música mais cristã de Roberto reaparece na fase de maior “catolicismo” de sua carreira e dos especiais, ao mesmo tempo que o padre Marcelo Rossi dá início a onda dos padres cantores e o interprete se vê a volta com a doença de sua esposa, Maria Rita, o diagnóstico de câncer aconteceu em setembro de 1998, uma das músicas do disco do ano, que devido ao acompanhamento do tratamento médico é parte gravado em estúdio e parte ao vivo (no Olympia, em São Paulo), faz referência a ela, "Eu Te Amo Tanto", entretanto, ao contrário de outras canções inéditas, ficou de fora da "playlist" do especial...
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Pois o diretor anterior colocou sua própria mãe no especial, o novo, Roberto Talma, preferiu escalar a si mesmo... |
Na volta do intervalo, fala José Clementino, quer dizer, Tony Ramos, “Roberto faz parte de qualquer imaginário brasileiro, alguém sempre ouviu pelo menos uma música de Roberto”, na sequência, Lilia Cabral, “todas as músicas dele, principalmente as mais emotivas, mais assim, como eu vou dizer, mais sensíveis no nosso coração, eu sou completamente apaixonada, ele é o Rei, né, ele é o Rei”, então é por isso que Roberto Carlos bate palmas e canta “Eu Sou Terrível”, de 1967, as crianças da plateia dão lugar a uma figuração vestida à maneira dos anos 1960 , de repente o Rei emenda a faixa de “Roberto Carlos em Ritmo de Aventura” com “O Taxista”, do disco de 1994, muito antes do surgimento da Uber, o público faz coro na hora de “As Curvas da Estrada de Santos”, de 1969, uma câmera no Rei, outra na plateia, com um bate-bola no fim, “na estrada de Santos... eu não vou mais passar”, aplausos e “Roberto!!! Roberto!!! Roberto!!!” – um “pout-pourri” a 300 quilômetros por hora... Fala Paulo Goulart, ao lado de Nicette Bruno, “ele não faz sucesso há tanto tempo por acaso, Roberto é um fenômeno, é um pouco o retrato de cada brasileiro, cada um de nós tem um pouquinho de Roberto Carlos” – notem a vela na mesa de centro em frente ao sofá onde está o casal, digo... De volta ao palco, uma panorâmica mostra o painel com a capa do disco de 1971, na penumbra, uma plateia infantil vestida de branco, Roberto Carlos canta uma música do novo disco, “Eu Te Amo Tanto”, “Eu não me acostumo sem seus beijos, E não sei viver sem seus abraços, Aprendi que pouco tempo é muito, Se estou longe dos seus braços, E por isso eu te procuro tanto, E te telefono a toda hora, Pra dizer mais uma vez ‘te amo’, Como estou dizendo agora”, numa performance discreta e intimista, até o teclado é tocado de forma mais contida, os espectadores nem são focalizados – faz sentido o cenário da apresentação, a música, dedicada a esposa Maria Rita, já diagnosticada com um câncer, combina com o romantismo que deu o tom dos discos do Rei exatamente a partir do LP de 1971, o que lançou “Detalhes”... Alis, o ator Cacá Carvalho, na ocasião consagrado nacionalmente pela atuação como Jamanta na novela “Torre de Babel”, dá o próximo depoimento, falando quase como o personagem que não morreu na explosão do shopping, “Emoções, Roberto Carlos, Emoções”, uma estrela passa e o Rei canta a indispensável música de 1981, foco total em Roberto, de mais longe e de mais perto, desorientando um pouco o cantor, mas mesmo assim não falta a dancinha na parte instrumental – e o gemidinho, sempre presente... Ops!!!... Segue-se uma sequência de depoimentos, a modelo Cláudia Liz, dois anos depois de uma lipo que a deixou em coma, que interpretava Gigi no “remake” de “Pecado Capital”, “meu pai é um apaixonado por Roberto Carlos, e a gente ficava ouvindo as músicas na viagem, naquela paisagem, e ouvindo Roberto Carlos, então ele faz parte da minha vida”, Emerson Fittipaldi, o brasileiro campeão da Fórmula-1 que faltava nos especiais depois das participações de Nelson Piquet e Ayrton Senna, “na época da Jovem Guarda, quantas festinhas aqui em São Paulo, quantas vezes eu curti o Roberto Carlos, foi muito legal, Oscar Magrini, o Gustinho de “Torre de Babel”, mais conhecido como o cantor “country” Johnny Percebe, “com certeza, a música do Rei tem esse momento mágico de te levar, de te importar ao passado, a situações gostosas, que dizem muito”, e Claudia Jimenez, para o público do Viva, Dona Cacilda e Edileuza, que em “Torre de Babel” fazia Balbina Teixeira Colombo, mais conhecida como Bina, que canta, “Se você pensa que vai fazer de mim, O que faz com todo mundo que te ama” – Roberto, porém, não cantou “Se Você Pensa” na sequência... O Rei preferiu divulgar mais uma faixa do novo disco, “Vê se volta pra mim”, olha o coral no refrão, “Deixa que eu me acerte com seu coração, Quero ter você sempre ao meu lado, Isso de ir embora não é solução, Pois saudade é sempre o resultado, Meu amor, pra que se separar o que o amor juntou, O tempo não apaga o sonho que ficou, Melhor reconhecer que nada se acabou, Quando a gente vai embora com o amor no peito, A gente não faz nada, não dorme direito, Você está sofrendo como eu estou, Vê se volta pra mim, não faz assim, Não me deixe tanto tempo sem você, Volta pra mim, não faz assim, O meu coração jamais vai te esquecer” – mais um esforço “sambístico” de Roberto, desta vez interpretando uma composição do maestro Eduardo Lages e Paulo Sérgio Valle, sem “stand-up” antes, mais para Alexandre Pires do que para Fatinha, digo... Corta para as imagens da antiga igreja de Santa Sofia, em Istambul, na Turquia, vide narração, “ah, Santa Sofia, sob as sombras das torres sagradas, dos minaretes ameaça uma prece, mas sobretudo calo, e o que não falo, o monumento diz por mim, a arquitetura de Santa Sofia desafia a língua a descrever, foi construída palmo a palmo como num salmo, o que foi edificado para o espanto e o silêncio de anônimos e mortais, ah, Nossa Senhora de Fátima, sou Vosso, por convicção, por fé, Vosso, pleno, para o que der e vier, sobretudo no medo, no desencanto, na dor, como foram os três pastores, sou Vosso, sou teu cantor” – nessa altura, o vídeo mostrou imagens da basílica de Fátima, em Portugal, e dos três pequenos pastores que teriam visto Nossa Senhora no campo em 1917, Santa Sofia foi construída como templo cristão durante o Império Bizantino, conhecida como a Igreja da Santa Sabedoria de Deus, tornou-se uma mesquita muçulmana em 1453, foi secularizada em 1931 e funcionou como museu entre 1935 e 2020, quando voltou a ser mesquita por determinação do Conselho de Estado da Turquia, e não podemos esquecer do Padre Marcelo Rossi e do Santuário do Terço Bizantino... O vídeo serve de introdução para Roberto Carlos cantar “Nossa Senhora”, de 1993, a plateia é iluminada, um coral infantil com a imagem de Nossa Senhora Fátima ao fundo, cantando o refrão da música, Nossa Senhora me dê a mão, Cuida do meu coração, Da minha vida, do meu destino, Nossa Senhora me dê a mão, Cuida do meu coração, Da minha vida, do meu destino, Do meu caminho, Cuida de mim” – a gravação que reuniria um elenco “all-star” da música brasileira apareceria no ano seguinte... Depois do intervalo, Roberto Carlos tem a palavra, “é Natal, iluminam-se as almas, os corações, as cidades, o universo, nasce Jesus” – entram imagens de uma procissão – “para nos ensinar a ser mais fraternos, mas fieis, mais cristãos, e unidos cada vez mais na fé, e ajoelhados aos pés do berço do Menino Jesus, vamos pedir a Ele que nos abençoe, que o Menino Jesus, esteja cada vez mais no nosso coração, no coração de cada um de nós, na vida de cada um de nós, nos mostrando o amor na sua forma mais linda, mais pura, mais simples, o amor na sua forma maior, o amor de Deus” – foca no terço – “Feliz Natal e um Ano Novo Maravilhoso, que Deus nos ajude e nos ilumine” – foca nos fieis na igreja – “que nos guarde, e aumente cada vez mais a nossa fé, que Deus nos dê muita saúde, muita paz e muito amor, que Deus nos proteja e nos abençoe sempre, Amém” – tiraram os “stand-ups” que Roberto fazia antes das músicas, porém reservaram um espaço generoso para sua mensagem natalina... Entra mais um vídeo, “na Eitópia, as igrejas de Lalibela, a fé transforma rochas, escava o chão, extrai pedras da terra e da alma, anima a vida, edifica o templo, remove o tempo incerto de cada um de nós, a fé conduz com mão segura e dá a luz na travessia mais escura, dos túneis da vida e da morte e fé eleva e põe-nos de volta ao chão e ao pó do qual viemos, põe-nos no tamanho exato da nossa insignificância”, uma estela com Roberto Carlos em seu interior nos leva de volta ao palco, onde o Rei canta “Meu Menino Jesus”, do disco de 1998, “Oh, meu Menino Jesus na noite desse Natal, São as estrelas que brilham no céu, Do seu amor um sinal, Que em toda casa a alegria, Seja pra todos igual, Brisa de flor perfumando o jardim, Chuva de amor no quintal, E nessa noite feliz noite de paz e de amor, Todos veremos no céu a estrela do Salvador”, coral contribuindo com seu “lalara”, o Rei sorri, a orquestra toca “Amor”, instrumental do maestro Lages, sobem os créditos, a começar pelos músicos, não por acaso ilustrada com closes dos instrumentos, “assistentes de direção André Toscano, Frederico Mayrink”, foca em Roberto cantando o refrão de “Cavalgada”, vem as músicas apresentadas no programa, 17 no total, o Rei segue cantando com a ponta de uma estrela do lado, “Estrelas mudam de lugar, Chegam mais perto só pra ver, E ainda brilham de manhã, Depois do nosso adormecer, E na grandeza desse instante, O amor cavalga sem saber, Que na beleza dessa hora, O sol espera pra nascer”, a câmera se afasta para focalizar o cantor de corpo inteiro, bolinha na tela, “Realização Central Globo de Produção” – desta vez Roberto Carlos não ofereceu flores, que coisa, não, lembramos que em 1998 também houve um "especial extra", "Luciano Pavarotti e Roberto Carlos", show realizado no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, e apresentado na Globo em 19 de abril de 1998, com direção de Mário Meirelles, que teve como assistente Renata Ferraz, todos respondendo à direção de núcleo de Aloysio Legey...
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Jamanta de "Torre de Babel" dá sinal de vida e pede "Emoções", e Shirlei esquece o problema na perna e dança... |
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